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História Amnésia transdimensional - Cap. VI Esfera de Transmutação de Raça


Escrita por: TsukiHime0713

Capítulo 6 - Cap. VI Esfera de Transmutação de Raça


 

“[roxa]Acorda Cris... Vamos... Levanta pra cuspir mulher!” – a Oráculo chamava-a cedo outra vez.

“Qual é a razão para não esperarmos o sol primeiro dessa vez?...” – perguntou a Cris quase enviando a cabeça debaixo do travesseiro.

“[roxa]Temos que ir à lavanderia. Não só para lavar as suas roupas, que são uma ótima desculpa, como também para encontrar alguma seda ou cetim para ocultarmos a Esfera depois que ela ficar pronta. Ao menos até a hora certa. Agora sai da cama!” – a Cris começou a resmungar entre os lençóis tão confortáveis – “[roxa]Deixa de bancar a criança e levanta dona Cris!”

“Tá sua chata! Eu levanto!” – respondeu a Cris já se sentando na cama claramente irritada por não a deixarem dormir – “Vamos logo botar fim a essa chatice!” – terminou ela de reclamar enquanto se arrumava e a Negra a observava querendo rir da mulher.

Assim como na manhã anterior, a Cris primeiro conferiu os corredores antes de deixar o quarto e seguiu direto para a lavanderia com a sua bolsa contendo as roupas que usava quando chegou naquele lugar. Aproximando-se de uma das bancadas que forneciam apoio no lugar, ela largou a bolsa e foi atrás de um balde ou bacia para por suas roupas de molho enquanto buscava pelo pano pedido pela Negra. Achou um monte de cetins de luxo cuidadosamente dobrados em um armário e foi logo pegando e já colocando um em sua bolsa. O equipamento usado para a lavagem de roupas lhe pareceu um pouco estranho, mas a Negra lhe explicou como tudo funcionava. Depois era só esperar.

Durante a espera (que seria de uns 25min. segundo a oráculo), a Cris resolveu vasculhar mais um pouco o lugar e acabou por encontrar um pode cheio de castanhas torradas. Graças à Negra, ela não tinha comido nada ainda e estava com fome. Foi com o pote até uma outra bancada de costas para a porta e abriu o pote que lhe deu um pouco de trabalho.

– Comendo às escondidas? Que coisa feia... – falou Leiftan por trás dela fazendo-a derrubar o pote de vidro que só não se quebrou porque ele o pegou a tempo.

– Leiftan! Você me assustou! Está tentando me matar do coração por acaso? – falou ela virando-se de frente a ele com o coração a mil.

– O que veio fazer aqui? – falou ele enquanto colocava o pote sobre a bancada.

– Lavar a minha roupa suja. Afinal, é pra isso que uma lavanderia serve, não é? – respondeu ela pegando um punhado das castanhas e começando a as comer.

– Vai lavar as do corpo também? – ela se engasgava enquanto ele a prensava contra a bancada ficando consideravelmente próximo dela.

– J-já lhe disse que sou comprometida. – falava ela ruborizada e um pouco ofegante – Te-tenha mais respeito, por favor! – ele apenas lhe sorriu afastando-se um pouco.

– Como foi sua noite? Você acordou cedo. Teve alguma nova memória? – perguntou ele ao se lembrar da forma como ela havia deixado o quarto, seguindo-a de longe depois.

– Semelhante à ontem, não consegui dormir tudo o que queria... “Ou melhor, não me deixaram” E quanto a minha memória, continuo na mesma. – respondeu ela tentando acalmar-se do susto e da brincadeira de Leiftan.

– Tem medo de mim?

– Oi?

– Essa noite, sua porta estava trancada e eu a vi quando saiu do quarto em que está dormindo. Tem medo que eu lhe faça algo agora que sabe que sou necromante? Mesmo pertencendo a sua raça faery favorita?

“Misericórdia! Porque é que ele está me perguntando uma coisa dessas?” – pensava a Cris engolindo seco – Você... estava me vendo enquanto dormia? Está... me vigiando?

– Você me intriga. E prefiro ser cauteloso. Vai responder minhas perguntas de antes agora? – disse ele impassível.

– Bom Leiftan,... – ela respirava fundo – Não vou negar que a ideia de você ser um usuário de necromancia, que é magia negra muito perigosa, me deixa um pouco receosa. Quase sempre sou um pouco medrosa ao que pude perceber. O que o faz duvidar de mim? – questionou ela conferindo a roupa que não estava pronta ainda.

– Como eu disse, você me intriga! Sei que sua amnésia não é falsa por causa daquela poção sua, mas ainda a acho conveniente demais, se quiser a minha opinião. Sem falar dessa sua misteriosa poção. – ele voltou a se aproximar dela – Me faça o favor... – pedia ele lhe segurando o rosto dela com gentileza – Não ultrapasse os muros sem o meu consentimento. Pelo menos, até sabermos quem você é de verdade, ok? – suando frio por conta da situação, Cris apenas lhe assentiu com a cabeça – Ótimo. – ele se afastava outra vez – Vou preparar o café para nós dois. Vê se não demora! – terminou ele deixando o local.

