Taeyong caminhava entre as diversas pessoas ali, mães, pais, avós, avôs ou qualquer outra coisa que fosse, todos ali tinham um único objetivo, achar sua devida criança, no caso de Taeyong, o mesmo apenas caminhava entre as pessoas até a sala de aula de Mark, mas naquele mesmo dia, a escola parecia mais cheia, então demorou mais alguns minutos para chegar vivo na sala, logo sendo recebido por Mark, com um grande abraço apertado.
Logo pegou o pequeno no colo e acenou para a professora, virando-se e caminhando para sair dali, mas as coisas não podiam ser tão simples assim, afinal, se tratava de Lee Taeyong, e nunca que a vida facilitaria para si, então quando estava prestes a sair, pode dar de cara com a mulher de cabelo pouco cacheado e um pequeno garotinho em seu colo, e aquilo foi o suficiente para Taeyong querer correr o mais rápido possível dali.
– Tia, Yuqi! – Mark sorriu, saindo do colo de Taeyong e abraçando a perna da mulher, que logo abaixou-se e abraçou o pequeno.
– Oi, Mark... – Depositou um beijo na testa do pequeno e logo colocou Haechan no chão, não demorou muito para que os dois pequenos se abraçassem, fazendo Yuqi tirar uma foto rápida e enviar no grupo que tinha com Jaehyun e Johnny – E você deve ser o Taeyong!
– Ah, Oi... Quer dizer, é um prazer... – Se curvou algumas vezes, não sabia o que dizer, como agir, o que fazer, aquilo só poderia ser uma grande piada.
– Não precisa ser formal, sou somente alguns anos mais velha, me chamo Yuqi, sou madrinha do Mark, e amiga do Jaehyun. – Sorriu, dando um aperto de mãos gentil com o mais novo.
– Lee Taeyong... – Sorriu fraco.
– Espero que não ache estranho, mas fico feliz que tenhamos nos encontrado, sabe? Já faz um tempo que ouço Jaehyun e Mark falarem sobre você, estou curiosa... – Pegou Haechan no colo novamente, vendo Taeyong fazer o mesmo com Mark.
– Não, está tudo bem, eu também ficaria curioso, é seu afilhado... – Deu de ombros, sorrindo com as bochechas coradas.
– Gostaria de saber se pode almoçar comigo? A gente pode se conhecer, os meninos brincam... – Sugeriu – Por minha conta, eu pago!
– Ah... – Taeyong pensou tanto em recusar, mas não faria tal desfeita, não seria capaz, e sabia que Mark iria gostar – Acho que tudo bem!
– Então vamos... – Sorriu.
Mesmo que Taeyong estivesse assustado e constrangido, não negaria que Yuqi o transmitia certa calma, sentia-se ansioso pela próprias atitudes, mas a mulher não era nem um pouco intimidadora, ao contrário, a mesma parecia ser doce e simpática.
Seguiram até o carro da mesma, o mesmo era grande, não chegava a ser um carro luxuoso, mas estava longe de ser barato, era um carro bom quando se tinha uma família, pois era espaçoso e confortável. Taeyong sentou-se no banco de trás como precaução, já que não havia uma cadeirinha para Mark. Durante o trajeto, apenas mandou uma mensagem para avisar Jaehyun de que estaria com Yuqi num almoço, e que Mark estaria junto.
Não demoraram em chegar no restaurante, o mesmo era bem casual, nada muito exagerado, era algo simples e isso tranquilizava Taeyong. Não demoraram em achar uma mesa boa, e logo já estavam sentados observando o cardápio, ambos ali olhavam com cautela à parte "kids" do cardápio antes mesmo de ver uma opção para si.
– Mas então... Você cursa cinema, não é? Uma pena que nunca pude te dar aula...
– Talvez já nos conheceríamos, se fosse o caso... – Riu baixo – Mas sim, eu curso cinema, estou no meu último ano!
– Eu não conheço tão profundamente, mas como tenho amigos e como minha área não é tão longe, eu conheço um pouco, é um trabalho lindo! – A mesma sorriu, vendo o garçom se aproximar com 4 copos de água, dois de vidro e dois de plástico.
Conversaram por bons minutos, Taeyong já se sentia mais a vontade quanto a presença de Yuqi, e a mesma havia gostado do Lee, o mesmo parecia ser um garoto bom, e até mesmo pode presenciar alguns momentos de extremo cuidado, Lee tinha o cuidado de levar o canudinho de metal para o pequeno e até mesmo tinha talheres guardados para qualquer ocasião, muitas vezes parar a própria refeição para ajudar e limpar Mark, também havia se dado ao trabalho de prender os fios do pequeno para que pudesse comer melhor, já que já estavam cada vez mais compridos.
