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História Daddy ; jaeyong - Encomendas, dúvidas e plantinhas


Escrita por: jyminx

Notas do Autor


buuu!!
aí que saudade de vocês, sério, mil perdoes por esse sumiço, espero que vocês perdoem a gente algum dia, o cap tá cheio de diversas emoções assim como os próximos então espero ver vocês até o final, que já não falta muito, converso melhorzinho com vocês nas notas finais!!
espero que vocês gostem ♡

Capítulo 53 - Encomendas, dúvidas e plantinhas


Jinyoung podia ser uma pessoa calma, não era do tipo que chamava atenção nos corredores, a maioria apenas o conhecia por trabalhar na biblioteca da universidade, ele era somente mais um entre os milhares ali, somente mais um coração acelerado em meio a milhares outros. Todos ali poderiam estar ocupados com suas próprias vidas, com suas provas e trabalhos, seus próprios problemas, então não se davam ao luxo de focar em qualquer outra coisa, mas quem fosse detalhista o suficiente, notaria Jinyoung naquele movimentado corredor, por fora, apenas mais um jovem com seu jeans costumeiro, seus coturnos já um pouco gastos e um suéter confortável, mas mais do que isso, a forma como suas mãos tremiam, como umedecia os próprios lábios numa frequência quase que estranha, como seus passos pareciam vacilar e em como seu olhar parecia confuso e perdido, era tão notável quanto qualquer outro detalhe físico do jovem.

 Com passos lentos, caminhava até o fim do corredor, especificamente, a saída da torre de ciências humanas e sociais, mas enquanto caminhava, só conseguia pensar no quanto gostaria de correr para longe dali, o máximo que conseguisse, a verdade era que queria fugir, fugir dos próprios medos, dos próprios sentimentos, e principalmente, queria fugir de Kim Doyoung na mesma intensidade que gostaria de jamais sair de seu lado. 

 Segurava na alça de sua mochila com uma força quase que exagerada na tentativa de descontar toda sua frustração, mas apesar de toda sua angústia, seguia pelo corredor acenando e sorrindo para conhecidos, e não demorou a achar um no meio de tantos, Im Jaebum, logo que cruzavam seus olhares, Jaebum se aproximou e passou o braço pelo pescoço do amigo, o puxando para um abraço lateral.

 – Para onde está indo? 

 – Refeitório, e você? Suas aulas já acabaram? – Jinyoung tinha um sorriso em seus lábios, a presença de alguém que gostava era reconfortante naquele momento.

 – Também estou indo para lá, quer almoçar comigo? – Naquele momento, Jinyoung pensou em recusar, afinal, não queria ficar de vela durante todo o almoço, mas fazia tempo que não almoçava com o amigo, então apenas acenou em concordância – Acabei de sair da última aula, vou almoçar e ir direto para o treino!

 Assim, seguiram até o refeitório, e para a felicidade de Jinyoung, naquele dia não teria de ficar de vela, afinal, Youngjae estava ocupado com algumas coisas sobre o time de animação e não compareceria, mas não que tivesse algo contra o mesmo, ao contrário, o adorava muito, adoro tanto Youngjae quanto Jaebum, só não os adorava juntos de melação em sua frente. Ficaram alguns minutos na fila para que pudessem se servir e Jinyoung não deixou de ficar completamente revoltado ao ver que Jaebum recebia não apenas 1 mas quantos pedaços de carne quisesse,

 – Isso não é justo, sabe? Eles deveriam ser imparciais e dividir igualmente! – Riu, caminhando até a mesa e sentando-se.

 – Privilégio de jogador, o preparador físico quem pede, não é culpa nossa, e não é como se eu fosse reclamar por ganhar mais comida. – Piscou, sentando-se em frente ao amigo.

 – Esportes não são importantes, história é importante! Eu quem deveria ganhar carne. – Negou consigo mesmo enquanto mantinha uma careta boba em seu rosto.

 – Claro que são! – Cortou o pedaço extra de carne ao meio e colocou no prato do amigo.

 – Achei que teria que fazer mais drama para conseguir, obrigado por sacar! – Riram, começando a comer ao mesmo tempo.

 – Dividir é cuidar... – Piscou para o outro. 

 O almoço seguiu tranquilo, já fazia um bom tempo desde que não sentavam e apenas aproveitavam a companhia um do outro, mas entendiam que a cada vez mais, tal coisa se tornava mais difícil, compreendiam a agenda lotada um do outro, principalmente por Jaebum jogar e Jinyoung passar a maior parte de seu tempo enfurnado na biblioteca, então quando tinham a chance de conversar, valorizavam aquilo. Podiam ser duas pessoas bem diferentes, com gostoso contrários, mas ainda sim, tinham uma amizade que permanecia desde o ensino médio.

