– Hyung, vem me ajudar aqui rapidinho! – Sicheng gritou do banheiro do quarto para Jun que estava deitado sobre a cama arrumada.
Era por volta das duas e meia da tarde de sábado. Era dia de jogo e finalmente o campeonato se iniciaria, para valer. Alguns esportes começaram durante aquela mesma semana, Hyunjin pegou uma classificação muito boa no primeiro jogo de tênis que havia acontecido no dia anterior.
Pelo sorteio que ocorreu, o primeiro jogo seria em casa então era muito mais fácil e mais pratico para se dirigir até a quadra, era um alívio gigantesco, fora que a torcida seria massivamente maior para o time e os jogadores já estariam mais acostumados com o local. Possuem absolutamente tudo para ganhar.
Jun se levantou preguiçosamente e foi se arrastando até o banheiro. Encontrou um Sicheng de cabelo molhado e com um rostinho emburrado.
– No que você precisa de ajuda?
Sicheng olhou a sua volta e percebeu a tamanha bagunça que tinha feito só para escolher qual azul ficava melhor em si. Sem contar as diversas calças que estavam pelo chão e ele parecia não gostar de nenhuma.
Olhou para seu hyung com os olhinhos brilhando pedindo socorro.
– Okay... – Jun voltou para o quarto, abriu o guarda roupa e pegou o secador que parecia ter sido esquecido fazia um tempo. – Vou secar seu cabelinho enquanto você passa a maquiagem!
Junhee posicionou o chinês sentado no vaso enquanto passava pó e foi secando com o maior cuidado o cabelo do outro. Sabia exatamente como o outro gostava de deixar então não tentou inventar, apenas seguiu com o itinerário comum.
– Eu estou bonito, hyung? – Sicheng perguntou assim que o barulho do secador se cessou, ele estava nervoso, não havia conseguido parar de pensar que Yuta havia dito que na próximo jogo o procuraria nas arquibancadas.
Por mais que Sicheng nutrisse sentimentos pelo outro, não era iludido ao ponto de esquecer que ainda existia outro alguém em jogo, alguém que definitivamente não era qualquer um.
Ele não havia esquecido de Oh Sehun e de nenhuma daquelas fotos no perfil de cada um. Não sabia o que eles eram, talvez nem fossem namorados, talvez apenas amigos ou só ficantes mas isso não importava para ele.
Nos últimos tempos percebeu que Yuta era mais do que só o jogador número 7, era muito mais do que só o garoto sorridente da clínica ou só garoto gentil que o chamou para sair. Trombou mais algumas vezes com ele durante a semana e soube que ele definitivamente era alguém excepcional e o simples crush que expressava um sentimento egoista de o querer para si cresceu para algo maior, onde queria virar seu amigo e isso já bastava para o coração do pequeno.
No final, o que importava era ver o outro feliz.
– Quando você não está bonito? – se abaixou para ficar na altura do chinês, pegou o pincel e arrumou as últimas coisinhas que Sicheng não havia conseguido enxergar. – Prontinho! Vou pegar a tiara para você! – Jun foi para o quarto e logo voltou com a tiara com orelhinhas de pelo na coloração azul, que combinada com a blusa de manga do outro.
Nos dias de jogo era permitido você usar as roupas mais estranhas, os acessórios mais bizarros e as maquiagens mais chamativas e ninguém iria te julgar, desde que fossem azul e branco(ou prata). Muitas camisetas com os nomes dos jogadores eram usadas, pequenas pulseiras e muita tinta facial na cor azul.
Jun apesar de não ser fã número um estava com seu moletom azul escuro com muito orgulho, talvez se estivesse com um pouquinho mais de força de vontade faria alguma coisa a mais, mas o moletom já parecia estar de bom tamanho.
O símbolo da faculdade era uma raposa azul, pode dar uma impressão estranha ao se imaginar pela primeira vez mas seus pelos possuem um degradê extremamente bonito e ela representa a esperteza e a astúcia reunidas em um único ser. Talvez não fosse tão grande quanto um leão ou tão forte quanto um tigre mas definitivamente é mais inteligente e perspicaz.
– O melhor dinheiro gastou com essa faculdade foram essas orelhinhas de raposa, você fica uma graça nelas! – se jogou na cama mais uma vez. – Termina de arrumar o banheiro para gente poder ir!
– Você não perde por esperar para ver o Chan usando elas também... – Sicheng disse baixinho enquanto voltava pro banheiro, no dia anterior tinha ido comprar com o mais novo e com Yooa, antes do jogo de tênis começar.
Jun havia fechado os olhos mas uma certa palavra, na verdade um certo nome, havia feito que voltasse a prestar atenção.
– O que você disse?
– Nada não, vou terminar aqui rapidinho!
* »»——⍟——««*
– Eu não sei se foi uma boa terem deixado Minhyuk na reserva... – Sehun afirmou fechando a porta do quarto do japonês logo depois dele ter passado, agora estavam se dirigindo para a quadra. – Mas aquela tática que você me contou é fantástica, vocês têm que guardar para os últimos jogos.
– O Minhyuk machucou o pé semana passada, já está melhor, mas mesmo assim, a gente está com dois volantes já! O Hongseok vai para zaga ficar com o Seungcheol... Acho que vai dar certo! – estendeu a mão para o mais velho. – Vamos?
Sehun ficou olhando para a mão do outro por alguns segundos, não sabia o que fazer, ainda amava Yuta com todas as células de seu corpo mas tinha tanto medo de o machucar, mais uma vez. Esse foi o primeiro tópico da conversa deles assim que ele chegou e Yuta voou em seu pescoço para o abraçar, depois de sair do transe do choque de estar vendo o outro.
Mesmo depois de ter ido embora, eles continuavam se falando todos os dias, não era muito devido o fuso horário completamente diferente, mas ainda sim mantinham contato. Yuta sabia que ele não tinha voltado para coreia para ficar, ele iria passar apenas uma semana e meia ali e depois retornar para América.
Aquela uma semana e meia que Sehun passaria, era a oportunidade perfeita para eles passarem mais alguns momentos juntos e Yuta sentiu que não poderia deixar passar, se sentia ligado ao outro ainda.
Talvez aquilo só fosse um meio de terminar as coisas direito, colocar um ponto final descente em uma história tão linda quanto aquela. E finalmente poder seguir em frente, mesmo que para isso fosse necessário se abrir consigo mesmo.
Yuta prometeu ao outro que não faria nada que fosse se arrepender depois e que apenas queria aproveitar que ele estava ali, o amava tanto. Não iria segurar seu coração durante esses 10 dias, mas assim que eles chegassem ao fim, se acertaria consigo mesmo, para o seu próprio bem.
Oh por fim sorriu e entrelaçou seus dedos.
– Ja falei como o moletom do time parece ter sido feito exclusivamente para combinar com você? – posicionou sua mão e a de Yuta dentro do bolso de seu moletom e com a outra, que estava livre, arrumou a mochila de Yuta em seus ombros, havia feito questão de carregar.
