História Cassandra - Trick or treat?

 ‘’Eu não me esforço quando algo é fácil

Me esforço quando é difícil

Garota, eu nunca acreditei no amor

Até ter o seu

Isso é mais que algo passageiro

E não estou me precipitando

Não tenho medo de dizer

Que você é a única

Aquela em quem penso quando acordo

A pessoa para quem eu corro quando me sinto mal

A vida fica boa quando você está por perto

Garota, ninguém do passado consegue ser melhor que você.’’ ― Justin Bieber feat Cody Simpson (Home to mama)

Point Of View Justin Bieber. 

Estados Unidos, Seattle 17 de outubro de 2018.

O Jeremy não tem que se intrometer na minha vida para nada, no momento em que decidi sair de casa, foi justamente para que ele não se envolvessem em nada relacionado a mim. Ele já atrapalhou demais a minha vida e por causa dele, eu fiquei um ser humano estragado e absorvi tudo o que eu escutava ele falar: que dinheiro era mais importante que tudo, está um passo a frente era o que importava. Que devemos prezar a família acima de tudo, mas isso, ele nunca fez, apenas mantém isso de fachada nas entrevistas em que dá. E hoje, eu aprendi que dinheiro e status não é tudo o que precisamos nessa vida. Ter alguém para nos ouvir quando precisamos. Saber que temos uma pessoa que vai está por a gente quando menos merecemos, um alguém que sempre para para nos ouvir e que acredita na gente, é o essencial da vida. 

O amor é o essencial, ele move as coisas e verdadeiramente transforma vidas. 

E a Cassandra, conseguiu me trazer de volta e eu jamais vou deixar com que aquele antigo Justin volte. 

— Me responda! — grita furioso do outro lado da linha e eu apenas respiro rapidamente saindo de meus pensamentos.

— Eu não tenho nada para lhe dizer!

— VOCÊ TEM! QUE PORRA DE HISTÓRIA É ESSA QUE VOCÊ ESTÁ TRABALHANDO PARA O KENNEDY ROSS? — rosna do outro lado da linha — VOCÊ JÁ LEU OS JORNAIS DE HOJE? É O ASSUNTO DO DIA ‘’O FILHO DO JEREMY BIEBER, UM DOS MAIORES EMPRESÁRIOS DE SEATTLE, TRABALHA PARA O ROSS.’’ 

Aperto os meus olhos, controlando-me o bastante, mas acredito que esse equilíbrio não irá durar por muito tempo.  

— Eu trabalho para quem eu quiser, Jeremy! — elevo o meu tom de voz e olho para a Cassandra que me olha apreensiva — No momento em que saí de sua casa, foi justamente para isso… Pra viver a minha vida! Eu não esqueci das palavras que você me disse. Que se eu quisesse seguir mesmo com essa história de ser pai, que eu ia ter que aprender a conviver por mim mesmo, porque você não ia me ajudar em nada. Você tentou até mesmo me manipular, dizendo que bloquearia todos os meus bens e assim fez — sinto a raiva me consumir — Não está satisfeito? Eu estou aprendendo a viver por mim, eu não tenho mais nada vindo de você, desde que saí, não precisei de você para nada e estou vivendo a minha vida, ou melhor, tentando viver a minha vida em paz.  

— Eu lhe ofereci um emprego na nossa empresa no jantar em que decidi fazer para nos reconciliamos — relembra, e eu tenho certeza que teve dedo dele no meio para que eu não conseguisse nenhum emprego durante aquele tempo, porém daí, o Kennedy foi espero e resolveu dar um trabalho ao filho de seu concorrente, já que estava tão necessitado assim.

— Simples, eu não quis — soo duro, porque eu não acredito nessa mudança dele  — Eu não quero nada vindo de você! 

— Você é o meu filho! — ouço um barulho de coisas quebrando do outro lado da linha, mostrando que ele está realmente uma fera, e já era de se esperar isso, o meu pai odeia ser contrariado, odeia quando as coisas fogem de seu controle — E como meu filho, você vai pedi demissão na droga desse emprego. Eu vou lhe dá uma semana para você acabar com essa brincadeirinha de trabalhar na empresa concorrente. Isso não vai pegar bem para mim. Você como um Bieber, deveria me apoiar e fazer de tudo para a nossa empresa crescer. Mas daí, o que você faz? Na primeira oportunidade você passa para o lado oposto querendo me derrubar.