As pernas da Cris cederam, ela foi para o chão extremamente nervosa e mais do que nunca queria terminar aquela bendita esfera para poder voltar logo pra casa e com sua memória normalizada.

“[roxa]Me pergunto qual deles é mais difícil de se lidar: esse Leiftan, ou o seu namorado?” – falava a Negra ressurgindo não se sabe de onde.

“Meu namorado também é um dragão?” – perguntava a Cris como tentativa de se acalmar da ordem (ameaça) de Leiftan.

“[roxa]Sim. No começo, vocês meio que se detestavam, mas agora...” – um riso nasal escapou da Cris – “[roxa]Se reestabeleça. Hoje a gente termina essa joça e voltamos para as nossas vidas normais! Não deixe aquele colecionador de ossos te desanimar, entendeu?” – dessa vez a Cris riu de verdade.

Assim que a roupa ficou pronta, a Cris foi para o salão para comer (mas não antes de deixar o tecido no laboratório) onde Leiftan já a aguardava. Eles não conversaram muito e Leiftan tentava outra vez saber sobre a poção que a Cris afirmava (palavras da oráculo) que tudo acabaria naquele mesmo dia e que outra vez ela se trancaria no laboratório (o que ele não gostou muito).

Trancada outra vez no laboratório, a Cris foi direto para o cômodo secreto com o tecido em mãos – “Você tem certeza que iremos poder acabar com tudo isso hoje, não é?”

“[roxa]Se fizermos tudo certinho... Vai ser tranquilo!” – respondia a Negra.

A Cris respirou bem fundo. Dentro do cômodo ela observava os resultados.

O líquido translúcido do frasco de Ícaro estava com um tom levemente dourado e um brilho furta-cor o envolvia. O líquido (gosma) do copo de precipitação lembrava petróleo negro, com uma névoa negra roxeada saindo dele. E a esfera, que foi mantida dentro da tigelona, estava apenas um pouco mais brilhante que antes.

“[roxa]Vamos concluir logo essa Esfera. Aqui.” – apontava a Negra para os tubos contendo as lágrimas – “[roxa]Pegue só um pouquinho da mistura do frasco de Ícaro para diluir a lágrima de amor e depois devolva-a para o frasco; depois faça o mesmo com a lágrima de indiferença, mas com a mistura do copo de precipitação.”

“Não é mais fácil despejar as lágrimas diretamente?” – a Negra lhe revirava os olhos.

“[roxa]Faça como eu disse. Será mais fácil de entender o porquê se você ver.”

E assim a Cris fez. Ela pegou o tubo com o rótulo branco e o frasco de Ícaro, foi ao despejar uma amostra do líquido no tubo que ela entendeu. O líquido, apesar de leve, agia como se fosse mercúrio! Ela precisou misturar bastante para que o mesmo diluísse a lágrima e quando isso ocorreu, o líquido brilhou um pouco mais forte. Quando devolveu a amostra ao frasco, rapidinho eles se misturaram, sem qualquer resistência. A mistura negra e a lágrima de indiferença agiram de forma semelhante, onde a primeira passou a emitir ainda mais daquela energia sombria.

“[roxa]Certo. Ótimo. Agora vamos fazer isso tudo virar uma coisa só.”

“Como?”

“[roxa]Você vai pegar as duas misturas e despejá-las juntas e ao mesmo tempo, mas em lados opostos, dentro da tigela com a esfera. Terá que fazê-lo devagar também.”

“O que acontece se eu errar?”

“[roxa]Vamos ter que começar tudo de novo...” – a voz da Negra soou pesada e a Cris se pões a encará-la – “[roxa]Mas relaxa! Eu vou ajudá-la a acertar o tempo.”

As duas deram um longo suspiro e começaram. A Cris segurava os frascos com as misturas opostas e a oráculo pressionava a mão da Cris de modo a controlar o despejar deles. Confiando na oráculo, a Cris apenas observava o comportamento daqueles líquidos dentro da tigela com a esfera firme em seu centro. Eles pareciam desenhar o yin-yang ao redor da esfera. Acabado os líquidos dos frascos, a Negra foi logo pegando uma das facas que tinha no cinto da Cris.

“[roxa]Agora, para acabar tudo de vez, você têm que pingar as três gotas de sangue bem em cima da esfera.” – explicou lhe entregando a faca esterilizada.

“Qual é a função do sangue nisso tudo?” – perguntou ela já cortando a ponta de um dos dedos.

“[roxa]O sangue de dragão é para reconhecer a natureza que queremos eliminar; o sangue aengel para que a esfera saiba no quê ela deve transformar a atual natureza do Leiftan; e o sangue humano... Humanos possuem uma grande capacidade de miscigenação entre raças que possuem forma humanoide, por isso age como uma espécie de catalisador para facilitar a transmutação.”

