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História Dark Love - Four


Escrita por: believezayn

Notas do Autor


esse capitulo nao ficou assim muito bom (eu achei). gostaria de agradecer quem leu ate agora, e pedir pra que divulguem, caso achem que a fic vale a pena ser lida. qualquer pergunta é so dizer. ainda tem muita coisa pra rolar, obrigada, beijos

Capítulo 4 - Four


Coloco a mão em seu peito tentando me afastar. Ele me solta e guarda a espada.

- Nada mal. - Sebastian diz.

- Você é muito bom! - Ele da um sorriso, mas não do tipo pessoa convencida, e sim do tipo 'eu sei'. - Você com certeza é o melhor. 

- Onde aprendeu a usar uma espada? - Sebastian me pergunta com certa curiosidade em seu rosto. - Uma mundana dificilmente consegue fazer o que fez. - Ele coloca as mãos no bolso da calça. 

- Eu treinava com meus pais. E você? - a lembrança de meus pais aparece, tão viva quanto como se estivessem vivos e apenas vivendo em uma cidade distante. Meu pai, Reder, sempre contratava professores porque se dizia ruim para ensinar. Já minha mãe só ficava na parte teórica das aulas.

- Com meu pai. - ele solta a palavra pai de forma ríspida, da meia volta e sai da sala. 

- Você mora aqui com ele? - saio atrás dele. Sinto que não deveria ter perguntado isso pelo modo como ele falou a palavra pai, mas eu não ia alimentar uma curiosidade, precisava saber. 

- Eu sequer moro aqui. Já cansei de suas perguntas, aliás. - Ele se vira de repente, e acabo batendo nele sem querer. Sua voz sai áspera. Dou um passo para trás. Sua boca está rígida, seus olhos parecem conter raiva. Não consigo entender essa reação, então permaneço em silencio, com o corpo tenso. Ele desvia o olhar para o corredor, passa por mim rapidamente e quando percebo já esta no fim do corredor entrando num quarto que desconheço. 

Fico ainda mais confusa. Vou para a sala de estar e me sento.

O sofá é macio, a cor do tecido que o reveste é vinho. Tem duas poltronas de frente, uma mesinha de cada lado. Assim como o resto da casa, as paredes são brancas. É como se duas pessoas diferentes tentassem decorar a casa, uma escolhendo móveis modernos e outro escolhendo móveis antigos. Na parede tem quadros de anjos. No maior quadro, que esta em cima de uma lareira tem a imagem de um anjo saindo de um lago com um cálice em uma mão e uma espada em outra. Ver aquele quadro me da certo arrepio, o anjo parece ter o poder de destruir qualquer coisa. Fico sentada, com o corpo ereto, pensando no que fazer. Talvez seguir Sebastian tenha sido um erro. Mas é estranho, porque senti que finalmente encontrei alguém que entende o mundo do qual eu tenho duvidas.

Sempre vi demônios, bichos horríveis, que apenas eu via. Mas eles nunca chegavam perto de mim. E eu sei que eles sabiam que eu os via. Era como se tivesse uma barreira. Era perceptível a vontade deles de me matar. Nunca entendi muito bem isso. Me surpreendo todos os dias por não estar morta ou louca. Todo o tempo que estive no orfanato não me preocupei com o fato deles existirem, porque sabia que ali era um lugar santo e abençoado, onde não poderiam entrar. Quando voltar terei que pagar penitência por ter fugido. Sempre rezei o Rosário pedindo a Deus uma cura, e toda vez que rezava sentia meus poros queimando, como se meu corpo fumegasse. Até que chegou um dia que deixei de acreditar na misericórdia desse Deus imortal.

 

 Distraída em meus pensamentos, os minutos vão passando e não me dou conta de que Sebastian entrou na sala. Ele se senta numa poltrona e coloca uma mala na outra poltrona. Em seu colo tem um livro, mas não consigo ler o título. Permaneço em silencio. Não quero mais fazer perguntas já que são inconvenientes. 

- Estou indo embora. Vim apenas para buscar algumas coisas. - Ele bate na mala ao lado. - Pode ficar aqui, não voltarei de qualquer jeito. Se quiser a casa para você não me importo. Demônios não podem entrar, é enfeitiçada, como deve ter visto. Toma. - Ele se levanta e me entrega o livro que estava segurando. O Códex dos Caçadores de Sombras. Esse é o título. Na capa tem o mesmo desenho do quadro, e a igualdade das imagens me faz encarar o quadro e depois o livro. - Uma mundana tendo a oportunidade de descobrir a realidade do nosso verdadeiro universo. Sinta-se honrada, ele não vai durar muito tempo. - Ele da um sorriso de orgulho, e seus olhos brilham. Pega a mala e sai da sala. 

