Narrador
Assim que encostaram as cabeças nos travesseiros, Domingos e Débora dormiram quase que instantaneamente. Ao raiar o dia em Miami, alguns flocos de neve enfeitavam o ambiente. Devido o forte vento, o Detetive não demora muito a acordar. Fecha mais as persianas e detém - se a observar àquela que há tempos o enlouquecera. Percebe que a coberta da advogada estava longe do corpo e ousa cobrí - la. Ao sentir um calor atípico deveras próximo, ela se mexe segurando uma das mãos do Detetive, que a cobria. Sem saída, ele senta - se na ponta da cama e vela o sono dela. Alice resmunga, pois sente falta do "pai" ao seu lado na cama. Abre os pequeninos olhos e observa Domingos encarar a "mãe" completamente encantado. Abre um lindo sorriso ao ver a cena e anda até ele:
•Alice: Papai! Alice também quer carinho!
Ao dizer isso, faz a mesma carinha fofa que o convencera a comprar a maleta e ganha a atenção dele. O Detetive se afasta um pouco de Débora para pôr a pequena para dormir, pois estava muito cedo e frio. Assim que Alice dorme enrolada no aconchegante edredom oferecido pelo hotel, ele aproxima - se dela novamente. Perde a noção do tempo que passara observando - a e volta para a cama, a fim de dormir um pouco mais.
Com a aproximação de Alice, Débora despertara, mas permanecera de olhos fechados permitindo - se sentir os carinhos do Detetive em silêncio. Ela nunca tivera alguém que se preocupasse tanto com ela a ponto de protegê - la do frio como ele fizera, por exemplo. Com pequenos gestos, o Detetive estaria conseguindo algo impossível: abrir o inquebrável cadeado que se apoderou do coração da advogada. Mais ainda: estaria ele no caminho certo para encontrar a chave que levaria ao coração dela? Ao sentir que ele se afastara devido um pedido de Alice, ela decidiu dormir algum tempo a mais.
Depois de se permitirem dormir, a advogada acorda antes dele e toma uma ducha quente para "despertar" de verdade. Terminado o banho, agora é ela quem o observa acompanhada por Alice que "pula" da cama esfregando os olhinhos ao vê - la:
•Alice: Papai ainda tá dormindo... Que dorminhoco! Acorda ele, mamãe!
Débora o vê ressonar tranquilo e não consegue acordá - lo:
•Débora: Vamos deixar o papai dormir mais um pouco... Está com fome?
Alice acaricia a barriga em sinal positivo e Débora pede algo para as duas. Alice segue ao toalete para trocar a roupa e escovar os dentes enquanto os quitutes não chegam. Alguns minutos se passam, e elas começam a comer tranquilamente. Dado momento, Domingos acorda e "rouba" o sanduíche light de Débora, que protesta:
•Débora: Não foi ensinado de que é falta de educação pegar algo alheio sem permissão?
Ele morde um generoso pedaço do sanduíche o devolvendo em seguida apenas para irritá - la. Os dois se entreolham e são interrompidos graças ao toque do celular da advogada:
•Débora: Vicente! How are you? What's new? How will our Dear Marina? (Vicente! Como está você? Quais as novidades? Como vai nossa Querida Marina?)
Ao ver a ironia dela, ele sorri juntamente a Domingos que a repreende com o olhar:
•Vicente: Your competitor is nervous, because tomorrow is the big day, right? (Sua concorrente está nervosa, pois amanhã é o grande dia, certo?)
Débora concorda sendo informada em seguida sobre o horário da tão esperada Premiação: 20:00. Essa será a hora exata que decidirá os rumos de sua vida profissional! Assim que se despede de Vicente, ela se depara com uma cena irresistível e tentadora: Domingos umidecendo os lábios, pois sobrara resquícios de pão olhando fixamente para ela. A advogada tem a garganta seca e seus olhos a traem ao contemplarem a boca convidativa do Detetive. Fecha seus intensos glóbulos na tentativa de controlar a própria respiração, enfrentando sérias dificuldades nesse processo. O Detetive, perspicaz como sempre, percebe tal fato e a "puxa" ao toalete, esquecendo - se de Alice por uns instantes:
•Débora: Enlouqueceu? Que puxão foi esse?
•Dom: Acha mesmo que não percebi seus olhares descarados para minha boca? Assume que você daria tudo para estar no lugar dela e ser alisada por minha língua, assume!
Débora sorri de lado visivelmente tensa e retruca:
•Débora: Por quê você mesmo não descobre?
Essa provocativa frase foi a "deixa" para o Detetive "atacá - lá" sem o menor pudor. Ele a pressiona contra o frio mármore da pia e a suspende, sentando - a na mesma, sem quebrar o beijo. Línguas duelavam como em uma dança e nenhum deles ousou quebrar o instigante contato. Débora envolve os braços no pescoço do Detetive, o trazendo mais para si. Ele pára o beijo por um instante mordendo - lhe o lábio inferior e inspira a doce fragrância de maçã, característica da advogada, embreagando - se. Engatam em sucessivos beijos sem pensar no tempo que permaneceram dentro do luxuoso toalete, que há essas horas estava "fervendo". Antes que o Detetive pense em se livrar da primeira peça de roupa, Alice os chama:
•Alice: Mamãe! Papai! Tudo bem? Ficaram tão quietos...