 Enquanto Jinyoung levava os pratos sujos de volta, Jaebum comprou dois pães de mel de alguns alunos que vendiam por ali naquele horário, e assim caminharam pelo campus um ao lado do outro enquanto comiam os docinhos que tinham recheio de doce de leite. Jinyoung havia decidido que acompanharia o amigo até o vestiário, apenas para que tivessem mais alguns minutinhos ao lado um do outro enquanto riam das histórias do ensino médio. 

 – Você lembra quando aquela garota do primeiro ano veio se declarar para você? – Jaebum gargalhava enquanto chacoalhava o amigo.

 – Nunca vou esquecer daquela vergonha!

 – Todo mundo ficou te encarando, a escola inteira, uma pena que você não pode ver sua própria cara enquanto pedia por socorro! – Riram juntos – Bom, chegamos... 

 – Está entregue e seguro, capitão. 

 – Quem vê pensa, eu ganho de você na queda de braço, o protegido aqui seria você! – Empurrou levemente o outro.

 – Cérebro ganha de músculo... – Deu um peteleco na testa alheia e riu baixo – Até a próxima, Jaebum.

 – Você ainda me paga! – Riu, adentrando ao vestiário enquanto via o outro acenar e virar-se, seguindo seu caminho.

Assim como Jaebum havia ido embora, o jogador havia levado consigo todo o sossego de Jinyoung, trazendo a tona toda a angustia e ansiosidade do mesmo, e conforme se aproximava da biblioteca, sentia a sensação o tomar por completo, pois lá no fundo de seu coração, sabia que dali poucos segundos teria de encarar seu maior medo nos olhos, ah, como era apaixonado por aqueles olhos, que lhe transmitiam prazer toda vez que os via se revirando em puro deleite, mas que também o transmitiam uma enorme insegurança. 

 Adentrou a biblioteca com o olhar erguido mesmo que quisesse se encolher, queria olhar para todos os lado até que o achasse ali, mas não foi preciso, apenas piscou rapidamente, e quando abriu novamente os olhos, pode ver Doyoung a sua frente. Sentiu as pernas tremerem ainda mais e nunca fora tão grato pela parede ao seu lado, caso contrário, teria vacilado e iria de encontro ao chão.

 – Hyung, você separou os livros que eu te pedi? – Doyoung tinha um sorriso calmo em seus lábios, que estavam mais rosados do que o habitual, por bons segundos, Jinyoung o analisou, o contemplou, o admirou, naquele dia, Doyoung havia feito um delineado fino em seus olhos, e também havia feito sardas falsas em seu nariz e bochechas, nunca esteve tão adorável, mas pensar que aquilo tudo havia sido feito para um alguém, um alguém que já conhecia, era como uma apunhalada em seu peito.

 – Claro, estão lá dentro, me dê um minuto... – Virou-se, soltando um longo suspiro, enquanto caminhava até os fundos, pode sentir os olhos esquentando e se enchendo de lágrimas, mas não permitiu-se derramar uma gota de lágrima sequer, então apenas respirou fundo e pegou os livros já separados na noite anterior, livros sobre a história da fotografia, já havia os lido diversas vezes na esperança de ter algum assunto com Doyoung.

 Quando virou-se para voltar até onde havia deixado o mais novo, percebeu que o mesmo havia o seguido e se encontrava no batente da porta, esperando pelo seu "pedido".

 – Não percebi que estava atrás de mim...

 – Anda muito avoado, hyung! – Riu, pegando os livros das mãos alheias – Obrigado.

 – Espera! – Segurou o pulso alheio, impedindo que Doyoung saísse dali, havia planejado aquele momento faziam semanas, havia escrito longos textos mas naquele momento, sua mente era um completo borrão, toda sua angustia estava o atingindo com ainda mais força, sentia que desabaria ali, mas só se permitiria cair depois de falar tudo o que estava guardado em si, pois a dor de se manter em pé não chegava perto da dor de guardar tantos sentimentos.

 – O que foi? Algum problema?

 – Muitos problemas, Kim Doyoung, mais do que posso contar, ou melhor, mais do que posso soletrar ou citar... 

 – Não estou entendendo... – Riu um pouco confuso, então olhou nos olhos de Jinyoung, e naquele momento, pode sentir o corpo se arrepiar por completo, Jinyoung nunca havia o olhado daquela maneira, ninguém nunca havia o olhado daquela maneira.

 – "Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu o admiro e amo ardentemente...." – Citou a primeira fase que lhe atingiu a mente, se encaixava tão perfeitamente em todo o contexto, Orgulho e Preconceito. 

