História Descobrindo o amor além da amizade - Sempre foi ela

-Que bom que gostou querido, foi um prazer, você sempre será bem-vindo na minha casa.Minha mãe o agradece sendo simpática.

-Obrigado pela hospitalidade dona Cebola, mãe amanhã dou uma passada em casa.A Xabéu agradece minha mãe sorrindo enquanto se direciona a porta, nós nos levantamos os acompanhando.

-Xabéu traz algo do espaço para mim?Minha irmã a pede eufórica.

-Claro minha pequena, na próxima vez que nos vermos vou ter algo para você.A Xabéu a promete, se abaixa para ficar na altura dela, as duas se abraçam.

-Cuidado na viagem.Meu pai os alerta, vejo o carro do astronauta, era um veículo muito bonito, sorrio, ele já é um cara estável na carreira, logo vou ter um carro bom também, penso confiante.

 -Cuida bem da minha filha.A Xarlene o pede, ela parecia estar com o coração na mão ao ver a filha partir novamente...

-Pode deixar dona Xarlene, ela é uma preciosidade, precisamos dela.O Astronauta a tranquiliza, a Xabéu sorri parecendo estar envergonhada, sinto a Magali apertar as minhas mãos, a olho, ela estava séria com o olhar fixo no casal.

-Passa em casa também filha, a Carmen faz um café da manhã ótimo.O seu Xavier a convida sorrindo, dava para ver em seu olhar o orgulho que sentia da filha.

-Pode deixar pai, eu não perderia por nada, Carmen cuida do meu pai hein?A Xabéu a pede sorrindo de modo descontraído, a Carmen sorri assentindo.

-Pode deixar querida, eu alimento ele bem.A Carmen comenta, nós rimos, nunca imaginei que a megera da esquina, com sua obsessão por flores e que odeia criança seria tão gente boa, bom na verdade não eramos crianças tão fáceis assim, sorrio sutilmente com meu pensamento.

-Maninho se cuida hein? Nos vemos amanhã, seu Manuel, seu Carlitos, dona Lili foi um prazer, Maga e Cê parabéns pelo namoro de vocês, felicidades, obrigado pela ceia pessoal, feliz Natal.A Xabéu se despede acompanhada pelo Astronauta, a correspondemos fazendo um gesto com as mãos e com sorrisos, sua família a abraça um de cada vez... É difícil ficar longe da família, eles devem sentir muita falta dela...

Antes dela entrar no veículo nossos olhares se encontram, ela sorri e acena levemente com as mãos, aceno de volta me deixando contagiar...Ela entra no carro, os observo partir.

-Querido vamos também? Estou com sono. A Xarlene sugere ao meu pai, ele assente concordando.

-Mas já pai?Fica mais um pouco.A Maria o pede o abraçando.

-A Xarlene está com sono filha, precisamos ir, mas pode ficar tranquila, semana que vem venho te buscar para irmos no parque de diversões, tá bom?Meu pai sugere na tentativa de a animar.

-Tá bom pai, feliz Natal.Ela se despede concordando.

-Tchau pai feliz Natal.Me despeço dele com um abraço rápido, em seguida me despeço do Xaveco com um toque com as mãos, nos olhamos sorrindo.

-Feliz natal careca, não se esqueça de aparecer lá para a gente jogar.Ele comenta se direcionando ao carro para guardar seu presente, meu pai e a Xarlene se despedem da Magali, dos pais dela, do seu Manuel e do seu Xavier e a Carmen.

 -Obrigado pela comida, estava maravilhosa, feliz Natal.Meu pai agradece a minha mãe sorrindo, ela corresponde orgulhosa, eles acenam com as mãos e se direcionam ao seu veículo.

 -Bom dona Cebola estava tudo perfeito mas vamos ir para casa também, sabe como é né? Com a idade vem o cansaço, não temos mais a disposição de antigamente.A Carmen comenta, minha mãe sorri.

-Te entendo perfeitamente, feliz Natal pra vocês dois.Minha mãe se despede sorrindo sendo simpática, nós nos despedimos também acenando com as mãos, eles se direcionam ao seu carro sorrindo e conversando entre si levando seus presentes.

-Eu acho melhor irmos para casa também, já está ficando tarde, vamos filha? A dona Lili a chama após checar o horário no seu celular, meu olhar cai em direção a minha irmã, ela me olha e esboça um sorriso convencido, só espero que ela cumpra com o combinado...

-Tia por favor deixa a Magali dormir em casa hoje?Quero brincar de boneca com ela.A Mariazinha a pede de um jeito suplicante, a dona Lili a olha surpresa e troca olhares com o marido como você pedisse permissão.

-Desculpa Mariazinha mas ela não pode, ela precisa dormir.O pai dela se interpõe na conversa negando.

