Doyoung tinha um enorme sorriso em seus lábios quando adentrou a sala, não podia negar que conforme os dias iam se passando, mais ia gostando de Taeil, a cada dia sentia um leve friozinho na barriga em saber que iria ver o mais velho, mas não que aquilo significasse algo realmente, Doyoung apenas sentia puro e genuíno prazer em provocar seu professor, e dava certo, como dava.
O acastanhado vestia uma camisa de botões preta, mantendo ao menos 2 botões abertos, uma calça justa com algumas correntes presa ao passador. Caminhou até a fileira da frente, sentando-se o mais próximo possível a mesa disponibilizada aos professores, rapidamente enfiou as mãos dentro dos bolsos, procurando por algo, e logo sorrindo ao achar a cartela de chicletes de morango, não tardando em colocou um na boca e começar a mascar.
Taeil mal havia passado pela porta e Doyoung já mantinha as pernas cruzadas, não olhou para Taeil uma única vez sequer, e nem precisou, pois sentia o olhar do mais velho queimar sobre si.
– Boa tarde... – Soou alto para que toda a sala pudesse ouvir – Hoje não teremos uma aula em específico, a direção me mandou passar um filme para vocês, o mesmo vai acontecer com todas as turmas, é apenas um vídeo educativo simples, sintam-se livres até mesmo para dormir.
Aquela era a deixa de Doyoung, com cuidado, retirou o óculos de armação fina da caixinha e o colocou, passando as mãos pelos fios e os fazendo deslizar suavemente. Balançava o pé suavemente, apoiando os braços sobre a mesa e a cabeça sobre as mãos, vez ou outra rolava os olhos enquanto formava uma grande bolha de chiclete, notando ser nítido o incomodo de Taeil ao ouvir a bolha estourar.
Taeil não demorou em colocar o filme e usar o pequeno controle para controlar as luzes da sala, apagou todas, deixando acessas somente as luzes laterais e mesmo assim com baixa intensidade, apenas para que não ficasse um escuro extremo, deixando o ambiente confortável.
Conforme o filme era transmitido, Doyoung vez ou outra deslizava as mãos pelas pernas, as balançando suavemente, enquanto ainda mascava o chiclete. Não fazia muita questão de olhar Taeil nos olhos, mas quando fazia, era no momento exato onde Taeil o encarava, fazendo os olhares se cruzarem e causando um arrepio leve no corpo de ambos.
O mais velho sentia-se ansioso, a maioria dos alunos dormiam, mas não Doyoung, nunca Doyoung, que fazia questão de provocar em todas as aulas, sem exceção, o mais novo nunca perdia a oportunidade em passar a aula de alisando, apertando as coxas, se empinando toda vez que podia, além dos chicletes e pirulitos, e Taeil se sentia um completo adolescente bobo por sentir o corpo se arrepiar e tremer por atitudes como aquela, estavam num jogo e Taeil não tinha certeza por quanto tempo mais aguentaria, mas Doyoung tinha a plena consciência que dali, sairia vitorioso.
Quando o filme acabou, todos saíram rapidamente da sala, por exceção de Doyoung, que guardava o material não utilizado na aula com a maior calma do mundo, sendo assim, sempre o último a sair da sala, e Taeil não resistia, cedia fácil a aquele joguinho, então era tão calmo quando Doyoung, enrolava ao máximo, afinal, aquele eram os únicos segundos que tinha a sós com o outro, mesmo que não exatamente.
– Com licença, professor... – Doyoung aproximou-se, retirou o óculo e levou a pontinha da armação até a boca, mordendo levemente – Pode me dizer quando pretende começar a passar as provas?
– Ah, Oi... – Observou calmamente e delicadamente a visão de Doyoung com o óculos na boca enquanto segurava um livro sobre a arte da fotografia contra o peito – Em duas semanas, provavelmente, ainda tenho muito conteúdo para passar para vocês, estamos extremamente atrasados!
– Certo, vou me esforçar muito na sua aula, Sr. Moon! – Sorriu de forma meiga, fechando os olhos por alguns segundos e logos os abrindo.
– Fico feliz em ouvir isso, você é um bom garoto, Doyoung! – Piscou rapidamente, aquilo tinha tantos significados, mas no momento não se importavam, o clima que começava a surgir ali os tirava todo e qualquer foco.
— Será que eu sou, Sr. Moon? – Tombou a cabeça para o lado com calma, sorrindo fraco — Sinto que não estou indo tão bem em sua aula...
– E como eu posso te ajudar nisso? – Aproximou-se, já começava a ceder, mesmo que não quisesse, que achasse aquilo totalmente errado, não negaria a enorme vontade que começara a sentir de poder fotografar o outro nu e depois fode-lo pelo tempo que conseguisse.