Respira pesadamente. 

— Ele está apenas te usando para me afrontar — volta a rosna do outro lado — E você caiu como um patinho. Você sempre foi muito influenciável. Sempre foi um moleque bobo e inclusive está sendo enganado por essa bolsista que diz esperar um filho seu — ri irônico — Mas acredito que é apenas um golpe dela para tentar arrancar dinheiro da gente.

— Não fala assim dela! — falo entredentes.

— Eu conheço pessoas como ela... Engravidou de outro, passou uma noite com você e jogou a gravidez para cima do otário que é você — barulho de outras coisas, passam a se quebrar do outro lado — E agora você está trabalhando para ser um bom pai para uma criança que você nem tem certeza se é realmente sua.

Olho para a Cassandra e balanço a minha cabeça para os lados, negando porque se tem uma coisa que eu tenho total certeza nessa vida é que esse filho é meu. Eu fui o único com quem ela se relacionou sexualmente, e isso só aconteceu por meu desejo de levá-la a cama para cumpri a idiota da aposta que aceitei. Se não fosse por isso, ela ainda iria continuar a Cassandra de sempre. 

— Mas você também faz isso para me afrontar. Você adora me ver irritado por conta das burradas que faz! — diz entredentes — Você nunca fez nada certo, Justin! E agora, não ia ser diferente.

— Era só isso? 

— Você vai pedi demissão na porcaria desse emprego e eu vou te ver na nossa empresa na próxima semana.  

— Eu não vou! Você não manda na minha decisão e eu trabalho onde e para quem eu quiser — grito rude — O Ross me deu uma chance quando nenhum outro lugar me deu! Ele viu que por trás dessa minha marra de filhinho de papai, tinha alguém disposto aprender a trabalhar — passo a mão em meu rosto, notando o quando o mesmo está suado — Ele é diferente de você, consegue ver o melhor em mim e acreditou na minha força de vontade, coisa que você nunca seria capaz de ver, porque você só enxerga o próprio umbigo, só visa apenas o seu interesse próprio. É só você e você! O Ross, está crescendo e ele vai crescer ainda mais e vou fazer o que  posso para crescer junto com ele. Irei ajudá-lo assim como ele está ajudando-me. 

— Não me atrapalhe mais, Jeremy! — peço — E essa sua ligação só me provou ainda mais que você não mudou coisa alguma — lembro-me da maneira como ele se referiu a minha garota instantes a atrás — Eu só espero que a minha mãe perceba que você está enganando-a, assim como tentou comigo e com a Cassandra. 

Solto o ar de meus pulmões. 

— Você é um traidor! — vocifera — Mas você vai se arrepender de tudo isso e vai voltar chorando para casa quando o seu conto de fadas acabar, isso não vai durar — eu não deixo-o dizer mais nada e finalizo a ligação em sua cara.

Será que vai ser sempre assim?  

Quando eu estou conseguindo arrumar o meu caminho, o Jeremy tenta me atrapalhar. Pela primeira vez na vida, eu estou tentando fazer a coisa certa… Seria tão mais simples se ele me apoiasse na minha decisão de assumir o meu filho. Contudo, é difícil demais para ele aceitar que um Bieber engravidou uma garota que é pobre, bolsista e uma garçonete. Mas engana-se ele que pensa que o valor de uma pessoa, mede-se por conta disso. Eu quando era manipulado pelos pensamentos de meu pai, eu passei a pensar assim, eu cheguei a ser extremamente egoísta e brinquei muito com isso. Mas eu aprendi muito e vi que isso não é e nunca vai ser defeito. Que assim como nós, eles também são pessoas e merecem todo o respeito do mundo.

A Cassandra é uma pessoa incrível e o trabalho dela é tão digno, diferente do meu pai que está sempre querendo está um passado a frente dos outros. Ele queria voltar a me manipular para que eu voltasse a ser o Justin que eu era, mas ele não vai conseguir. Anos atrás, por causa dele, eu quase casava com a Caitlin, porque ele era uma das pessoas que mais me influencia a casar-me com ela, só para assim nos tornarmos ainda mais bem sucedidos e poderosos. De tanta pressão, eu cheguei a pensar que eu a amava ao ponto de levá-la ao altar naquela época, éramos tão jovens e imaturos. Começamos a namorar e com os nossos pais sempre em cima, pensamos em nos casar… E hoje, eu agradeço aos meus avós maternos que me fizeram enxergar que eu não estava pronto para aquilo.