 – O que quer dizer com isso? – Doyoung sentia-se pequeno sobre o olhar do mais velho ali.

 – "Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar." – Suspirou fundo, levando as mãos trêmulas até as bochechas do mais novo – Prometi não te amar, mas foi em vão, prometi que isso não passaria de uma diversão, e cá estamos nós! Posso ter lido centenas de livros, mas do que adianta se agora que pretendo me confessar, não encontro palavras para me expressar, pois esse é o seu efeito em mim, você consegue me deixar sem palavras, consegue me fazer esquecer de tudo ao meu redor, porque apenas estar ao seu lado, já me faz esquecer que qualquer outra se não os seus lábios, exista, não há outra coisa que eu pense se não seu toque, seu cheiro, suas expressões, sua linguagem corporal, não há outra coisa que eu queria, senão você, e somente você! Não me importa o sobrenome que você carrega, não me importa quantos zeros há na sua conta bancária, eu apenas te desejo com todos os seus defeitos e qualidades, eu te quero por completo para chamar de meu e poder abraçá-lo! Prometi não me apaixonar, mas falhei miseravelmente nesta missão, Kim Doyoung, pois nesse exato momento, o meu peito queima e arde por você, porque você é tudo o que eu quero, mesmo sabendo que você é exatamente o que eu não posso ter. "O amor é formado de uma só alma, habitando em dois corpos." E eu não me importo em dar a minha alma para você, não me importo em dar meu sangue para você, meu suor e minhas lágrimas, pois por mais que me doa, Kim Doyoung, meu amor será seu por toda a eternidade da minha existência. "Nunca lhe confessei o meu amor com palavras,mas se os olhos falam,o último dos tolos poderia verificar que eu estava totalmente apaixonado."  Não sei o motivo de estar lhe dizendo tais coisas, mas eu simplesmente sinto que vou sufocar, sinto as palavras apertando meu pescoço, sinto meus próprios sentimentos me enganando, então, Donnie, "O meu amor e os meus desejos permanecem inalterados. Mas basta uma única palavra sua para que eu nunca mais lhe fale no assunto". Só quero que saiba, que eu lhe amo com todas as forças e fraquezas que habitam em mim, e sempre amarei. 

 Jinyoung tinha os olhos completamente marejados e já haviam bons minutos que não enxergava nada a sua frente além de borrões, mas se recusou a derramar uma lágrima sequer. Com cuidado, retirou as mãos das bochechas alheias e suspirou, as levando até seus olhos e os secando antes que alguma lágrima pudesse cair contra sua vontade. 

 – Eu... J-jinyoung... – Aquela havia sido a primeira vez que gaguejava, que sentia-se fraco, incapacitado – Eu não posso, eu sempre fui sincero com você, eu simplesmente não... Eu preciso ir, Taeil está me esperando!

 Então virou-se rapidamente, dando as costas para Jinyoung, o dando as costas em diversos sentidos, e assim, seguiu até a entrada da biblioteca, onde Taeil o esperava com um semblante um tanto preocupado, mas bastou que visse o Doyoung para que um sorriso surgisse em seus lábios.

 – Achei que estivesse chegando ainda! – Roubou um selinho do Kim, aproveitando a falta de movimento da biblioteca.

 – Fui pegar alguns livros! – Sentia as mãos levemente trêmulas, seu coração ainda batia acelerado, mas não demonstraria.

 – Vamos? – Sorriu para o mais novo, logo caminhando até alguma mesa mais afastada, onde sentarem-se e começaram mais uma tarde de estudos. 

 Doyoung poderia simplesmente colocar um sorriso em seu rosto e fingir que a cena anterior jamais acontecera em sua vida, mas Jinyoung jamais poderia esquecer a dor que sentira ao ver o outro dar as costas para si, em como esperou o mesmo estar longe para cair de joelhos ao chão, em como o esperou se afastar para que não pudesse o ouvir chorar até sua cabeça doer, chorar até sentir que não haviam lágrimas o suficiente, até que seu corpo doesse de tanto que o sentia tremer, Jinyoung se odiava por saber que mesmo assim, ainda amaria Kim Doyoung por completo, o amaria mesmo que o outro pisasse em si, não se orgulhava disso, mas não poderia evitar, não havia escolhido o amor, mas apenas o amava com todas suas forças. 

 Sentia o seu mundo sem chão, nunca havia sentido tantos sentimentos em tamanha intensidade, e jamais encontraria palavras que conseguissem expressar o que sentia, vez ou outra pode sentir e respiração se perder e assim o deixando sem fôlego por alguns segundos, mas logo sentir o coração bater tão forte e rápido, acelerando sua respiração ao ponto de achar que explodiria, e talvez, explodir não fosse lá uma opção tão ruim assim. 