Negou com a cabeça e continuaram caminhando pelos campus. Estava muito cedo para as pessoas já irem para a quadra então ainda estavam espalhadas pelo campus, muitos já vestidos com as cores, outros retornando para os dormitórios para se trocar e outros apenas nem se importavam com esse tipo de coisa. Entretanto, o último caso era quase que raro.
Andavam sem a menor preocupação, talvez Yuta estivesse nervoso mas ter Sehun ali ao seu lado, segurando sua mão com todo carinho e tendo ele cuidando de si, fazia qualquer tipo de preocupação desaparecer.
– Caiu uma folhinha aqui... – foi para frente do mais alto tirar a pequena folhinha ainda verde que havia pousado na parte inferior da bochecha, perto da boca de Sehun.
Ficou na pontinha dos pés, segurou o rosto alheio com uma das mãos enquanto dirigia a outra ao lugar que a folha estava.
– Você já arrumou desculpas melhores para me beijar Nakamoto... – Não teve que sequer se inclinar muito devido à posição que já estavam, presou por ser um beijo calmo, não tinham nenhuma pressa, queriam apenas aproveitar a companhia um do outro.
Yuta ainda depositou alguns selinhos nos lábios alheios quando o beijo acabou. Logo em seguida tirando a folha que ainda não havia feito questão de sair.
– Tinha realmente uma folha, okay? – proferiu fazendo uma cara brava de brincadeira.
Recebeu um beijo na bochecha e um "Okay!" como resposta.
– Qual a previsão para o jogo de hoje? – Oh perguntou, depois de um tempinho que ficaram em silêncio enquanto caminhavam. Sehun olhou o japonês que parecia ter ficado nervoso mais uma vez, então soltou sua mão e o abraçou por trás. – Tirando a vitória, que isso eu já sei!
Yuta não conseguia evitar sorrir ao sentir os braços do outro abraçando seu troco e a sua cabeça em seu ombro.
– A gente vai usar a tática básica! – colocou sua mão sobre as de Sehun. – Esse time é de uma faculdade que não investe muito nos esportes, é um pouco mais fraco mas ainda assim...
– Um adversário, é um adversário! – Oh completou um dos lemas do treinador, ele ensinava desde a primeira prática que não importava quem estava do outro lado da quadra, se fossem amigos, namorados, conhecidos, se o outro time fosse fraco ou extremamente forte, ele deveriam sempre lutar da mesma forma.
– Você falando assim me fazer saudade da época que a gente jogava juntos... – Yuta fez um biquinho que logo foi desfeito com um selinho, quando Sehun retornou para seu lado.
– Minha época de jogador acabou já, não tenho mais esse pique todo... – colocou a mão livre nas costas fingindo estar com dor.
– Você estava jogando até dois meses atrás! – Nakamoto riu e depositou um leve tapa no outro.
Ja haviam chegado na parte superior das arquibancadas, para os jogadores havia outro caminho para o vestiário e os demais deveriam ficar ali sentados aguardando o jogo. Sehun já estava o puxando para a direção do vestiário mas foi impedido.
– Não, não! – foi para frente do outro, tirou sua mochila dos ombros alheios e colocou nos próprios. – Você conhece as regras! Só gente do time pode entrar lá!
– Mas eu... – Sehun já estava arrumando desculpas para entrar lá mas foi impedido de novo.
– Nada disso! Hoje você é nosso torcedor. – apontou para a blusa da faculdade que o outro usava. Jogou seus braços por cima dos ombros do outro e se aproximou. – Meu torcedor.
Um vento gelado bateu contra eles enquanto ainda se beijavam. Aquele havia sido seu porto seguro durante o inverno, seu lugar favorito, tudo que mais importava para si e até aquele ponto continuava sendo.
O inverno acabaria em quatro dias e então marcaria o começo de uma nova era. As flores renasceriam como se nunca estivessem saído de lá e brilhariam como nunca antes. Mas enquanto ainda podia, aproveitava ao máximo o final daquela estação que havia sido tão boa para si e havia marcado sua vida de uma maneira que jamais esqueceria.
– Você vai me deixar mesmo aqui sozinho? – fez uma carinha triste na tentativa de amolecer o coração de Yuta, que quase deu a torcer...
– SUNBAE? – alguém gritou do gramado não acreditando que estava vendo o mais velho.
– Aquele com as orelhinha é o Chan? – riu de como o mais novo era fofo.
– Seu "filho" chegou, cuida dele! – depositou mais um selinho boa lábios alheios e saiu andando deixando o outro com um sorriso lindo no rosto. – Te vejo daqui a pouco! – gritou já de costas.
Foi caminhando calmamente para o vestiário e percebeu que as pessoas já estavam saindo de seus quartos se dirigindo para quadra, viu também algumas pessoas com uniforme laranja chegando, muito provavelmente pertenciam ao outro time. Pareciam ser pessoas agradáveis.
– Yuta faz um favorzinho para mim? – Jaebum apareceu por trás de si segurando 3 bolas novas de futebol. – Esqueceram de trazer as bolas aqui para quadra hoje de manhã, você pode buscar mais 3 dessas lá no prédio de educação física? Acabei de sair de lá, o armário está aberto!
O jogo nem tinha começado e Jaebum já estava com a cabeça a mil, providenciando tudo que estava faltando. Já estava a mais de duas horas resolvendo diferentes problemas, sequer usava um casaco de tanto calor que sentia.
Yuta acenou de forma positiva e disse que não tinha problema nenhum ir lá buscar o restante das bolas.
– Vai pelo corredor B. – Jaebum colocou a mão sobre a boca e então disse em um tom mais baixo – Jungkook está com o namoradinho no corredor A.
Se recordou do dia no vestiário da piscina, era engraçado pensar que o neném do time já estava namorando ou se envolvendo com alguém. Jungkook era sempre tratado como alguém de 6, não de 19, até o treinador puxava saco do menino. Cuidavam dele o tempo todo e às vezes até o mimavam demais, talvez seja até por isso que ele não quer contar ainda sobre o menino do curso de teatro, talvez não queira perder a posição que tanto ama.
– Mas o que eles estão fazendo lá?
– Absolutamente nada, só sendo fofos! – riu. – Se estivesse acontecendo algo eu puxava o Jungkook pelos dentes da frente, ele não tem idade pra isso ainda! – e lá estava o lado super protetor atacando. – Mas acho que vale a pena dar uma espiadinha, só não faz barulho. Jungkook tem bom gosto, o outro menino é muito bonito!
Yuta subiu até o prédio extremamente ansioso para ver quem era, tinham quase certeza que o menino tinha cabelo azul, mas estava tão bebado no outro dia que não tinha certeza nem se eles estiveram mesmo lá ou só era ilusão sua.