Passo a minha mão diversas vezes sobre o meu cabelo e na outra está o meu aparelho celular.

Levo o meu olhar em direção a Cassandra e ela me olha, mordendo os lábios apreensiva, mas mesmo assim, levanta-se e caminha em minha direção, envolvendo-me em seus braços.

Puxo-a para mim, segurando-me firme nela enquanto tento organizar os meus sentimentos e pensamentos. Suas mãos sobem até o meu cabelo, acariciando e eu me sinto seguro em seus braços. Ultimamente, ela tem visto um lado meu que é tão vulnerável quanto o de outra pessoa no mundo. Eu sou um humano, um tempo, eu cheguei a esquecer isso, mas com ajuda dela, eu consegui trazer isso de volta e vi que está tudo bem em sentir algo, em chorar e  desabafar. Somos feitos de carne e ossos, e nem sempre vamos ser fortes o bastante aguentar todas as coisas sem fraquejar.

― Vai ser sempre assim ― eu sussurro e agarro mais o seu corpo, sentindo o seu abraço ficando cada vez mais apertado. 

― Eu vou está sempre aqui com você ― separa os nossos corpos, segura em meu rosto e olha para a minha face ― Você pode contar sempre comigo ― é sincera, e eu dou um sorriso pegando em suas mãos, beijando-as em seguida.

― Obrigada! ― puxa o meu corpo em direção do sofá, e eu sei que não vamos ter mais cabeça para terminar de ver o filme.

O Jeremy realmente tem o dom de estragar as coisas. 

Ela senta-se primeiro e eu sento, sentindo-a puxar a minha cabeça em direção a si. Deito suspirando baixo, não demora nada e eu sinto as suas mãos entrarem em meu cabelos, onde ela começa um cafuné gostoso.

Point Of View Cassandra Agron.

31 de outubro de 2018.

Último dia do mês.

Esse mês passou incrivelmente rápido. Eu ainda nem acredito nisso, aparece que foi ontem que iniciamos o mês e hoje já iremos finalizá-lo. Não posso deixar de ressaltar que foi um dos melhores. 

Cheio de emoções e revelações.

Eu e o justin estamos bem próximo, esse mês nos deixou ainda mais unidos. Ele tem sido uma ótima pessoa comigo, está sempre preocupado com a gente e sempre que pode, passa aqui quando vem do trabalho. Nos finais de semana, a sua presença nesta casa é sagrada e ele costuma passar o dia inteiro, só volta a noite para a sua. E falando nele, o próprio está se saindo muito bem em seu trabalho, a cada dia que passa, fala-me que vem se destacando e o quanto o Ross está o ajudando.

Eles estão se dando muito bem.

Eu fico tão feliz por ele, ver que ele mudou muito desde que descobrimos que daquela noite em que transamos pela primeira vez, o destino decidiu ligar as nossas vidas para sempre. E essa ligação que agora temos, irá ser eterna. Eu nunca ia imaginar que o Justin seria essa pessoa que é hoje, ele está tornando-se um grande homem e eu tenho a certeza que ele vai ser um bom pai para a nossa sementinha. 

Tenho total certeza que o nosso filho irá ter orgulho de ter um pai como ele. Ele ainda nem nasceu e ele já é super protetor. Eu recordo-me das diversas vezes que ele me liga ou manda mensagem para saber se eu já tomei os remédios receitados pelo doutor. Teve algumas vezes, que eu cheguei a esquecer e ele indicou que eu colocasse um lembrete em meu celular, e realmente está funcionando bem.

 Eu não posso descuidar desses remédios, mas com tantas coisas que estavam acontecendo, isso acabou passando despercebidas algumas meses. 

Nesse mês também o Chaz pediu a Luna em namoro. Eles estão oficialmente namorando, estão em um love total. Eu estou amando vê-los juntos, a relação que eles estão construindo é algo bonito demais. Eu estou tão feliz por minha amiga, por ela ter alguém para poder dividir os seus dias. Após a sua primeira desilusão amorosa, ela fechou-se para o amor, passou a sair para festas e a ficar com pessoas que no dia seguinte ela nem ia lembrar o rosto. Ela era feliz do jeito que era, mas o Chaz conseguiu trazer a nossa Luna de volta e ele a faz tão bem. 

