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História Desejo de inverno - O nosso curto inverno


Escrita por: SweetWriters e HanaHikari

Notas do Autor


Oi, oi jujubas~
Voltei relativamente rápido e com uma fanfic de um grupo que nunca antes tinha escrito e confesso que estou com um insegurança haha
Mas me esforcei bastante, então espero que tenha ficado bom e que gostem dela.
Boa leitura!

Capítulo 1 - O nosso curto inverno


 

Era manhã de mais um dia e o homem de cabelos castanhos acabava de levantar-se de sua cama, ele andava em passos lentos sobre o piso de madeira enquanto ia em direção a sala de sua casa. No rosto carregava uma expressão de cansaço nítido, deixando parecer que não dormia há tempos. 

 

E mesmo que fosse confusa essa situação, já que acordara à pouco, este fato podia ser facilmente explicado pelo sono nada reparador e agitado que teve, ainda lhe trazendo como brinde um pesadelo que mostrava o fiasco de seu passado. 

 

Não tinha nenhum animo para fazer qualquer coisa naquele dia e só se levantou ter se lembrado que as madeiras que usava para fazer a manutenção da lareira estava acabando e caso não saísse para buscar mais, a casa se tornaria tão gelada que nem permanecer ali dentro seria possível. 

 

Encontrou um cassaco quente jogado no sofá e o vestiu rapidamente. Queria ir logo para poder voltar o mais rápido possível, o tempo estava realmente gelado e não fazia parte de seus planos ficar congelando em meio a este. 

 

Foi até a porta com passos tão vagarosos como outra ora. Seu plano era passar direto para a porta de saída, mas não pode evitar deter-se em frente à janela por alguns momentos para ter uma previa do que encontraria ao pôr o pé para fora de sua residência. 

 

A janela estava até embasada por conta da diferença de temperatura da parte interna e externa do ambiente. Passou a palma da mão no vidro, limpando-o do embaçado, olhou através dela, vendo que a neve cobria todo e qualquer pedaço de terra visível. 

 

Pelo menos a nevasca já tinha ido, deixando apenas o chão em um tapete completamente branco. Até as copas das arvores eram cobertas pela neve, fazendo a formação de sincelos nas pontas de seus galhos. Em seguida desviou sua atenção para cima, encarando seu telhado, mais especificamente para a beirada deste, também vendo a presença daquelas pequenas formações de gelo ali. 

 

De relance, lembrou-se de uma historia que ouvira uma vez e resolveu testar aquilo, pois de qualquer forma, não custava nada. 

 

Fechou suas pálpebras e tentou idealizar o que tanto desejava, depois respirou fundo e falou em um tom baixo:

 

—Eu desejo ter sorte nesse inverno. Quero ter alguém para fazer-me companhia e confortar meu coração, afastando esta tristeza que me persegue, isto é a única coisa que mais desejo neste momento. 

 

Fez uma curta prece aos deuses pedindo que atendessem seu desejo e logo saiu em busca de lenha para a fogueira. 

 

 

Passaram-se alguns minutos e após uma caminhada que acabou se mostrando não tão longa, Taehyung agradecia isto, pois o frio estava fazendo suas mãos congelarem ao ponto de não estar sentindo as pontas de seus dedos, chegou em seu destno.

 

Recolheu tudo o que precisava e se prontificou a voltar para casa, desta vez com um pouco mais de pressa, já que queria com todas as suas forças tomar uma xícara de chá bem quente para afastar aquela frieza. 

 

Durante todo o caminho tanto de ida quanto de volta, mesmo que tentasse pensar em qualquer outra coisa, pois apenas um pensamento de fato rondava sua mente: o desejo que tinha feito. Ficava se questionando freqüentemente se ele de fato se realizaria ou não. 

 

Taehyung nunca foi uma pessoa que pudéssemos considerar como positivista, então não precisou de muito tempo para que chegasse a conclusão de que aquilo não daria em nada. Pois se nos invernos anteriores nada de bom o acontecera, porque agora seria diferente?

