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História Dark Love - Five


Escrita por: believezayn

Capítulo 5 - Five


A casa do Sebastian não é tão longe quando se sabe o caminho. Ando por meia hora até chegar. É diferente entrar num lugar que você mal conhece mas que agora será onde vai morar. Eu sou muito idiota por estar fazendo isso, eu sei. Quem vai morar na casa de alguém que nunca conheceu? Sim, eu. Muitas vezes faço as coisas sem pensar e isso acaba gerando consequências ruins para mim. Minha mãe sempre disse que era preciso pensar antes de falar e agir, mas eu sou do tipo que fala e age antes de pensar.

Decido conhecer os cômodos que ainda não vi, e fico surpresa pelo tamanho real do lugar, é enorme. Entro num quarto e a cama está bagunçada, apesar de tudo ao redor estar arrumado. A cama de casal é grande e fica no meio do quarto, numa parede tem um espelho grande, e ao lado uma janela, seguindo o mesmo padrão do resto da casa. Acho que foi ali que Sebastian dormiu, se é que ele dormiu nessa casa enquanto eu estava desacordada. Abro o armário e tem algumas roupas, que certamente cabem nele, mas acho que o quarto só está arrumado porque ele passou apenas uma noite ali, pelo que entendi.
Saio do quarto e entro no lugar que fiquei curiosa de ver melhor: a biblioteca. Isso é incrível, ter uma biblioteca em casa, ainda mais enorme desse jeito. As prateleiras todas preenchidas por vários títulos diferentes. Uns que já ouvi falar, outros estranhos sobre línguas demoníacas, e alguns clássicos e maravilhosos de William Shakespeare. Quando voltei para França pensei que seria o meu fim ficar sem poder ler todas as histórias que estavam na minha listinha, mas comecei a ler novamente os livros que levei escondido para lá.

Lembro de O Códex dos Caçadores de sombras que Sebastian me deu e que deixei numa mesinha da sala quando sai. Vou ate a sala e começo a ler o livro. É intrigante todas as informações passadas. Aqui diz que existem vampiros e lobisomens, da pra acreditar? Imaginar essas criaturas faz com que me sinta feliz por saber que todas as histórias são verdadeiras. Como deve ser praticar mágica como os feiticeiros? Ter a imortalidade dos filhos da noite? A força de um lobisomem? Ainda não compreendo totalmente esse mundo dos Nephilim, mas pelo visto eles são temidos pelos "membros do Submundo" (é como as fadas, vampiros, lobisomens e feiticeiros são chamados no livro). Ter o sangue de anjo parece ser um privilégio, mas aqui mesmo no livro está dizendo que o poder deles é inferior aos que tem sangue demoníaco, por que então são melhores? 
Como seria caso eu fosse algum desses seres? Se sobrevivesse apenas andando a noite, ou me tornando um lobo na lua cheia?

Passo o resto das horas lendo. É fascinante ter um livro com tantas coisas novas em mãos. 

Vou para o quarto que provavelmente é de Sebastian e me deito na cama para dormir. Por mais que tenha ficado com ele apenas algumas horas, consigo sentir seu cheiro presente no lençol. Fecho meus olhos e a imagem de seu rosto aparece, mas dura apenas alguns segundos, pois logo em seguida entro na escuridão de silencio que é meus sonhos.

 

Me levanto sem fazer ideia de que hora seja. Há muito tempo eu dormi sem que fosse obrigada a acordar. São 10 horas da manhã. Após me trocar e tomar um café forte resolvo voltar à sala de armas. Entro ali com satisfação. Machados, espadas, lâminas, chakrams, todos os tipos de artifícios mortais espalhados pela sala. A maioria eu aprendi a usar. A falta de prática me perturba, então pego um machado na parede e começo a treinar as táticas já feitas por mim a certo tempo. Sinto a arma se tornando uma extensão do meu corpo. Como se a energia presente em mim fosse passada para o instrumento e criasse vontades e movimentos próprios, mesmo não tendo ninguém para lutar.

