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História Crazy? Im not crazy. - Sorrow


Escrita por: kidleader

Notas do Autor


Oi!
Quero agradecer a todo mundo que está lendo isso aqui ;)
Não estou muito legal hoje, nem muito inteira... haha
Ah! Eu adorei o novo albúm! As músicas são ÓTEMAS (gente, eu sei que tá escrito errado, tá?!)
sem mais detalhes...

Capítulo 32 - Sorrow


Taeyeon’s POV

 

Quando você está depressiva, nada em sua cabeça funciona como deveria. É tudo mais difícil, mais complicado, cansativo, monótono…  E tudo precisa de um pouco mais de esforço e concentração (que não dura muito) da sua parte. Às vezes chorar é fácil, às vezes não. Depende do dia.

 

Passei alguns meses de minha vida trancada em um quarto, comendo, bebendo água, tomando banho… vivendo por obrigação. Eu não tinha vontade de fazer nada. Sentia-me morta e assim queria estar. É como estar enterrada viva, só que ao contrário… Estar enterrada morta em um corpo vivo. Entende? Dificilmente alguém que nunca passou por isso conseguirá entender a essência da coisa. Meus psicólogos não entendiam, nem meu médico… A Sophia era um pouco dos dois, eu não sabia se ela me entendia. Às vezes parecia que sim, às vezes não. O mundo me cobrava vida e eu nada tinha para oferecer. Foi assim no último ano. Eu sentia que estava melhorando agora, bem aos poucos, sabe? Como se a cada dia eu conseguisse me mover 1 cm ou 2.

 

Alguns dias eram mais difíceis do que outros. Eu me acordava horas antes do necessário e ficava a pensar no quanto eu não queria fazer nada. Este pensamento se mantinha por horas e a revolta tomava seu lugar… Eu me perguntava: “por que eu deveria fazer alguma coisa? Por que devo viver sem vontade?” Pensava se era assim com todo mundo ou se era só comigo. Os sinais indicavam que a segunda suposição estava correta, uma vez que eu era a única que, de fato, passava horas deitada sem fazer nada. Apenas a pensar. Hoje era um desses dias difíceis.

 

A Tiffany me ligou chorando contando o que houve com a Yul. Sabe, pessoas sem depressão ou transtornos semelhantes já reagem super mal à uma notícia dessas, mas imagina alguém depressivo… É como se todos os problemas que tenho começassem a ficar evidentes… Tenho medo pela Yul, sinto a falta do meu irmão, sinto a culpa por tudo que fiz de errado ou que deixei de fazer… As pressões do dia-a-dia… Tudo dobra de peso e, de repente, percebo que não consigo mais suportar o peso de nada. Eu ia para o hospital, mas no momento do choque não pude. Entrei em pânico… Todos esses pensamentos me invadiram, de que ajuda eu seria? Decidi esperar até o dia seguinte para ir até lá… Acordei assim neste dia difícil, onde eu não queria pensar em nada. Não queria pensar que a Yul poderia morrer, ou já ter morrido, não queria pensar em perdas. Queria parar de pensar, deveria existir um botão.

 

- Filha? - ouvi uma voz chamar na porta. Era minha mãe.

 

- O que a senhora está fazendo aqui? - pergunto enquanto me coloco sentada na cama, preguiçosamente.

 

- Seus tios estavam preocupados… - ela diz. Claro, até tinha esquecido que estava na casa dos meus tios e que esse quarto era da Yoona.

 

- Estou bem. - me defendo antes mesmo dela fazer qualquer pergunta.

 

- Eles disseram que você esteve deitada aqui o dia todo e não quis falar com eles. - minha mãe diz. Eu não lembro muito bem dessa parte da história… Eu sabia que não queria falar com ninguém, mas não consigo ser “grossa”... Provavelmente eu devo ter soado estranha e eles tenham achado que estou doente.

 

- Eu só estou triste… só isso. - decido confessar de uma vez. - Às vezes preciso ficar sozinha… Você sabe.

 

- Tudo bem, filha. Estou aqui, a casa vai estar pronta daqui a três dias, enquanto isso vou ficar aqui. - ela diz enquanto passa a mão de leve em meu rosto. Provavelmente está medindo minha temperatura. - Você sabe que pode contar comigo, não sabe?