 Naquela pequena salinha, onde amou Doyoung por tantas vezes, por tantas noites, de tantas formas, naquela pequena salinha, cheia de livros empoeirados, arquivos antigos, e antes amores, agora era preenchida pela dor desde um coração partido e inundada por lágrimas. 

 Sentado no chão de madeira escuro, Jinyoung fechou seus olhos e desejou que a dor fosse embora, pois sabia que o amor ficaria ali para sempre.


*»»————««*


– Mark! Você não pode correr por aí assim! – Taeyong corria pelo quarto enquanto segurava uma toalha azul clara cheia de patinhos, na tentativa de pegar o pequeno – Minhyung!

 – Lá, lá, lá, você não me pega! – Correu para debaixo da pequena mesa que costumava usar para desenhar, se enfiando ali.

 Mas para seu azar e sorte de Taeyong, o babá era veloz o suficiente para pega-lo pelo pé o puxar, logo o enrolando na toalha e o levando até seu colo.

 – Peguei! – Riu, colocando Mark sobre a bancada da pia do banheiro, e começando a o secar, mas o pequeno havia corrido tanto que já se encontrava parcialmente seco.

 – Isso não é justo, Taetae! 

 – Sabe o que não é justo? Você me fazer correr atrás de você. – Deu um beijinho na bochecha do pequeno – Levanta os bracinhos.

 Rapidamente vestiu Mark numa camiseta amarela e um macacão jeans claro, e uma sandália qualquer, passou um pouco da colônia de bebê e penteou os fios finos, e assim, Mark estava pronto, então o desceu da bancada da pia e o colocou no chão.

 – Vamos, você precisa almoçar ainda e já já o seu pai chega, e ele vai deixar a gente em picadinhos! – Segurou na mãozinha do menor e desceram as escadas, mesmo que Mark já achasse que tivesse autonomia o suficiente para descer e subir sem companhia ou até mesmo sem o corrimão.

 – O cereal vai poder comer com a gente? – Questionou ao babá.

 – Se você me prometer que não vai fazer bagunça, deixo você comer no sofá hoje, e se o Cereal quiser, ele pode nos acompanhar... – Sorriu para o pequeno enquanto o observava.

 Não demorou na tarefa de pegar o pratinho do mais novo, enquanto reclamava dos armários altos, apenas rezava para que Mark fosse mais alto que si quando crescesse para que não tivesse problemas em alcançar alguns objetos ali, mas logo espantava tais pensamentos, pois pensar em Mark como um adolescente, lhe causava pânico. Assim que pegou o pratinho, colocou a quantidade que sabia que o pequeno comeria e encheu o copinho com um suco de pêssego. 

 – Vem, bebê! – Caminhou até o sofá e se sentou na ponta enquanto segurava o prato numa mão e o copo em outra.

 Esperou que Mark subisse no sofá, e com toda sua independência, o pequeno pescou o controle remoto da televisão e a ligou, sorrindo ao ver que um de seus desenhos favoritos era transmitido. Taeyong, por precaução, deu comida na boca do mais novo, afinal, precisavam ser rápidos e não queria que Mark sujasse a roupa limpa e como almoçavam na companhia do gatinho preguiçoso, Taeyong não queria ter de lidar com Mark dividindo a comida com o bichano.

 Assim terminou de dar a última colherada de comida ao pequeno, sentiu o celular vibrar, mal quis olhar pois sabia que se tratava de Jaehyun o ligando, então apenas pegou o menor no colo e correu até o primeiro banheiro que achou.

 – Consegue escovar enquanto deixo isso na cozinha? – Deu uma escova de dentes com um pouco da pasta de dente colorida, vendo Mark acenar como se fosse óbvio.

 Nunca havia corrido tanto em sua vida durante os próximos 5 minutos, então apenas tentou não parecer ofegante na frente de Jaehyun quando saiu do condômino com o pequeno nos braços e uma mochila infantil nas costas. 

 – Oi, meu amor! – Jaehyun se encontrava fora do carro, apoiado no mesmo enquanto tinha os braços cruzados, mas assim que viu seu pequeno, abriu um sorriso sem igual e logo já tinha os braços abertos, esperando pelo melhor abraço que poderia receber.

 – Oi, papai, você vai cortar a gente em picadinho? – Abraçou o pai, o dando um selinho rápido.

 – Como assim, meu amor? – Quis rir, Mark não costumava falar coisas sem sentido assim.