-Por favor tio, por favor, ela pode dormir igual na minha casa, quero muito brincar com ela e estrear meu presente.Minha irmã insiste de um jeito suplicante, ela com certeza sabia como convencer alguém, óbvio aprendeu comigo, penso convencido.

-Pode deixar ela aqui Lili, temos um colchão extra, ela pode dormir no quarto da Maria com ela.Minha mãe comenta tentando a convencer, obrigada mãe te amo.

-Por favor pai.A Magali o pede insistindo.

-Ai tá bom, mas quero você em casa de manhãzinha hein?O pai dela acaba cedendo,  seguro um sorriso vitorioso que estava prestes a emoldurar minha face.

-Obrigado tio, você é o melhor.A minha irmã o agredece comemorando eufórica o bajulando, ele sorri se derretendo por ela, essa pestinha...

-Tudo bem, assim que eu acordar levo ela.Concordo sorrindo empolgado, o pai dela me analisa sério.

-Obrigado pela hospitalidade dona Cebola, foi realmente muito divertido, na próxima vez é na minha casa hein?A dona Lili agradece a minha mãe rindo sendo simpática.

-Claro vocês sempre são bem-vindos na minha casa, boa noite para vocês, feliz Natal.Minha mãe se despede deles e o seu Manuel ao lado dela faz o mesmo.

-Tchau pai, mãe.A Magali se despede sorrindo, eu faço o mesmo acenando com as mãos, eles correspondem e entram no veículo, eu e Magali nos olhamos sorrindo animados.

-Bom pessoal chega de ceia, vamos entrar para dormir.Minha mãe ordena entrando em casa, nós a seguimos...Espera aí? Esse cara vai dormir aqui?Fecho a cara, a Mariazinha é a última a entrar e fecha a porta.

-Vamos dormir querido?Minha mãe o pergunta sorrindo, ele assente concordando com a cabeça.

-Boa noite crianças, Magali fica à vontade, a casa é toda sua, meu filho vai preparar certinho o lugar para você dormir, qualquer coisa é só me chamar hein?Minha mãe se despede sendo simpática, apesar dela sorrir ela parecia cansada, hoje o dia foi puxado para todos.

-Obrigado dona Cebola, boa noite para vocês.A Magali agradece  minha mãe sorrindo animada, minha mãe retribui e vai em direção ao seu quarto acompanhada pelo padeiro.

-A mamãe vai dormir com ele? Questiono incrédulo.

-Sim, isso sempre acontece quando a gente passava o final de semana com o Papai, agora dá os R$50,00 que me prometeu?Minha irmã me cobra na cara dura, sem se importar com a presença da Magali.

-Toma sua pestinha.Tiro a minha carteira do bolso e a entrego a nota.

-Você pagou para ela pedir para eu ficar?A Magali me questiona surpresa rindo.

 -Desculpa Magali, eu gosto de você, mas quero desfrutar da minha boneca sozinha.A Maria a responde sendo sincera até demais, a Magali continua rindo.

-Vai dormir, vai.Despacho a minha irmã sem paciência.

-Obrigada maninho, foi bom fazer negócios com você.Ela se despede sorrindo de modo provocativo se direcionando feliz para o seu quarto, a Magali ri.

 -Essa menina é um castigo.Comento rindo, a Magali me olha e se aproxima, ela pousa a cabeça sobre o meu peito, seus olhos se fecham, ela parecia cansada.

-Foi cansativo hoje né? Comento me deixando ser envolvido pelo seu carinho, a aconchego em meus braços lhe abraçando.

-Sim...A Xabéu conversou comigo, está tudo bem, no começo eu me senti mal com a presença dela, mas passou, eu estou um pouco cansada, mas feliz por estar com você aqui agora.Ela me conta singelamente, sua voz era serena, seu eflúvio era tão bom...Me embriagava, me fazia se apaixonar por ela cada vez que o sentia.

 -Eu também estou feliz amor, hoje foi um dia ótimo, apesar de não gostar muito do relacionamento da minha mãe com o padeiro, eu me diverti bastante, o Xaveco raciocinou, está tudo bem de novo entre a gente.Comento sentindo sua pele sedosa em contato com as minhas mãos, me deixando ser envolvido pelo seus encantos, ela me atraí de um jeito surreal.

-Que bom, o que fez ele mudar de idéia?Ela pergunta abrindo os olhos curiosa e me encarando.

-A Xabéu falou com ele...A conto e esboço um sorriso, ternamente os seu também se abre, é inevitável, ela parece um anjo...

-Eu amei o álbum de fotografias, me trouxeram tantas lembranças da infância, você era um pestinha.Ela comentou, nós dois rimos.

-Sim, tadinha da Mônica sofria na minha mão.Comento rindo me recordando dos meus planos infalíveis.

-Cê por que você fazia aquilo com ela?Ela me questiona, pude notar a curiosidade estampada em sua face, seus olhos me analisavam atentamente.