– Taeyong... Não sei como posso falar isso, mas sei que você e o Jaehyun tem algo, esta nisso por ele ou por Mark?
Taeyong sentia-se aliviado pelo restaurante ter uma área kids, onde Mark e Haechan pudessem brincar sem que ouvissem a conversa, mas em parte, já sentia que Yuqi perguntaria sobre aquilo, então preferia ter Mark por ali, apenas para não ter de responder sobre.
– Mark! Definitivamente pelo Mark, ele sempre vai ser minha prioridade, sempre foi e sempre vai ser... – Respondeu rapidamente, não queria deixar brechas para Yuqi pensar que estivesse mentindo, pois não estava.
– Mas estão tendo um caso, certo? Sou a melhor amiga de Jaehyun, não precisa mentir!
– É complicado, não sei bem o que temos... Mas você deve conhecer a esposa dele, eu não quero destruir uma família, nunca quis, eu me sinto extremamente culpado por isso, se contar a ela, tudo bem, é o certo a se fazer... – Falou rapidamente, sentindo o corpo tremer.
– O que? – Yuqi perguntou.
– Eu nunca pude conhecê-la, mas eu vejo a bendita aliança no dedo de Jaehyun todos os dias, sei que ela existe, mas não a conheço... Eu não quero ser o pivô da separação de um casamento, não quero acabar com uma família, sei que provavelmente ela é sua amiga... Se você contar a ela, sei que só vai estar fazendo o melhor!
– Você está falando sobre Seulgi? A mãe do Mark?
– O nome dela é Seulgi? Então deve ser ela mesmo, nunca a conheci! – Mal tinha coragem de olhar Yuqi nos olhos, poderia morrer ali mesmo.
– Taeyong, eu não sei nem o que te dizer, Jaehyun nunca o contou? – Viu Taeyong negar com uma expressão confusa – Jaehyun quem deveria te contar isso quando se sentir preparado, mas não posso deixar que se sinta culpado por algo que não fez.
– Eles se conhecerem numa feira veterinária na faculdade, e então começaram a sair... Eles eram perfeitos um para o outro, Seulgi quem me apresentou Jaehyun, eu nunca pude ver ela tão feliz, eles se completavam... Alguns anos se passaram e Seulgi engravidou, não foi uma gravidez planejada, ao contrário, ainda tinham planos, mas assumiram a total responsabilidade, então pouco depois de se formarem, Mark estava prestes a nascer, tudo estava perfeito, o pai de Jaehyun havia o dado a apartamento, tudo corria bem, até o parto... Seulgi teve complicações, eles tentaram de tudo, mas só podiam salvar um, ela dedicou os últimos segundos para dizer que deveriam salvar Mark, e bom... Ele está aqui, mas ela não, foi muito repentino, já fazem 3 anos e Jaehyun ainda não superou a perda exatamente, ele ficou péssimo, se não fosse por Mark, não sei o que seria dele, Mark o salvou, Mark o deu um novo sentido para a vida.
Taeyong podia sentir o coração doer, mal pode cogitar tal ideia, e quando seus olhos encontraram Mark, não pode controlar um enorme sorriso, Mark era como a estrela que sempre os guiaria.
Mark e Haechan se divertiram na piscina de bolinhas, ainda não tinham preocupações, mal faziam ideia de toda a grande confusão que se resolvia na mesa ali, mal poderiam entender, eram inocentes demais para tal, mas estavam felizes assim. Haechan segurava as bolinhas, as jogava para Mark e vez ou outra arriscava dizer qual cor era, recebendo uma confirmação e um beijo de Mark por cada acerto, e assim se divertiam.
– Vel... Velmelho, vermelho! – Sorriu, recebendo um beijo na bochecha.
– É a cor do amor, Chanie!
*»»——⍟——««*
Chan escutou as batidas na porta de dentro do banheiro. Já estava pronto fazia uma hora, mas insistia em ficar andando de um lado pro outro para tentar diminuir o nervosismo mas tudo pareceu se complicar ainda mais quando escutou as suaves batidas na porta, alguns metros longe de si.
