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História Boca de Bêbado não tem Dono - Ele odiava


Escrita por: Yaoishi

Notas do Autor


Provavelmente vai estar sem formatação essa droga, por eu estar postando pelo celular PORÉM, amanhã vulgo hoje, dou um jeito de arrumar é isso

Bjinhos no core e inté lá embaixo ❤️

Capítulo 2 - Ele odiava


Izuku se espreguiçou nos lençóis preguiçoso, resmungando ao sentir seu corpo dolorido em algumas partes; talvez tivesse exagerado demais na noite anterior. Piscou cansado e girou na cama percebendo a claridade mínima que invadia pela janela e o som baixo de música trap ao fundo.

Já deveria estar amanhecendo, a festa ainda estava rolando? Arregalou os olhos no súbito.

Calma.

Izuku se sentou atordoado, observando onde estava. Engoliu seco se lembrando do que tinha feito e rondou os olhos pelo quarto atrás de Katsuki notando apenas o vazio. Ótimo, maravilha, momento perfeito para fugir.

Levantou-se rápido da cama e caçou suas roupas, vestindo-se destrambelhado, mas parando de repente com vontade de vomitar. Tinha esquecido que bebeu o Rio São Francisco e se perguntou se Uraraka havia chegado viva em casa. A vagabunda também não tinha bebido pouco e deveria se lembrar de mandar pelo menos uma mensagem para confirmar se ela estava bem.

Sua mente estava uma bagunça e a única coisa que passava por sua mente era Katsuki, em como as coisas rolaram e puta merda, no quão bom tinha sido; seu corpo se contraiu em êxtase por recordar cada toque e pegada gostosa que o loiro dava em seu corpo; cada beijo e cada arranhão que deixou. Cacete. Ele não poderia ser uma pessoa normal que não se lembrava de nada depois de beber? Que maldição. Deveria estar arrependido, mas ansiou excitado, abraçando o próprio corpo ao fechar a porta atrás de si. Observou os dois lados do corredor silencioso e foi para as escadas, descendo como um ladrão para fugir da mesma forma que entrou.

— Micchan?

Izuku deu um pulo ao escutar o apelido que só o bonde de Katsuki o chamava. Olhou para trás medroso e percebeu Kaminari abraçando o próprio corpo para manter a jaqueta grande o aquecendo.

— O-oi, Den... — Sorriu amarelo, incerto sobre cada movimento.

— Você viu os meninos? — Denki perguntou, voltando a descer e esfregando os braços pelo frio na manhã.

— Não, acabei de acordar — admitiu também descendo as escadas, mas parando no pé pronto para ir sentido à porta.

Kaminari estreitou os olhos, sorrindo sacana.

Midoriya estava com algumas marquinhas bem discretas do pescoço sentido clavícula.

— Você e o Kacchan, finalmente...? — não precisou terminar já que Izuku virou um pimentão. — Caralho, Deus existe — pronunciou aliviado, procurando o restante do pessoal com os olhos, mas a única coisa que escutava era a música baixa e aparentemente tocando para o nada, visto que não tinha mais ninguém.

— Estávamos bêbados, não deve ter significado nada — riu para disfarçar, não comentando sobre o elixir milagroso.

Kaminari se virou com os lábios colados e observando a feição decadente de Izuku.

— Eu não vou comentar, porque não está na minha alçada, mas você conhece o Kacchan melhor do que eu — disse suave tentando levantar o ânimo do esverdeado. — Melhor que qualquer um de nós, não deveria sentir tanto medo sobre o que sente.

— Eu não...

Não conseguiu terminar, já que o barulho de chaves sendo jogadas na mesa foi ouvida. Kaminari correu para a entrada, sorrindo largo ao ver o namorado junto ao loiro.

— Bem-vindos de volta! — saudou animado, Izuku estava bem em suas costas abraçando o próprio corpo. — Para onde foram? Nem percebi vocês saindo.

— Desovar um corpo — Katsuki respondeu seco, afagando os cabelos de Izuku ao passar por ele.

Izuku seguiu o maior com os olhos sem sair do lugar, seu coração martelando cada costela presente em seu peito ansioso, engoliu seco e preferiu permanecer calado até que Katsuki falasse algo.