Escuto o barulho da porta se fechando de longe. Sebastian se foi.

 

Decido voltar para o orfanato. Já na entrada do lugar eu consigo ver e sentir pela primeira vez alguma coisa sobrenatural ali. Passo pela porta de entrada que da em um salão grande com uma escadaria. Subo a enorme escadaria e ando alguns corredores no andar de cima em direção ao quarto que durmo. Minha meta é chegar lá sem que me vejam. 

- Louise. Onde você estava, senhorita? 

Essa não. Escuto a voz da Irmã Madalena vindo de trás de mim. Me viro, com um sorriso no rosto. 

- Olá Irmã, tudo bem? - Eu aponto para o final do corredor, que é onde fica meu quarto. - Eu já estou indo para o quarto. Tchau. - Me viro e vou andando reto. 

- Sinto muito, mas como faltou aulas passadas e se escondeu o dia todo ontem, precisa de penitência. Vamos, te levarei ao padre. - Madalena da alguns passos parando ao meu lado e segura meu braço e me guia para a frente. 

Conheço muito bem esse caminho. Corredores largos, com piso de granito e um zunido distante. Tudo absolutamente igual.

Essa gente é tão estúpida que sequer percebeu que eu tinha saído. 

Ao lado do orfanato tem uma igreja, então tem uma porta que liga os dois lugares. Passamos por essa porta e depois encontramos o padre em seu rotineiro feito de escutar os pecadores. Irmã Madalena me deixa na sala e avisa a uma outra freira para ficar de olho em mim. Aguardo alguns minutos e chegou a minha vez. 

- Perdão Padre, pois pequei. Irmã Madalena me trouxe aqui pois acha que cabulei as aulas e me escondi. Mas na verdade eu não estava aqui. E nem pretendo ficar. Pois bem, pretendo sair daqui dessa sala, ir ao quarto e buscar todas as minhas coisas, depois ir para a cozinha só para garantir que não passarei fome, se é que me entende. Como isto é uma confissão, acredito que não contara a ninguém... mas, se bem me lembro, sua santidade foi comprometida quando aos beijos com uma beata o vi. Não importa, pois se atrapalhar minhas ações futuras posso espalhar a foto que tenho guardada. 

- Sua confissão morre comigo, filha - a voz do padre está trêmula. Talvez esteja um pouco surpreso com o que eu disse. Saio antes dele dizer mais alguma coisa.

Volto para o quarto. Entro no cômodo e não tem ninguém. Hora do almoço, devem estar todos no refeitório. No quarto tem várias camas, e a minha é a última, perto da janela. Passei a maior parte do meu tempo livre sentada ali lendo. Sempre amei ler ficção, mas a maioria dos livros na biblioteca daqui são sobre a religião. Vou até o armário e pego as poucas roupas que tenho e as coisas que mais considero importantes para se levar quando vai embora de um lugar. Eu não me importo em fugir daqui, sempre quis abandonar essas pessoas, e agora eu tenho um lugar pra ficar, mesmo que tenha conseguido de um jeito estranho. Eu sei que Sebastian voltara. E eu estarei la. 

Antes de deixar o quarto, resolvo fazer uma coisa. Vou ate as coisas de Kelsey, uma garota de 13 anos, fútil e insuportável que sempre me irritou e rasgo todas as suas queridas roupas.

Uma pena eu não poder ficar para ver sua reação. Sempre quis esfregar a cara daquela criança e das suas amiguinhas no asfalto. Mas deixa para a próxima vez.

Após o almoço, todos são obrigados a escovar os dentes, rezar o Terço e depois ir para as aulas. Aproveito que não tem mais ninguém no refeitório e vou direto pra cozinha. A cozinha é enorme, e tem algumas cozinheiras limpando as coisas. Encontro Lucie, a melhor pessoa daquele lugar. Nunca vi alguém cozinhar como ela, extremamente maravilhosamente bem. Minha sorte é que ela sempre gostou de mim e não ligava caso eu pegasse algo escondido da despensa. Dou um abraço em Lucie, mas não conto que ali é a ultima vez que nos veremos. Pego algumas coisas e saio da cozinha, dando adeus a prisão disfarçada de casa.



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