O dia anterior havia sido mais do que perfeito para si, fazia um bom tempo que não se sentia tão bem perto de outra pessoa. Jun respeitou seu nervosismo e se aproximou apenas quando sentiu que o mais novo já estava mais tranquilo. Ficaram na grama por um bom tempo, conversando na maior parte do tempo. Às vezes trocavam alguns beijos, às vezes Jun roubava alguns selinhos e Chan permanecia envergonhado, pois o maior parecia ter amado deixar beijinhos na bochecha alheia.
– Já vou, hyung! – gritou.
Saiu do banheiro mas logo em seguida voltou mais uma vez para ver se estava tudo continuava no lugar. Não sabia que roupa usar, até porque não haviam combinado para onde iriam, então vestiu uma roupa casual comum. Talvez não tão comum, levando em consideração que pediu uma ajudinha de Doyoung e Hyunjin.
Caminhou até a porta e simplesmente travou na hora de girar a maçaneta.
Metade de si estava louca para ir logo para o encontro que ficou esperando tanto ao longo dos últimos dias, enquanto a outra metade se recusava a se mover para evitar decepções e ocasionais vergonhas. As mãos suavam, as pernas completamente imóveis e diversos sentimentos percorrendo pelo sangue do menor.
Respirou fundo. E abriu a porta.
Ainda bem que havia respirado antes pois o ar pareceu desaparecer assim que o viu.
Junhee estava com os braços para trás olhando para o lado, assim que viu o mais novo não conseguiu evitar o sorriso. Estava tão lindo, o achava por completo tão lindo.
– Oi... – se aproximou, estava receoso de como o cumprimentar então resolveu apenas esperar o mais baixo estabelecer quais seriam os limites. Faria de tudo pra não estragar aquilo de jeito nenhum. – Eu cheguei muito cedo?
– Não, não! – negou rapidamente. – Eu que estava enrolando lá dentro... Nervosismo sabe... – direcionou seu olhar para o outro pela primeira vez – Você me deixa nervoso...
Junhee, inevitavelmente, a cada dia que passava, ficava mais encantado com Chan. A animação, o positivismo e a felicidade era mais que evidente. O garoto tem um aura capaz de encantar qualquer um que esteja a sua volta, repleto de emoção e muito amor. O sorriso com certeza era sua parte favorita.
E a partir daquele momento, Jun estava se comprometendo consigo mesmo, que faria o possível e o impossível para vê-lo todos os dias.
– Posso? – perguntou antes de segurar uma das mãos alheia, que pareciam estar em uma guerra para segurar o nervosismo.
– Você não precisa pedir mais, – desviou o olhar sorrindo. – pra você eh dou passe livre, pra tudo...
Junhee entrelaçou seus dedos e em um impulso de coragem, Chan ficou na pontinha dos pés e deu um beijinho na bochecha alheia.
– Para tudo? – arqueou as sobrancelhas e o puxou para perto, depositou um rápido selar nos lábios alheios e recebeu o sorriso que tanto gostava como resposta. – Fecha o olho.
Apesar de ter achado estranho apenas fez o que foi pedido e logo sentiu um tecido cobrir sua olhos.
– Amarrei muito forte?
– Não, mas... hyung, isso é um tipo de fetiche?
Como Chan gostaria de estar sem a venda apenas para ver e não só escutar a risada que o outro logo deu.
– Não bobinho, eu só queria te fazer uma surpresa, mas se te incomodar, eu tiro! – entrelaçou seus dedos mais uma vez. – Vou te levar em um lugar especial.
Normalmente Chan estaria completamente apavorado e imaginando que estivessem levando ele para uma espécie de cativeiro. Mas aquela mão lhe transmitia uma paz tão grande, que não conseguia imaginar um cenário ruim em relação àquilo.
Foram andando devagar enquanto conversavam, era um lugar um tanto afastado, mas ainda sim, dentro do campus. Chan já se sentia mais relaxado mesmo hora ou outra ficando surpreso quando recebia pequenos beijinhos na bochecha, que Jun claramente estava dando apenas para ver o outro surpreso e com vergonha.
– Junnie, a gente já tá chegando?
– Acabamos de chegar, mas não tira a venda ainda.
Entraram no lugar que ainda era secreto para Chan mas que ele conhecia como ninguém. Junhee o ajudou a subir nos poucos degraus que tinha e finalmente estava pronto para tirar a venda.