 

O carinho das outras pessoas por mim costuma me comover. Eu não me sentia digna do amor de ninguém no momento.

 

- Sim, mamãe. - respondo. Eu não queria decepcioná-la mais uma vez, então decidi me levantar.

 

Viver por obrigação consiste em fazer uma série de coisas necessárias para a sobrevivência e para o meio social, mas de modo mecânico. Sem vontade. Foi isso que fiz. Tomei banho, escolhi uma roupa qualquer, cuidei de minha aparência para tirar aquela cara de maníaca com que estava desde que acordei e fui ao hospital. Você deve estar se perguntando onde estão meus sentimentos pela Tiffany, onde estava toda a alegria que o amor me proporcionava. Aí eu te respondo: boa pergunta. Não deixei de amá-la, não deixei de estar feliz ao seu lado. Eu simplesmente não ME suportava, não ME amava, não conseguia ficar alegre. O problema nesta equação toda era apenas um: eu.

Cheguei no hospital, procurei pela Tiffany e não a encontrei em lugar algum. O médico me informou que o estado da Yul era estável e que ela teria grandes chances de se recuperar. Isso me deixou bem feliz. Mandei uma mensagem de texto para a Tiffany e ela me respondeu que estava em outro quarto. Não sabia o motivo, fui até lá e me surpreendi ao ver a Jessica deitada, inconsciente, tomando soro na veia. Olho bem para o rosto de minha namorada e posso perceber que não dormiu. Ela chorou bastante.  Ela vem atém mim e me abraça.

 

- Que bom que você veio… - diz em meu ouvido. Posso notar o cansaço em sua voz. - Você não atendia ao telefone… estive preocupada.

 

- Estive… pensando. - respondo. Mentir não vai ajudar e não há nada que encaixe melhor na situação do que o verbo “pensar”.

 

- Em que? - pergunta, dessa vez me olhando. Já tentou falar algo pessoal olhando nos olhos de alguém? Não dá, né?! Nem mesmo com a Sophia consigo falar o que sinto olhando para seu rosto, sempre tenho que olhar para outro lugar e é o que faço agora.

 

- É assim que fico, quando estou triste…. triste demais. - ela me abraça outra vez.

 

- O que houve com ela? - pergunto quando o abraço se desfaz.

 

- Essa babo não anda se alimentando direito, nem tomando as vitaminas que deveria, ou os remédios. Ela tem anemia, você sabe, né? Acho que a pressão dela abaixou demais ontem, não sei direito como foi, mas quando chegamos aqui ela estava mais branca que as paredes… Ela havia desmaiado lá em casa. Não queria de jeito nenhum ser examinada, mas qualquer médico decente que colocasse os olhos nela saberia que estava doente…. e foi o que aconteceu. Deram um remédio para ela relaxar e agora ela está aí dormindo. Vim ficar com ela já que não posso ir até onde a Yul está ainda. O médico disse que a Yul provavelmente vai ficar bem…

 

- Poxa… eu a entendo. Se algo tivesse acontecido com você, talvez eu estivesse assim também… - falo enquanto me sento em uma poltrona perto da janela.

 

- Como assim?! - ela pergunta.

 

- Oras, se algo acontecer com você eu fico mal. - não era óbvio isso?

 

- Mas o que isso tem a ver com a Jessica passar mal? - ela pergunta e eu vejo que entreguei o jogo. A Tiffany parece pensar um pouco e então chega à resposta. - Omo! Mas não é possível…

 

- O que?! - me faço de desentendida.

 

- As duas… Digo… A Yul e eu, a gente… er… tipo, inúmeras vezes… na frente dela… A Jessica nunca ligou. - ela diz com a expressão pensativa e ficando lentamente rosada no rosto.

 

- Eu sei bem o que é isso… - falo para ela semicerrando os olhos. Isto a deixa ainda mais vermelha.

 

- Des...desculpa, Taetae. - ela diz, envergonhada. - Mas, é sério isso? A Jessica e a Yuri…? - ela pergunta, cheia de curiosidade.

 

- Acho que não é assunto meu… Eu nem tenho certeza de nada… Deve haver algo sim. Mas espere que elas nos contem, araso?

