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História Cacos Quebrados - Eu o perdi


Escrita por: havaianas

Notas do Autor


VOLTEI! Tudo bem com vocês, amores? Espero que sim! Muito obrigada pelos comentários e favoritos, de verdade.
BOMBA! É isso o que teremos no capítulo, e já digo, é narração da nossa bichinha Gomez.
Como eu disse no capítulo passado, agora é o momento presente da história, passaram-se 6 anos desde que Selena foi embora.
AGORA A FANFIC TEM TRAILER!!! E TA MARAVILHOSO, O LINK TA NAS NOTAS FINAIS! Quem fez foi minha amiga Ari (@teller). Obrigada meu amor <3
Boa leitura!!

Capítulo 6 - Eu o perdi


Fanfic / Fanfiction Cacos Quebrados - Eu o perdi

"Parece que foi ontem que vi seu rosto

Você me disse o quanto estava orgulhoso

Mas eu fui embora

Se eu apenas soubesse o que sei hoje...

Selena Gomez — Ponto de vista — Atualmente.

É estranho estar de volta ao lugar em que passei minha vida inteira. Eu amava essa pequena cidade, e por muito tempo, ela fora o motivo da minha felicidade. Mas agora, enquanto observo a casa que cresci, tudo parece me corroer por dentro. Não que eu esteja infeliz em estar aqui, mas quando lembranças que você quer apagar mais que tudo insistem em voltar, tudo parece se tornar horrível demais para suportar.

A porta da frente se abre e meus olhos logo encontram com o da minha mãe que apesar das circunstâncias, me recebe com um sorriso no rosto.

— Ah, querida! — desce as escadas da varanda sorridente e me abraça. — Eu falei que você não precisava se preocupar.

Aperto-a em torno de mim fechando os meus olhos. — Mamãe... — sussurro baixo. Me sinto horrível por não visitá-la em tantos anos. Me sinto horrível por faze-la achar que eu não me importava mais com a minha família. Me sinto horrível por estar aqui por um motivo tão desastroso, e não porque a amo. — Eu sinto muito — engasgo em um soluço.

— Tudo bem, amor — afaga meus cabelos. — Tudo bem...

Então eu desabo em lágrimas, porque sei que mais uma vez, eu estou prestes a perder tudo de novo.

— Eu sinto tanto, mamãe — soluço enquanto ela segura meu rosto entre suas mãos. — Eu não queria abandonar nenhum de vocês — nego. — Mas foi tão difícil... Tão difícil!

— Shh — encosta sua testa na minha. — Você sempre será minha garotinha Selena, eu sei que você deve ter seus motivos para fazer o que fez, jamais culparia você por algo.

— Eu senti sua falta — digo. — Todos os dias.

Ela sorri, mas posso ver em seus olhos a tristeza. E isso é algo que eu nunca me perdoarei, ter escondido as coisas das pessoas quando elas poderiam ter divido a dor comigo também, porque sei que faria parte da vida delas.

— Vamos entrar — me puxa para a varanda. — Seu pai irá chegar do trabalho logo e Teddy está no vídeo game. Eles sentem sua falta.

Reprimo o choro mais uma vez. — Eu também senti falta deles.

Quando entramos em casa, um flash me atinge. Sei que é a mesma casa, mas tudo está diferente. A sala não é mais da mesma cor, e os moveis parecem novos e modernos. Olho ao redor buscando algo que eu lembre, mas não há. Tudo mudou, e me pergunto o quanto.

— Vocês reformaram a casa — observo. — Ficou bonito.

— Obrigada querida — sorri. — Nós não saberíamos fazer isso, foi Abby. Ela se tornou uma decorada. Lembra-se dela?

Assinto levemente. — Ela fez um belo trabalho — admito apesar de nunca ter gostado dela. Talvez fosse implicância boba.

— E ela não cobrou nada por isso! — fala animada. — Você está com fome? A viagem foi longa, você deve estar cansada — caminha até a escada. — Teddy!  — grita. — Desça aqui!

— O professor che.... — Teddy para ao me ver. — Selena? — sussurra.

Olho para o meu irmão mais novo com admiração. Ele mudou completamente. Está quase da minha altura, e as afeições de um adolescente. Com certeza faz sucesso entre as meninas, porque sua beleza é indiscutível.

— Hey! — sorrio fraco. — Você não vai me dar um abraço? — questiono sorridente.

Ele caminha relutante até mim. Sei que deve estar confuso, já que a última vez que nos falamos fora por telefone há muito tempo. Teddy para na minha frente e dou um passo abraçando-o.

— É...bom ver você — sussurra baixo.

— É bom ver você também — bagunço seus cabelos. — Você cresceu! Mais uns anos e estará maior que eu.

— Você só vai saber se não for embora de novo — diz.