O mais velho havia preparado tudo com tanto cuidado que nem parecia um primeiro encontro. Pediu para Sicheng conseguir o número de Hyunjin após o jogo e então veio conversando com o mesmo desde sexta feira, queria saber das coisas que o outro gostava e não cometer nenhum erro.
– No três, okay? – soltou a mão do outro e se posicionou atrás dele, segurou as pontinhas do tecido – Um... – começou a soltar. – Dois... – colou seu corpo atras do outro completamente, Chan já não estava mais sequer curioso para saber onde estavam, sentia a respiração de Junhee em seu pescoço e seu único desejo no momento era beijá-lo. – Três! – soltou por fim a venda e o abraçou por trás.
Estavam no teatro da faculdade. Era enorme em todos os sentidos, estavam no palco que estava por inteiro enfeitado. Os estudantes de artes cênicas ja estavam se preparando para a apresentação de final de semestre. Junhee não sabia dizer no momento qual era o nome da peça, mas ela se passava no espaço. O grande palco estava enfeitado da forma mais linda. O pano de fundo era preto mas com varios brilhinhos, diversas pequenas estrelas estavam espalhadas nao só no pano como no chao e na plateia inteira, a lua também estava ali, não fazia ideia de como os alunos haviam feito aquilo mas ela estava tao perfeita e brilhante que dava vontade de chorar apenas de ver. Poucas luzes estavam acesas deixando todas as "estrelas" iluminando eles.
Todas as palavras pareceram de uma hora para outra sumir do dicionário mental de Chan. Estava tudo tão lindo que tinha medo até de falar algo e estragar ou de acordar, já estava começando a achar que tudo não se passava de um sonho.
– Você não está falando nada, não gostou? – perguntou enquanto ainda o abraçava, não conseguia ver o rosto do outro então apenas deixou um beijo em sua bochecha. – A gente pode ir para outro lug...
Talvez tenha sido o cabelo perfeito de Jun, ou o perfume extremamente cheiroso que estava usando. Talvez tenha sido as palavras de encorajamento de Hyunjin que ficou o acalmando a manhã inteira. Talvez tenha sido aquela bela lua ou o brilho das estrelas, que o deu coragem para se virar e se entregar de uma vez aos lábios macios de Junhee.
Yoochan se virou e passou os braços pelo pescoço de Jun, que por reflexo segurou sua cintura. Chan nunca havia se sentido assim, nunca havia se sentido sequer perto disso. Sempre foi uma pessoa extremamente tímida quando o assunto era relações amorosas. Não teve as tipicas paixões adolescentes e logo que saiu da escola acabou apenas se frustrando mais com os encontros a cega. Começou a usar a desculpa de que não tinha tempo para essas coisas.
Para agora estar completamente entregue nos braços de um veterano que conhecia a duas semanas, nunca se sentiu tão bobo.
Queria tentar esconder que não estava sentindo nada daquilo. Dizer que era apenas um lance, que eles só iriam ficar e acabar por ai. Mais uma relação casual que estava tendo com outro garoto, como Doyoung gostava de chamar.
Mas ele não era um garoto qualquer. Se tratava de Park Junhee.
O garoto mais doce que já havia conhecido, gentil ao extremo e que parecia se preocupar com cada minimo detalhe de qualquer situação. A pessoa que sabia a hora certa de usar um uma roupa comum, um jaleco, ou uma meia cor de rosa neon. O único garoto que pareceu se importar se estava confortável na situação ou não. E o único que antes de qualquer coisa segurou sua mão como se tivesse segurando o mundo inteiro.
De fato, tudo que Chan queria era conseguir esconder tudo isso...
Mas as batidas em seu coração ja haviam o entregado há muito tempo.
Continuou fazendo carinho nos fios alheios mesmo depois de terem separado os lábios.
– Você fez tudo isso para me impressionar? – perguntou olhando diretamente para seus olhos e chegando a conclusão que talvez as estrelas não fossem as coisas mais brilhantes daquela sala,
– Deu certo?
– Você não precisava ter feito tudo isso... – o abraçou para conseguir dizer tudo aquilo que ainda estava preso em sua garganta mas que não conseguiria falar o encarando. – Acho que tá mais que na cara que eu to caidinho por você.
– Ah, é? – se soltou do abraço e começou a puxá-lo para o canto do palco. – Será que até o final da noite você ja está apaixonado? – apontou para o chão que tinha uma toalha estendida com várias comidas em cima.
