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História Beyond of life - NCT - (hiatus) - Encontros


Escrita por: tiasjnct

Notas do Autor


Espero que gostem!

Capítulo 2 - Encontros


E talvez eu descubra, um modo de conseguir voltar algum dia...

 

 

Paris – julho de 1782

 

- Mademoiselle Cecília, o cocheiro está a esperando e sua mãe, a Condessa, pediu que eu a apressasse.

- Diga para mamãe que antes que o sol esteja alto, estaremos na casa do Arquiduque – falei rindo das feições indignadas de minha criada, que mais uma vez, naquela ensolarada manhã do verão parisiense, saía de meus aposentos às pressas, só para contar à mamãe minha má-criação.

 

Todos na minha casa estavam ansiosos, menos eu... já era tempo para que isso finalmente acontecesse, mesmo que eu não me sentisse preparada para tal.

Aos 12 anos fui prometida ao filho do Arquiduque de Coislin, Monsieur John Suh. Agora, prestes há completar 17 anos, teria que finalmente ir conhecer meu noivo, para que em duas primaveras, nos casássemos.

Já havia o visto em alguns jantares e festas no palácio, sabia que ele era o meu noivo, assim como ele também sabia quem eu era. Mas por questões de costume da alta nobreza, nunca havíamos conversado.

Ele até que era apessoado, simpático e considerado um homem de muita elegância, mas nada disso me deixava ansiosa para me casar. Sua família havia vindo das Terras do sol nascente, possuíam feições muito diferentes das nossas, cabelos muito negros, pele amarelada e olhos que afilavam nas extremidades. Seu pai havia se tornado arquiduque por já pertencer à nobreza do lugar do qual haviam vindo e aqui, logo estreitaram relações com a família real.

Enfim, em poucas horas estaríamos todos, sentados à mesa do arquiduque e firmando assim, nosso noivado.

 

***

-Cecília, está divinamente encantadora, seu noivo, o Duque de Coislin, ficará fascinado.

 

Revirei os olhos para mamãe e seguimos até a carruagem que nos aguardava. Meu pai, o Conde de Borgonha, já nos esperava impaciente.

 

Ao longe, entre imensos jardins e parreirais, avistávamos o palacete da família Suh. Alguns detalhes da pintura e arquitetura, nos dizia sobre as diferenças culturais entre nossas famílias. Mas esse detalhe, passava-se despercebido propositalmente aos meus pais, já que um casamento com o filho do arquiduque, seria certamente propício para o futuro político do meu pai, o Conde da Borgonha.

Nossa carruagem, entrou finalmente na suntuosa estrada cercada de cerejeiras rosas, que levava até a frente da mansão. Enquanto o cocheiro seguia o caminho e guiava os cavalos até o local de parada, algo me chamou a atenção. Um jovem de porte esguio, cabelos muito negros e roupas simples, estava escovando os pelos de um cavalo. Ele usava calças tradicionais do povo plebeu e uma casaca curta, aberta por cima, quando se virou para nossa direção, pude perceber que suas feições eram extremamente parecidas com as do meu noivo. Uma certa confusão acometeu minha cabeça, mas logo tive que dispersar desses pensamentos, já que a carruagem havia parado e precisávamos descer. A última coisa que percebi, foram seus olhos nos seguindo atentamente.

 

- Monsieur, Mademoiselles, o Arquiduque de Coislin vos esperam.

 

*****//*****

 

Chicagojulho de 2018

 

- Helena! Anda logo ou eu chegarei atrasada no meu primeiro dia de aula! – criaturinha irritante e teimosa!

- Já vou Alice! Já vou!

 

Minha irmã mais nova, Alice, estava nas nuvens por finalmente começar sua faculdade de cinema e eu, claro, fiquei responsável por levá-la até a faculdade em seu primeiro dia. Alias, eu era a responsável por ela agora, desde que nossos pais permitiram que ela viesse morar comigo em Chicago. Eles continuaram sua vida pacata em Nova Orleans e agora, Alice vivia comigo.

Eu não tinha exatamente muito tempo para ficar perdendo com essas coisas, eu havia me formado há 3 anos na faculdade de Turismo e desde então, cuidava do planejamento e manutenção dos prédios antigos de Chicago. Mas minha doce e irritante irmãzinha, tirava tudo de mim e eu jamais negaria nada a ela. Sinto que por ela, daria a minha vida.