 

Andou de cabeça baixa por todo o caminho, se sentindo cada vez mais frustrado com a idéia de aquilo não dar certo. 

 

Assim que cruzou o umbral da porta de casa, depositou as lenhas em um canto próximo a lareira e foi fazer se tão almejado chá. E poucos minutos depois, quando o cheiro delicioso de chá tomava todo o ambiente, respirou aliviado. 

 

Retornou ao sofá, se aconchegando confortavelmente para se deliciar com a bebida. Ao seu redor agora só restava o silencio, este que era interrompido vez ou outra apenas pelo zumbido baixou do vento do lado externo das paredes. 

 

E antes mesmo de o liquido ser tomado pela metade, ele já se perguntava o motivo de continuar vivendo ali, tão isolado. Só via outras pessoas quando precisava comprar alimentos e coisas para manutenção da casa ou quando alguém se perdia por aquelas bandas, eventos bem raros. 

 

Mas mesmo que fosse difícil, sabia que aquela era a solução mais segura. Não podia mais se apegar as pessoas, não depois de tudo o que já havia passado anteriormente, seu coração já estava muito quebrado para poder o dar a outra pessoa. 

 

Perguntava-se se tinha sido amaldiçoado antes de nascer, para nunca ter sorte durante o período do inverno, já que suas tragédias sempre aconteciam neste. A noticia da morte de seu pai foi dada em uma madrugada de inverno, quando o exercito do rei retornava da guerra ganha, sobrando só os mortos para ser enterrados, lembrava deste dia, quando acordou com o choro lamentoso de sua mãe. 

 

E no ano que se seguiu, recebeu a noticia que a moça com quem iria se casar tinha fugido com um homem mais rico que si. Aquela garotinha que cortejava desde pequena, com um sorriso doce e olhar sonhar, havia o deixado, mas mesmo que a amasse, sabia que aqueles olhos possuíam uma ganância a qual sua condição não cumpria suprir. 

Só lhe restou trabalhar duro, se esforçando ao máximo para ocupar sua cabeça. Entretanto, três anos mais tarde, junto com a notícia de uma nova guerra, veio a ordem para seu irmão ir guerrear. Sua mãe não queria perder seu filho mais velho, Woojin era precioso demais para ela. 

 

E quando ele se foi, ela entrou em um estado de melancolia que acabou levando-a a loucura e só restou ele para ampará-la. Assumiu todas as responsabilidades da casa, tendo que se dividir entre o trabalho e cuidar de sua mãe acamada. 

 

E menos de dois anos depois, ela morreu em seus braços, chamando pelo o nome de seu outro filho que nunca voltou para saber noticias suas. Ele acabou se tornando um exímio general rico e famoso para se lembrar da pequena família que tinha deixado para trás, naquele vilarejo. 

 

Tudo tinha sido arrancado de si, cada um de uma forma particularmente trágica. Não demorou em abandonar aquela casa que tinha sido o palco daquilo tudo que parecia ter tudo incrustado em cada uma de suas paredes, os seus fantasmas. 

 

O isolamento foi a forma que encontrou de se manter seguro, sem novas lagrimas para chorar, sem novas decepções para lamentar. 

 

Isto até agora, quando aquele silencio estava quase o fazendo subir pelas paredes. Mas não confiava nos humanos para lhes entregar sua felicidade, acreditava que só um milagre fornecido pelas criaturas místicas podiam o salvar.  

 

 

Passou muito tempo remoendo tais pensamentos, até por fim acabar caindo no sono. Dormia de modo desajeitado no sofá até que foi desperto por um barulho que o incomodou. 

 

Abriu os olhos devagar e foi se levantar, enquanto fazia o movimento sentiu seu pescoço protestar por conta da posição. Em primeiro momento olhou à sua volta em busca da fonte daquele barulho que ouvia, notando que este provinha da porta de entrada.