– Meu Deus, isso é morango com chantilly? – ignorou a pergunta e se sentou com as bochechinhas na mesma cor daqueles pequenos morangos. – Obrigado, hyung! – falou com a boca ja preenchida com a fruta.
Hyunjin tinha enfatizado muito sobre a fruta e parecia estar completamente certo.
Ficaram conversando sobre a clinica e sobre o tcc que Junhee já estava montando fazia alguns meses para apresentar em Junho. Chan contou um pouquinho mais sobre Wonyoung para Jun e se permitiu abrir-se com o outro, sabia que nunca poderia entrar em uma relação sem que o ouro soubesse que era praticamente pai de uma criança de 3 anos mesmo tendo só 15 anos, era melhor ele contar agora que não tinham se envolvido tanto do que depois e acabar se machucando. Sabia que era uma questão tensa e não esperava que o outro aceitasse, mas precisava falar.
– Ei... Obrigado por ter falado isso para mim, sei que deve ser algo muito difícil para você. Saiba que se você precisar de qualquer coisa eu estou aqui! –pegou um pedacinho de chocolate e estendeu para dar na boca do outro. – Inclusive, eu vi que abriu um parque de diversões aqui, nós podiamos levar ela.
– Nós? – perguntou depois de ter quase engasgado.
Junhee se aproximou.
– "Nós", pronome que indica a primeira pessoa do plural. Pode ser usado como sujeito, predicativo ou como complemento precedido de preposição. – colocou sua mão sobre uma das bochechas de Chan. – Indica eu... – se aproximou mais um pouco – E você.
O beijou com o mesmo carinho que continha em sua voz quando disse que queria sair com ele e com sua pequena irmãzinha. Já imaginava que o mesmo estivesse em uma situação como aquela quando o viu com ela no refeitório. Mas era um obstáculo pequeno demais para que desistisse tão facil.
– Eu ainda não acredito que você fez tudo isso só para mim!
– Para falar a verdade, eu tive algumas ajudinhas... Eu tenho um amigo que vai atuar na próxima peça e ele me ajudou muito. – olhou pra cima, para o lugar que ficam as pessoas controlando as luzes e o som e fez um sinal. Logo em seguida uma musica que era levemente calma começou a tocar. Chan conseguiu ver que a pessoa que estava lá parecia ter cabelo azul e muito possivelmente já estava ali a mais de uma hora esperando o momento de colocar a musica. – Você já me viu trabalhando... Mas eu nunca te vi dançando... – rapidamente o deu mais um beijo na bochecha. – Dança para mim.
Os olhinhos do mais novo triplicaram de tamanho e logo em seguida começou a negar coma cabeça.
– Por favor...
Chan se levantou e estendeu a mão.
– Dança comigo, então!
– Você ta brincando, né? – Jun riu fraco.
Negou e puxou o mais velho.
A musica era calma e não queria fazer o outro passar vergonha, então apenas o puxou para perto de si, colocou seus braços por cima dos ombros alheios e se permitiu colocar a cabeça na voltinha do pescoço alheio.
Junhee estava com tanto medo de pisar no pé do menor mas foi fazendo o melhor que podia, mesmo só tendo que dar um passo para cada lado e segurar o outro pela cintura. A segunda parte, em especial, era bem fácil.
Perguntou para o outro se ele já estaria apaixonado por ele até o final da noite, mas o feitiço acabou se virando contra o próprio feiticeiro.
Sentia como se ele estivesse destinado a ele
E talvez de fato estivessem, talvez no palco das estrelas o destino dos dois já estivesse traçado a muito... muito tempo...
* »»——⍟——««*
O dia estava sendo tranquilo, Jaehyun tinha algumas poucas coisas a fazer, eram pouquíssimos relatórios sobre a situação de alguns animais que estavam na clínica, mas como era folga de Taeyong no dia, resolvia tudo isso na sala de sua casa, enquanto Mark sentava-se sobre o tapete felpudo no centro do cômodo.
O pequeno tinha junto a si alguns de seus brinquedos favoritos e uma tigela de cereal, que comia ao poucos quando lembrava da existência da mesma, estava mais focado no desenho que assistia em seu tablet, e vez ou outra sentia o gatinho passar por suas costas e logo se deitar ao seu lado, pedindo por carinho e ronronando.
– Você 'tá com soninho, cereal? – Acariciou a barriguinha do gato.
– Está quase na hora dos gatinhos irem dormir... – Jaehyun sorriu, piscando para o filho.
– Mas eu não sou gatinho, papai!