Foi até o armário e pegou as bolas restantes que faltavam, estava em um impasse se olhava os outros dois ou se apenas seguia direto para o vestiário. Inclinou apenas um pouquinho sua cabeça no início do corredor e então pode ver uma das cenas mais fofas que já havia presenciado.
Jungkook estava já com seu uniforme e se encontrava encostado na parede com o outro a sua frente. As bochechas de Jungkook estavam mais vermelhas do que depois se um treino intenso, parecia não conseguir encarar os de fios azul – agora sabia que era de fato azul – e quando o fazia, desviava o olhar sorrindo mais uma vez.
– Eu não acredito que você estuda aqui faz três anos e não tem uma blusa sequer azul escuro! – Jungkook ergueu seu rosto para olhar o outro que possuía um sorriso um tanto quanto quadrado, mas extremamente apaixonante.
– Eu não me importava com nenhum desses eventos antes de te conhecer, você sabe disso! – colocou sua mão direita no rosto alheio e iniciou um carinho calmo sobre as bochechas com o polegar. – Mas eu posso comprar aquelas blusas com seu nome atrás, o que você acha? – roubou um beijo no mais baixo. – Eu ia adorar andar com o nome do meu namorado nas minhas costas...
Jungkook deu um soquinho do peitoral alheio e logo escondeu seu rosto no pescoço do menino de cabelos azul.
– Eu não sei se, de fato, o mundo é bom... – fez uma pausa e acariciou os fios castanhos do outro – Mas o meu ficou muito melhor depois que você apareceu! Pode fazer o negócio que você queria, não vou fugir, mas faz direito!
Yuta estava prestes a explodir de amor.
– Mesmo? – o menino sinalizou que sim então Jungkook se abaixou para pegar algo em sua mochila que Yuta não conseguiu identificar de primeira mas logo se tocou do que se tratava. – Você vai ficar mais bonito ainda do que você já é!
Sacudiu os dois potinhos de tinta nas cores da faculdade. Jungkook parecia tão animado que estava quase pulando, mergulhou seu dedo indicador e o do meio um em cada potinhos. Seu namorado se aproximou mais ainda de si e então ele passou os dedos melecados na bochecha do outro, formando duas linhas horizontais, duas de cada lado do rosto.
– Afff, como que eu vou me concentrar no jogo com você assim? – logo puxou o outro para um beijo e Yuta percebeu que era sua deixa para sair dali.
Não conseguiu tirar o sorriso do rosto durante o caminho inteiro até o vestiário. A primavera parecia ter chegado mais cedo para um certo alguém e ela veio inteirinha na cor azul.
Entrou no vestiário e a maioria dos meninos já estava lá se aquecendo. Se trocou rapidamente e logo já estava ao lado dos outros meninos escutando as instruções de Jaebum. Jooheon estava se alongando junto com Minseok enquanto nos demais estavam sentados escutando o líder.
– A gente vem treinando muito, esse time foca mais no ataque então vamos recuar ainda mais. Como vocês já sabem eu vou fica um pouco mais para trás e o Yuta e o Wonho vão assumir a dianteira! Vamos dar nosso melhor que a vitória hoje trará vantagem nos pontos do campeonato!
Existia uma tradição entre os jogadores da faculdade, em que no primeiro jogo do campeonato, o membro mais novo entrega a braçadeira ao capitão, mostrando que todos os jogadores apoiavam serem liderados por ele.
Eles estavam prestes a fazer, só tinha uma pequeno problema.
Bem pequeno.
Jungkook continuava no corredor A do prédio de educação física.
Yuta piscou para Mingyu que entendeu na hora o que estava acontecendo e então subiu no extenso banco que Jaebum também estava e abraçou o líder na tentativa de tentar enrolar um pouquinho mais o processo.
– Que foi Mingyu? – Jaebum o abraçou de volta mas não estava entendendo porque daquilo tão repentinamente.
Kim nunca ficou tão aliviado por ver alguém atravessando aquela porta.
– Nada não, hyung! Me senti emocionado e queria mostrar minha gratidão e de todos os outros jogadores por você ser tão atencioso e dedicado. Obrigada! – fez uma pequena reverência e foi aplaudido pelos outros, tudo que disse sobre Jaebum era verdade, mas definitivamente não queria ter feito isso na frente de outras 9 pessoas, Jungkook estava lhe devendo uma.
– Perdi alguma coisa? – o mais novo perguntou indo para o lado do japonês.
– A noção do tempo, ficar beijando da nisso! – deu um peteleco na cabeça do outro como punição.
– Você viu? – Jungkook abaixou a cabeça ainda passando a mão pelo local em que recebera o peteleco.
– Eu e o Jaebum. – os olhos do menor se arregalaram – Relaxa pirralho, não vou contar para ninguém, agora vai lá entregar a braçadeira do Jaebum! – empurrou o outro enquanto ele agradecia por ter dito que não contaria a ninguém.
E o dia apenas estava começando.
* »»——⍟——««*
– Você vai ficar sentado desse jeito mesmo? – Taeyong perguntou enquanto olhava Doyoung fazer uma pose extremamente exagerada.
– Quero que todo mundo veja minha blusa! – Kim passou a mão por cima do que havia escrito nela,"Yuta senpai", o japonês não havia conseguido o impedir dessa vez.
Mas ele não era o único que estava a caráter, Taeyong estava usando uma blusa com o logo da faculdade e o nome de Yuta atrás e Chan tinha feito um cartaz enfeitado com todo seu coração para seu hyung. Apesar de Doyoung estar por trás tanto do cartaz quanto de ter feito Taeyong usar a blusa, os outros dois não pareciam envergonhados, pelo contrário estavam muito felizes e tinham muito orgulho de Yuta.
Talvez não tenha sido isso que Yuta pensou quando estava passando pela quadra e viu os três, apenas quis se esconder em algum lugar e não retornar para aquele campo nunca mais.
Kim se divertia muito com as reações do outro, mas no fim, aquilo era apenas uma forma de dispesar o nervosismo de Yuta, sabia que o fazia saber que ele não estava sozinho e que seus amigo estavam ali para si, além de arrancar algumas boas risadas do japonês, era o que mais importava para Doyoung.
Taeyong parecia procurar alguém pelas arquibancadas, mas no fim acabou se dando por vencido, se inclinou e perguntou diretamente a Chan que estava a um Doyoung de distância de si:
– Chan, você sabe se o Sehun está com os meninos lá no vestiário?
Estava muito preocupado, sabia que nada do que estava acontecendo agora era culpa do Sehun, quem havia insistido para eles ficarem juntos durante esses dias foi Yuta. Sabia também que ele e Sehun compartilhavam o mesmo medo, Yuta sair machucado mais uma vez então sempre tentava "ficar de olho" para ajudar caso algo aconteça.
– Não, ele está ali na frente – apontou para Sehun que estava um tanto distante. – Disse que queria assistir de mais pertinho!
– Yuta falou tanto dele que eu acho que tá todo mundo em uma espécie de ilusão coletiva. – Doyoung proferiu se ajeitando finalmente e sentando normalmente.
