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História As quatro estações - Prólogo


Escrita por: Walflarck e Lysedarcy

Notas do Autor


Essa fanfic é uma outra versão de Closer... Não sei se vão gostar, mas aqui vamos nós.

Boa leitura!

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction As quatro estações - Prólogo

Amanhã do dia 25 de Agosto poderia ser mais uma como outra qualquer para o aluno do colégio AlianceBenson Jacen Organa Solo, ou simplesmente, Ben. Conhecido por sua timidez, retração e distanciamento dos outros alunos, o rapazote com um aspecto um tanto nerd, não tinha tanto problema quanto a encarar seus professores ainda que falar com os docentes para defender teorias muito sagazes nas aulas causasse nervosismo a ponto de provocar gagueira.

Naquele dia em específico após a aula de Luke Skywalker – o professor de biologia –, como de costume, o rapaz se direcionou para onde haveria a aula que achava menos interessante, literatura. Não estava com pressa embora tivesse de colocar seus livros no armário e coletar outros em seguida, já havia calculado bem o tempo sempre ao olhar para o seu relógio preto em seu pulso.

Atravessou parte do prédio C onde eram abrigados os gigantescos laboratórios experimentais de ciência, pegou o elevador que direcionava para o bloco H de humanas e foi caminhando tranquilamente enquanto folheava de modo distraído uma revista de biólogos que lhe fora presenteada por Luke minutos antes. O professor sabia de sua paixão e esperava que o menino prestasse em breve a faculdade de biologia, já que estava prestes a terminar o colégio dentre alguns curtos meses.

Neste meio tempo, lendo o material extenso sobre a vida marinha com muitas descrições e ilustrações curiosas sobre as tartarugas e os tubarões martelo nem se apercebeu do que estava a sua frente. Entre a leitura que realizava de cabeça baixa já na saída do elevador andando no corredor que levava para a H-32, não viu que havia alguém parado a frente da sala e assim o nerd simplesmente cruzou o espaço esbarrando-se a figura que bloqueava sua passagem. Bateu em seu braço inconsciente e derrubou tudo que este outro alguém possuía.

O barulho dos objetos caindo fora ensurdecedor ao chegar ao solo, e talvez metade das pessoas, tanto de fora como de dentro da sala tivessem voltado suas atenções para as duas figuras errantes que foram obrigadas a interagir.

Ben foi o primeiro a se agachar largando a revista que segurava, tentando ajudar a dona dos objetos que viu de relance a apanhá-los. Eram imensos exemplares de livros de literatura bastante extensos e que por um momento despertaram nele curiosidade.

– Me desculpe não foi minha intenção que... – E a mulher o olhou de modo breve por segundos e pela primeira vez reparou em seus olhos e em sua face de fato.

A importunada mulher era linda, e possuidora de cabelos longos e escuros. Tinha uma face pequenina, não exatamente muito fina como a maioria para ser harmoniosa, mas bastante charmosa aos olhos nervosos e observadores do aluno que a mirava por detrás das lentes dos óculos vasto que usava.

– Biologia marinha? – Indagou a Ben quando no meio da confusão, a mulher localizou a revista dele próximo a um dos livros que estavam no chão.

– Sim – ficou por um curto período incerto sobre se isso era ruim ou bom para ela. – É um presente – comentou desconcertado já pegando a revista rapidamente de modo tímido e enrolando para guardar entre as roupas. – Estes são os seus – indicou os livros. – Eu acho que consegui juntar todos... Desculpe...

A mulher pegou os livros empilhados repondo-os nos braços para se levantar quando ele desajeitado fez a mesma coisa quase esbarrando nela de novo, que soltou um curto suspiro. Era um trapalhão, concluiu tentando ignorar a ação.

– Obrigada... – Não sabia o nome dele por isso a frase deixou no ar que gostaria de saber.

– Solo, Ben Solo. – Se apresentou. Ele teria estendido sua mão caso não tivesse notado algo peculiar na mulher.

Ela era muito alta, usava uma blusa branca social, sapatos de salto pretos e uma saia lápis cinzenta que recaia até a altura dos joelhos. No entanto foi no pescoço que localizou o adorno mais interessante da indumentária do estilo sofisticado, um colar dourado longo que recorria ultrapassando o colo dos seios quase emoldurados. Ben já havia visto um parecido certa vez então presumia que a peça deveria ser muito importante para ela.

O sinal acima das cabeças deu um estrondo alto no segundo seguinte e o rapaz que não sabia o que fazer pareceu voltar a si por essa indicação. Desconcertado se colocou a entrar na sala e deixou um até breve para linda mulher que ficava para trás... Se soubesse o que viria a seguir talvez nem tivesse o feito.

