Sim... Dói sadicamente aceitar que estou apaixonada pelo meu melhor amigo, é a única explicação lógica...Como eu pude deixar isso acontecer? coloco minhas mãos sobre minha cabeça nervosa e volto a me questionar, sou uma porcaria de pessoa... Como deixei acontecer? Como? Oque eu faço agora? Eu tenho o Quim e ele ainda deve amar a Mônica...A minha melhor amiga....sou um lixo de pessoa ...como posso sentir isso? Como? Oque eu faço com esse amor agora? O engulo? O arranco do meu peito e finjo que nunca existiu? Não sei o que fazer....Esse garoto é como um vírus que chegou e dominou todos os meus sentidos ... E agor... Minhas reflexões é interrompida por um toque na porta, agilmente limpo minhas lágrimas e me direciono para abri-la.
-Quem é ? Pergunto antes de abrir.
- Filha eu te trouxe o jantar.Ouço o soar da voz da minha mãe ecoar do outro lado, respiro profundamente, disperso minha aflição, estampo um sorriso na minha face e abro a porta.
- Obrigada mãezinha, que bom que não se esqueceu de mim.Pego a bandeja de suas mãos com cuidado e me sento sobre a minha cama.
-Você acha que eu esqueceria a princesa da casa minha filha?...Mas e então como foi o trabalho com o Cebola? Minha mãe pergunta e se senta ao meu lado sorrindo.
- Bem mãe, Tirando o fato que o Cebola queimou o bolo da mãe dele .Rio espontâneamente e minha mãe me olha sorrindo meigamente.
-Filha você gosta bastante dele né?Ela pousa uma de suas mãos sobre meu ombro me fitando singelamente enquanto aguarda minha resposta.
Provo minha refeição para não delatar a surpresa que me preencheu, eu termino de mastigar, engulo e a respondo da maneira mais normal possível.
-Sim mãe, é meu amigo desde quando éramos pequenos.A respondo e volto a comer evitando contato visual.
-Filha lembra aquele dia que você se machucou e ele cuidou de você? Ele disse que era seu médico.Minha mãe ri com essa lembrança, eu a olho e sinto minha aflição se suavizar... Sim ele cuidou de mim... Enquanto a Mônica e o Cascão ria por eu ter caído... Deixo meu sorriso transparecer com as lembranças que me invadiram nesse instante.
-Sim, eu lembro mãe, obrigada por ter trazido o jantar, eu já iria descer pra comer, mas fiquei um pouco cansada, o trabalho estava cansativo.A agradeço explicando o ocorrido.
- Tudo bem filha eu imaginei... Bom vou deixá-la descansar, boa noite meu anjo.Minha mãe se despede com um beijo na bochecha e se retira do meu quarto deixando a porta aberta... É Cê você cuidou de mim... Me levou passear no barquinho porque o Quim não quis... É você sempre esteve comigo e só agora percebo o quanto é importante pra mim...Tantas lembranças com você...Não sei se consigo engolir oque eu sinto...Por que é tão difícil? Meus pensamentos se intensificavam a medida que minha refeição se esgotava, até que por fim esvaziei meu prato, me levanto e direciono a cozinha com o prato em mãos, o lavo e guardo no armário, em seguida retorno ao meu quarto.
-Chega vou tomar um banho e dormir.Decido enquanto procuro minha camisola entre as minhas roupas, a encontro e a deixo sobre a minha cama enquanto vou ao banheiro com a toalha em minhas mãos.
Encosto a porta e me desnudo lentamente... ligo o chuveiro, o espero esquentar, entro debaixo dele e sinto a água quente aquecer a minha pele me relaxando durante longos minutos...
Atravesso a porta com a toalha enrolada sobre meu corpo, vou em direção a minha gaveta, escolho um peça íntima e a visto, coloco minha camisola, sem me importar com nada puxo o cobertor para me deitar ... Econtro um peso sobre ele...