As pessoas não paravam de chegar e a torcida do time adversário parecia estar crescendo cada vez mais do outro lado da quadra, definitivamente eles não eram poucos. Já não sobravam muitos lugares nas arquibancadas e algumas pessoa já estavam aguardado em pé. Em poucos minutos o jogo se iniciaria e a animação estava grande.
Todos vestindo azul escuro e branco, como se estivessem compartilhando de uma mesma paixão, como se durante 90 minutos entre os estudantes houvesse apenas um coração e ele ansiava mais que tudo a vitória e mais prestígio para o lugar em que eles passavam todos os dias (ou quase todos).
– Eu não acredito até agora que ele foi pro Canadá e não me contou nada! – Chan cruzou os braços e parecia bravo de verdade, mas estava apenas mais fofo que o normal, coisa que fez Doyoung rir.
– Você não vai acreditar quando ver que o "senhor malvado" acabou de chegar!
Tudo bem que era quase impossível eles acabarem não se vendo no dia do jogo, mas ele não tinha sequer considerado essa opção. Estava tão concentrado que teria um encontro com ele no domingo que havia esquecido que eles até frequentavam a mesma faculdade.
– Socorro o que eu faço? – olhou desesperado pra Doyoung, começou a arrumar o cabelo nervosamente por mais que já estivesse todo no lugar. – Hyung, finge que a gente tá conversando!
– Mas a gente está conversando... – não conseguia parar de rir, Chan estava tão nervoso que chegava a ser patético. – Quer saber... – Doyoung se levantou. – EI! – atraiu a atenção dos outros dois garotos para si.– Jun não é? Vem cá sentar com a gente!
Taeyong estava se divertindo horrores com o fato de Chan não conseguir encarar os dois que agora estavam vindo em sua direção e continuava puxando a calça de Doyoung, pra tentar aliviar o nervosismo e a raiva ao mesmo tempo.
– Hyung, você quer morrer?!
– Posso até morrer, mas com a missão cumprida de saber que virgem você não vai ser mais! – se abaixou e sussurrou para o outro, mas logo depois já estava em pé novamente para cumprimentar os dois que haviam chegado. – Olá, prazer! – Doyoung e Taeyong cumprimentaram Sicheng e Jun enquanto Chan apenas fez uma pequena reverência sem dizer absolutamente nada.
Mas tudo ficou ainda mais complicado quando se sentaram e a coxa de Jun ficou colada na sua, só queria sair correndo antes que passasse algum mico na frente do mais velho.
Sicheng estava tão concentrado na quadra que sequer percebeu o estado do Chan. Mas sem nenhuma dúvida, nao passou despercebido por Jun, estava achando adorável o modo como o outro estava reagindo a si, queria poder conversar com ele mas talvez tivesse que esperar um pouquinho mais até ele perder um pouco mais da vergonha.
– Sua tiara está torta, deixa eu arrumar – Chan virou em sua direção e ter o outro tão pertinho e ainda arrumando o objeto em sua cabeça, era demais pra si. Sentia que seu coração iria explodir a qualquer momento. – A propósito, você fica ainda mais bonito com ela! – piscou.
Jun estava tão ansioso quanto Chan para o encontro, nos últimos dias de conversa tinha descoberto muitas coisas sobre o pequeno e queria cada vez descobrir mais. Fazia muito tempo que seu coração não batia tão rápido por alguém e não que estivesse incomodado.
Chan era definitivamente alguém que Jun não se importaria de lutar, pra ter ao seu lado.
O jogo se iniciou após a entrada de jogador por jogador e depois os líderes de torcida de cada faculdade. Hoje o time de líderes estava completo e o time estava com a escalação máxima de 11 jogadores, tendo Junhoe, Minhyuk e Seungwoo na reserva.
Sicheng estranhou um pouco quando viu que Seungwoo estava no banco mas provavelmente era uma das táticas então apenas ficou mais ansioso para ver o que seria daquele jogo.
As duas arquibancadas pareciam disputar quem fazia mais barulho, os dois times queriam levar a vitória para casa a qualquer custo.
– Exijo no mínimo um gol daquele menino, jogo passado eu perdoei por eles terem ganhado mas esse eu não quero nem saber! – dois minutos de jogo e Doyoung já se abanava.
Moon Bin e Jungkook estavam sendo os astros do jogo até então, estavam fazendo um trabalho incrível em cada uma das laterais, não deixavam a bola passar por nada e sempre conseguiam arrancar do time adversário e passar pra alguém do próprio time. Hongseok apesar de estranhar um pouco a posição, estava fazendo um trabalho bem melhor do que o treinador estava esperando. O time estava jogando bem, era questão de tempo se o primeiro gol.
Chan não soltava o seu cartaz por nada, suas mãos já estavam doendo mas se recusava em parar de dar suporte ao seu hyung. Jun achava tão fofo ver os olhinhos tanto de Sicheng quanto de Yoochan brilhando ao olharem pro campo, pensou em talvez pedir para ensinarem para ele um pouquinho mais da "beleza" desse esporte.
Taeyong era o tipo de torcedor que passava o jogo todo tenso e com as mãos entrelaçadas pedindo a cada passe para as entidades ajudarem o time a fazer um gol. Doyoung estava apenas gritando como sempre.
O primeiro tempo já estava chegando ao fim e os adversários pareciam estar já cansados a um ponto que parecia já estar perto do fim do segundo tempo. Aquela era a oportunidade certa para marcarem o gol.
Hongseok conseguiu tirar a bola do domínio de um menino de cabelos vermelhos do outro time e chutou o mais rápido que conseguiu para Moon Bin que estava na lateral direita. Infelizmente, aquele lance pareceu um tanto óbvio, então, ficou cercado por alguns jogadores, arrumou logo uma brecha e conseguiu passar para Mingyu que corria com afinco para o campo adversário.
As arquibancadas estavam em seu volume alto.
Estavam todos em pé ansiando (positivamente ou não) que o gol acontecesse naquele momento.
Taeyong estava apertando as próprias mãos com muita força. Doyoung já havia xingado metade da geração do japonês. Chan fechou os olhos pois não ia aguentar ver seja lá o que fosse acontecer.
Mingyu passou com sucesso a bola para Yuta que chutou sem pensar duas vezes, direto para dentro do gol.
Apitando então o fim do primeiro tempo.
Doyoung se jogou nos braços de Taeyong o abraçando enquanto ainda gritava, detalhe: momentos raros demais para Taeyong achar que era verdade, mas apenas abraçou o amigo de volta.
Sicheng parecia estar com os olhos cheios de lágrima e Jun dedicou toda sua atenção a acalmar o mais novo enquanto escutava Chan gritar o nome de Yuta em uma melodia repetitiva, que em poucos segundos toda a arquibancada parecia acompanhar.
Um pouquinho mais a baixo, estava Sehun em pé todo orgulhoso com o maior de seus sorrisos no rosto.