 

-Espero que a senhorita tenha separado tudo! Todos os documentos e material. - disse já pegando as chaves do carro.

-Tá Helena, vamos logo!

 

Alice, sinônimo de ansiedade e impaciência!

 

Seguimos para o carro e rumo a Universidade de Chicago. O trajeto de nosso apartamento até o local seria de no máximo 25 minutos, mas uma obra no meio do caminho, fez a gente se atrasar em mais de uma hora...

Alice estava quase indo andando! Mas a mocinha resolveu que para o seu primeiro dia de aula, uma sandália plataforma, seria o ideal.

Quando chegamos na Universidade, aquela grande confusão de alunos, andando de um lado para o outro, procurando suas salas.

O curso de cinema e imagem ficava num dos primeiros prédios e no terceiro andar. Corremos imediatamente até o local e logo fomos nos informar sobre onde deveríamos entregar os documentos.

 

-Sala 503, procurem pelo chefe do setor, professor John Seo – nos disse um dos alunos, provavelmente veterano de Alice.

 

Chegamos na sala, bati na porta e não havia ninguém...

 

-Vem Alice, vamos esperar – a puxei pela mão e entramos na sala, nos sentando nos bancos que ali estavam.

 

Logo, algo me chamou a atenção. Um amontoado de papéis em cima da mesa, com vários desenhos feitos à mão. Movida plenamente pela curiosidade, me levantei e peguei um dos papéis, para ver do que se tratava. Quando bati meus olhos no desenho, parecia que minha mente havia se apagado... e que nesse momento, eu estava em outra realidade...


 Flashback (visão de Helena)


-Conde, Condessa, jovem Cecília, sejam muito bem vindos à minha casa – o Arquiduque, um senhor alto, imponente, porém extremamente simpático, com olhos muito puxados, cabelos já grisalhos, junto de sua esposa, a Duquesa de Coislin, uma mulher tão bonita quanto as cerejeiras do lado de fora, nos recebiam em seu palacete - Jungwoo, chame por John, por favor.

 

Ao chamar seu criado, de nome estranho e incomum, olhei repentinamente para ver quem o ostentava. Era o rapaz dos cavalos...

Por alguns segundos, nossos olhos se cruzaram e pode parecer até uma deselegância de minha parte, mas foi impossível desviar meus olhos claros dos tão negros dele.

Com uma breve reverência, o criado se retirou e foi chamar pelo meu noivo.

Em poucos minutos, um rapaz alto, forte e muito sorridente, apareceu na sala. Sua elegância era mesmo indiscutível, e beleza também. Tão lindamente incomum... assim como o seu criado.

 

-Mademoiselle, é uma honra conhecê-la – falou e beijou a minha mão com delicadeza.

 

Aquele dia havia sido nosso primeiro contato oficial.

 

Naquele almoço especial, onde firmaríamos nosso noivado, o príncipe Mark III, o último na linha de sucessão ao trono, estava presente. Todos da corte sabiam da forte amizade do príncipe e do duque, mas tê-lo no meu almoço de noivado, um herdeiro do trono francês, foi realmente surpreendente.

De imediato, acabei me afeiçoando ao jovem de cabelos castanhos e olhos muito sinceros. Seu riso fácil, especialmente a cada comentário que meu noivo, o duque fazia, acabava alegrando a todos.

Vez ou outra, eu notava uma jovem perambulando entre os cômodos, sempre com olhos compridos de curiosidade. Suas feições delicadas, cabelos cor de mel e baixa estatura, a deixavam extremamente graciosa, e mesmo que usasse roupas simples de plebeus, era certamente, de uma beleza fascinante.

O criado de feições orientais, Jungwoo, estava sempre por ali, servindo as bebidas e à disposição de seus senhores. Algo nele me prendia de uma forma curiosa e intensa... seus olhos eram como imãs para os meus. E ele soube, assim que passou pelo grande espelho redondo de ouro, na parede oposta à mesa de jantar, que eu o encarava obsessivamente. Inevitavelmente, nossos olhos se cruzaram e não se desviaram.

 

Fim da visão de Helena


***

 

Aquele desenho...

 

Uma grande mesa de jantar, com várias pessoas ao redor, todos usando roupas da idade média, roupas esvoaçantes, de membros da corte...