– Acho que poderia me dar aulas particulares, sabe... Eu posso pagar por elas, o que acha?
– Eu adoraria, podemos resolver isso! – Taeil podia sentir a mentira descarada de Doyoung de longe, o mesmo tinha notas excelentes, havia olhado todo o histórico do mesmo, e mesmo que vez ou outra Doyoung se metesse em confusões, era de fato um dos melhores alunos do curso de fotografia que já passará pela faculdade, notas e desempenho incríveis.
– Certo, pode me passar seu número? Para acertarmos? – Doyoung sorriu sugestivo, vendo o mais velho o dar um cartão pequeno e branco.
– Pode me chamar, então acertamos...
– Certo, muito obrigado, Sr. Moon! – Aproximou-se, colocando a mão na nuca do mais velho e depositando um beijo quente e leve sobre a bochecha do professor.
E antes que Taeil pudesse dizer algo, Doyoung virou-se e saiu da sala, rebolando levemente enquanto tinha um sorriso quase que maldoso nos lábios, tudo corria como queria, tinha plena consciência do que queria, e não era machucar o coração de Moon, apenas queria diversão, e teria exatamente o que queria.
Quando saiu da sala, deixou Taeil para trás e o bônus de diversos sentimentos borbulhando dentro de si, sensações que há tempos não sentia, mas que gostava mesmo assim, o arrepio que percorria seu corpo, a onda de calor e até mesmo a ereção, que foi causada somente com os pensamentos impuros de Taeil sobre Doyoung nu em sua cama.
Estava completamente ferrado.
* »»——⍟——««*
– Para onde estamos indo? Não confio em você, Sehun! – O japonês falou de forma desconfiada, a verdade era que confiava em Sehun, confiava sua vida a ele, mas o conhecia o suficiente para saber que o outro tinha alguns parafusos a menos, que gostava de aventuras, então quando aceitou entrar naquele corvette azul, sabia que estava aceitando um enorme risco.
– Estamos quase chegando, não se preocupe... – Bagunçou os fios do japonês.
– E onde arranjou esse corvette? – Riu baixo, passando a mão pelo carro.
– Eu aluguei, não tenho dinheiro para comprar um clássico... Mas queria deixar mais especial!
Yuta não ousou dizer mais uma palavra sequer, apenas fechou os olhos e sentiu o vento contra o rosto, e quando se deu por si, haviam chegado até a praia, o japonês não negaria estar confuso, afinal, não era verão, não tinham permissão para nadar ali, não naquela época, mas não que realmente ligassem para aquilo.
Sehun logo saiu do carro, correndo até o outro lado e abrindo a porta para que Yuta pudesse sair do carro.
– Você é louco, não podemos vir aqui!
– Só um pouco de adrenalina... – Riu, tirando os sapatos e correndo até a areia – Você não vem?
Yuta mal sabia o que dizer, então apenas deu de ombros e retirou os sapatos, correndo a até a areia, rapidamente pulando sobre as costas de Sehun e rindo.
Yuta sentia-se estranho, naquele momento conseguia enxergar Sehun como um grande amigo, talvez não como seu amor, mas como alguém tão especial quanto, e sorriu por isso, talvez devesse mais amor a si mesmo, Sehun lá no fundo seria sua grande paixão, mas apenas para ser relembrada, Yuta sabia bem que aquilo tinha uma data limite, não que se arrependesse, mas não estenderia aquilo.
Sehun não tardou em jogar o japonês na areia e o atacar com cócegas e socos fracos, começando uma brincadeira de lutinha onde o japonês ria alto e se contorcia, logo então atacando Sehun, o dando uma joelhada leve e ficando por cima de si, riam alto e gritavam em meio as brincadeiras, logo então caindo lado a lado enquanto ofegavam e riam. Yuta fechou os olhos e pode se recordar de quando após um treino, deitou-se ao lado de Sehun no campo e observaram as estrelas, as mãos estavam suadas e até mesmo sujas, mas não se importavam, apenas queriam sentir o toque um do outro, naquela noite, Yuta pode sentir uma felicidade pura, o coração se enchia de sentimentos que mal entendia, não poderia voltar atrás, no tempo, mas a lembrança ainda era viva em si.
Quando abriu os olhos, pode ver Sehun em pé a sua frente, com a mão estendida, esperando por Yuta, que logo estendeu sua mão e teve o corpo puxado pelo maior, o fazendo pular e ficar em pé, Yuta mal conseguiu ficar em pé com tamanho impulso, então acabou por cair nos braços de Sehun, que o abraçou.