Os jogadores já estavam voltando para o vestiário, mas Yuta estava atrasando um pouco o processo enquanto procurava alguém no meio de tantos rostos na arquibancada.
Quando finalmente encontrou Sicheng acenou sorrindo para o outro que fez gestos o parabenizando pelo lindo gol, ele havia mesmo cumprido o que tinha dito. Yuta continuou caminhando em direção ao outros meninos e acabou cruzando com os líderes de torcida que estavam se preparando para logo entrarem no campo.
– Ouvi dizerem que o Hanbin veio assistir o jogo hoje! – Mark sussurrou de canto para Jinhwan que estava alongando os braços.
– Pera... O QUE?? – Jinhwan gritou, mas graças ao som que ainda faziam pelo gol de Yuta, ninguém foi capaz de escutar.
– Mas no final era mentira, ele está no quarto estudando... – completou Mark.
A carinha do Jinhwan murchou mais uma vez.
– É às vezes a vida da dessas... – olhou para o horizonte para fazer uma cena. – De vez em quando a gente está em cima e de vez em quando em baixo.
– No caso, você sempre está em baixo né? – não conseguiu deixar de zoar os 1,65 do amigo.
Jinhwan bufou de raiva.
– Vou atrás do Youngjae!
– Eiii, era brincadeira!
A apresentação dos dois times de torcida foi incrível, a energia transbordavas do corpo de cada um daqueles meninos. O segundo tempo logo retornou, estavam focando agora na defesa para evitar que empatassem e estavam conseguindo manter isso com êxito. Taeyong estranhou um pouco quando Sehun saiu no meio do segundo tempo, mas não deu importância e voltou a prestar atenção no jogo.
– Ja estão mandando o endereço da festa de comemoração! – Doyoung mostrou a tela para Taeyong que pareceu ficar interessado.
Kim se virou para os outros três e disse sorrindo:
– Vai rolar festinha depois do Jogo no final da rua principal, se vocês quiserem ir falo pro Chan mandar o endereço, espero ver vocês lá! – Doyoung se levantou e começou a puxar Chan consigo.
– Te vejo mais tarde? – Jun perguntou assim que Chan se levantou e recebeu um aceno positivo todo bobinho de Chan.
O jogo acabou três minutinhos depois e todos os torcedores se abraçavam e comemoravam. Os três garotos que ainda estavam lá sorriam com o resultado. Taeyong trocou ainda algumas palavras com os outros dois antes de ver Sehun mais uma vez, dessa vez com um buquê de flores na mão.
Taeyong não foi o único que viu, Sicheng logo notou o outro indo em direção ao japonês com as lindas rosas. E pelo contrário do que vocês possivelmente estão imaginando, ele não ficou triste, estava feliz pelo outro ter alguém tão incrível e que desse exatamente o valor que merecia.
Ainda não havia perdido a esperança. Sabia que sua hora de brilhar no jardim de Nakamoto Yuta, ainda chegaria.
* »»——⍟——««*
Doyoung e Taeyong caminhavam pelas noites agitadas de Seoul, o jogo havia sido animado e após a grande vitória, todos apenas queriam comemorar, então os dois já seguiam animados para mais uma noite de farra e comemoração, junto aos outros alunos e jogadores. Enquanto caminhavam, conversavam brevemente e mesmo que não dissessem nada sobre, sentiam seus corações agitados por Yuta.
– Se eu não voltar para casa com sapinho, essa noite não vai ter valido a pena! – Doyoung falou, enquanto usava a câmera do celular para arrumar os fios bagunçados pelo vento.
O maior vestia-se impecavelmente, muitas vezes optava por roupas escuras, o que combinava com sua pele pálida. Naquela noite em especial, vestia uma calça de couro sintético, um pouco justa, além da camisa em tamanho cropped um tanto divertida que consistia em ser metade preta e metade tule preto, assim deixando parte de sua barriga e um lado de seu peitoral exposto, optou por acessórios como gargantilha, correntes na calça, e alguns anéis e brincos.
O loiro já era um pouco mais discreto, mas sem deixar de ser sexy, não que precisasse se esforçar tanto assim, já era naturalmente. Naquele momento, vestia um jeans preto que marcava bem suas pernas, e um moletom de grife vindo da última remessa de presentes com uma jaqueta de couro sintético por cima.
A noite estava gelada, mas não é como se isso fosse impedir Doyoung de vestir um cropped, e aquela festa seria um tanto quente.
Ao chegarem até a casa de Byounggon, o anfitrião da festa, puderam ver diversos carros estacionados, alem de muitos estudantes e até mesmo pessoas vindas de fora, sentadas sobre a grama, e principalmente muitas entrando e saindo da casa, a música soava alta e diversas luzes coloridas podiam ser vistas há quilômetros de distância. Adentraram a casa sem muita cerimônia, a mesma era grande e espaçosa, então mesmo que estivesse extremamente lotado, ainda era possível andar pela mesma sem tanto esforço, mas a quantidade de pessoas ali era assustadora, mas afinal, aquele havia sido o primeiro grande jogo, haviam começado o ano com chave de ouro, então nada melhor do que uma grande festa para comemorar.
Caminharam por entre algumas pessoas, Doyoung cumprimentava algumas pelo caminho, mas logo já voltava ao seu foco que era achar alguma bebida para que sua noite se iniciasse, e Taeyong tinha o exato mesmo objetivo, beber.
– O que quer beber? – Taeyong abriu a geladeira, vendo as opções presentes ali.
– Pode ser vodka com qualquer coisa... – Doyoung apoiou-se na bancada, quase gritando para que Taeyong pudesse ouvir, logo o vendo acenar e pegar a garrafa de vodka e de outra coisa que não reconheceu.
– Acha que Yuta vem com Sehun? – O loiro colocava vodka num copo grande, logo então colocando licor – Acho que está bom...
– Acredito que sim, só estou com um pouco de medo, não acho que as coisas vão dar certo com esse vai e vem do Sehun... – Deu de ombro e tomou alguns grandes goles da bebida – Eu vou falar com um amigo meu, se precisar, me liga!
Acenaram e logo Taeyong já tomava alguns goles, sentia sua mente cheia, cheia de Jaehyun, Yuta, Mark, seus pais, precisava apenas esquecer de tudo por uma noite, então apenas permitiu-se beber, conhecia seus limites mas um pouco de diversão não lhe cairia mal.
Doyoung vez ou cumprimentava alguém, ou dançava alguns segundos a música alta, mas somente quando puxou o copo de um completo desconhecido e sentou-se em um dos grandes sofás, pode observar o quão farta aquela festa estava, Doyoung poderia ser comparado a um falcão, que atentamente observava sua presa, olhava de longe mas com muito foco... e BINGO! Lá estava ele, o rapaz alto e magro, lábios grossos e carnudos, o mesmo bebia uma bebida vermelha que faziam seus lábios ficarem cada vez mais irresistíveis, Doyoung poderia dizer que o beijo teria gosto de cereja e vodka, o rapaz não demorou em notar o olhar de Doyoung, e tudo começou ali.