— Teddy! — mamãe o reprende.

— Está tudo bem — digo para ela, porque sei que ele não fez de propósito.

— Vou para o meu quarto — ele olha para mamãe. — Quando o professor chegar, pode pedi-lo para subir?

— É claro, querido — sorri. — Vou preparar um lanche para vocês.

[...]

A cozinha também está diferente. Parece que estamos em um programa de culinária da televisão, porque é moderno demais. Sentada no balcão, olho ao redor tentando lembrar-me de como era antes.

— Abby fez isso também? — questiono para minha mãe enquanto ela prepara o café.

— Sim! — ferve a água. — Ela faria apenas a sala, porque queríamos um ambiente mais aconchegante, mas seu pai gostou tanto, que pediu para ela decorar a casa toda.

— Entendo... — confirmo. — Por que Teddy precisa de um professor particular?

— Ele está mal em uma matéria e quer entrar pro time de basquete da escola — explica. — Precisa tirar um B na próxima prova, e então o professor que também é treinador do time se ofereceu para ajudá-lo.

— Foi gentil da parte dele — sorrio.

Mamãe apenas assente enquanto termina o café. Mordo meus lábios enquanto balanço minhas pernas observando-a. Sei que preciso confronta-la sobre sua saúde, e sobre como ela se sente. Quero saber o que os médicos falaram, e se ela está se tratando. Dizer que ela não precisa se preocupar com o dinheiro, porque eu cuidarei de tudo. E acima de tudo, quero dar a ela uma explicação do porquê parti sem nunca voltar, mas não sei se ela ainda está pronta para isso. Ou talvez seja apenas uma desculpa, porque no fundo, quem pode não está pronta sou eu.

— Sei o que você está pensando, querida — cruza os braços. Olho para ela como se acabasse de ser pega de uma travessura. — Você acabou de chegar, apenas vamos deixar esse assunto para mais tarde, tudo bem?

— Tudo bem, mamãe — sussurro incapaz de contradize-la.

Ficamos por alguns segundos em silêncio observando uma a outra. Quando os olhos dela piscam em lágrimas, um aperto no coração me atinge.

— Você não pode mais fazer isso, Selena — nega. — Eu e seu pai morríamos um pouco mais a cada dia com você longe — suspira. — Uma ligação há cada dois meses? Você realmente acha que isso era o suficiente? — pergunta. Fico em silêncio porque não sei como começar a explicar. — Você é nossa filha. Nós te amamos, não houve um dia em que nosso sentimento tenha mudado. Mas eu preciso que você me diga, você vai estar aqui para o seu pai e seu irmão? Porque eu preciso que alguém cuide deles, Selena.

— Eu vou mamãe — fungo. — Eu prometo. Nunca mais vou  sair do lado de vocês.

Ela assente. Sei que pode estar duvidando da minha palavra, mas farei de tudo para mostrar que dessa vez eu estou aqui para ficar. E sei o quanto doeu nela me perder por tanto tempo, porque compartilho da mesma dor.

— Como vai as coisas por aqui? — pergunto tentando mudar de assunto. — Você tem notícias de Ashley?

— Ela se casou dois anos depois que se formou — sorri. — É mãe de dois meninos. Às vezes, encontro-a fazendo compras, é uma mulher feliz.

Sorrio fraco feliz por ela. — Com quem ela se casou?

— Ryan — diz. — Ele abriu uma empresa de contabilidade e ajuda seu pai com as contas da oficina. É um bom rapaz. Amanhã é aniversário dele, fomos convidados.

— Estou feliz por eles — sou sincera. — Eles merecem.

Minha mãe fica em silêncio. — Por que ele não veio? — pergunta.

Fico confusa com sua pergunta, até perceber do que se trata.

Brandon.

— Ele... — engulo um seco. — O pai dele está se candidatando para o segundo mandado da campanha, e ele precisou estar junto.

Mamãe assente. — Você nunca fala muito sobre ele — me encara. — E nunca trouxe-o para nos conhecer.

Puxo uma lufada de ar tentando não entregar minha dor ao falar sobre ele. — Ele não tem muito tempo, mamãe — dou de ombros. — Você sabe, com o pai senador, ele precisa ficar perto sempre. Mas ele sabe sobre vocês — afirmo. — Eu sempre disse.

— Bom — assente. — Você sabe, por um minuto achei que você tinha vergonha de nós.

— Não é nada disso! — nego.

Ah mamãe! Se você soubesse que no fundo eu tenho vergonha de mim mesma não falaria uma coisa dessas, penso. Se você soubesse o que me tornei, as coisas que fiz, você seria a única a se envergonhar.

— Agora que você diz, eu sei — ela sorri. — Mas antes, eu não sabia — me olha. — Quando você irá se abrir, Selena? Quando irá contar o que realmente aconteceu?