Recordo-me a sua felicidade ao me contar no dia seguinte que havia sido pedida em namoro e que está tão apaixonada pela pessoa que o Charles é. Desde sempre a gente notamos que ele sempre foi o mais centrado de todos eles. Ele queria alguém para ter um relacionamento firme e encontrou a minha amiga, e a tirou da amargura de dizer que não nasceu para o amor.

Às coisas no colégio estão bem tranquilas em relação ao pessoal. A Caitlin também anda muito neutra e não ousou a nos perturbar mais. Semana passada foi o seu aniversário de dezenove anos, ela nos convidou até mesmo para irmos, mas nenhum de nós aceitamos o convite. Apenas ouvimos o relato depois do quanto a sua festa bombou e que foi uma das melhores, não se falava em outra coisa no corredores do colégio a não ser isso. 

Os trabalhos escolares estão sendo puxados, as atividades e avaliações também, mas estou conseguindo deixar tudo sob controle. No meu trabalho, às coisas estão indo bem. Não contei ao meu chefe ainda que estou grávida. Sei que já deveria, porém ainda que a minha barriga de quatro meses não é tão aparente, eu prefiro manter em segredo até quando não conseguir esconder.

O fato de ser bem magra, facilita muito as coisas. 

Ainda deitada por hoje ser uma manhã de quarta-feira, e não ter aula por ser dia trinta e um de outubro. O famoso dia das bruxas. Aqui nos Estados Unidos é uma tradição comemorarmos. Como não tem aula, teremos o nosso baile anual hoje à noite em nosso colégio.

Hoje também é o dia que algumas das crianças fantasiadas passam de casa em casa perguntando: doces ou travessuras? 

Eu e a minha mãe já separamos alguns doces para as crianças da vizinhança aqui. Hoje a minha mãe está em casa, eu ainda não levantei por esta aproveitando que não tem aula e que não irei trabalhar. 

Aproveitando esse tempinho para descansar.

Passo a mão no criado-mudo e pego o meu celular vendo que não tem nenhuma mensagem do Justin, apesar de estarmos muito apegados, essa semana ele está muito diferente, parece muito ansioso. Eu o perguntei o que está acontecendo, mas ele não quis dizer nada e eu decidi por não invadir o seu espaço. Ontem, eu o peguei conversando com alguns de seus amigos e com a Luna e a Sophia, no momento em que eu cheguei, eles desviaram o assunto, eu não gostei muito disso, mas tentei agir normalmente, se eles estão de segredinhos que fiquem. 

Levanto a minha blusa do pijama e trago a minha mão até a minha barriga. Nesse mês, eu me apeguei ainda mais ao meu bebê. Parece até clichê, mas eu não me vejo mais sem ele. No começo, foi um susto por ser uma gravidez inesperada, e eu ser apenas uma adolescente com vários e vários sonhos para serem realizados. Contudo hoje, eu percebo que essa criança é uma bênção na minha vida e na vida do Justin, pois já o mudou tanto desde que descobriu a sua existência. 

Eu amo tanto o meu filho e saber que a gente vai ser apenas um nesses nove meses, enche-me de alegria. 

― Bom dia, sementinha ― acaricio minha barriga, eu estou agoniada, ao mesmo tempo que eu quero que a minha barriga cresça logo, estou amando vê-la assim pequenina. O médico, informou-me que é muito normal isso. Que uma grávida é diferente da outra. Que os nossos corpos se desenvolvem de maneiras totalmente diferentes, e como é a minha primeira gravidez, no início ela continuará bem pequena ― Eu te amo muito e eu sempre vou cuidar de você. 

Rio boba. 

Eu já estou na décima quinta semana da minha gestação. Todo dia acordo e corro para olhar a notificação do app que eu baixei em meu celular para acompanhar o crescimento de meu filho e para deixar-me bem informada sobre a semana a qual estou. Pelas pesquisas que também ando fazendo, eu pude ver que o meu bebê  já pode esfregar os olhos, bocejar e até mesmo piscar. 

O seu tamanho também se assemelha ao tamanho de uma pera.    

Eu fico boba com cada coisa que leio e as informações que absorvo.