Havia apenas um homem em pé, trajando roupas simples...e um grande espelho dourado, redondo...

 

Aquela imagem me deixou paralisada, tanto que não escutei Alice me chamando, voltei a consciência somente quando um homem alto, provavelmente japonês ou chinês, sei lá, começou a tocar em meu ombro, tentando chamar minha atenção.

Firmei meus olhos em seu rosto e senti algo tão perturbador, que certamente ele notou, entretanto, a maneira doce que me olhou e depois sorriu, me tranquilizou.

 

- Olá, sou o professor John Seo, o chefe do departamento, qual das duas é a aluna?

- Eu! Eu! – Alice levantou-se num pulo e toda feliz se apresentou ao professor de rosto estranhamente familiar – eu sou Alice Berger, aluna do primeiro ano do curso de Cinema!

- E pelo visto, a mais empolgada! E você, é? – falou se referindo a mim.

- Sou Helena Berger, irmã mais velha da jovem ansiosa ali.

- Muito prazer senhoritas, venham, vamos arquivar esses documentos e ir para a aula inaugural, quanto a senhorita Helena, se quiser participar, será muito bem vinda – seu sorriso doce me acalmava, sua familiaridade me fazia sentir bem. Então, ele notou que eu segurava um daqueles desenhos – vejo que gostou de meus rabiscos sem sentido.

-Ah... você que fez? - disse e estendi o papel a nossa frente e a forma com a qual me olhou, fez meu corpo inteiro se arrepiar.

-Sim... é algo que faço desde criança e esses desenhos... enfim, nada demais – disse sorrindo de forma sem graça e pegando o papel das minhas mãos, juntou aos outros que ali estavam.

 

Esse foi o primeiro contato com o professor John Seo...

 

*****//*****

 POV Jungwoo - Versalhes 2018


-Jungwoo! Ei, acorde! - estava no meu horário de almoço e acabei cochilando, sentado num dos grandes bancos de madeira do museu, que agora eu era um dos guias.

-Doyoung! Me deixe descansar...

-Meu amigo, não posso deixar que durma de roncar aqui. Eu sei que você anda com problemas de insônia e que seus pesadelos estão cada vez mais constantes, eu o escuto do meu quarto.

-Não é só isso Doye... estou precisando de grana... além do mais, preciso sair da sua casa. Lá já é pequeno demais até para você.

-Nisso você tem total razão...

-Acredito que até mês que vem já te deixarei em paz, estou conversando com os dois novos estagiários engenheiros, inclusive são conhecidos meus de quando ainda morava em Seul, o museu contratou para ajudar na restauração do local. Eles estão vindo pra cá em alguns dias.

-E esses caras são pessoas boas? Não quero que saia da minha casa e vá morar com qualquer um, não estou te expulsando.

-Acredito que sim, e olha a coincidência, não éramos exatamente amigos, mas nos cruzamos algumas vezes pelos corredores da Universidade de Seul, um deles é canadense, mas de família coreana, o outro é coreano de nascimento. Com essa oportunidade de estágio que apareceu aqui, os dois pediram transferência. Já estou até vendo um apartamento de dois quartos para dividirmos.

-Certo, certo...então senhor guia Kim Jungwoo, prepare-se, tem um grupo de chineses enlouquecidos para conhecer todos os mistérios do Museu da Sala do Jeu do Paume.

-Sim senhor... - levantei-me e segui para recepcionar o grupo de turistas chineses.

 

Desde que havia decidido vir morar na França, por simplesmente me sentir extremamente ligado a esse país, e deixado meus pais e irmã caçula em Seul, eu lutava todos os dias para conseguir me manter. Apesar de ser coreano de nascimento, eu me considerava quase um francês nato, mesmo que as vezes sofresse certo tipo de preconceito. Eu havia me formado há alguns anos em ciências biológicas, porém, ao fazer um intercâmbio pela Europa, me encantei e decidi por fazer o curso de guia de turismo. Me formei com muito esforço e desde então, sobrevivo com passeios guiados, bicos e trabalhos informais.

Kim Doyoung, meu amigo de longa data em Seul, acabou vindo embora comigo, já que era especialista em museus e acabou sendo contratado para ser o curador de um importante museu aqui de Versalhes.

