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História Bewitched - Jeon Jungkook - Capítulo 15


Escrita por: Euphomya

Capítulo 16 - Capítulo 15


26/07/**

Eu tinha seis anos quando fiz aquele pedido antes de assoprar as velas. Eu não sabia que tinha que dizer em pensamento e guardar no coração. Eu lembro até hoje das expressões de meus avós. Eu sabia que eles contariam aos meus pais. Mas eles não vieram até mim me repreender. No entanto, na manhã seguinte vi minhas malas prontas e minha vó dizendo que eu teria que ir embora. Eu não perguntei o porquê, mas fingi que aceitaria aquilo numa boa. Então, perto do horário dos meus pais virem me buscar, eu fugi. Fugi para a floresta. Corri tanto que pensei estar em outra cidade. Eu lembro de ter visto alguém perto daquele lago e, depois, tudo escureceu. Era a partir daí que meu inferno particular iniciaria.

(...)

Conviver com os meus pais foi o pior dos meu pesadelos. Eu não sei o que aconteceu com eles, não sei o que fiz, mas percebi que eles tinham mudado. Às vezes eu pensava que era filha adotiva e que eles se arrependeram de me ter por perto. Mas não era isso. Eu sei que não.
O problema não era só eu. Tinha algo, alguém que eles não citavam. Eu não lembro se me envolvi com gente errada, mas tenho certeza que não. Mike foi meu único amigo a vida toda. Não havia mais ninguém.

Quando fiz quinze anos, tudo começou a piorar. O meu presente foi descobrir que seria uma boneca. A boneca perfeita de meus pais. Teria minha vida controlada até os dezoito anos, mas não permiti. Eu apanhei, sim, mas pelo menos fui privada de fazer apenas uma coisa...


08 de setembro.

Rowgson se indignou quando viu que a página estava rasgada e não poderia mais continuar lendo.

No horário em que acordou, nem ao menos se importou em tomar um banho. E, assim, pensando no que leu mais uma vez sobre os seus pais, ela foi andando até o banheiro.

E se... Não. Não pensaria nisso. Não agora.

Mike havia lhe ligado várias vezes nesta manhã, mas Halley não retornou nenhuma das ligações. Queria estar sozinha para poder falar com Kookie. Ele estava demorando a aparecer.

Olhou para sua caneca de café, o tamava sem leite e desta vez nada de cookies. Então olhou para o vaso de flores sobre o balcão da cozinha. Suspirou entristecida. Ali estavam as duas flores que ela havia comprado. Estavam ficando murchas, mas isso não era um problema, já que Halley poderia comprar outras quando quisesse.

Ao levar a caneca até a boca para tomar um gole do café, Halley sentiu aquele frio pelo corpo todo. Imediatamente soltou a caneca sobre o balcão e olhou para trás.

Estava vazio.

— Oi.

E ela se virou de supetão. Sua mão bateu na caneca que derramou o café, que molhou a sua calça jeans clara que ela resolveu usar por sugestão dele. Era uma linda e cara calça.

— Devia parar com isso.

— Tá procurando o quê?

— Achei. — falou a mulher quase como uma comemoração, se erguendo do chão com um pano. — É pra limpar o café que---

— Café?

Mas Halley nada disse. Estava olhando embasbacada para o seu balcão bem limpinho. Na sua caneca, uma fumaça ia subindo. Era o café que havia derramado quando sua mão virou a caneca. Halley então olhou para sua calça manchada.

— Mas o quê...

— Não foi minha intenção te fazer derramar o seu café — Jungkook falava daquele jeitinho manso que só ele sabia. — Nem te assustar.

Halley confessava que era estranho vê-lo agir desse jeito.

— Ah — fez ela voltando a se sentar naquele banco, ficando de frente para ele. — É só não aparecer mais de repente.

— Isso eu não posso evitar.

— Uhum — ela murmurou pensativa. Olhou para os traços do rosto dele, parando bem naquela pintinha abaixo do lábio inferior. Sorriu discretamente. — Sabe o que eu descobri depois que li aquela página? Que você é o dono daquele outro livro, o que tá trancado.

— Livro...

— Então deve saber onde está a chave, não é?

Jungkook ficou a olhando por um tempo sem dizer nada. Impaciente, Halley o pressionou erguendo suas sobrancelhas em uma silenciosa exigência. Ele suspirou, desviando o olhar.

— E pra quê você iria querê-la, Halley? O livro era meu, sim. E a chave, bem, não acho que vá te ajudar em alguma coisa saber o que está escrito lá.

— Então por que ele está comigo se pertencia a você?

— Você não lembra do que o Mike te contou aquele dia, lá na cafeteria? — ela encolheu os ombros. — Poxa, Halley. Isso foi há pouco tempo.

— JK... — ela sussurrou, logo um lampejo de reconhecimento se estampou em seu rosto. — Ei, nós já nos falamos antes! Mike me disse. Foi lá na editora, Kookie. Você queria publicar um livro lá, mas eu estava enrolando muito.

— É. — concordou Jungkook virando o rosto, como se estivesse desconfortável. — Mas o que importa---

— Mike me disse que eu sumi depois de ir te encontrar. — prosseguiu Halley, tentando olhá-lo nos olhos. Mas Jungkook fugia. — Kookie...

— Não — ele interrompeu no mesmo instante se afastando da cozinha, mas sendo seguido por ela. — Não me pergunte daquele dia.