— Fomos buscar mais sacos de lixo. Os que tinha acabaram — Kirishima respondeu suave, dando um selinho rápido no loiro baixinho.

— Todos já foram embora? — Denki perguntou estranhando e os seguindo para a ala da piscina.

— Katsuki expulsou antes das seis quem havia sobrado — o ruivo entregou o amigo que chiou, pescando com a rede longa latinhas que flutuavam na água.

Bando de filhos da puta preguiçosos, não sabiam nem onde ficavam a porra do lixo.

Agora o aniversariante tinha um presente extra.

O que era bem irônico.

Depois que a casa ficou sem indícios de qualquer festa no final da tarde, os quatro ficaram jogados no sofá, cansados de arrumar e finalmente deixando a ressaca bater depois de cada um tomar um banho descente. Botaram um filme qualquer na televisão da sala e até o momento, nem Izuku ou Katsuki haviam entrado no assunto noite passada.

O que era bom.

Ou talvez não.

Izuku estava na ponta do sofá, escorado e sonolento no braço enquanto apoiava na própria mão fechada. Katsuki estava bem ao lado, porém, em uma distância que Midoriya resolveu respeitar por qualquer que fosse o motivo. Kirishima e Denki no outro sofá, o loiro já cochilando no peito do maior há muito tempo que também dormia.

— Ainda tem energético? — Izuku perguntou sem mover um músculo ainda observando a televisão de plasma.

— Na geladeira — Katsuki respondeu baixo.

Izuku se levantou sem responder, bocejando e entrando na cozinha para abrir a geladeira dupla. Caçou uma latinha de monster e abriu ali mesmo, bebendo exagerados goles antes de suspirar pesado pelo cansaço emocional.

Talvez devesse ir para casa antes de conseguir finalmente dormir. Sua mãe que o perdoasse, mas já havia deixado ela a noite toda com o namorado, não era possível que rolava alguma coisa que ele não pudesse ver até aquele horário.

Caramba.

Katsuki não havia dito nada e Izuku também não tinha coragem de comentar sobre a noite passada. Parecia que o silêncio do loiro era pior do que vê-lo reclamar.

Era uma tortura.

— Saco — Izuku resmungou, virando-se ao fechar a geladeira e notando Katsuki na entrada.

— Acho que temos que conversar — disse sério, Izuku querendo golfar pelo susto.

Tossiu fingido e forçou a garganta indo para o armário ao lado.

— Temos? — Meteu o louco, fingindo procurar um copo alto para colocar a bebida e ficando de costas para não o olhar.

— Temos e você sabe que sim. — Ele deu a volta na ilha ficando a uns três passos do esverdeado ainda se esticando no armário. — Que palhaçada foi aquela ontem à noite?

Izuku travou no mesmo segundo, não sabia se ele se referia a bebida, ou a transa, ou qualquer coisa de errado que tivesse feito de errado nas completas vinte e quatro horas passadas.

— Do que está falando?

— Pare de fingir procurar alguma coisa na porra do armário e olhe para mim — discutiu, Izuku fincando os pés retos no chão, mas desviando os olhos, e medroso demais para falar algo. — Foi perigoso, muito perigoso a merda que você tentou fazer. O que tinha na cabeça?

Agonia. Aflição. Desesperança. Medo.

Izuku conseguia citá-los em ordem de importância se tivesse tempo. A questão era que Katsuki estava irritado e, Izuku não conseguia se explicar devidamente sem que contasse a verdade.

— Desculpa... — falou chocho, largando a latinha e cruzando frouxo os braços.

Deveria estar arrependido, certo? Então por que sentia como se não?

— Não importa se você ama uma pessoa nesse nível, não se deve confiar nela até que tenha certeza de que ela sinta o mesmo — Katsuki repreendeu, Izuku sentiu vontade de rir ao finalmente encarar o loiro estressado. — Você teve sorte de eu ser o único a abrir aquela porta.

Izuku revirou os olhos.

— Desculpa te incomodar sobre isso — balbuciou, incomodado levemente por estar sendo tratado como criança. Não era como se não soubesse das consequências. Ele sabia e tinha concordado plenamente com os termos.

E estava tudo bem.

— Você não faz ideia, não é? Do que fez — Katsuki avançou, o prensando contra o balcão e o prendendo com suas mãos em cada lado. Seus rostos ficaram tão próximos que Izuku prendeu a respiração assustado, intercalando a visão entre os olhos fulos dele.