 – Taetae quem disse isso! – Deu de ombros, revezando o olhar entre o pai e o babá.

 – Não, eu não vou – Soltou uma gargalhada, logo abrindo a porta do banco traseiro e colocando Mark em sua cadeirinha. 

 – Eu achei que ele nem fosse lembrar disso! – Taeyong riu, um pouco envergonhado quando seus olhares se cruzaram pela primeira vez naquele momento.

 – Não subestime o poder de uma criança de 3 anos... – Aproveitou a porta de Mark fechada, e roubou um selinho de Taeyong – Vamos?

 Logo todos os três já se encontravam dentro do carro, seguindo pelas ruas movimentadas devido ao horário de pico, mas por sorte, não demoraram chegar na casa de Yuqi, mas enquanto seguiam até o local, Taeyong sentia algo martelar em sua cabecinha.

 Mark estava completamente focado no celular que segurava, celular de Jaehyun mas que era mais utilizando para benefício de Mark, que assistia ao seus desenhos de forma concentrada, como se o mundo ao seu redor não importasse mais, o que o impediu de notar a expressão completando irritada que Taeyong ganhou com os minutos dentro daquele carro.

 Enquanto Jaehyun dirigia com cuidado, Taeyong não conseguia tirar os olhos de suas mãos, gostava das mãos do outro e vê-las no volante o fazia querer sorrir, o achava sexy, mas havia pagado por aquilo, pois logo seu foco se direcionou a bendita aliança, novamente a bendita aliança. Sua primeira reação foi franzir a própria testa, depois formar um bico triste em seus lábios, mas logo começou a sentir o coração acelerar e os punhos não demoraram em cerrar, então em poucos segundos, Taeyong já se encontrava completamente emburrado e não conseguiria esconder.

 – O que foi? – Jaehyun quase sussurrou quando parou o carro no farol vermelho.

 – Você sabe... – Olhou para as ruas, evitando olhar o mais velho nos olhos.

 – O que quer dizer? 

 – Sua mão, a aliança... – Começou a brincar com os próprios dedos na tentativa de ter no que prestar atenção e até continuar evitando os olhos do outro.

 – Eu sempre uso, você sabe disso!

 – Eu sei de muitas coisas, mas não consigo entender, eu te juro que eu tento, mas não consigo. – Falava quase que num sussurro para que Mark não escutasse, mas queria gritar, já faziam dias, semanas, até meses que aquela bendita aliança vinha o incomodando, por mais que tivesse as palavras de Jaehyun o acalmando, aquele objeto dourado ia contra tudo o que o mais velho dizia, e isso era triste e revoltante.

 – Sabe que as coisas não são assim tão simples... – Suspirou e tirou o próprio cinto assim que estacionou em frente a casa, logo saindo do carro, ação repetida por Taeyong, que foi rápido em abrir a porta do banco de trás.

 – Na verdade são simples, você quem as complicam, as complicam para mim! – Observou Jaehyun desafivelar o cinto do pequeno e o tirar da cadeirinha, logo o levando até o chão. 

 Mark entregou rapidamente o celular de volta para o pai, ao menos havia notado o clima tenso ali, apenas correu de sua forma desajustada até a porta e tentou tocar a campainha.

 – Sabe que não faço isso, sabe que eu me importo com você! – Jaehyun fechou a porta e encarou o outro nos olhos. 

 – Ah, claro... É muito mais fácil dizer que se importa do que realmente mostrar isso, as vezes sinto que sou só uma diversão para você, Jaehyun. – Aquelas palavras doíam mais em si do que podia imaginar imaginar, as mentalizar em sua cabeça já era uma grande tortura, mas dizê-las em voz alta eram como facadas em seu próprio peito.

 Por alguns segundos, a discussão se cessou para que pudessem dizer um "olá" para Yuqi, mas assim que o pequeno atravessou a porta, os sorrisos dos adultos se desmancharam, e assim que entraram de volta no carro, Taeyong cruzou os próprios braços e se segurou muito para não bufar. 

 Todo o trajeto de volta seguiu em silêncio, eram nítidas as pernas trêmulas e os suspiros exasperados, queriam dizer algo mas tinham medo de terminar em mais brigas, então se contentaram com o silêncio durante o trajeto e até mesmo no elevador, e assim que chegaram em frente as suas devidas portas, trocaram alguns olhares, mas ao menos sabiam o significado daquilo.

 – Eu não gosto de brigar com você, Tae... – Jaehyun pensou em se aproximar, mas respeitaria o espaço do outro.

 – E você acha que eu gosto? Eu não queria nem ter que falar sobre isso, eu só queria que as coisas fossem mais simples! 