Vez ou outra o rapaz perdia segundos para observar Doyoung, e o mesmo fazia pouca questão em sustentar o olhar do jovem, passava as mãos nos fios vez ou outra, mordendo os lábios e rolando os olhos como se estivesse totalmente entediado, poucos minutos depois e já dava leves sorrisos para o outro, aquela era sua forma de dizer "você põe vir até mim", Doyoung não conhecia bem as intenções do outro, mas se o mesmo achava que era o predador e Doyoung sua presa, ele estava totalmente errado, pois quem ditava as regras e comandava ali, era Doyoung.
– Quer? – Sentou-se ao lado de Doyoung, oferecendo a própria bebida.
– Talvez um pouco... – Doyoung puxou o copo para si, tomando um grande gole da bebida e sorrindo ao sentir o gosto da cereja, já imaginando como seria beijar os lábios carnudos e avermelhados com gostinho de cereja.
– Licor... Vodka... E a cereja! – O maior pegou a cereja que decorava o copo e levou até os lábios de Doyoung, que a aceitou de bom grado e sentiu o corpo se arrepiar quando notou o polegar do mesmo em seu lábio inferior – A propósito, me chamo Byounggon.
– Kim Doyoung, mas prefiro que só use meu nome quando for gemê-lo – Sorriu sacana, vendo Byounggon rir baixo.
Conversavam por alguns minutos e conforme os segundos se passavam, os dedos de Byounggon só subiam cada vez mais pela perna do outro, Doyoung não era do tipo que tinha fetiche em mãos, mas as do outro lhe pareciam tão convidativas. eram grandes com veias saltadas, anéis de prata e quando a mesma apalpava sua coxa, sentia uma espécie de suspiro escapar de sua boca, e era quase impossível não notar a firmeza que o outro tinha em suas mãos, talvez fosse um jogador, mas no momento, só queria descobrir uma coisa, a sensação de ter os lábios do outro contra os seus.
– Você tem dez dedos... Custa enfiar três em mim? – Doyoung falou incrédulo, suspirando.
– Posso fazer bem mais do que isso... – Sorriu sacana, selando os lábios aos do outro enquanto levava a mão até a bunda alheia, a apertando.
*»»——⍟——««*
O loirinho não sabia muito bem o que fazer, olhava de um lado para o outro e apenas procurava por um alguém para que pudesse conversar, afinal, seus melhores amigos ou estariam num quarto fodendo, ou agarrado ao ex namorado, e não os culpava e nem se sentia mal por isso, então apenas caminhava pela enorme casa, já achava o seu apartamento um exagero para si, mas aquela casa era até demais, nem se Taeyong vendesse todos seus órgãos, conseguiria dar uma entrada na mansão.
Enquanto andava de um lado para o outro, pode ter a sorte de encontrar Chuu em algum canto, felizmente sozinha. A mesma era sua colega de classe, e a adorava por ser tão fofa e talentosa, seus curtas sempre era animações fofas e divertidas.
Caminhou rapidamente até a garota, a abraçando e sussurrando um "por favor, me socorre"
– Taeyongie! – A mesma sorriu, retribuindo o abraço.
– Não sabia que gostava de festas... – Tombou a cabeça para o lado, sorrindo.
– É que foi nossa primeira vitória, então acabei vindo... Mas não achei tudo isso! – Riu baixo, olhando para os lados.
Taeyong acabou optando ficar com Chuu ali, a conversa entre os dois fluía naturalmente e como não tinham companhia, era uma ajuda mútua ali no meio daquele caos. O time de futebol logo chegava, todos impecáveis, bem arrumados e agora já limpos de todo o suor feito em campo, todos vestiam a jaqueta, a tão famosa jaqueta que era como um passaporte para o grupo mais popular, tanto futebol feminino quanto masculino, aquela jaqueta parecia dizer que de certa forma, você era especial.
Quando o time adentrou a casa, todos ali gritaram alto e aplaudiram, enquanto os mesmos sorriam, até mesmo Minhyuk que tinha a perna machucada e era carregado por Jooheon e Jongin, sorria alegre, mas logo fingia estar com dor para continuar sendo carregado.
Taeyong mantinha-se totalmente focado em sua conversar com Chuu, mas não puderam deixar de notar a silhueta do outro que se juntava a eles, o rapaz de fios castanhos era alto, corpo um pouco musculoso mas um rosto angelical, Moonbin era conhecido tanto como jogador quanto pela beleza imensurável.
– Jiwoo! – Repousou a mão sobre o ombro da mais nova, sua irmã – Oi, Taeyong, não é?
– Sim, Moonbin! – Riram juntos.
– Trouxe minha jaqueta? – Perguntou a irmã, a mesma havia passado o jogo com sua jaqueta, por mais que o inverno estivesse prestes a acabar, a garota não poderia ser mais friorenta e como ainda era um pouco esquecida, não havia levado nada para se proteger do friozinho, então usou a jaqueta do irmão, que até então, era o único jogador ali sem a jaqueta, mas coisa que foi resolvida em segundos, pois logo que recebeu a jaqueta, a vestiu como se fosse um uniforme de super herói.
– Está com cheiro estranho, você devia lavar! – A garota formava uma careta, um tanto engraçada.
– Jiwoo! Minhas roupas são bem limpas e cheirosas... – Fuzilou a irmã com o olhar.
Moonbin aproveitou e ficou por ali, não conhecia Taeyong tão bem, apenas o via junto à Yuta em boa parte do tempo, mas nunca tivera a oportunidade de conversar realmente com o loiro, e quando Jiwoo sentiu um clima estranho, logo fez questão de ir pegar mais cola-cola para si e acabou por não voltar mais.
– Você viu o jogo?
– Tento assistir a todos os jogos, por causa do Yuta... Mas vocês foram incríveis, você jogou muito bem! – Sorria de forma boba, estava mais focado em observar cada detalhe de Moonbin.
– Obrigado, mas é um trabalho em equipe... – Riu baixo, dando de ombros enquanto se aproximava mais.
– Imagino, não é atoa que são um dos melhores times do estado! – Sorria ladino.
Não precisaram de muito para notaram o interesse mútuo que sentiam, um beijo, não seria nada de mais, nada compromissado, eram jovens e desde que ambos quisessem aquilo, não havia nada que pudesse os impedir, então quando Moonbin chamou Taeyong para conversar num lugar mais afastado, Taeyong teve e certeza de que não voltaria para casa sem ao menos ganhar um beijo. E quando já estavam nos fundos da casa, próximo à piscina, Taeyong não perdeu tempo em já levar os braços até os ombros largos de moonbin os repousar ali.