 

Tomando impulso, se ergueu e caminhou em passos lentos até lá, mas por precaução tentou olhar pela janela, ficando completamente intrigado ao não avistar qualquer ser vivo que pudesse estar ali batendo, entretanto como a neve já voltava a cair, privando-o de uma visão melhor do lado de fora, decidiu abrir.

 

Ao pôr a mão na maçaneta e a girar, abrindo para o desconhecido do outro lado, sua boca se abriu em surpresa ao avistar ali parada uma linda moça de cabelos negros como a noite densa, pele branca que contrastava com seus lábios vermelhos que aparentavam estar tingidos de batom. Ela o olhava cabisbaixa, ao passo que tremia bastante. 

 

Ao sair de seu transe, resolveu por fim perguntar.

 

— Olá, em que posso ajudá-la? — Foi cortês, oferecendo-a um pequeno sorriso.

 

— Olá, eu acabei me perdendo no bosque e vim parar aqui, será que poderia me ajudar? — Como se fosse para frisar o quanto estava precisada, a moça tremeu novamente e o olhou pidona, sem o deixar sem escapatórias. 

 

Deu espaço para que ela entrasse, pois o lado de fora já estava frio e prometia esfriar ainda mais

 

— Como acabou se perdendo no bosque? Aqui é bem longe do vilarejo. — A indagou quando já estavam no centro de sua sala.

 

— Acabei tento um desentendimento com meus familiares e fugi de casa, acabei me enfiando no bosque e me perdendo, acabando parando aqui. 

 

A moça se mostrou desconfortável ao tocar no assunto, então Taehyung decidiu não mais insistir. 

 

— Já está tarde, devemos dormir. Amanhã vemos o que faremos, hm? — Ao ter um aceno positivo da mulher, continuou. — Pode ficar com a minha cama, irei dormir no sofá. 

 

— Não precisava fazer isto, já é de muita bondade me deixar passar a noite aqui. — Falou acanhada. 

 

E ali se iniciou uma discussão para ver onde cada um iria dormir, o que acabou com a morena dormindo no quarto e o castanho acomodado no sofá. 

E antes que o sono o tomasse novamente, permaneceu preso em seus pensamentos intrigados sobre a garota misteriosa. Até por fim dormir, sabendo que suas respostas só viriam no dia seguinte.

 

 

Ao amanhecer, sons de coisas sendo mexidas na cozinha tomava conta de todo o espaço, não demorando em  acordar aquele que estava repousando no sofá. O garoto se remexeu devagar, abrindo os olhos e fitando o cômodo de onde vinha aqueles sons. 

 

Aquela garota misteriosa estava ali, secando alguns utensílios com um pano que encontrara. Rapidamente Taehyung arrumou sua postura e levantou de onde estava, rumando até onde ela se encontrava. 

 

— Bom dia. — Cumprimentou, assustando momentaneamente a moça que estava distraída com sua tarefa. 

 

— Oh, bom dia. — Respondeu sem graça por sua reação assustada a chegada do outro. — Desculpe se o acordei, pensei em tentar ajudar nas tarefas para recompensar por deixar passar a noite aqui. 

 

— Não precisa disto, fiz de bom grado. — Respondeu rapidamente o castanho. — Alias deveria ainda estar na cama, a caminhada até aqui ainda mais no frio, deve ter sido muito exaustiva. 

 

— Estou bem, mesmo que tenha sido um tanto assustador, me senti livre por instantes, já que não tinha mais que ficar trancafiada em casa e me esconder das pessoas. — Um singelo sorriso surgiu em seus rosados lábios, que pareciam tão vermelhos quanto na noite anterior.

— Imagino, apesar de que com este frio não poderá sair muito para o lado de fora. — Deu um risinho mínimo. — Mas o que acha de um desjejum enquanto isso?

 

— Aceitaria satisfeita. Só não o fiz, pois não sou boa cozinhando. — Vergonha podia ser notada quando ela desviou os olhos, acanhada. 