— Eu já pedi desculpas, o que quer que eu fale mais? — foi grosso, mas engoliu seco sentindo as sensações da noite passada atravessarem sua pele como faíscas.

Katsuki encurtou os olhos insatisfeito.

— A verdade.

— Não tem por que eu te falar isso — Izuku revirou os olhos de novo, mas Katsuki fechou mais a expressão, infeliz pela resposta. — Por que quer tanto saber? É pessoal...

Katsuki tirou as mãos.

— Porque sim — respondeu rápido fazendo Izuku rir.

— Porque sim, não é resposta.

— Não me venha com essa agora — Katsuki bufou. — Por que fez isso?

Izuku ponderou alguns momentos, o silêncio tomando conta do lugar.

O clima já estava estranho, o que poderia piorar se contasse a verdade? Perder Katsuki? Fingir que nada aconteceu para sanar um medo cego? Izuku não podia negar que o medo de todas as possibilidades negativas gritava, mas também não saberia fingir que nada existiu como se fosse um nada.

Afinal, tinha sido algo para ele.

— Eu... precisava de coragem... para confessar — admitiu pausadamente e não encarando o loiro. — O elixir seria uma forma de lidar com a rejeição e da dor do momento, mesmo que para a Uraraka fosse só uma forma de esquentar as coisas quando tudo terminassem bem. — Suspirou. — O problema é que eu não esperava... que acabasse bem.

Katsuki se afastou, apoiando as mãos na ilha da cozinha e ainda observando Izuku, atento a todas as coisas que ele dizia.

— Você é um idiota por cair na lábia da cara de bolacha — resmungou desacreditado e cruzando os braços em seguida.

— Mas — Izuku frisou, finalmente fitando o loiro que se calou de novo — eu não me arrependo de ter tomado. — Katsuki franziu o cenho. — Se eu não tivesse feito isso, não estaríamos aqui, eu sei, mas ao mesmo tempo eu não teria... tido a melhor noite da minha vida com a pessoa que amo. — Seus lábios prensaram, baixando o olhar assim que percebeu a expressão do loiro mudar — Desculpe o incômodo que causei a você, foi idiotice e prometo que não farei isso de novo. — Izuku se recusou a olhar para Katsuki mais uma vez, esquecendo-se da bebida que tomava e pegando o rumo do quarto para pegar sua bolsa para ir para casa.

Não forçaria o relacionamento deles depois do que disse e com certeza Katsuki não iria querer mais olhar na sua cara por um bom tempo. Triste? Sim, mas Izuku se sentia como se tivesse tirado um peso de suas costas, o que era um tremendo alívio, por finalmente ter falado.

Abriu a porta do quarto de Katsuki e procurou pela mochila amarela, achando-a no canto da parede perfeitamente organizada. Tinha feito isso com a ideia de fugir antes mesmo de ocorrer a declaração, ou se, ocasionalmente, fosse rejeitado.

Deveria jogar na loteria.

Suspirou decepcionado e pegou a mochila, colocando-a no ombro e rezando para que não encontrasse nenhum tarado por estar vestindo um short curto.

Por que tinha que terminar daquela forma? Pensando bem, Katsuki estava certo sobre ele ser um idiota, aliás, quando aquele revoltado de merda não tinha razão? Izuku agora não viveria ao lado dele para saber.

Estava de parabéns.

Bosta de vida, por que merda o ser humano tinha que se apaixonar? Ou por que as coisas não aconteciam como as histórias da Disney? Se bem que sempre tinha o clima ruim no meio do filme para dar certo no final, só que Izuku desacreditava fielmente disso.

Ele não teria um final feliz.

E era isso.

[...]

— Para.

Midoriya travou os movimentos e suspirou tocando os quadris, cansado demais para se culpar de novo por errar o mesmo passo outra vez. Mina já deveria estar querendo matá-lo.

— É a quinta vez, Izu, você tá realmente bem? Você nunca erra nada, amorzinho. — A morena estava claramente preocupada, mas o esverdeado conseguia ver uma pitada de seriedade na voz aveludada dela. — Se você quiser...