“Interessante.” – respondeu a Cris não só à explicação, mas também à reação da esfera ao receber as três gotas sobre ela. O sangue foi imediatamente absorvido pela esfera que passou a brilhar vermelha e, lentamente, a absorver os líquidos ao redor dela.

“[roxa]Cubra a tigela com o tecido que trouxe da lavanderia. Daqui uma hora ou uma hora e meia a nossa esfera estará pronta. Pense em uma forma de fazer o Leiftan assumir sua forma dragônica enquanto eu vou à floresta preparar o terreno para garantir que ele não estrague tudo. Ah! E por garantia, deixe o laboratório trancado e carregue a chave consigo, no caso daquele dragão resolver espionar alguma coisa aqui. Te aviso por telepatia quando eu acabar.”

“Tudo bem. Boa sorte para nós duas.” – disse a Cris terminando de ajeitar o tecido sobre a tigela e já se encaminhando para a estante que fechava o esconderijo com a Negra desaparecendo do laboratório.

Ela terminava de trancar o lugar quando avistou o Leiftan se aproximando pelo corredor. Mais que imediatamente, ela guardou as chaves no busto, dentro das roupas. Leiftan travou no lugar ao ver isso e assumindo uma expressão de desgosto.

– Tudo isso é para que eu não veja a sua poção? – perguntou ele com indiferença enquanto ela se aproximava das escadas.

– Daqui uma hora, uma hora e meia ela fica pronta. Só quero ter certeza que a sua curiosidade não vá acabar estragando ela. – respondeu ela passando por ele, com este lhe agarrando o antebraço.

– Está bastante atrevida, não acha não? – perguntou ele ainda a segurando.

– E você está sendo bruto. Até onde sei, um anfitrião não machuca os seus convidados. – insinuou ela ao tentar se soltar já que ele a machucava. Leiftan veio a reparar o pequeno corte no dedo dela.

– O que houve no dedo.

– Me cortei. Já estou melhor. Dá pra me soltar agora? Vai ficar marcado se você continuar desse jeito. – ele apenas a observou milimetricamente, fazendo-a engolir seco, antes de lhe responder.

– Vem comigo. – arrastava-a ele consigo. Foram até a enfermaria.

Lá, ele cuidou do machucado dela e ainda a examinou mais ou menos para conferir se não havia outros ferimentos que pudessem precisar de cuidado (e com ela de guarda alta), não achando, deixaram a enfermaria.

– Leiftan... – chamava ela – Seria pedir muito que me contasse mais sobre você? Pois, tudo o que eu sei é que você é um necro dragão e que cuida sozinho dessa cidade inteira. Eu não te conto mais sobre mim porque estou desmemoriada. Eu... posso saber mais de você? – pedia a Cris na intensão de descobrir como fazê-lo sair da cidade com ela e ainda convencê-lo a assumir sua forma dragônica.

– Acaso você me contaria de você mesma caso se lembrasse? – perguntou ele com um sorriso sínico.

– Eu não sei, talvez... “Principalmente se o convencer a fazer o que eu preciso que faça” – terminava ela em pensamento.

– Tudo bem então.

Em um dos bancos presentes na sala das portas, ele lhe contou um pouco de sua vida quando ainda estava na Terra, se resguardando sobre tudo o que viveu durante e depois do controle de Callum para evitar que ela decidisse fugir de Eel (coisa que, se ela o fizesse, ele a trancaria em uma cela. Isso se não a acorrentasse junto do Cristal). E a mulher, ao mesmo tempo em que ele pode notar claramente o medo dela, também pode notar uma grande fascinação dela por ele.

“[roxa]Já acabei Cris! Tente trazê-lo!” – Cris ouvia o chamado da oráculo e começou a pensar como levar aquele ser consigo – “[roxa]E não esqueça de trazer a esfera com você!” – o pequeno aviso a fez ter uma ideia.

– Leiftan, acho que vou dar uma olhadinha em minha poção para conferir se ela já está pronta, se incomoda?

– Não, fique a vontade.

A Cris subiu correndo até o laboratório e trancou a porta para caso o Leiftan resolvesse entrar enquanto ela estava mexendo com a esfera. Voltando ao esconderijo, a bola (agora parecendo um diamante que brilhava em azul) havia terminado de absorver todo aquele líquido em que estava semi mergulhada. Não ficou uma só gota dentro da tigela. Ela envolveu a Esfera com o cetim e começou a fechar o lugar. Leiftan a aguardava do lado de fora.

– Ficou pronto finalmente? – perguntou ele com o olhar fixo no embrulho que ela segurava.

– Quase. – mentiu ela – Ainda ficou faltando só uma coisinha que não encontrei em canto algum da cidade ou da Torre. – ele a olhava desconfiado – E acho que posso encontrar esse último item na floresta. Você... me deixaria ir? Pode me acompanhar se preferir... – Leiftan refletiu um instante.

– Você me deixará ver a conclusão do que veio fazendo todo esse tempo? – a Cris estava apreensiva, mas assentiu – Então iremos juntos.

“[azul]Leifthanatos...”

 

 



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