— Mas eu preciso saber o que aconteceu aquele dia, Kookie. Nós fomos conversar sobre o seu livro, você sumiu, eu sumi... E agora olhe pra nós: eu perdi minha memória, e você... você está assim, aparecendo e desaparecendo, feito um---

— Não diga a palavra. — ele a cortou de repente, surpreendendo-a pelo tom que usou. — Não diga.

Halley franziu o cenho, estranhando-o. Estavam parados no meio da sala, em frente à um dos sofás; Jungkook de costas para ela, e ela bem atrás dele.

— Eu só...

— Por isso que eu sugeri a você que só lesse aquelas páginas no fim do dia.
— ele se virou para ela e deixou um riso fraco escapar por entre seus lábios. — E hoje? O que descobriu hoje? O que estava escrito na quinta página? Começou o dia mal, Halley?

Halley baixou o olhar.

— Olha — continuou Jungkook, balançando a cabeça. — Não importa agora o que aconteceu aquele dia. Sim, é verdade que só aconteceu isso comigo e isso com você depois daquela encontro, mas Halley, olha só pra você. Me diz, do que vai adiantar você saber das coisas agora se não vai poder fazer nada estando neste estado?

— Mas precisamos fazer alguma coisa. — Halley soa inconformada.

— Você vai saber de tudo — assegurou ele. — Mas não de uma vez. E acredite em mim, Halley, o que te espera não é nada bom. Aproveite que ainda não sabe da pior parte.

— Pior parte? — repetiu ela erguendo os olhos do chão. — O que quer dizer com isso?

Jungkook olhou para o lado passando a mão no cabelo em frustração. Olhou o sofá e depois para ela, que logo entendeu o seu pedido silencioso.

— Você sente algo que não consegue explicar quando está lendo aquelas páginas? — questionou Jungkook depois que se acomodaram no sofá.

— Agora que você falou... Eu sinto, sim. É um perfume — Halley falava olhando para a tv desligada e o Jungkook, os próprios dedos. — ...agradável. Às vezes, me sinto tonta e com vontade de dormir, mas não paro de ler até que eu termine. Além disso, sinto falta de alguém, saudades. Mas não lembro de quem.

— Entendo... 

Halley o olhou se sentindo culpada.

— Kookie, você... não tá assim por minha causa, está? Porque se sim, pode se ving---

— Acho que você esqueceu de alguém, mas não das sensações que esse alguém deixou em você. — Jungkook engoliu em seco, sem se atrever a encará-la.

Halley, lerda, não notou.

— Será, Cookie?

Jungkook franziu os lábios em irritação, mas a camuflou. Ele iria repreendê-la por ter o chamado de Biscoito, mas desistiu. Já viu que vai ter que se acostumar com esse apelido ridículo daqui para frente.

— Argh! Eu já sentei num lugar e fiz um esforço para me lembrar de qualquer coisinha que seja para nos ajudar. Mas o que consegui em seguida, Kookie, foi só dor de cabeça.

— Você — disse ele entre uma risada que não conseguiu segurar. — Desculpa.

— Não, tudo bem. Pode rir. Sou uma piada mesmo. — Jungkook negou. — Sabe? Andei pensando: eu tenho muito dinheiro, posso usá-lo para algo útil além das despesas desse apartamento.

— O quê tá querendo dizer?

— Que posso te pagar em troca de algumas respostas. Nos dias de hoje, né, dinheiro tudo resolve. Então se...

— Não me admira você ainda pensar assim — ele sorri, nada surpreso. — Eu não quero o seu dinheiro, Halley.

— Mas...

— Eu já disse que você vai saber de tudo. Só tenha paciência e contenha essa sua curiosidade.

Halley cruzou os braços e limitou-se a fitá-lo.

Jungkook suspirou a olhando com ar de reprovação.

— O que posso dizer é que você, Halley, era uma... boa pessoa. Mas conheceu ele. Agora, eu...

— Ele quem? — esbravejou Halley, insistindo que ele continuasse. — Diz de uma vez quem é o sujeito! É por causa dele que eu tô assim? É?! Argh! Se eu descobrir que sim, ah, Kookie, você vai ver o que vou fazer. Ninguém tem o direito de roubar as memórias dos outros, como se fosse um simples objeto. Onde já se viu isso? Esse "ele" que você citou, que me aguarde. Vai ver só uma coisa...

Surpreso estava Jungkook. Dava pra ver de longe a fúria de Rowgson saltando de seus olhos.

— Ok — disse ele, impressionado. — Agora mesmo que eu não vou te dizer.

— Espera — exclamou Halley indo até ele. — Quando você vem de novo?

E Jungkook, olhando nada satisfeito para aquela mão dela lhe segurando, perguntou:

— Por que quer saber? — Halley riu sem graça quando ele mesmo tirou a mão dela de perto da sua. — Vai me esperar?

— Não quero me assustar, é por isso.

Mas Halley não sabe mentir.

— É mesmo? — ele arqueou uma sobrancelha.

— Olha, Kookie, é bom que não demore, viu? — disse ela, disfarçando o seu desconforto. — Não quero perder tempo te esperando.

— Mas você vai. — afirmou ele, com um sorrisso presunçoso. — Vai, sim.

— Você...

— Mike tá chegando aí. Então eu vou embora pra deixar vocês sozinhos. Aproveite.

— Kookie...

Quando a campainha tocou, Jungkook sumiu enquanto ria. Halley só não o xingou alto porque Mike já estava do lado de fora lhe esperando. 



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