— Desculpa. Eu... — A atropelou nas palavras — ...vou pra casa agora, tá bem? Eu só estou um pouco cansado, só preciso descansar um pouco — Izuku disse com os olhos caídos esfregando o rosto para disfarçar a fadiga exagerada, não no corpo, mas na mente.

Katsuki não saia da porra da sua cabeça, e Izuku estava o evitando a semana inteira com medo do que ele queria falar.

Não sabia em qual apostar sobre quem estava o cansando mais.

A correria ao ver o loiro, ou o pensamento no loiro.

De qualquer forma os dois estavam o matando.

Pegou sua bolsa de ombro pesada depois de lavar o rosto e se despediu das meninas, recusando a proposta de Ochako de levá-lo para casa para ele mais uma vez desabafar. Ela se sentia tão culpada, mas Izuku sabia que não era culpa dela, então para que ela não pensasse muito nisso, resolveu não tocar mais no assunto.

Não que não pensasse 24 horas por dia na desgraça que havia feito, mas verbalmente preferiu não comentar.

Chegou em casa e agradeceu por sua mãe ter mais um turno no hospital, seu pai a mesma coisa, portanto poderia gritar o quanto quisesse que ninguém se importaria. Foi direto para seu estúdio, não queria esfriar o corpo, muito menos parar para fazer nada.

Estando sozinho conseguiria se concentrar melhor. Só precisava relaxar.

Encarou o próprio corpo no espelho que ia do chão ao teto, suspirando por ainda se lembrar claramente dos toques, dos beijos e, se concentrasse melhor, das lufadas de ar de Katsuki junto com as estocadas fortes e gostosas contra seu corpo.

Izuku sentiu um arrepio involuntário.

Precisava pensar em outra coisa.

Pegou seus fones na bolsa e os encaixou nas orelhas, escolheu a playlist e fechou os olhos, dançar sempre o distraia, o problema era que sua mente estava o distraindo, o que não era boa coisa, sinceramente. Dançou Freak Me, e choramingou por se lembrar de Katsuki pastando para aprender a dança só porque Izuku havia o implorado para que dançasse consigo, pelo menos a música era animada. Depois Restroom Occupied e foi quando finalmente começou a se soltar, fechando os olhos para entrar na música enquanto erguia os braços para ir até o chão, repetindo o processo, ele amava aquela música, porém a opinião não era mesma com a próxima.

Do What It Do era a pior coisa para dançar no momento, além da letra lembrar o que Izuku queria esquecer, a coreografia tinha sido a mais rápida que Katsuki aprendeu, além do fato de os dois se tocarem em algumas partes.

Merda.

Não tinha coragem de passar para próxima. Reiniciou a música e respirou fundo, mantendo os olhos fechados para lentamente se inundar com as lembranças. O ritmo era muito bom e seus tênis desenhavam o chão com os passos, droga, quis chorar na parte em que deveria tocar o loiro, pelo menos não eram muitos passos assim. Girou e saltitou, foi de um lado para o outro e deu um passo curto para trás onde teoricamente Katsuki o tocaria na cintura, ele se abaixaria e Izuku se viraria para rebolar.

O problema foi quando alguém realmente o tocou.

Izuku deu um pulo com o susto e bateu no corrimão grudado no vidro, gemendo com a dor que gritou em suas costas.

— Merda, o que faz aqui? Faça a droga de algum barulho! — Izuku tirou os fones dolorido – e em sua maioria vergonha – ao ver o loiro parado o observando.

— Eu fiz, mas você não ouviu — Katsuki respondeu tranquilo.

Izuku odiava quando ele vestia regatas alongadas, Deus, como odiava. Ele parecia ficar dez vezes mais sexy do que geralmente era.

Izuku realmente odiava.

— Como entrou? — Seus olhos encurtaram, porém não se lembrava de ter trancado a porta da frente, ou sequer o portão.

Katsuki só girou a chave no ar com o dedo indicador.

Izuku também odiava ser amigo de infância dele.



Notas Finais


E o extra vai ter um extra? Opa, eu amo YCIYCCOYOYCO não me odeiem, pls só iria demorar muito pra eu postar esse capítulo definitivamente completo, por isso decidi postar para a vibe dessa fic não terminar em mim itigxxigigxig

Espero que tenham gostado, muitos bjinhos no core ❤️❤️


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