-Bom acho que porque ela era muito mandona, queria dominar tudo e eu queria ser o dono da rua, então tinha que vencer dela.A conto me recordando de todas as vezes que convenci a mim mesmo que eu era mais inteligente e forte que ela...Rio com meu pensamento.

 -Amor fala a verdade! Você não a provocava por que tinha uma paixonite por ela?Ela me questiona intensificando seu olhar, como se tentasse invadir meus pensamentos.

-Amor confesso que eu amei a Mônica, mas não quando eu era criança, ela foi uma válvula de escape para lidar com as minhas frustrações, você sabe meus pais tinham se separado e me fazia bem direcionar toda a minha energia a derrotar ela.Finalizo minha frase de um jeito reflexivo, eu já havia pensado muito sobre isso e eu finalmente consegui decifrar meus sentimentos, agora eu conseguia ver nitidamente, o meu primeiro amor foi a Magali, sempre foi ela...

-Cê esse álbum você fez ele quando?Ela me questiona de um jeito interrogativo, engulo a seco me sentindo nervoso, onde ela queria chegar? Por que está me questionando essas coisas?Eu sempre escondi minha paixão de infância dela a sete chaves e acredito que não tinha por que ela saber disso agora.

-Por que você quer saber amor?A pergunto um pouco sem graça, eu só mantive as fotos, toda a estrutura do álbum era nova,  não tinha o por que ela ter dúvidas.

 -É que tem algumas fotos minha sozinhas que eu não lembro de ter tirado e são muitas fotos, o álbum que eu tenho em casa não tem nem metade disso e a maioria das fotos são de toda a turma.Ela me conta, eu me afasto dela me sentindo um pouco incomodado, seus olhos se tornaram intimidantes e incrivelmente o constrangimento me tomou, era tão simples eu contar a verdade para ela mas...Eu tenho vergonha, o que ela vai pensar de mim?

-Eu tirei essas fotos...Suas quando eu era criança...Não foram meus pais que tiraram, foi eu mesmo.A confesso sentindo o constrangimento se intensificar, ela vai pensar que eu sou um stalker que tirava fotos dela distraída, que sou um maníaco possessivo, dar esse álbum foi uma péssima ideia...Me viro de costas, eu queria fugir do seu olhar, ela me abraça por trás.

-Cê você me amava?Ela me questiona, meus olhos se arregalam, fecho meu punho com força tentando me recompor, eu queria a contar mas as palavras não queriam sair da minha boca.

 -A Cascuda me disse uma vez, talvez seja bobagem minha e...Ela se interrompe ficando em silêncio, me deixo ser envolvido pelo seu amor e sua compreensão, me viro, ficando de frente a ela, nossos olhares se conectam, era tão fácil abrir a boca e a contar mas por que eu não conseguia? Eu escondi tanto meus sentimentos por ela na infância, que agora por  mais que eu tentasse não conseguia lhe dizer nada.

-Cê pode me falar se eu estiver errada, eu só quero saber.Ela me pede, seus olhos me penetram como se tentasse me decifrar.

-Maguinha, isso não tem importância, eu te amo agora e somente isso importa, vem! Quer ir deitar?A pergunto de modo evasivo, a frustração se torna evidente em seu olhar, ela desvia assentindo com a cabeça, a guio pelas mãos em direção ao meu quarto,  abro a porta.

-Fica à vontade meu amor, eu já volto, só vou guardar o restante da ceia nos tuppuwares.A aviso forçando um sorriso, não queria a fazer se sentir incomodada.

Me direciono a cozinha um pouco nervoso, guardo a comida que havia sobrado nos tupperwares, limpo a mesa e em seguida começo a lavar a louça pensativo.

Tento me concentrar na minha tarefa porém é em vão, será que eu fui seco demais? Bom vou pedir desculpas e me explicar,  dizer que não me sinto à vontade para falar agora mas que vou lhe contar tudo com o tempo, com certeza ela vai me entender, penso confiante.

Nossa noite me vem a cabeça e um sorriso sútil aparece involuntariamente em meus lábios, ela está tão linda, seu sorriso é tão maravilhoso, é...Ela é realmente a mulher da minha vida, por mais que eu tentasse nunca a consegui afastar completamente e ainda bem, agora finalmente a tenho ao meu lado, e espero do fundo do meu coração que nunca mais se afaste...Naquele momento o sentimento era somente um desejo, uma esperança que preenchia meu coração, eu ainda não sabia disso mas... Não era uma esperança ilusória, era a realidade que eu iria vivenciar até o final dos meus dias, ela nunca mais se afastou de mim...

Após alguns minutos finalmente finalizo, desligo a torneira, seco minhas mãos com o pano de prato, desligo a luz dos cômodos e caminho esperançoso em direção ao meu quarto, respiro fundo sorrindo confiante e abro a porta...