Acomodou-se a cadeira deixando seu material no tampo da mesa e quando olhou para a sua frente, próximo ao quadro, ele se surpreendeu ao perceber que a misteriosa mulher estava parada justamente ali... Onde estava Amilyn Holdo? A professora nunca se atrasava, porque a falta de pontualidade era algo que não perdoava em seus alunos, então o que dirá em si mesma...

– Bom dia – a figura falou após uma breve organização de seu material. – Talvez estejam achando estranha a minha presença aqui como já é esperado, porém devo comunicar a todos que estarei substituindo a professora Holdo neste mês. A Amilyn teve alguns problemas familiares e precisou se ausentar por um tempo, então eu ficarei em seu lugar. Gostaria que minha presença fosse encarada então como um tempo a ser aproveitado de outra maneira e uma nova experiência – sorriu de modo simpático. – Me chamo Rey Johnson, eu serei a professora substituta.

Os olhos de Ben ficaram dançando na figura a frente como se não acreditasse que alguém aparentemente tão jovem poderia ser uma professora, por mais que está fosse uma substituta. Engoliu um seco e continuou a observação.

– Muito bem, eu gostaria de saber o que vocês estão estudando atualmente. Então, alguém gostaria de responder? – E como todos permaneciam encabulados com a presença da nova professora, ela resolveu escolher por si mesma quem responderia seu indago – Você. – disse a Ben compenetrada – Poderia me dizer?

O garoto Piscou algumas vezes perdido, um tanto sem jeito ao fitá-la do outro lado da mesa.

– B-om... – Balançou a sua cabeça num gesto pensativo tentando fazer a memória ser mais rápida do que a vontade de calar-se. – Amilyn explicou sobre as origens da literatura e estava adentrando no conto de Edgar Allan Poe...

 William Wilson? O poço e o pêndulo? Berenice? – Começou a enumerar os títulos que vinham a mente.

– Na verdade ela preferiu começar pelo clássico “The Raven” – ele olhou para baixo buscando uma solução para destravar perante a professora. – Havia passado uma análise como um trabalho...

– Não é bem um conto, “The Raven” é um poema – esclareceu a pequena confusão de Ben. – Mas é muito interessante, aliás, qualquer título do Allan Poe é bastante intrigante. – Johnson pareceu concentrada ao conversar com ele e ao mesmo tempo dizia isso como uma explanação para a própria turma. – Bom, mas já que a professora Holdo indicou uma análise, então Comece pela sua, por favor. – Indicou com brevidade ao rapaz que piscou algumas vezes. – Algum problema Mr. Solo? – Percebeu que ele demorava a reagir.

– N-ão... – Gaguejou arrancando uma pequena risada da turma que procurou ignorar como o rotineiro – Comecei minha análise pela parte do contexto histórico. Tendo em vista que nossas obras independentes da literatura européia começam no romantismo dentro dessa vertente com Allan Poe, acho que sua importância se estende de duas formas: Primeira o ganho da identidade do período romântico americano e a segunda a exploração de um gênero que até então era inexiste... Ficção policial, mas engraçadamente em “The Raven” ele não dialoga com isso. É mais um mistério fúnebre sobre um amor que ninguém consegue compreender de onde surgiu.

– É isso que está julgando? Um mistério apenas?

– Talvez... – Respondeu ele incerto, já sentindo que pela fala Johnson não havia se agradado muito de não ter refletido mais sobre o assunto.

Deu um pequeno pigarro e olhado para a face do garoto ainda, falou:

– Isso não é para ser algo preciso, então podemos deixar dessa forma. Apenas me diga qual elemento deste poema chama mais sua atenção Sr. Solo?

– Além das rimas constantes e a musicalidade que isso provoca? Diz em termos de personagem? – Soou incerto. – Não existe muito que se dizer. Temos apenas dois elementos a dividir o protagonismo neste poema, um homem cujo nome não se sabe e que está a sofre por um alguém que não conhecemos seus reais laços, ou seja, Leonora... E claro, o nosso Corvo.

– Diria que ele seria mais que um mero elemento a dividir os holofotes. Pelo tom empregado na peça acharia que “O Corvo” seria mais protagonista do que o próprio homem que está a nos relatar sua chegada – a substituta discursou sua análise particular com naturalidade. – Isso seria um exagero de minha parte? – Observou o resto da turma que estava agora pensando sobre o significado e o simbolismo daquela peça. – Corvos são os visionários do futuro na Grécia antiga e temos vários elementos a indicar essa constante retratação no poema Mr. Solo, principalmente o fato do “corvo” ter pousado em um busto de Pallas (Athenas).

– Corvos são bem nojentos – comentou uma das alunas com certo preconceito. – Eles comem carne de gente morta... Eca...