 – Eu não queria te chatear, sério... Me desculpa, você está bravo comigo? – Coçou a própria nuca, suspirando.

 – Eu não to bravo, eu só preciso pensar! – Esboçou um sorriso fraco – Então por favor, pensa em mim também.

 Acenou levemente e adentrou ao próprio apartamento antes que Jaehyun pudesse o responder alguma coisa, bateu a porta com uma leve força e subiu até o próprio quarto, se jogando em sua cama. Amava Jaehyun, sentia aquilo em seu peito todos os dias quando acordava e quando ia dormir, quando pensava num futuro juntos, pois naquele momento, um grande desejo seu era apenas o ter, o ter por completo, mas Jaehyun parecia não querer se entregar por completo, e isso era de partir seu coração.

 Da mesma forma que Jaehyun escolhia não se entregar por completo, Taeyong também tinha uma escolha a fazer, e naquele momento, já começava a duvidar dela.


*»»————««*


Mark poderia contar nos seus pequenos dedinhos os lugares que conhecia completamente, seu apartamento, do Taeyong, do Johnny, do Seungmin e o de sua madrinha não era uma exceção. Estava paradinho em frente da porta da mesma, tentando alcançar a campainha, seu pai e Taeyong não pareciam notar que todos seus esforços não estavam o levando a lugar nenhum, pareciam estar tão envoltos em uma conversa que Mark acabou se rendendo e começou a bater na porta para ser atendido.

– Oie meu amor, não alcançou a campainha? Cadê o bobão do seu pai que não te ajudou? – sua madrinha estava abaixada acariciando os fios finos do garotinho, mas não foi preciso muito esforço para enxergar o adulto e quem o acompanhava, entendeu na hora. – Que tal a gente entrar, vamos deixar eles aí! 

Yuqi segurou carinhosamente a mão do pequeno e o trouxe para dentro do apartamento. Como de costume o local estava organizado, entretanto silencioso demais, era raro entrar ali e não encontrar a televisão passando algum tipo de desenho e pelo menos uns 3 brinquedos fazendo sons simultaneamente, aquilo poderia apenas significar uma coisa...

Hyuck estava dormindo.

Mesmo ainda não conseguindo conversar com o mais novo, parecia que o conhecia como se o outro lhe contasse diariamente tudo sobre si. Fazia algum tempo que não via o pequeno devido o período de férias, já estava com saudades, não poderia negar. Sempre que podia nos dias de aula, ia procura-lo no parquinho na hora do recreio ou até mesmo passava na salinha do outro para dar oi.

– O Hyuckye está no quarto? – olhou para a madrinha com os olhos cheios de brilho, sabia a resposta mas tinha um tiquinho de esperança do menor estar acordado para que pudessem brincar.

– Por algum milagre ele está, mas ele já está dormindo a muito tempo, vou acordar o dorminhoco e traze-lo aqui para baixo. – disse enquanto levava Mark até a cozinha. – O que você acha de  enquanto isso você comer um pedacinho de bolo de cenoura?

– Tem cobertura? – perguntou em um tom de quase suplica, o que causou uma risada da mais velha.

– Mas é claro, tenho dois monstrinhos apaixonados em chocolate nessa casa. – pegou o bolo que Mark mal notara em cima do fogão e trouxe para perto do pequeno. – Quer um pedaço pequenininho ou grandão?

– Grandão! – abriu seus bracinhos o máximo que pode e inflou suas bochechas antes de proferir. – Desse tamanho!

Yuqi cortou um pedaço um tanto quanto generoso para alguém de sequer um metro ainda, colocou um avental no mesmo para que não se sujasse e o entregou uma colherzinha colorida, que na cabeça de qualquer criança, deixava tudo mais gostoso. Subiu para pegar o filho, deixando um Mark cheio de pensamentos infinitos,  sentado na mesa da cozinha.

Era a primeira vez que o Mark estava vivenciando a experiência de ter ferias, mas sua impressão não era das melhores, os 5 primeiros dias foram super legais pois ele tinha o dia inteiro para ficar assistindo os mais variados desenhos  ou re assistir repetidas vezes o episodio 12 da primeira temporada de pokemon, que ele, por acaso, já havia decorado todas as falas. Mas isso rapidamente o cansou, ficar com Taeyong era bem divertido, mas seu pai ficava fora o dia todinho e não via seus amigos todos os dias como acontecia quando tinha aula. Até encontrou eles algumas vezes, mas a Wonnie sempre parecia estar triste e a sensação de não poder fazer nada apenas machucava o coração da criança que sequer tinha ideia de tudo que estava acontecendo. Queria poder voltar para aula, talvez Wonnie estivesse tristinha porque também estivesse entediada, não é

Outra coisa que simplesmente não desgrudava da cabeça do pequeno era o  professor que assumiria quando eles voltassem para a escola, ele fora tão divertido e simpático com seus amigos que a ansiedade para voltar a ter aulas ficava maior a cada segundo em que pensava em ter aulos com o mais velho. 

