é, acho que chegou minha hora de dar um “oi”.
oi!
eu não sei como começar, então irei iniciar meu desabafo deixando claro que, nunca pensei que fosse me emocionar tanto assim, desse jeito. devo enfatizar que tais palavras, todas cravadas aqui, me colocaram diante de um penhasco interligado à um abismo de emoções que devo discernir. olhar para dentro de mim mesma a fim de procurar entender os próprios sentimentos sempre foi uma tarefa árdua; eu não digo isso só por achar confuso, mas eu acredito que seja também porque possivelmente eu alimentei um medo que me fez temer entender o que sempre se passou comigo. o amor, em si, sempre foi uma incógnita para a minha mente tão turbulenta. no começo eu o via como algo simples de se compreender/sentir, sabe? mas com o tempo eu percebi que é algo complexo e diversificado dentre muitos olhos. cada pessoa o enxerga de um jeitinho, tem certa visão moldada sobre ele e é por isso que eu nunca o compreendi realmente. a minha vida toda, eu acredito que nunca tinha desenvolvido um amor romântico, sabe? pois o fraternal e até empático, eu consegui discernir. eu senti, senti pelo que as pessoas são, mas não ao ponto de desejar criar uma vida com elas; dividindo casa, cama e alianças que representassem fisicamente o que eu sentia por elas. não sei se minha falta de sensibilidade para com esse sentimento fosse dado pela falta de essência ou pela falta de um consentimento de minha parte, mas eu costumava me sentir estranha e até me considerar um “alienígena” por não entender a lógica nisso tudo. em minha cabeça, eu pensava: “como diabos uma pessoa pode não ter sequer o seu coração palpitando rapidamente por uma pessoa?”, e isso parecia até normal, visto que eu já tinha me acostumado com isso. mas tudo isso durou até o início da minha adolescência, sabe? porque após atingir certo nível de maturidade, eu fui entendendo pouco à pouco e acabei por me permitir sentir, acabando assim tendo o meu coração ferido. em questão de sexualidade, eu também possuo esse medo, e acredito que devo ter chorado mais por esse tópico em questão. o medo me reprime, me faz querer sucumbir em um lugar isolado e sequer ter alguma alma viva para me apoiar. muitas vezes, diante de comentários maldosos, minha real vontade é de sair por aí, em busca de algum lugar cujo possa me abrigar de pessoas más que ao menos se colocam em meu lugar. muitas pessoas sofrem com esse medo, a rejeição é algo que é muito difícil para o ser humano lidar. digo isso também em relação às pessoas cujo tais sexualidades não são valorizadas, elas merecem mais respeito e lugar dentro da sociedade, assim como qualquer criatura. a humanidade precisa de mais amor nos corações, precisa de mais empatia e de mais tolerância. me entristece ver que até membros da comunidade acabam por negligencia-las sem sequer um pingo de remorso. pessoas sentem, e todos deveriam pensar nisso.
a história do jimin se enquadrou perfeitamente à minha, e eu acho que ele foi mais do que um exemplo; foi uma inspiração. com toda a convicção do mundo, eu digo que ele foi forte até demais para suportar tudo o que lhe ocorreu. eu no lugar dele, confesso, não sei se teria a mesma capacidade de focar em mim mesma. farei tudo que foi pregado aqui, para que assim eu possa finalmente alcançar o amor próprio que tanto almejo. e é incrível como tudo dito aqui tem um peso enorme, cada frase foi como um afago em meu colo, como um conforto a qual nunca recebi. é estranho como nos sentimos acolhidos por uma alma desconhecida, não é? saber que alguém que você ao menos já viu o rosto alguma vez te apoia e te entende, tentando te mostrar as virtudes que devem ser valorizadas, me faz acreditar que o amor empático pode ainda ser mais belo que o romântico. cara, isso não é fascinante? o amor não se resume só à duas pessoas, seja fraternal ou acompanhado de selos castos na derme, mas se mostra ambíguo em diversos sentidos. o amor empático me parece mais belo, sabe, porque é mágica a forma como alguém pode praticá-lo sem ao menos conhecer o outro corpo. é questão de ligação de almas, de espíritos que compartilham das mesmas ideias. isso sim é algo que deve ser mais valorizado.
só de você tomar as dores do seu semelhante e acolhê-lo com lealdade, você já estará praticando esse amor. ter sensibilidade é uma virtude. uma benção.
eu me senti abraçada por essa oneshot e você, meu caro anjo, conseguiu me fazer refletir sobre muitas coisas e me fazer querer resolver situações pendentes que estavam em pauta. eu te agradeço muito por existir e por cultivar essa linha de pensamento, suas ideias foram totalmente acalentadoras para muitos corações angustiados, acredite. nunca abandone a escrita, mas se puder, gerencie suas prioridades. viva sua vida com intensidade e sensibilidade. você merece tudo de bom que há por esse vasto mundo.
promete que vai se cuidar?
com amor, luma. 💓