 

— Não se preocupe, eu adoro cozinhar. — Garantiu o homem, oferecendo-lhe um sorriso acolhedor.

 

— Espero que goste de sopa. — Comentou Taehyung enquanto depositava os recipientes sobre a mesa. — Também fiz arroz e chá para acompanhar. 

 

— O cheiro esta ótimo. — Comentou a moça enquanto o aroma agradável a envolvia, mas assim que o calor emanado dos alimentos tocou seu rosto, ela afastou-se imediatamente. — E também estão quentes.

 

— Não gosta de comida muito quente? — Perguntou curioso. 

 

— Minha mãe diz que faz mal para o estomago, então prefiro evitar. — Passou a mão pelos longos cabelos, um claro sinal de constrangimento. 

 

— Lamento, eu não sabia. Prometo que das próximas vezes tomarei cuidado com isto, mas se quiser ir tomando o chá... Ele está com a temperatura mais amena. — Ofereceu a xícara que segurava. Ela prontamente a aceitou, bebericando um pouco. 

 

— Está divino. 

 

— Fico feliz que tenha gostado. — Realmente se sentia agradado com aquilo.

 

Enquanto esperavam a comida esfriar, conversaram sobre vários assuntos, até que seu ponto de maior curiosidade surgiu.

 

— Porque se embrenhou na floresta? Foi muito perigoso. E deveria ter procurado sua família se acabou se perdendo, não continuar caminhando. 

 

— Na verdade, eu fugi de casa. — Contou ao passo que mantinha seus olhos somente na sopa que tomava.

 

A expressão surpresa no rosto alheio foi a única coisa que obteve como resposta. 

 

— Bom... Eles queriam que eu me casasse com um homem muito mais velho, mas que tinha muitas posses. Eu nunca quis isto e ao falar para eles, fui julgada e castigada, a única opção que me restou foi fugir. — Explicou calmamente. 

 

Taehyun pigarreou, antes de voltar a falar. 

 

— Entendo seus motivos, mas ficar só em meio a floresta no frio intenso, poderia ter a matado. — Mostrou o que pensava. 

— As pessoa são muito cruéis, eu acabaria sofrendo dentro de um casamento forçado e nas mãos daquele homem, ou minha família me castigaria pelo resto de minha vida. A morte viria de qualquer jeito, seja ela lenta ou rápida. 

 

Um silencio se estabeleceu entre os dois, antes de ser quebrado por Taehyun.

 

— Se quiser, pode ficar aqui. Eu moro sozinho há muito tempo, não há nenhum problema. 

 

— Se preferir, vou ajudar nas tarefas domesticas, será meu jeito de agradecer o que está fazendo por mim. 

 

— A sua companhia já seria mais que o suficiente, porém se quiser ajudar, aceito.

 

Um sorriso radiante surgiu nos lábios finos da menor, chegando até seus olhos, deixando-a radiante. 

 

— Obrigada, de coração. 

 

E a partir daquele momento, aquela casa não seria habitada apenas por um homem solitário. Ele ganharia alegria e companhia na sua existência, não mais sendo só. 

 

Os deuses tinham ouvido o seu pedido de inverno.

 

Em um dos dias que se seguiram, Taehyung notou que precisaria ir ao vilarejo para buscar alimentos, já que seu estoque estava acabando e sua plantação não produziria nada naquelas condições. Ao anunciar a noticia para a menor, não foi necessário esperar muito para que ela se oferecesse para ir junto. 

Viu a moça correr pela casa, pegando um casaco e se arrumando para a partida, era como uma criança que por conta da chuva, tinha ficado muito tempo pressa dentro de casa e a tempestade finalmente deu uma trégua, possibilitando sua saída, a deixando eufórica. 

E bom, era uma situação parecida, só que ao invés de chuva, o caso deles era a nevasca, que só tinha cessado naquela manhã. Já estava na porta a esperando, quando esta parou ao seu lado. 