Rapidamente, retiraram as poucas roupas que vestiam, mesmo que não fizesse calor, e logo corriam quase que nus, até o mar, Yuta hesitou ao sentir a água gelada, mas mal teve tempo de ao menos pensar em desistir, pois logo teve o corpo jogado contra a água fria, o japonês quis gritar ao sentir a água gelada, mas antes de fechar os olhos pela água salgada, pode ver sua mão puxar Sehun junto à si, então logo ambos tinham o corpo coberto pela ondas fortes e geladas.
Por horas brincaram na água, vez ou outra nadavam um atrás do outro, puxavam, até mesmo tentavam afogar numa brincadeira boba, mas só quando a noite começou a cair que resolveram sair da água, ambos tinham o corpo dolorido de tanto que tremiam e os pés sujos de areia, rapidamente vestiram suas roupas, sentindo a sensação desconfortável da roupa suja de areia contra o corpo molhado e gelado, mas naquele momento, não se importavam tanto, então apenas correram para dentro do carro e rindo baixo.
– Eu acho que vou morrer de hipotermia... – O japonês riu, balançando os fios molhados.
– Pega minha jaqueta, você está com mais frio!
– Não precisa!
– Deixa de ser teimoso, Yuta! – Colocou a jaqueta sobre os ombros do japonês e sorriu vitorioso, logo ligando o carro e adentrando a estradada.
Ambos tinham coisas a dizer, só não sabiam como começar ou como dizer, mas quando uma música lenta e baixa começou a tocar, sabiam que era o momento exato.
– Yuta, eu preciso falar com você...
– Eu sei!
– Se eu disser que não gosto de você, eu vou ser um completo mentiroso, eu gosto muito, gosto o suficiente para saber que você vai ficar melhor sem mim, que eu não devo te colocar nessa situação, que você não merece isso... Eu tenho meus medos, mas minha única certeza é te amar, te amo tanto que sei que vai ser melhor para os dois a gente acabar de vez!
– Eu concordo, acho que eu to pronto para te dizer tchau, pelo menos por enquanto... Obrigado por tudo...
– Sei que está pronto, um passarinho azul me contou que você anda conhecendo alguém, e com todo meu coração, eu só desejo alguém que te ama imensuravelmente, Yuta – Colocou a mão sobre a do japonês – Obrigada, por tudo...
Sorriram, estavam felizes, superariam bem, pois acima de tudo, amavam tanto um ao outro que só queriam ver o outro bem, e quando puderam ouvir e ver os fogos de artifício colorindo o céu, entenderam que aquilo era uma grande despedida, mas sempre estariam um ao lado do outro.
* »»——⍟——««*
Jaehyun se sentia entediado sem Mark em casa. Havia o deixado na casa de Seungmin poucas horas atrás, ficou la conversando um pouco com a mãe do menino e vendo o menor brincar com o amigo e com outra amiguinha, que parecia sempre estar com os dois na escola. Os três pareciam ter seu próprio mundinho, mas eles se entendiam, então nada mais importava.
Alguns dizem que crianças são bobas e que não entendem de nada. Mas, a verdade é que elas são capazes de criar universos inteiros em suas imaginações, que nenhum adulto jamais vai ser capaz de entender a complexidade e a magnitude.
Jaehyun estava em frente a televisão apenas passando os canais preguiçosamente, era domingo a tarde e nada era mais entediante que domingos. Nada de bom passa na TV, apenas a mesmice e os filmes de 10 anos atrás que acham que as pessoas nunca vão enjoar.
Bom, Jaehyun estava bem mais do que enjoado.
Limpou o apartamento inteiro no dia anterior. Passou na lavanderia pela parte da manha. Já havia comido. E até a louça já estava lavada.
Suspirou.
– O que será que o Taeyong está fazendo? – colocou a mão no queixo pensativo, ainda deitado preguiçosamente no sofá.
Não conseguiu encontrar motivos para não ir até o apartamento alheio ver o que o outro estava fazendo. E por isso mesmo estava batendo nas porta de Taeyong nesse exato minuto.
Lee estava o completo oposto. Sempre prometia a si mesmo que não ia deixar as coisas para última hora e até tentava se organizar para fazer as coisas durante o final de semana. Mas dava domingo e ele não havia nem começado, então estava la ele tentando fazer dois trabalhos. Um era um roteiro de um curta-metragem que já estava acabando e o outro era um stop-motion que precisava editar.
Se levantou imaginando que se tratava de Minho com mais alguma caixa de seus pais.
– Wow! – disse logo após ter aberto a porta. Passou a mão pelos fios em uma tentativa de os arruma-los e disfarçar a própria bagunça que se encontrava. – O Mark está bem? Você precisa que eu fique com ele?
