História Cherry Flavoured (Dazai X Chuuya) - Confusão

Chuuya revirou os olhos assim que ouviu os agradecimentos de Dazai.

— Qual é Chuuya. Não me encara como se nunca tivesse feito isso. – Dazai se aproximou do baixinho. – Ou vai me dizer que é virgem? – Osamu questionou segurando no queixo do mais baixo, fazendo com que ele olhasse para cima, na altura de seus olhos.

— Acredito que o período de aula já tenha se iniciado. – Uma terceira voz, que até então Dazai não conhecia, fora ouvida pelos dois garotos.

— Diretor Ougai! – Chuuya disse se afastando de Osamu e se curvando em direção ao mais velho. – Que bom que está de volta. A-Ah, e mil perdões pelo incômodo. – Nakahara se desculpava e Dazai encarava tudo aquilo com as sobrancelhas arqueadas. Ato que não passou despercebido por Mori. Mori Ougai, o direitor da grande academia de arte.

— Não se preocupe querido. E você deve ser Dazai, estou certo?

— De fato. – Osamu apertou a mão do homem a sua frente, já sabendo muito bem sobre quem de fato Mori se tratava.

O de cabelos preto sorriu mínimo se afastando dos dois garotos, um tanto quanto intrigado em relação a Osamu, por mais que já tivera ido atrás do máximo de informações sobre o garoto que conseguira.

— Bom, é melhor que voltem a sala, imagino. – Fora a última coisa que o diretor dissera antes de se afastar e olhar para os dois, esperando que eles se retirassem dali.

Chuuya olhou para Dazai como se pudesse o matar ali mesmo e então deixou o mais alto para trás, indo em direção a sala.

— Ei baixinho! Não me deixa pra trás.

— Incrível a capacidade que você tem de arranjar problemas. – Chuuya falou assim que Dazai o alcançou.

— Nem foi nada, você que se preocupa demais, aluno prodígio.

Chuuya ficou quieto e Dazai aproveitou para fazer o mesmo; e então os dois adentraram a sala de aula, passando despercebidos – pelo menos Chuuya e Dazai imaginaram isso– por Akiko, uma das professoras daquela grande academia, que no momento auxiliava uma das alunas.

— Nakahara e Osamu! Imaginei que não viriam nunca. Que bom que finalmente chegaram. – Yosano disse animada, chamando a atenção dos dois.

— Com licença. – Chuuya se curvou.

— Licença. – Foi a vez de Dazai.

— Ótimo queridos, podem sentar juntos então e assim iniciaremos a aula de fato.

— Perdão, professora?

— Juntos Dazai. Aula de anatomia garotos, andem, andem! – Yosano pediu andando em direção aos dois meninos estáticos, que no momento tentavam desviar do bisturi na mão da mais velha.

Dazai precisou de apenas alguns segundos para analisar a situação e se praguejar mentalmente por ter se atrasado. Talvez se isso não tivesse acontecido, não teria que passar a aula justamente ao lado de Nakahara. Mas como muitas coisas em sua vida, agora não tinha mais jeito.

— Chuuya, você não vêm? – Questionou Dazai com um sorriso ladino para o mais baixo.

Chuuya seguiu Dazai ainda meio aéreo. Por um lado ainda não acreditava que teria que ficar horas ao lado daquele qual ele imaginava que seria só mais um aluno em sua classe, mas que, por motivos que ele ainda não fazia ideia, estava passando aquilo que ele ditava ser "tempo demais" ao lado do alto de cabelos castanhos.

Durante as horas que passaram lado a lado, Osamu não disse uma palavra sequer, não se via no direito e muito menos via necessidade de conversar com Chuuya naquele momento. E ele achava que o baixinho gostaria que também fosse assim, até porque, tirando as piadas e provocações, Dazai não via razão alguma para manter Chuuya em sua vida. Osamu estava determinado a que ele fosse só mais um de várias outras pessoas que passariam por sua vida, se o fosse permitido.

Já Nakahara, se pegou por diversos momentos olhando para Dazai e pensando sobre ele naquela aula. Talvez seus pensamentos nem fossem necessariamente sobre ele, mas sim porque ele próprio não era capaz de compreender o moreno. Dazai era uma verdadeira dor de cabeça, da do tipo que você não entende o por quê de acontecer. Mas Chuuya até poderia o descrever de uma outra maneira, e com certeza diria que Dazai era como aquela tela qual você vê numa galeria de arte, museu ou o que for; e então para em frente a ela, por longos e demorados minutos, se questionando sobre do que ela realmente se trata, se tem algo por trás ou se até mesmo te transmite algo. Mas nesse caso, Osamu se assemelhava a uma tela bagunçada e cheia de informações quais, que por mais que se tenha vontade de compreender, parece ter sido feita para isso. Te causar inquietação e a mais completa confusão que pudera proporcionar.