Acabamos estreitando nossos laços, ele me contratou para ser um dos guias fixos do museu e ainda por cima, deixou que eu morasse em seu minúsculo apartamento de um quarto, pelo menos até eu conseguir outro lugar para morar. Ele sabia que eu estava com problemas de grana, mas que agora com trabalho fixo, logo conseguiria me ajeitar. Doyoung sabia também que eu tinha pesadelos... sempre iguais. Não foram poucas as vezes que eu acordei gritando e chorando desesperado, o assustando.

Esses sonhos me atormentavam desde criança, mas desde que eu comecei como guia, especialmente nesse museu, a situação havia piorado. Esses pesadelos sempre envolviam as mesmas pessoas, principalmente um rosto feminino, de uma mulher que com toda certeza, eu havia amado demais.... seus olhos, tão claros como o céu de Paris, sempre banhados em lágrimas...seu corpo cheio de marcas de perfuração... ela sempre acabava degolada e eu, não conseguia impedir.

Enfim, eu não sabia o que fazer para parar esses sonhos, mas a minha vida financeira, nessa eu já estava dando um jeito.

Acabei reencontrando esses dois estudantes de engenharia e agora, ambos estavam vindo para cá, para trabalharem na restauração dos museus. Eles haviam entrado num grupo que eu coincidentemente participava, justamente para procurarem alguém para dividir as despesas de um apartamento.  Mark Lee e Lee Donghyuck... Provavelmente meus futuros novos colegas de casa.

 

***


Algumas semanas depois...

 

- Então, esse apartamento foi um achado! Dois quartos, um bem pequeno e outro que cabe duas camas. Doyoung, será perfeito e você irá se livrar de mim!

- Jungwoo, não fale como se morar com você fosse ruim. Você é meu amigo há tantos anos e eu sinto que devo... Cuidar, isso, cuidar de você. Sabe que me preocupo com seus sonhos...

- Relaxa Doye, toda essa tensão de mudança e a falta de grana passaram. Me mudo hoje mesmo! Hyuck e Mark já estão chegando amanhã! Obrigado meu amigo, por tudo o que fez por mim até agora.

 

Doyoung me olhou de forma carinhosa, eu não sabia porque, mas ele sempre aparentava que fazia tudo por mim por se sentir em dívida comigo. Só pode ser coisa da minha cabeça...

 

Acabei minha pequena mudança, apenas uma mala de roupas e uns poucos móveis que eu havia deixado guardado num galpão alugado. Minha primeira noite no meu apartamento. Era modesto e ainda dividiria com mais dois, mas já era algo para que eu pudesse me orgulhar.

Depois que jantei e arrumei algumas coisas, fui descansar. Estava exausto...e tentaria dormir bem, já que os últimos meses no sofá velho do Doyoung, foram péssimos. Que meu amigo não me escute.

Foi fácil pegar no sono, o cansaço e a felicidade por estar conseguindo minha independência, me deixavam feliz.

Porém....

 

- Cecília! Cecilia! John... Irão matar a Duquesa! Minha irmã.... Catarina está lá, mas as duas.... Por favor John! Por Deus!

- Jungwoo... Não há o que fazer... Ambas estão mortas... E agora é nossa vez...

 

E um golpe de espada me atingiu, certeiro, frio e mortal...

A última coisa que vi, foram os olhos lacrimejantes do Duque...

 

 

 

 

- Deus.... – acordei sobressaltado, suando... Então a mulher que eu sempre sonhava tinha um nome... Cecília...


Notas Finais


E então? Gostaram?
Pode parecer confuso no começo, mas logo as peças irão se encaixar.

Essa história passa em tempos diferentes, entretanto, os personagens são os mesmos.
É um assunto delicado e forte, reencarnação é algo muito complexo e eu não sou especialista.

Outra coisa, uma das vidas passadas aí apresentadas, acontece na França pré Revolução, anos entre 1780 a 1790. Os ducados e condados são heranças da corte, para membros reais, porém, para fazer sentido a história, coloquei como sendo títulos ganhados ou adquiridos.
Mais um detalhe importante, nessa época não eram comuns asiáticos espalhados pelo mundo 😅, mas nessa fic temos sim hahahhaa

Só algumas explicações pra essa história louca ficar compreensível para vocês.
Loucuras a parte, espero que estejam curtindo hehehehe

Obrigada❤


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