Jaehyun sorriu fraco e tirou o pedaço de biscoito que tinha no ombro direito de Taeyong, que nem havia percebido que estava ali.
– Por que só poderia ser sobre o Mark? – se aproximou do corpo alheio. – Eu vim porque eu queria te ver.
O mundo para Taeyong parou ali mesmo. Apenas se afastou e convidou o maior para entrar.
– Eu vou pegar algo para a gente tomar! Senta ali no sofá que eu ja vou. – apontou para a sala que era um tanto afastada da entrada e logo se dirigiu ate a cozinha.
Desde que teve a conversa com Yuqi, seu olhar sobre Jaehyun havia mudado. Não se sentia mais culpado de estar com ele mas ao mesmo tempo um peso a mais de responsabilidade havia caído sobre si. Jaehyun é consideravelmente bem mais velho e ja possui um filho de 3 anos, mas mesmo assim resolveu se envolver consigo, que por mais que tivesse varias qualidades, ainda era um estudante de faculdade e ainda imaturo.
Agora sabia que Jaehyun tinha outras intenções e isso estava o deixando mais do que animado, apenas para descobrir o que iriam se tornar no futuro.
Não conseguia esconder seus sentimentos, já não tenta mais fugir deles. Abriu o armário e pegou duas taças.
Já do outro lado do apartamento, Jung observava cada mínimo detalhe do lugar. Diferentemente do seu apartamento, ali as cores predominantes eram escuras, o design totalmente diferente mas ainda sim muito bonito. Entretanto seu lado paterno falou mais alto e só conseguia pensar em como varias quinas eram baixas o suficiente para Mark bater sua cabeça e como tinham muitos objetos de vidro de fácil alcance.
– O que você está pensado? – perguntou o mais novo assim que se sentou no sofá estendendo a taça para o outro e colocando a garrafa de vinho na mesa de centro.
Taeyong ouviu o estalo que fez quando a aliança entrou em contato com o vidro. Respirou fundo. Sabia que não tinha mais o significado que imaginava, mas ela estava ali ainda...
E aquilo o incomodava.
– Como que você fica tão bonito a qualquer hora? – perguntou ao mais velho ao tomar o primeiro gole do vinho.
Estava usando uma blusa cinza e uma calça de moletom preta e mesmo com essas roupas simples, Taeyong o considerava o homem mais bonito do mundo.
Não que fosse muito diferente do outro lado, Jaehyun adorava cada pequeno detalhe do mais novo.
– Não sabia que você me achava tão bonito assim...
– Tem como não achar? – mais um gole.
Jaehyun depositou um leve selar em agradecimento no outro, imaginava que o outro fosse se assustar ou ficar bravo consigo, mas pela primeira vez Taeyong apenas sorriu sincero.
– Como foi o almoço com a Yuqi essa semana?
Estavam jogando conversa fora ja fazia algum tempo. Taeyong fez quase que um relatório completo de coisas que o Mark estava aprendendo na escola e do nomezinho de cada um de seus amigos, Jaehyun se divertiu descobrindo algumas aventuras de seu filho com Seungmin e Wonyoung que o mais novo não tinha o contado.
Ja estavam no segundo vinho e as bochechas de ambos estavam bem vermelhinhas.
– Foi normal, a gente não conversou sobre nada demais!
– Fico mais tranquilo, ela sabe muita coisa sobre mim... – se arrepiou apenas ao pensar dos "podres" que ela poderia ter contado para ele.
– Ah, então você tem algo para esconder? – arqueou uma das sobrancelhas.
Jaehyun apenas tomou mais um pouco do vinho ignorando completamente a pergunta.
– É assim então? – colocou sua taça sobre a mesa e subiu sobre o colo do outro. – O que você está escondendo?
Jaehyun o puxou para mais perto, colando não só os trocos como as bocas. Se aproveitou do máximo que pode da situação do outro ao apertar sua cintura. Taeyong segurava com força nos fios do mais velho que soltou um gemido manhoso entre o beijo mostrando gostar daquilo. Desceu os beijos para o pescoço e não pensou muito antes de deixar um presentinho ali para o mais velho lembrar de si mais tarde, foi um tanto difícil pois enquanto isso o maior o provocava apertando e depositando tapas em sua bunda.
Em um segundo seu restinho de lucidez o lembrou de algo.
– Você não precisa ir buscar o Mark? – perguntou afastando seu rosto.
– Acho que ele não vai se importar de brincar mais um pouquinho... – tirou sua camiseta e logo puxou o outro para perto de si mais uma vez.
No fim das contas, domingos não eram tão ruins quanto Jaehyun pensava.
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