— Está bem animada para sair. — Comentou curvando o canto de seus lábios. 

— Não gosto de ficar dentro de casa, gosto de sentir o vento bater em meu rosto e a sensação de liberdade. — Após sua fala, fechou os olhos e respirou fundo, dando um singelo sorriso. O homem ficou a observando, achando aquela cena bonita, a garota com uma expressão tão suave em sua face, com sua cabeça tombada para o lado, aproveitando a sensação que tanto a agrada e sem perceber, também nasceu um sorriso maior em seu rosto.

Depois os dois seguiram a pé para a pequena vila que ficava alguns metros de distancia. Com o acumulo de neve, não era difícil vez ou outra acabarem por seus pés afundarem em alguma parte do chão completamente branco, fazendo uma risada se desprender do companheiro e às vezes por vingança, alguma bolinha de neve ser lançada, dando inicio a uma brincadeira infantil e engraçada.

 

Tempos mais tarde os dois chegam ao seu destino, ambos bastante cansados da exaustiva caminhada. Mas ao contrário do garoto, Somin não suava nem um pouquinho. 

 

— Você é bem resistente a caminhada. — Observou enquanto recuperava seu fôlego.

 

Ela dá um risinho sem graça antes de responder. — Acho que caminhar pelo bosque me fez mais resistente. 

 

— Se sinta agradecida, pois eu estou bem cansado. — Respondeu enquanto passava a mão pela testa.

 

Ela olha em volta antes de mudar de assunto. 

 

— Para onde vamos?

 

— A vendinha do senhor Lee é por ali. — Indica uma das tantas ruazinhas laterais que compunham o centro daquele vilarejo.

 

Assim os dois seguiram, não demorando em ver o lugar indicado pelo maior, que era bem pequeno e contava com um balcão de madeira, ao qual um senhor estava atrás, organizando alguns objetos.

 

Taehyung tomou a dianteira e entrou ali, se dirigindo até o balcão, batendo sua mão na superfície para chamar a atenção do outro.

 

— Olá senhor Lee. — Ofereceu seu maior sorriso para aquele senhorzinho.

 

— Oh meu filho. — Esse o correspondeu, logo deixando o que fazia de lado para vir o abraçar. 

 

— Faz um bom tempo. — Deu um abraço forte no outro que era muito menor que si. 

 

— De fato, já estava ficando preocupado, já que não aparece aqui há meses. — Deu um leve tapinha em seu braço esquerdo. — Não me preocupe assim novamente.

 

— Me desculpe, mas é que preferi me manter em casa por estes tempos.

 

O outro homem de cabelos já alvos negou desagradado. 

 

— Sabe o que acho dessa sua idéia de se isolar de tudo e todos, é bem desnecessário. 

 

Então um sorriso resplandecente surgiu nos lábios do mais novo. 

— Porém agora não estou mais sozinho.

 

— Não? — O velhinho o encarou completamente surpreso.

 

O castanho então olhou para trás, atraindo enfim a atenção para a garota que estava à suas costas. 

 

— Esta é Somin, ela se perdeu no bosque e acabou indo parar lá em casa, a abriguei e está vivendo comigo agora. — Explicou enquanto a moça se curvava.

 

Os olhos do mais velho ganharam um brilho mais vivido com a informação. — Finalmente superou a sua solidão. 

 

— Vá com calma, eu apenas estou a ajudando. 

 

— Assim que nascem muitos amores meu jovem, de encontros inesperados. — Sorriu arteiro.

 

Os dois à sua frente sorriram constrangidos e ficaram em silencio, até que o garoto pigarreou para quebrar o clima. 

 

— Vim aqui buscar alguns alimentos, já que meu estoque está acabando.

 

— Esperava que você aparecesse uma hora ou outra, então separei algumas coisas.

 

E logo desapareceu atrás do balcão de sua venda, os deixando à sós. 