Os dois ouvem a voz da pequena e Débora sorri baixo escondendo a cabeça no vão do pescoço dele, envergonhada. Percebendo que o clima "esfriou", ele a auxilia a descer da pia e eles se ajeitam o mais rápido que podem, para evitar futuros questionamentos da pequena, afinal Débora estava amarrotada e com os cabelos desgrenhados. Com a ajuda do Detetive, ela consegue arrumar de maneira impecável seus sedosos cachos e ambos vão ao encontro da pequena Alice.
No Brasil...
O passeio do pequeno Léo fora fantástico! Ele, Deni e Mariana se divertiram tanto que perderam a noção da hora. Quando se deram conta, já havia anoitecido. Diante disso, Deni pede permissão à Luciana para que o menino passe a noite com ela, sem mencionar que ficará na casa da irmã, é claro! Luciana permite, pois realmente escurecera e poderia ser perigoso voltar para casa àquele horário. O pequeno comemora e segue ansioso à casa de Débora.
Ao adentrarem, ele observa cada detalhe da luxuosa casa e se encanta! Deni mostra o local aonde ele passará a noite e o garoto pede para conhecer o quarto de Débora. Deni o acampanha e se preocupa ao vê - lo folhear um álbum de fotografias da irmã, pois ela sempre detestou que mexessem em suas coisas. O pequeno permanece mais alguns minutos no cômodo, mas logo segue ao local aonde passará a noite, despedindo - se de Deni e Mariana com beijos e abraços:
•Léo: Boa noite, Tia Deni! Brigado por ter me levado para passear hoje!
Em Miami...
Débora e Domingos tentavam a todo custo suprir os questionamentos da pequena, que notara um "singelo" borrado na boca da advogada:
•Alice: Papai deu beijo na mamãe, não deu? O batom não tava borrado antes... Alice é esperta!
Os dois se entreolham tensos, e Domingos toma a iniciativa:
•Dom: O papai foi tirar um pouco do sanduíche do canto da boca da mamãe, mas acabou borrando o batom dela... Ela ficou bem brava!
Apesar de Domingos ter explicado, a pequena não se convencera totalmente. E dispara como uma bomba:
•Alice: Papai! Não precisa enganar a Alice! Teve "beijo de cinema", não foi?
Nessa hora, a menina batia palmas empolgada levando Domingos às gargalhadas e Débora a esconder o rosto com as próprias mãos, denunciando sua teoria do "beijo de cinema". Para descontrair o clima, os "pais" da menina fazem inúmeras cócegas nela que gargalha alto sem conseguir parar.
A "família" passa o resto da manhã entre conversas e cócegas, pois Alice sempre que podia os lembrava do bendito beijo. Certo momento, a pequena adormece e Domingos a põe na cama. Débora sente um calafrio e constata que algo importante acontecerá a qualquer momento. Passa a tarde um pouco isolada, preocupando Domingos:
•Domingos: Ei! O que houve? Na parte da manhã você estava bem e agora... Parece que "murchou"...
Débora o olha sem acreditar que ele possa conhecê - la melhor do que ela mesma e responde:
•Débora: Não sei ao certo... Um calafrio de repente me atingiu...
Enquanto ela sentia seus calafrios, Rebecca viajava ao seu encontro, ansiosa:
•Rebecca: Ah! Daqui a pouquíssimas horas estarei na famosa Miami! Esse lugar nunca mais será o mesmo após receber Rebecca Bloch!
Ela sorri de maneira assustadora e toma sua champanhe tranquilamente, pois como era de se esperar, está viajando de classe A!
É provável que a Grande Senhora pouse na madrugada em terra "americana".
No Brasil...
Deni estava sem sono e resolveu entrar em contato com a irmã, pois não aguentava mais de saudades:
•Deni: Sua vacaaaaaa!!!!
Débora gargalha juntamente a Domingos e responde:
•Débora: Conte - me tudo, mas de forma rápida de preferência... Como estão todos?
•Deni: Antes de lhe contar irmãzinha... Eu estou com problemas auditivos ou escutei duas gargalhadas? Não me diga que... AI MEU DEUS!!
Débora rola os olhos impaciente e observa Domingos, que não conseguia parar de rir da "cunhada":
•Débora: Voltando ao Brasil nós conversamos, pode ser?
No instante em que as duas conversam, Deni recebe uma mensagem na secretária eletrônica:
"OI Deni... Estou viajando para Miami hoje a procura de sua irmã! Darei notícias, fique tranquila! Beijos de sua mãe!"
Débora reconhece a voz da mãe, pois estava em um volume bem audível e questiona:
•Débora: Eu entendi bem ou a Rebecca está nesse exato momento dentro de um avião rumo à Miami?
•Deni: Você entendeu certo, irmãzinha... Dona Rebecca chegará a qualquer momento...
Débora entra em choque e abandona o telefone, alertando Domingos:
•Débora: O meu calafrio foi um sinal, Domingos... Essa mulher não pode voltar e desmoronar a minha vida de novo! Não pode!
Domingos a abraça de imediato garantindo que a protegerá de qualquer ameaça que Rebecca possa vir a fazer... Permanecem assim até pegarem no sono, um nos braços do outro!
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