O que me deixa mais ansiosa é saber o sexo do bebê. Não vejo a hora de descobrir o que a minha sementinha é, se é um menininho ou uma menininha. O Justin também está muito ansioso com isso e deixou claro que quer está no dia da ultrassom para descobrirmos, ele tem total certeza de que é um menino. Não para um instante de dizer que é o Joe Bieber e não a Amy. Apesar de termos estipulado esses nomes, hoje eu já não tenho certeza se irei colocar mesmo. 

Também estou muito ansiosa para senti-lo mexer dentro de mim. Conforme o  doutor, o meu bebê já começou a movimentar-se em mim desde a oitava semana, mas que eu ainda não posso sentir os seus movimentos e sobressaltos. Falou-me que eu tinha que esperar crescê-lo mais para poder sentir chutar dentro de mim. Deixou-me ciente que por volta da 18° semana, eu possa começar a sentir isso. Que os movimentos iniciais vão parecer que tem borboletas voando em meu ventre. E que com o tempo, quando for crescendo mais os movimentos também vão se intensificar. 

A minha ficha já caiu, mas quando eu sentir essa vida pulsando em mim, eu vou ver que tudo isso é verdadeiramente real. 

Conversando com a minha mãe ontem a noite, ela disse que é uma sensação única quando sentimos o bebê chutar pela primeira vez. Ela ficou até mesmo emocionada, lembrando de quando estava grávida de mim e passou a relembrar tudo. Chegou até mesmo chorar porque queria muito que o meu pai tivesse vivenciado isso com ela, como tinham planejado, mas infelizmente o câncer o levou cedo demais. 

Levanto os meus braços, espreguiçando-me e sinto a minha barriga roncar de fome. Ultimamente, eu tenho comido mais do que o normal. Está grávida realmente aumenta a fome, e ainda mais agora que esses enjoos passaram, permitindo-me eu me alimentar direito e manter o que comi em meu estômago.  

Saio da cama.

Caminho até o banheiro para fazer a minha higiene bucal, porque daqui vou  ir direto para a cozinha procurar algo para alimentar a mim e ao meu filho que já deve está morrendo de fome. Se bem que na madrugada, eu acabei acordando com fome e fiz um lanchinho e só assim, eu pude voltar a dormir tranquila. 

Termino a minha higiene e pego o meu celular. Aproximo-me mais da escada e passo a descer tranquilamente, esperando que o meu celular dê algum sinal de alguma mensagem do Justin. Eu pensei que ele iria passar o dia aqui para irmos juntos para festa, mas não. Quando saímos para comprar as nossas fantasias, eu jurava que isso iria acontecer, porém ele está muito inquieto ultimamente. 

Passo a língua sobre os meus lábios ao sentir o cheiro dos ovos mexidos que a minha mãe está preparando. Vou seguindo o cheiro e quando chego na cozinha é no justo momento em que ela coloca a frigideira sobre a mesa. 

― Bom dia, mãe! ― digo feliz e aproximo-me dela, abraço o seu corpo e deixo um beijo em sua testa.

― Bom dia, minha filha! ― fala mais feliz ainda ― Dormiu bem? ― afasta os nossos corpos para me fitar e eu faço que ‘’sim’’ com a minha cabeça ― E o meu neto? ― indaga, e eu sorrio por ver o cuidado que ela tem com nós. 

― Bem também, vovó ― faço uma voz de criança e sinto quando a mão dela vem para a minha barriga, deixando um leve afago.

Sentamo-nos a mesa e passamos a nos servir. 

Coloco em meu prato os ovos mexidos. Pego algumas panquecas também e encho um copo com um suco natural de laranja.

Vai ser o suficiente para saciar a minha fome.

Dou a primeira garfada e fecho os meus olhos a seguir. Minha mãe cozinha tão bem e eu amo quando ela prepara o nosso café da manhã. Trago o meu copo até os meus lábios e beberico o líquido que desce suave por minha garganta.

— O Justin vem para cá hoje?

― Eu ainda não falei com ele hoje ― levanto a minha cabeça para olhá-la ― Mas acredito que não. 

― Pensei que viria.

― Ele não falou nada, mas acho que vai com os amigos dele ― dou mais uma garfada em meu alimento ― Mas não tem problema não, as meninas vão vir para cá hoje para a gente se arrumar juntas e eu vou com elas.

― Que bom.

Voltamos a conversar em meio a nossa refeição. Eu adoro aproveitar esses momentos com a minha mãe, se hoje eu não fosse sair, com toda a certeza nós iriamos maratonar a sua série favorita.