— Eu não posso, mamãe — sussurro. — Dói ainda, entende? — afago o meu peito. — E por mais que eu saiba que preciso falar disso com vocês, há uma pessoa que merece ser o primeiro a saber.

— Se você está falando de Justin, preciso que saiba de algo, Selena — começa. Apenas a menção em seu nome faz meu corpo tremer. Eu sabia que não podia evitar nada em relação sobre ele assim que colocasse os pés de volta nessa cidade, mas pensar como seria e sentir, é completamente diferente.

— Como... — respiro fundo. — Como ele está?

— Eu não sei se devo dizer — me olha desculpando-se. — Não tenho o direito de falar sobre a vida dele assim, depois do que você fez.

— Por favor, mamãe — imploro. — Eu só preciso saber se ele está bem, por favor!

Ela me olha com pena antes de assentir. — Ele está bem — confirma.

— Ele tem outra pessoa? — dói perguntar isso, mesmo que eu não tenha nenhum direito mais sobre ele e imaginando o quanto ele deve me odiar por tudo.

— Selena, não vou mais responder nada, me desculpe — nega. — Se você quer saber, vá até ele e pergunte.

— Eu não posso! — grito.

— Por que? — questiona.. — Por que você não pode?

— Porque eu sei que o destruí — choro. — Eu sei que ele nunca vai me perdoar, mamãe, não importa o quanto eu diga que sinto muito. Eu posso implorar pelo perdão dele, mas no fim, não importa o que eu faça, nada mudará o que fiz — digo. — Mas como eu podia dizer a ele que o que fiz me tornou um monstro? Eu poderia ter voltado como se nada tivesse acontecido, mas ainda assim, iria me corroer por dentro esse segredo — fungo. — Se eu contar, eu vou destruí-lo de novo, mamãe — abaixo a cabeça. — Não posso fazer isso — nego. — Não posso.

— Você nunca vai saber se não dizer — minha mãe se aproxima e segura minhas mãos. — Aquele menino te amou desde que você era uma garotinha, Selena. Você não estava aqui para vê-lo quando partiu, mas eu estava. Ele parecia apenas existir, mas não vivia mais, entende? — me olha. A imagem de um Justin sofrendo por minha causa me assombra. — Eu vi aquele menino passar dia após dia pela frente da minha casa com a esperança que você estivesse de volta. Eu vi ele com os olhos vermelhos de tanto chorar, e vi quando apenas em escutar o seu nome fazia-o querer morrer — suspira. — Se você precisa dizer algo a ele, apenas diga Selena, e deixe-o decidir se quer perdoa-la ou não.

— Ele não vai me perdoar — fungo. — Como ele poderia mamãe, quando nem eu consigo me perdoar?

— Deixe-o decidir isso — limpa minhas lágrimas.

O som da campainha ecoa fazendo-me dar um pulo de susto.

— Acho que é o seu pai — sorri.

— Pode deixar que eu atendo — tento mudar minha expressão e desço do balcão ansiosa para vê-lo.

Corro até a porta da frente e abro com um enorme sorriso que logo se desfaz. O homem a minha frente está olhando seu relógio no pulso, mas logo que levanta o rosto para me olhar, parece estar em choque.

— Justin... — sussurro. Quero pular nos braços dele e dizer que não deixei de pensar nele um minuto sequer.

— É o seu pai, Sele... — minha mãe surge atrás de mim. Justin ainda está me olhando, e não sei dizer o que se passa em sua cabeça. — Olá, Justin — pigarreia. Ele olha para ela e de volta para mim.

— Diga para Teddy que não poderei ajuda-lo com a matéria hoje, Sra. Gomez — passa as mãos pelo seu cabelo enquanto dá um passo para trás, me ignorando completamente, como se eu nunca existisse, então ele vai.

Mas não antes que eu enxergue a dor em seu rosto e a aliança em seu dedo. E é quando eu sei, que não importa o quanto eu me arrependa das escolhas que eu fiz, nada jamais será como antes ou parecido. Porque eu o perdi no dia em que matei nosso bebê e escolhi deixa-lo para sempre. 

Você me diria que eu estava errada?

Você me ajudaria a compreender?

Você está me observando?

Você está orgulhoso de quem eu sou?

Não há nada que eu não faria para ter apenas mais uma chance

De olhar em seus olhos

E te ver retribuindo o olhar."

Christina Aguilera - Hurt


Notas Finais


Link do trailer: https://youtu.be/6Cx7mDOdyks

Espero que tenham gostado, desculpem qualquer erro. Quero suas opiniões, eu sei que muitos vão espernear kkkkk. Prometo tentar voltar logo <3
Beijos e até logo!


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