Entretanto, antes que se permitisse se perder ainda mais entre os pensamentos de seu futuro professor, avistou Yuqi retornando com Haechan no colo coçando os pequenos olhinhos,  que fora forçado abrir tão repentinamente, Mark não conseguiu evitar o sorriso que nasceu em seus lábios logo em seguida, estava feliz em vê-lo.

Saltou sem pensar duas vezes, suas bochechas muito provavelmente estavam repletas de chocolate mas não é como se isso realmente importasse para si naquele momento, não sabia como estava sentindo tanta saudade, talvez fosse a primeira vez que sentia isso com tamanha intensidade, seu coração parecia estar soltando fogos de felicidade.

– Markye... – saiu quase que como um sussurro da boca do mais novo, quando conseguiu abrir por completo seus olhos, Yuqi passou a o segurar mais forte pois caso contrário ele cairia de tamanha agitação que agora estava. – Chocolate!

Yuqi os levou para cozinha para que pudesse limpasse as bochechas marcadas com calda de chocolate de Mark e preparar um copinho com leite para Hyuck, que nunca recusava um após acordar. Os três sorriam, mesmo que talvez, por motivos distintos.

Agora, com as bochechas limpinhas, eles observavam a mulher passear na cozinha pegando os poucos ingredientes para preparar o leite do mais novo. Mark tentará puxar assunto por mais que o máximo que recebesse no máximo algumas palavras perdidas, que possivelmente fizessem total sentindo na cabeça do mais novo, mas para os que estavam em volta era apenas fofo. De vez em quando Haechan apenas soltava seu nome sem nenhum contexto, mas isso apenas o deixava feliz pelo pequeno ainda se lembrar.

– Suj... Sujinho! – Hyuck apontou para o braço de Mark, que estava com um gota de chocolate que não foi vista por sua madrinha na hora que foi o limpar. Antes que sequer pudesse raciocinar e limpar seu próprio braço, sentiu as pequenas mãos do garotinho a sua frente encostar em seu braço, ficou tão surpreso que sequer sabia se ainda estava respirando, não conseguia tirar os próprios olhos do outro que agora sorria enquanto tentava limpar, em um impulso quase que involuntário, passou a sorrir. – Pronto!

Yuqi retirou o leite, agora morno, do fogão e depositou no pequeno copinho com tampa que tinha um formato adorável de flor.

– Eu estava conversando com o Hyuck hoje de manhã e ele me contou que queria brincar um pouquinho na horta, o que você acha Mark? – seu olhar que antes estava direcionado para o copinho de cor verde, se voltou para os meninos que se encaravam. – Quer plantar algumas plantinhas com a gente?

– Uhum!

Ele não era o maior fã de mexer com terra, mas sequer estava se importando agora. 

Não pode negar que foi extremamente divertido enquanto se trocavam, Hyuck aparentemente gostava até demais de mexer com plantas e tinha quase que uma coleção de roupinhas diferentes para usar, enquanto realizava tal atividade. Yuqi pegou uma bota e um avental que eram um pouco maiores para o mais novo mas que deu perfeitamente em Mark, eram nas cores vermelhas e combinavam totalmente com o pequeno. Hyuck com suas infinitas opções, escolheu uma botinha preta e um avental florido para colocar por cima de seu macacão "especial".

Separaram bonés para não acabarem se queimando e Yuqi apenas colocou uma roupa velha que não teria problema sujar. Estavam prontos. Foram para a vasta varanda do apartamento que já tinha varias mudinhas de plantas e viu que havia um canteiro completamente vazio, não era muito grande mas era claramente o alvo deles naquele dia.

Yuqi buscou seu kit de ferramentas e as de Hyuck que era praticamente as mesmas coisas, com exceção da tesoura, em tamanho reduzido. Ela instruiu que os dois deveriam dividir cada um dos instrumentos de jardinagem, eles eram cada um de uma cor pastel o que deixava tudo ainda mais fofo.

– Certo, vocês podem ir colocando as luvas, que eu vou buscar algumas florzinhas para nós plantarmos. – ela se levantou e entregou as pequenas luvinhas para ambos, antes de sair da varanda, completou. – Talvez ele precise de ajuda, mas sei que você pode ajudar ele, não é Mark?

– Sim! – respondeu rapidamente, já pegando as suas para colocar.