Estou no sofá jogando um joguinho em meu celular. Depois do café e após ter ajudado a minha mãe aqui nas tarefas de casa. Estico mais as minhas pernas no sofá e ouço a campainha soar.

Levanto-me rapidamente já que a minha mãe está pondo as roupas que levamos no varal para secar. 

Abro a porta e deparo-me com uma garotinha vestida de a pequena sereia, em sua companhia está uma mulher alta que se parece muito com ela, a mesma também está caracterizada, acredito que seja a sua mãe. A menina olha para mim e eu retribuo vendo em seu balde algum dos doces que ela já recebeu aqui na vizinhança.

Por um instante, lembro-me de eu na infância fazendo a mesma coisa com minha mãe sempre ao meu lado.

― Doces ou travessuras? ― ela diz com uma voz super animada e eu caminho até ao lado da porta para pegar os doces para por em sua cestinha.

Elas agradecem e logo saem, deixando-me a sós novamente. Em minha mão sinto o meu aparelho vibrar e rapidamente desço a tela, vendo uma mensagem da Luna.

‘’Já estamos a caminho de sua casa.’’ ― Luna.

‘’Estou esperando vocês.’’ ― Cass.

••• 

As minhas amigas vieram logo pela manhã e nisso nós organizamos tudo certinho. Passamos a manhã inteira conversando, bastante animadas com a noite de hoje. Eu sempre gostei de ir às festas de Halloween no colégio. São sempre muito divertidas e ao lado das minhas gêmeas as coisas se tornam ainda melhores. Sem contar que agora eu tenho o Justin e está com ele é algo maravilhoso também.   

 Apesar de ele ainda não ter me pedido em namoro, eu já nos considero um casal. Nós fazemos coisas de casal, agimos como um e estamos ao tempo todo junto. Eu cheguei a comentar isso com a minha mãe, e ela disse-me que talvez ele queria fazer um pedido especial, por isso não o fez ainda. 

Saio do banheiro enrolada em minha tolha para poder me trocar e colocar a minha fantasia. Eu ano passado fui fantasiada de vampira, foi uma loucura quando eu bati os olhos na fantasia e decidi que seria aquela que eu queria. Mas esse ano, eu quis uma coisa totalmente diferente e algo em que eu e o Justin pudéssemos combinar. O Chaz e a Luna também optaram por escolher as fantasias assim.

Esse ano eu vou vestida de policial.  

O Justin que teve essa ideia, eu estava pensando em ir de Marilyn Monroe e enquanto estávamos aqui em casa, ele passou a pesquisar e viu que essa cairia bem para nós dois. De início, eu achei ousada pelos trajes e acessórios, mas no final acabei gostando muito.  

A Luna corre em direção do banheiro e a Sophia está terminando de se vestir. Ando tranquilamente até a minha cama para começar a se arrumar também.

A festa lá dará início às sete horas. 

Agora são apenas cinco e vinte. Começamos cedo porque não queremos fazer nada as presas ou chegarmos atrasadas.  

Visto as minhas roupas íntimas e caminho para frente do espelho dando uma voltinha. A minha amiga, aproxima-se de mim olhando fixamente para a minha barriga que está só um pouco levemente alterada. 

Apenas sem roupa, nós podemos ver este volume. 

― O neném da tia Sophia está crescendo ― ela diz boba e eu sinto quando a sua mão toca a minha pequena protuberância e faz um afago ― Eu não vejo a hora de te ver ― continua.

― Eu também não vejo a hora de conhecer essa pessoinha que está crescendo em mim.

― Você já é uma mãe coruja, Cass ― ela diz e retira a sua mão lentamente de minha barriga ― Mas eu também não posso negar que eu e a Luna também já somos tias super corujas.

― Realmente são ― relembro-me das primeiras compras que fizemos juntas para o bebê e que foi ideia delas.

Giro os meus pés, caminhando de volta para a cama onde procuro por minha fantasia. Tinha vários estilos, calça, shorts e macaquitos. Eu acabei optando por uma saia rodada preta de couro, a mesma vem até o meio das minhas coxas. Peguei uma blusa da mesma cor e de manga para combinar perfeitamente com o look.  

Deixo os dois primeiros botões abertos. 

Ao está vestida, eu olho-me gostando do que eu vejo. Pego cinto grosso da mesma cor da roupa e coloco em minha cintura, o mesmo vai ser essencial para que eu possa prender as algemas. 