Um selinho. Dois selinhos. Três selinhos e logo um beijo lento se iniciava, Taeyong não tinha pressa e nem muito menos Moonbin, ambos iam com calma, deslizando as mãos pelo corpo um do outro, nada muito explícito, mas com alguns apertos que causavam arfares, os fazendo rir baixo. E quando a grande mão de moonbin foi parar em sua bunda, Lee quis castigar-se por lembrar de Jaehyun, mas naquela altura do campeonato já não se importava, ainda era solteiro e se Jaehyun tivesse um outro alguém, que mal teria em aproveitar um pouco por aí, então mesmo que não fosse dizer aquilo em alto e bom som, não estava nem aí para Jaehyun naquele momento, não que precisasse, mas não focou muito em pensar nisso, pois logo Moonbin apertou sua bunda com força, o fazendo sorrir e logo sua mente e seu corpo já estavam inebriado com os toques do jogador, a forma como beijava, suspirava, sorria, tocava, tudo com sutileza e firmeza.
*»»——⍟——««*
Talvez o grande sorriso de Nakamoto fosse o suficiente para iluminar toda aquela festa, caminhava ao lado de Sehun enquanto o mesmo passava o braço por seu pescoço, era preciso levantar um pouco seu olhar para que conseguisse olhar bem nos olhos do outro, e quando o fazia, pode sentir seu coração em completa paz, Sehun estava ao seu lado e nada poderia o afetar, estavam juntos.
Por pouco tempo, mas estavam.
– Vai ficar quanto tempo? – Minseok tomou um gole da cerveja, observando o Oh.
– Uma semana? Mais ou menos isso! – Piscou um dos olhos enquanto pensava, logo esboçando um sorriso feliz.
– E como anda lá? É muito difícil se acostumar? – Hoseok balançava os pés que não alcançam o chão devido à grande banqueta onde se sentava.
– Ah... Eu geralmente faço minha própria comida, já que a deles é bem diferente... E o fuso-horário é bem confuso, mas conheci pessoas muito legais, tem até um coreano lá, viramos bons amigos...
– E as garotas? – Jaebum piscou de forma sacana, enquanto mantinha os braços cruzados em volta da cintura de Youngjae, que prestava mais atenção nos outro do que na conversa iniciada ali, mas quando ouviu a pergunta do maior, quis o matar.
– Não estou pensando nisso no momento, estou focado em estudar! – Sorriu de forma constrangida, estava mais focado em Yuta, que tentava ao seu máximo esconder uma careta.
– Deve ser bem legal, um dia vamos lá visitar você... – Seungecheol brindou com as garrafas de cerveja e sorriu, assim como todos os outros ali, que bebiam e sorriem alegres, tanto pela grande vitória quanto pela volta temporária de Sehun.
– JUNGKOOK, VOCÊ TÁ BEBENDO? – Mingyu gritou ao ver o mais novo participar do brinde com uma das garrafas de cerveja, mas logo o viu sorrir sínico – GAROTO, ME DÁ ISSO AQUI.
– Mas eu não bebi não, hyung... – Falou de forma plena como se fosse a pessoa mais inocente do mundo.
Mingyu logo que puxou a garrafa, deu um gole na bebida, vendo que tratava-se somente de coca-cola, o que logo o fez cair na risada enquanto todos ali o olhavam como se não entendessem nada.
– Por que colocou coca-cola na garrafa de cerveja? – Perguntou, ainda rindo.
– Coca-cola? – Hongseok puxou a garrafa, dando um gole e rindo alto.
– É que tá todo mundo bebendo, menos eu... – Fez um bico fraco, o que só fez todos ali rirem enquanto o achavam extremamente fofo, Jungkook crescia mais e mais, mas sempre seria o bebê do time.
Todos ali riam e conversavam, mas na primeiros oportunidade que teve, Youngjae puxou o namorado para longe dali, alegando que precisava de uma bebida e que não iria sem Jaebum, coisa estranhada pelo maior, mas não contestou, apenas o seguiu.
– Por que perguntou aquilo? – Olhava indignado para o namorado.
– O que? – Mantinha a sobrancelha franzida.
– Sobre as garotas, você não viu Yuta e Sehun abraçados? – Bateu a mão na testa, se perguntava como Jaebum era tão ágil e inteligente em campo, mas as vezes tão lerdo.
– Como assim? Isso não significa nada, eles sempre foram muito próximos... Não tem nada rolando ali! – Riu um pouco nervoso, nunca tinha olhado os amigos com malícia, apenas os via como amigos bem próximos, e até tal momento, nunca havia parado para pensar, para cogitar qualquer envolvimento romântico entre Sehun e Yuta.
– Só você não vê isso, olha como eles se olham, Yuta fez uma careta enorme quando você falou sobre garotas... – Youngjae ria da expressão do namorado, o mesmo parecia fazer cálculos e ligar pontos, somente o deixando com uma expressão mais confusa.
– Meu deus, Sehun é gay? – Sussurrou para Youngjae, colocando a mão sobre a boca.
– Não sei exatamente, mas que ele e Yuta tem algo, isso eu tenho certeza! – Riu baixo.
Jaebum mantinha sua expressão ainda muito chocada, e a mesma só se intensificou ainda mais quando pode ver Yuta e Sehun subirem as escadas juntos, o que o fez arregalar os olhos e olhar para Youngjae, que apenas confirmava lentamente com a cabeça enquanto rua baixo.
*»»——⍟——««*
Yuta andava à frente enquanto segurava com firmeza o pulso de Oh, tanto por querer manter contato com o outro quanto por ter medo do outro fugir, e quando adentraram a um banheiro e trancaram a porta, eram somente eles ali, e nada mais importava.
Não sabiam bem como começar, entendiam bem como as coisas funcionavam, e por mais que compartilhassem uma paixão mútua, não tinham mais nada, não sabia se deveriam manter-se afastados, evitar decepções e mágoas ou se apenas manteriam tamanha saudade, então mesmo que a consciência pesasse, os corpos imploravam por contato, pelo toque que tanto ansiavam.
– Não quero que se machuque.... – Segurou com delicadeza a mão do japonês enquanto mantinham as testas coladas uma a outra – Eu não me perdoaria!
– Sei o que estou fazendo... – Dizia mais para si mesmo do que para o outro, sentia-se ansioso, queria aquilo, queria tanto, mas seu restinho de dignidade o implorava para que não ousasse fazer aquilo.
Mal perceberam que já não tinham mais para onde fugir, não poderiam e nem queriam, então quando os lábios se tocaram suavemente, uma grande festa se fez em seus corações, agora mais acelerados. As pernas tremiam, assim como os braços, os dedos mantinham-se entrelaçados e apertados, os corpos juntos e prensados, e fim. Não poderiam pedir por mais nada, tinham o que bem queria, um ao outro, os lábios, o beijo doce e lento, então Yuta apenas fingia para si de que Sehun não iria embora, que tinham todo o tempo do mundo.