Suor escorre do meu corpo enquanto testo a maioria dos tipos de armas. Vi no Códex que eles têm uma arma chamada lâmina serafim, e que é preciso dizer o nome de um anjo toda vez que for usar. Eu não sei se ela esta ali ou se eu posso ou não usar, ja que não sou Nephilim, mas fiquei curiosa.

Eu fico a maior parte do tempo treinando, o que faz o dia se desenrolar rapidamente. Fico me perguntando o que Sebastian está fazendo, e o que eu vou fazer, já que nem cuidar de mim mesma eu posso devido as leis mundanas. 
Mundanos, essa palavra é tão legal, já estou falando como um Nephilim (apesar de não ser um).

Já cansada, vou tomar um banho. Passo vários minutos debaixo do chuveiro, podendo finalmente usar o tempo que eu quiser sentindo a sensação da água caindo em meu corpo. Da janela vejo as estrelas no céu, e pela primeira vez penso em meus pais e não sinto uma onde de terror me consumir. Desligo o chuveiro, me enrolo na toalha e vou para o quarto. Passo o tecido por meu corpo e depois tiro o excesso de água do cabelo e desembaraço. Ando até uma bolsa no chão onde estão minhas roupas. Vejo de relance a luz do quarto oscilar e me viro em direção a porta.

- Ah! – Rapidamente pego a toalha e me cubro com ela. – Sebastian?

- Desculpe, não queria te assustar. – Ele me olha de um jeito curioso e malicioso.  

Meu Deus, eu estou apenas de toalha no mesmo quarto que um garoto que mal conheço, e ele me viu pelada. Pelada!

- Eu preciso me trocar, sai. – Cruzo meus braços e tento manter a calma, mas não consigo, meu coração está acelerado e eu estou morrendo de vergonha.

- Sim, eu sei. Quero que vista isso, por favor. – Ele da um passo a frente, chega perto de mim e me entrega uma sacola. Eu pego a sacola com uma mão e com a outra seguro a toalha só para garantir que não caia. Ele sai do quarto antes que eu responda alguma coisa.

Assim que ele sai eu corro até a porta e a tranco. Como terei coragem de olhar pra ele depois dele ter me visto nua? Abro a sacola e tiro um vestido vermelho de dentro. Me parece deslumbrante, mas por que ele quer que eu vista?

O vestido vermelho é longo e justo, com manga cobrindo os ombros, simples, mas muito elegante. Nunca coloquei uma roupa tão graciosa antes. Visto a roupa e ela se encaixa perfeitamente em meu corpo, mostrando as curvas que jamais imaginei ter. Minha pele branca realça o tom da cor do vestido e o vestido acaba destacando o cinza do meu olho. Meu cabelo castanho claro cacheado e volumoso vai até metade das costas e me deixa parecendo uma celebridade num tapete vermelho. Fico me admirando no espelho por um tempo.

Destranco a porta e saio pelo corredor procurando Sebastian. Ele aparece na minha frente com um sapato de salto na mão, me entrega e da um sorriso:

- Acho que já podemos ir. – ele se vira e segue adiante pelo corredor.

- Ir pra onde? – Coloco o sapato que ele me entregou e saio atrás, mas ele anda muito rápido e não o alcanço.

Chego até a porta e ele está me esperando perto de um táxi. Agora que reparei em sua roupa e em como ele está bonito. Seu cabelo claro está pra trás, ele usa uma camisa social branca e uma calça preta. Ele fica encostado no carro com as mãos nos bolsos e eu fico parada na porta apenas olhando o quanto fascinante ele pode ser.  

- Táxi? Achei que tivesse meios de transporte apropriados para as pessoas especiais. – Eu digo tentando disfarçar meu encantamento por Sebastian. Ele abre a porta e eu entro e em seguida ele entra, se senta ao meu lado e passa o braço por meu ombro.

- Hum, sim, existe. Por exemplo, temos motos demoníacas, portais, vassouras, se preferir, entre outros. Mas não quero te assustar. – ele passa as pontas dos dedos frios por minha bochecha. Sinto os pelos do meu corpo se arrepiarem e mais uma vez tento disfarçar, passando as mãos pelos meus braços

- Vassouras? Existe bruxas que andam de vassouras? 



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