― Uau! ― ouço a Luna exclamar, assim que saí do banheiro enrolada em uma toalha. 

Deixo um sorriso tímido escapar de meus lábios e corro para fazer a minha maquiagem, para depois terminar de montar a minha fantasia. 

Preparo toda a minha pele e decido fazer uma maquiagem escura, por ser noite e para combinar com o que eu estou vestida. Delineio os meus olhos e em minhas pálpebras passo uma sombra preta e em minha boca um batom cor de vinho.

Sorrio amando o resultado. 

Penteio os meus cabelos e deixo-os soltos. 

Volto a pegar as outras coisas também. Prendo as algemas no cinto grosso que está em minha cintura e pego o chapéu preto colocando em minha cabeça. Ao lado de minha cama, eu busco pelos coturnos que eu acabei comprando também. O salto do mesmo é médio o que eleva mais o meu tamanho.

A minha fantasia é toda preta e eu adorei isso.

Ouço uma batida na porta de meu quarto e corro até a mesma para abrir para a minha mãe, encontro-a arrumada.

― Vou sair hoje mais cedo, irei passar na casa de uma amiga antes de irmos até a igreja ― ela diz, olhando a minha fantasia e eu sinto o meu rosto arder ― Nossa, como você está linda! 

Mordo o meu lábio.

― Obrigada, mãe!

― Tenha juízo e se cuida! ― caminha em minha direção e deixa um beijo em minha testa ― concordo com a minha cabeça e logo ela saí.

Entro novamente no quarto, deparando-me com as minhas amigas já arrumadas também. A Luna está fantasiada de Enfermeira, com tudo o que em direito, mas ao invés de calça, ela usa um vestido curto branca com detalhes vermelhos como se fosse sangue. Em sua cabeça há um acessórios com uma cruz vermelha no meio. Os seus cabelos estão presos em um rabo de cavalo. Em seus pés estão saltos brancos e em uma de suas mãos uma seringa média sem agulha, apenas para compor o seu visual. 

― Céus, Dr. Chaz vai pirar nessa enfermeira! ― eu digo abusada, dando um sorrisinho malicioso para ela. 

― E Bieber vai adorar ser preso por você policial, Cassandra ― devolve e eu balanço a minha cabeça, levo o meu olhar em direção de Sophia.

A fantasia da Sophia é da chapeuzinho vermelho. A própria está com um vestido vermelho com detalhes pretos, por cima do mesmo há uma capa vermelha também e ela irá usar o gorro que tem quando chegarmos lá. Em suas pernas também tem uma meia calça preta e nos seus pés, saltos da mesma cor. Os seus cabelos também soltos iguais aos meus e em sua mão direita há uma pequena cesta.

― Você está linda, minha chapeuzinho vermelho! ― digo olhando para a minha amiga que dá um sorrisinho.

― Quem sabe hoje eu não encontre o meu príncipe encantado fantasiado de caçador ou lobo mau? 

Eu e a Luna não aguentamos e rimos dela. 

Aproximo-me mais e juntas damos uma abraço triplo.

 ― Vamos lá?

― Vamos! ― elas respondem em uníssono. 

Pego o meu celular colocando entre o meu seio. Pego cacetete em minhas mãos e desço na companhia das minhas amigas, ouvindo apenas o som que nossos calçados fazem ao ecoarem  no piso daqui. 

Ao estarmos na sala a Luna corre para beber água e eu ouço o barulho da campainha soar. Pode ser que seja mais alguém que veio buscar doces. Hoje foi o dia inteiro assim. Eu e a minha mãe na noite anterior empacotamos vários doces para nenhuma de nós pagarmos uma prenda, sempre escolhemos pelas ‘’doçuras do que as travessuras.’’

Corro até a porta e abro a mesma, dando de cara com o Justin parado a minha frente. É inevitável não deixar escapar um sorriso de meus lábios ao ver ele a minha frente fantasiado de bandido.

Eu não sabia que ele vinha.

― Doces ou travessuras? ― ele pergunta, com um sorriso estampado em seus lábios, após me medir de cima a baixo. Coça o queixo e puxa-me delicadamente pela cintura colocando os nossos corpos, fazendo o seu hálito de menta bater contra o meu rosto, ao mesmo tempo que eu o encaro nos olhos castanhos mel.