Yuta vez ou outra arfava, sentindo a mão alheia descer de sua cintura até sua bunda, a apertando, logo caiam na risada e o japonês escondia o próprio rosto na curvatura do pescoço do maior, mas logo Sehun o segurava pela queixo e já o puxava para um beijo. Em meio aos beijos e sorrisos, trocavam olhares um tanto intensos, era a forma como se entendiam sem palavras, elas não eram necessárias naquele momento.
– EI! VÃO DEMORAR AÍ? – Uma voz alta soou enquanto batidas foram audíveis, não conheciam bem a voz mas perceberam que era alguém que realmente precisaria do banheiro mais do que eles, mas não se importavam, ainda tinham diversos quartos espalhadas pela mansão.
Quando saíram, não puderam ver a garota que entrará, apenas saíram enquanto riam juntos, Sehun olhou de um lado para o outro, depositando um tapa forte na nadega do japonês, logo apertando o local e sorrindo ladino, vendo o outro soltar um gritinho junto a um suspiro, então antes que o japonês pudesse dizer algo, Sehun abriu uma porta qualquer e o puxou para dentro.
*»»——⍟——««*
Chan andava de um lado para o outro, estava se olhando no espelho faziam minutos, Doyoung havia o ajudado com alguns detalhes mas ainda sim se sentia nervoso quanto a isso, estava em pânico somente por saber que veria Jun na festa, já estava acostumado com o ambiente cheio de pessoas festejando, aquilo era o de menos, mas somente a presença de Jun já o fazia querer desistir e vestir um pijama quente, voltando para baixo dos cobertores.
– Tá, agora ou nunca, o que pode dar errado? – O pequeno deu de ombros, saindo do quarto e logo da faculdade em si.
A casa onde acontecia a festa era bem próxima, cerca de 5 minutos de caminhada, o suficiente para que Chan planejasse diversas conversar em sua cabeça, perguntas para puxar assunto mas sem que fosse invasivo, e nada muito simples para que o outro não pensasse que era chato, e quando chegou na casa, notou que estava em pânico, seu corpo tremia levemente e nem entendia bem o porquê, conforme adentrava a casa, mais seu nervosismo aumentava, pois saiba que Junhee estaria por ali, e o fato de não saber onde, o desesperava.
Não sabia como agir ou o que fazer, nos bares só tinha duas coisas a se fazer, ser simpático e servir os outros, mas naqueles festa, era uma espécie de convidado então não lhe restara muito o que fazer, então sentou-se num dos sofás, próximo a um casal que se beijava, não queria parecer excluído, então logo puxou o celular do bolso e começou a mexer, não tinha internet então apenas brincava de fechar e abrir os aplicativos disponíveis em seu celular. Quando pode notar Jun bem de longe, sentiu seu corpo travar, então apenas manteve a cabeça baixa e fingiu não ver o outro, mas tinha certeza de que o outro havia o visto.
– Chan! – A voz animada do outro soou baixa em meio a tanto barulho, fazendo Chan erguer o olhar.
– O-oi... – Observou Jun em todos os detalhes, e pode sentir a alma sair de seu corpo, o mesmo vestia uma jaqueta de couro e jeans, casual mas extremamente perfeito, se sentiu envergonhado. Levantou-se e fez um reverência breve, não fazia a menor ideia de como cumprimentá-lo.
– Adorei a camiseta! – Apontou para a camiseta verde neon que Chan vestia, o pequeno usava um camiseta neon indicada por Doyoung, que alegava estar na moda, de fato estava, muitos ali vestiam coisas neons. Também vestia uma skinny preta que geralmente usava para trabalhar e uma jaqueta em jeans preto com alguns spikes.
– Só não é mais legal que sua meia! – Ousou brincar, mas se arrependeu na mesma hora quando lembrou de seu tweet, quis enfiar a cabeça num buraco, mas quando viu o outro rir de forma tranquila, ficou mais relaxado.
– Vem, vamo tomar algo! – Segurou o pulso do outro com delicadeza, entendia a timidez do menor e entendia que dar as mãos era um tanto quanto íntimo, então apenas segurou o menor pelo pulso para que não se perdessem em meio a todas as pessoas ali, mas o simples toque fez Chan corar.
– Sicheng não vem? – Ousou perguntar sobre o chinês, o achava tão fofo.
– Não, ele está cansado... – Deu de ombro, colocando uma bebida fraca num copo para que pudesse dividir com Chan.
As horas iam se passando e Chan já se sentia mais animado, havia bebido pouco, o suficiente para que pudesse se soltar um pouco mais, assim como Jun, que bebeu mais socialmente. A conversa fluía com calma, vez ou outra um silêncio se instalava, mas nada que incomodasse, somente aproveitavam a presença um do outro, mas então logo já voltavam a conversar.
Chan podia sentir o coração bater rapidamente, era nítida a forma como Jun era cuidadoso, ia com calma pois entendia a timidez do outro, dava seu máximo para criar um ambiente agradável, e Chan sentia seu coração derreter.
– Obrigado por ter vindo, sei que não veio exatamente por mim... Mas por ficar comigo, eu gosto da sua companhia! – Jun ousou se aproximar um pouco mais, vendo o outro corar.
– Eu meio que vim por sua causa, eu também quis comemorar o jogo, mas você principalmente... – Desviou o olhar enquanto falava, podia sentir borboletas no estômago.
– Fico feliz em ouvir isso... – Desceu a mãos pela grama do jardim e segurou a mão de Chan, também apoiada na grama – De verdade...
Jun sabia que deixaria o outro extremamente constrangido, mas não resistiria em deixar as bochechas alheias coradinhas, então rapidamente, depositou um beijo na bochecha do outro, sem afastar os rostos após o beijinho. Pode notar as bochechas do mais novo ficarem absurdamente vermelhas, estavam tão próximos que podia dizer que sentia o calor vindo das mesmas
– Eu... – Jun engoliu seco, não conseguia tirar os olhos dos lábios do menor, podia sentir a respiração quente e lenta do outro, estavam tão próximos que Jun sentia que não poderia resistir, mas respeitava o outro acima de tudo – Posso?
Bastou um único aceno vindo de Chan, que Junhee aproximou-se com cuidado, o dando um selinho calmo e lento, que logo tomou maiores proporções, então quando já iniciavam um beijo, Jun levou as mãos até as bochechas do outro e às acariciou com cuidado, Chan pode sentir o coração desacelerar, não que conseguisse focar em outra coisa que não fosse os lábios de Jun, mas somente com um simples toque, já se sentia calmo.
O beijo fora rápido, mesmo que após afastarem os lábios, Jun manteve os olhos fechados enquanto mantinha a testa colada ao do menor, e ainda acariciando a bochecha do outro. Chan foi o primeiro a abrir os olhos enquanto tinha um sorriso enorme em seus lábios, e quando notou o outro de olhos fechados, ousou depositar um selinho rápido nos lábios do maior.
– Obrigado, por isso... – O mais novo sorriu de forma tímida, já evitando os olhos do maior.
– Olha para mim... Você é lindo! – Riu baixo, vendo Chan o dar um tapinha fraco – Obrigado por hoje!
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