-Oque faz aqui? Pergunto enquanto vejo o Mingau adormecido angelicalmente sobre minha cama, sorrio achando fofo e sem coragem de expulsa-lo, me deito ao seu lado delicadamente e o abraço.Sinto seus pelos como pluma sobre meu peito me deixar confortável, minutos depois meus olhos pesam e o Cebola me vem à cabeça... A melancolia e o temor ecoava por cada milímetro do meu cérebro...Sem me dar conta adormeço com ele explícito no meu subconsciente...
-Eu não te fiz nada.Ele se defende com os olhos lacrimejando de nervosismo.
-Você fez sim! As palavras saem da minha boca num tom elevado, eu grito na tentativa de amenizar um pouco a dor que eu sentia.
-Oque eu te fiz? Ele me questiona aos gritos, nesse momento as lágrimas que deslizavam sobre a minha face se intensificaram, meu coração pulsava forte, minhas mãos tremiam e o temor rondavam a minha cabeça... Eu encontro seus olhos e com toda a sinceridade da minha alma deixo as palavras saírem da minha boca involuntariamente, eu fecho os meus olhos...
-Você invadiu o meu coração, sem pedir permissão... Me fez se apaixonar por você sem eu me dar conta... Você é meu amigo e eu estou apaixonada por você, eu.... Cesso as minhas palavras e contínuo com meus olhos fechados, eu não queria ver reação dele, não quero encará-lo, não quero sentir seu desprezo através de seus olhos e ouvi-lo dizer que ama a Mônica...
Sinto o toque aveludado de suas mãos no meu rosto, eu abro os meus olhos e logo me perco em seu olhar, não havia desprezo era algo suave, sinto suas mãos em minha cintura e nosso corpos se colam um no outro, uma onda de desejo cintilavam sobre a minha pele, ele olha para os meus lábios e sinto sua respiração se juntar a minha, e quando estavam quase nos juntando com um beijo, o Cebola se afasta e começa a espirrar.
-Atchim atchim. Fico confusa, meus olhos se abrem, percebo que tudo não passou de um sonho e que era meu pai estava ali espirrando ao lado da minha cama.
-Desculpa filhinha só passei para te dar um beijo de boa noite não queria acordá-la, você estava dormindo igual um anjinho, você precisava ver como sorria.O meu pai de desculpa e sorri enquanto acariciava meus cabelos de um jeito terno.
-Tudo bem pai, o Mingau que te fez espirrar.Eu rio e dou um beijo na cabecinha do Mingau que se espreguiça, meu pai sorri nos olhando.
- Oque você estava sonhando meu anjo? Meu pai questiona e acaricia os pelos do Mingau, eu fico corada, não vou contar ao meu pai que estava sonhando com o Cebola, que lhe confessei meu amor, penso um pouco e invento a primeira desculpa que me vem à cabeça.
-Eu sonhei que a mamãe fez uma pizza gigante e quando eu ia comer o Mingau me acordou.O conto empolgada, meu pai sorri me ouvindo.
-Te acordei na melhor parte.Ele comenta rindo.
- Tudo culpa do Mingau, vou acabar com a raça dele.Brinco, nesse instante meu pai me dá um beijo na bochecha e desliga a luz antes de sair.
-Boa noite filha.Meu pai se despede, ele parecia um pouco cansado... Ultimamente o trabalho está sugando ele, minha mãe tenta convencer ele a se demitir, mas ele não quer perder os direitos dele, é uma situação um pouco complicada...
-Boa noite pai.Me despeço e ele fecha a porta, percebo somente a claridade do abajur iluminar meu quarto, de novo outro sonho com ele... Vou enlouquecer desse jeito... Preciso voltar a dormir mas sem ele preso na droga da minha cabeça, meu Deus tira ele dos meus pensamentos, não quero amar ele, não quero.
Pego o meu celular e coloco em uma playlist de músicas calmas, me aconchego novamente com o Mingau, depois de alguns minutos começo a sentir sono, por fim acabo adormecendo novamente.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.