– E o que você é, então? – Riu baixo, ainda olhando o filho comer um pouco mais do cereal.
– Eu sou Mark! – Deu de ombros como se fosse totalmente óbvio.
– Certo... – Riu, voltando a digitar em seu notebook enquanto o pequeno voltou a prestar atenção em seu desenho e no gatinho preguiçoso ao seu lado.
A tarde corria bem, Jaehyun deu seu máximo para que pudesse terminar tudo o mais rápido possível, afinal, queria aproveitar o restante do dia com Mark, que seria sempre sua maior prioridade. Sentia-se um pouco mal por não poder dá-lo toda atenção que gostaria, se dependesse de si, passaria 24 horas por dia ao lado do filho, o mimando e o cuidando, mas tinha responsabilidades, queria dar a Mark tudo o que estivesse em seu alcance, lhe dar tudo o que o pequeno merece, mas para isso tinha de trabalhar, e amava o trabalho como ninguém, podia ser estressante, mas senti o coração se encher somente por saber que havia feito um bom trabalho, mas naquele momento, era grato por saber que tinha Taeyong ali, independentemente do que tinham, Taeyong era ótimo para Mark, no começo pode sentir um leve receio, afinal, o Lee ainda é jovem e mal tinha experiência, mas percebia que a cada dia, Taeyong aprendia mais e mais, assim como Mark também, a relação entre os dois só crescia cada vez mais, sentia-se tranquilo somente ao lembrar de que Mark estava em boas mãos, com alguém que o amava incondicionalmente, pois uma de suas maiores certezas, era o amor que crescia ali.
– Papai, pega! – Mark se aproximou preguiçosamente, subindo no sofá lentamente – Eu fiz para você!
Mark colocou o papel colorido sobre o notebook já fechado, o pequeno tinha um sorriso radiante em seus lábios, mostrando com orgulho o desenho que havia feito de si com o pai num jardim.
– Eu, você... E o cereal! – Apontou para um canto, onde o gato se encontrava no desenho, fazendo Jaehyun sorrir bobo.
– Ficou lindo, meu amor! – Acariciou os fios do pequeno, o enchendo de beijos e cócegas, fazendo o pequeno gritar e rir.
Quanto mais Mark ria e gritava, mais Jaehyun continuava as cócegas, mas só quando o pequeno já começava a ficar vermelho, que Jaehyun parou e pode o ver respirar ofegante.
A temperatura ia diminuindo gradativamente, e logo Jaehyun e Mark já tomavam um banho quente e relaxante, com Mark mais focado em brincar do que tomar o banho em si, mas depois de muito esforço, pai e filho já vestiam seus devidos pijamas, mas não qualquer pijama, ambos vestiam pijamas de super heróis, Mark usava uma do homem aranha, já Jaehyun, vestia a sua do batman.
Jaehyun havia espalhado cobertores pelo sofá e alguns travesseiros, tinham pipoca, sucos, chocolate, biscoitos, sorvete, e principalmente, todos os dvds que poderiam, desde a coleção completa da DC até a MARVEL, tinham vingadores, filmes solos, X-men, Star Wars.
Mesmo que Mark tivesse apenas 3 anos, o pequeno já demonstrava gostar do mundo dos super heróis, talvez Jaehyun estivesse criando um futuro nerd, mas não que se importasse, pois isso significava que sempre teria um melhor amigo para o acompanhar em longas maratonas.
A noite começou com Homem de Ferro, no começo foi difícil fazer Mark parar de falar, mas a questão era que nem Jaehyun conseguia ficar quieto, então acabavam rapidamente iniciando uma conversa mesmo que estivessem vidrados no filme, mas quando chegaram em Homem Aranha, Mark não conseguia dizer nada além de "wow" e enfiar algumas pequenas pipocas na boca.
Depois de alguns filmes, já estavam cansados o suficiente e pronto para dormirem a qualquer momento.
– Mark, qual seu super herói favorito?
Mark pensou bastante, o máximo que sua capacidade permitia, pensou em dizer Homem aranha, adorava como o outro era um super herói que havia passado por tantas coisas e que agora ajudava a todos, também pensou em dizer Homem de Ferro, adorava como o homem conseguia construir coisas incríveis, pensou até mesmo em Robin, mas no final, seu verdadeiro super herói estava em sua frente, ele salvava animaizinhos e era gentil com todos, era seu super herói sem capa, e sabia que sempre o teria ali para salvar seu dia.
– Você, papai!
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.