 

Vendo o constrangimento da moça, não pode evitar de comentar. 

 

— Não se preocupe, o senhor Lee às vezes é bem inconveniente.

 

— Fique tranqüilo, sei que pessoas mais velhas tem dom de fazer comentários assim. — Rio acanhada.

 

Assim que o mais velho dos três retornou, o homem pegou suas sacolas com os alimentos que desejava e se despedindo, prometendo que voltaria outra hora para que pudessem conversar melhor. 

 

 

Quando tomaram as ruas, foram andando devagar pelas ruas, passando por diversas casas dali. A morena olhava ao seu redor curiosa, fitando cada uma das casinhas que cruzavam por suas vistas. 

 

Estava tão entretida com suas observações que quando o homem que andava a sua frente parou, acabou trombando com suas costas. 

 

— Desculpe. — Pediu sem graça com o que aconteceu. — Estava distraída. 

 

— Tudo bem. — Recebeu apenas em resposta aquelas frias palavras, pronunciadas em um murmúrio simplório.

 

Ao levantar os olhos para ver o motivo daquilo, notou que o castanho encarava uma das tantas casas do outro lado da rua.

 

Tentava entender o que causou aquela reação, já que seu rosto estava transfigurado em um misto de tristeza e rancor, fazendo-a dar um passo atrás.

 

— O que aconteceu? — Perguntou confusa.

 

— Apenas... — Relutou um pouco. — Esta casa não me traz boas lembranças. 

 

— O que aconteceu com você aqui? É por isto que se isola das outras pessoas? — Indagou curiosa.

 

Ao desviar seus olhos para a garota, viu seu olhar instigado e ao mesmo tempo compreensivo, o fazendo se sentir confiante para contar-lhe sua historia. 

 

E naquele momento, em frente a sua antiga casa, desabafou sobre tudo, sobre cada uma de suas desilusões e a dor que geravam. Como chorou e se perguntou o que tinha feito de tão errado para merecer cada uma daquelas desgraças. E por fim, a sua decisão de se isolar, fazendo daquela casa em frente ao bosque sua fortaleza. 

 

Ela ouvia atentamente, acompanhando cada uma das mudanças de emoções no rosto alheio e tendo conciencia do sofrimento que passara. 

 

Ao final, ele já estava com lagrimas acumuladas em seus olhos, ao passo que era observado pela garota que tinha ajudado. 

 

Depois de ouvir cada uma de suas lamurias, contadas com tanto pesar que parecia doer em sim mesma. E como um gesto de conforto, esticou sua fria mão para tocar a do outro, fazendo um singelo carinho. 

 

— Sei que é difícil, mas tente desapegar dessas trágicas lembranças. Elas fazem parte do seu passado,mas devem permanecer enterradas lá, apenas formando a sua linha do tempo. — Começou a falar, enquanto acariciava as costas da outra mão. — Você tem um futuro para seguir e ele brilhante, apenas o abrace e deixe a vida seguir seu curso. 

 

Ele sentiu naquelas palavras mais conforto do que qualquer coisa que pudesse ter feito para se autoconfortar. Sorriu agradecido pelo o apoio, este que nunca teve de ninguém. 

 

Então enlaçou a delicada mão da moça, sentindo-a sua fria palma em contato com a sua. 

 

“E eu farei parte deste seu promissor futuro”, pensou a morena no momento que sorria alegre com o contato.

 


Notas Finais


Então meus amores, o que acharam?

A lenda da mitologia que usei como base é essa aqui: https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0ahUKEwjv9o65ntPWAhVLOZAKHazPBckQFggnMAA&url=http%3A%2F%2Fwww.cacadoresdelendas.com.br%2Fjapao%2Fa-lenda-da-mulher-sincelo%2F&usg=AOvVaw0wqbkW8vL95qou-yZP-c0U

Me contem suas opiniões nos comentários, quero saber a de todos.

Qualquer erro é só avisar, obrigada por lerem!

Byebye~


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