– Na verdade, os corvos não comem apenas carniça, pois eles são um tipo de ave multifacetada. – Ben defendeu. – São capazes de comer outros pequenos animais e frutas também. As pessoas tem se perdido um pouco com os mitos e os recriminado como criaturas vis.

– Ele está correto. Durante a Grécia antiga os corvos não eram tidos como algo a agourar as pessoas, ao contrário, eles eram criaturas vistas com bons olhos. Inclusive essa ruptura se faz mais em “The Raven”... O seu nome senhorita?

– Eva Brand – falou a menina de um modo presunçoso.

– Muito bem Mrs. Brand. – A professora sorriu como quem tenta amenizar o sutil clima de hostilidade que começa a se estabelecer entre os dois alunos. – Que tal se nós mostrar sua análise agora? – Retirou o foco de Benson.

*

Após o termino da aula, o tímido aluno começou a arrumar seus materiais com um ar um tanto perdido para a professora, que sem notá-lo permanecia a fazer marcações em seus livros. Por uma iniciativa que nem o próprio rapaz entendeu este resolveu se aproximar da mulher e quando deu por si já estava dizendo:

– Obrigado – e a figura mirou-o confusa.

– O quê? – Não havia entendido.

– Obrigado... Sabe... – Procurou as palavras. – Por ter defendido os corvos quando a Eva Brand começou a dizer aquelas coisas. A maioria das pessoas prefere julgar os animais que entendê-los, por sorte você não parece uma delas. – e sorrindo a docente inclinou a cabeça de um modo gracioso se sentindo bastante envolvida pelo comentário inocente do aluno.

Era engraçado como Ben Solo tinha um ar de menino bondoso que não passava despercebido. A professora gostava disso, assim como da timidez que se transparecia em certo articular recatado por parte dele. Não conhecia muitas pessoas assim tão inocentes, e de algum modo isso deixava a mulher levemente intrigada por ele.

– É alguém bastante peculiar Mr. Solo – sorriu para o aluno. Realmente tinha essa mania encantadora que não morria aos olhos do garoto retraído. – Aliás, melhor dizendo, me agradecer por defender os corvos é que é bastante peculiar – confessou sem parecer-se ofensiva, na verdade estava fazendo um elogio sutil.

– Por quê? – Sentiu-se curioso.

– Porque normalmente as pessoas agradecer por uma defesa pessoal, então para mim é notável que seja alguém bastante altruísta... Não estava pensando em você...

– E isso foi errado? – Não queria estar ansioso pelo diálogo, pelas palavras dela, mas ele estava a cada segundo mais envolvido por sua voz e o discurso delicado.

– Não – ela quase riu ao responder. – Isso foi tão gentil de sua parte, quanto ter falado das influencias de Allan Poe com tanto amor durante o resto da aula.

Ele mesmo se estranhou com a observação, nunca tinha prolongado tanto seus discursos ou interferido tantas vezes em uma aula como havia feito naquela.

– Entendo – queria prolongar o assunto, porém não sabia como.

Então as duas figuras ficaram a se encarar como se o assunto não pudesse mais se prolongar, e a mulher de cabelos escuros resolveu soltar um suspiro delongando suas projeções de modo inciente sobre ele.

– Nós vemos na próxima aula Mr. Solo? – Não foi bem uma pergunta embora tivesse soado como tal, a dita frase parecia mais um "fim de assunto", como se Johnson quisesse finalizar a conversa tendo em vista que não havia mais nada a se dizer.

– Claro – concordou perdido, notando que estava atrapalhando-a em seus afazeres. – E quando será mesmo a próxima aula?

Ficou confusa. Não tinha entendido se isso foi um tipo de cantada desengonçada ou mera distração, mas pela forma do rapaz, que a analisava desde sua chegava, ela queria acreditar que parecia mais com um tipo de distração dele... Ou seja, a segunda opção.

– Não conhece seus próprios horários Mr. Solo? – Fora retórica. – De qualquer forma, eu posso entender que esteja ansioso para discorrer mais sobre novos assuntos desse mundo apaixonante que é a literatura, porque eu também me sinto assim – e ele anuiu positivamente finalizando sua interação com ela um pouco sem jeito.

Não poderia dizer o real motivo de sua ansiedade, mesmo porque nem ele a compreendia exatamente ainda, e assim, Benson Jacen Solo saiu da sala com um sorriso “estranho” que tomava os lábios grossos fruto de uma reação facial espontânea, que ocorria ao revisitar a imagem que vinha a sua cabeça... Rey Johnson...


Notas Finais


Espero que tenham gostado e se gostaram deixem o joinha que fortalece o trampo 😍❤️


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