Apesar de ser um objeto extremamente simples, luvas poderiam ser bem complicadas para crianças, a propósito, é quase um desafio não colocar dois dedinhos em apenas um dos espaços ou ate mesmo perceber quase no final que na verdade está do lado errado porque seu dedo mindinho simplesmente não entra no local destinado ao dedão. Mark conseguiu após duas tentativas falhas, colocar as duas luvinhas cinzas com detalhes em preto, estava feliz por finalmente ter conseguido e imaginava que o Hyuck ja teria conseguido a um bom tempo, mas a verdade era que o outro estava tão perdido quanto si.

– Deixa eu te ajudar... – Mark falou baixinho chamando a atenção do outro, que na verdade parecia extremamente triste por não estar conseguindo colocar sozinho, pois queria muito começar a mexer logo no canteiro que estava praticamente o chamando. Puxou devagar as duas luvas do mais novo e pegou sua mão direita e de um segundo para o outro a tarefa se tornou simples,

Hyuck não ousava sequer piscar o olho para não perder nenhum movimento alheio, Mark se movia com maestria e parecia saber exatamente o que fazer, mesmo que segundos antes se frustrava consigo mesmo, a forma como se importava foi notada por Hyuck, que estava super feliz de o ter consigo naquela tarde, ficar perto do outro lhe trazia uma espécie de paz, mesmo não conseguindo dizer isso e talvez sequer sabendo que isso estava dentro de si, Mark era definitivamente sua companhia favorita.

– Certo, meninos voltei! – Yuqi entrou na varanda e abriu um sorriso ao ver que ambos já estavam com suas luvinhas. – Olha só que meninos grandinhos, nem precisaram de ajuda minha para colocar, muito bem! Trouxe algumas florezinhas, temos margaridas, áster e flor de cone.

Garida! – Hyuck se levantou dado um pulinho animado, com certeza era uma de suas preferidas.

– Margarida, meu amor, trouxe várias para a gente plantar!

De várias formas diferentes Mark estava meio chocado, ele sabia que existiam muitos tipos de flores, mas não fazia ideia do nome de nenhuma delas e nem que as pessoas realmente se importassem com o nome delas, as únicas flores que ele conhecia, se é que ele pode chamar de flores, é a Bellossom, Sunflora, Cherrim e a Floette que, na verdade, são pokémons, o que ele já achava ser um grande progresso.

– Vamos começar! Vou colocar um pouco de adubo na terra o canteiro e a gente vai usar o escardilho para deixar a terra fofinha e pronta para a gente colocar as plantinhas. – ela olhou para os garotos e a feição assustada de Mark era completamente engraçada. – Bebê, mostra pro Mark o que é um escardilho.

Ele apontou para a ferramenta que era azul pastel e possuía 5 "dentes" para ser usada na hora de misturar a terra, como o mais novo sabia algo com o nome tão difícil, Mark não fazia ideia de como ele sabia sobre algo com um nome tão difícil, mas achou incrível.

Para deixar tudo nos conformes para receber os três tipos de flores foi bem mais simples do que o pequeno estava imaginando. Hyuck parecia entender bem o que estava fazendo mesmo deixando muitas vezes terra escapar por todos os lados. Colocaram sementes e pequenas mudinhas de cada uma, o mais novo fez questão de dar uma atenção a mais para as margaridas, deixando o cantinho esquerdo mais bonito que o restante mesmo que as outras flores estiassem tão lindas quanto.

Foi uma experiência totalmente nova para Mark, talvez não fizesse de novo em um bom tempo mesmo tendo sido divertido, mas definitivamente dali para frente daria uma atenção a mais a todos os pokémons de grama.

Mas, a lição que realmente ficou foi:


As férias agora não pareciam tão ruins, desde que pudesse ficar perto dele. 


Notas Finais


certo certo, podem começar a jogar as pedras!

eu sei que eu prometi não demorar, mAS a vida tem sido mais do que uma bagunça, não só para mim mas para isa também, obrigada do fundinho do meu coração a todo mundo que esperou e que chegou até aquiii, sério, vocês são incríveis e eu NUNCA poderia imaginar receber pessoas tão maravilhosas quanto vocês na minha vida, prometo me esforçar para trazer os caps regularmente como antes

como forma de agradecimento pelos 70K e como perdão por ter jogado a bomba de que faltam apenas 10 caps e ter sumido logo em seguida,
QUARTA VAI TER CAPÍTULO

yayyy!!!
mais uma vez obrigada apor cada comentário, por cada estrelinha que vocês dão, por cada capítulo que vocês leem, obrigada por fazerem isso acontecer 💗


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