 

- OMG! Eu nunca imaginei uma coisa dessas! Para mim é tipo INACREDITÁVEL! - ela falava com a expressão surpresa e com as ênfases nas palavras.

 

- O que… o que é… inacredi...tável? - pergunta uma Jessica sonolenta.

 

- Acordou! - fala a Tiffany, empolgada, indo em direção à prima e a abraçando.

 

- Es...tá su-fo-cando. - diz uma Jessica quase sem ar.

- E aí, Sica… - falo de longe.

 

- Tae! - ela parece feliz em me ver, mas sua expressão se torna rígida de repente e ela segura os braços da Tiffany com força. - YUL! Como esla está?!

 

A Tiffany troca olhares comigo. Eu sei o que ela está pensando: a dúvida fora sanada. Aquele desespero só se via nos olhares das mães e dos amantes.

 

- Tenho que ir vê-la. - continua a Jessica e dessa vez ela quase tira a agulha do braço, a Tiffany e eu a seguramos com firmeza na cama.

 

- Ela está bem, Sica… Você vai poder vê-la depois. - falo repetidamente e aos poucos ela vai se acalmando.

 

Descemos à cantina do hospital: a Tiffany e eu. Ela deixou escapar que nada havia comido desde o dia anterior. Aquela babo! Que eu saiba as únicas com problemas alimentares eram a Jessica e a Soo. Esta última dissera que iria passar no hospital junto com a Sunny mais tarde. Eu não tinha fome, apenas observei a Tiffany comer.

 

Há algo que você precisa saber. Quando cortei meus pulsos, ganhei duas grandes cicatrizes, uma de cada lado. Elas eram visíveis (não tanto mais agora, mas ainda são). Então, um dos momentos em que eu tomava mais cuidado para não ser descoberta, era na hora de comer. Eu sempre ficava concentrada em esconder os cortes, seja na hora de pegar o prato, colocar a comida nele, levar a comida à boca. TODO e qualquer ato era friamente calculado de modo que a cicatriz jamais ficasse visível para terceiros.

 

O ponto onde quero chegar é que notei esses mesmos padrões na Tiffany. Só que ela parecia ainda mais “especializada” na técnica de esconder cicatrizes do que eu.  Ela não tinha porque fazer isso comigo, eu sabia que ela se cortava. Foi só isso que me fez prestar a atenção, esperando algum deslize. Ele aconteceu. Normal, ela estava cansada, uma hora iria abaixar a guarda, e foi quanfo vi. Eram cortes mais ou menos profundos e recentes. Tipo, muito recentes, ela devia ter feito eles ontem, ou hoje. Faço algo um pouco abrupto, eu seguro seu pulso com força, a surpreendendo e o viro para cima, tirando o tecido de seu casaco do caminho. Não há dúvidas. Eram cortes recentes. Ela tenta puxar seu braço de volta, mas eu o seguro com firmeza.  Aquela visão me faz sentir mal. Era como se aqueles cortes fossem em mim, mas nem isso é comparação o suficiente, porque eu queria que fossem…. queria que aquelas marcas estivessem em minha pele e não na dela. Queria que seu sofrimento fosse apenas meu, assim ela não teria que se machucar tanto. Passo a ponta dos dedos no ferimento, de leve.

 

- Passou remédio aqui? - pergunto.

 

- N...não… - ela diz, talvez estivesse envergonhada, ou chateada, eu não faço ideia sobre o que ela está pensando ou sentindo agora.

 

Eu abaixo minha cabeça até um dos cortes.

 

- Não se machuque mais, Fany-ah… - falo, antes de tocar bem de leve os lábios no pequeno corte.

 

Noto que há uma pequena gota de algo transparente, um pouco acima do local. É aí que percebo que estou chorando.


Notas Finais


vou confessar que não revisei, mas como estou cansada, eu vou me perdoar, ok? desculpa aí plus eu também não quero ler este capítulo outra vez pq eu estou tão triste quanto ele próprio. ;3

acho que um dia eu vou decidir apagar todas as minhas notas, pq eu realmente me sinto outra pessoa quando as leio depois, dá vontade de rir e de chorar ^^
adeus


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