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História Desejo de inverno - O nosso inverno eterno


Escrita por: SweetWriters e HanaHikari

Notas do Autor


OIE
Hj voltei com o cap final e foi até que rápido o/
Espero mesmo que gostem ^^
Boa leitura!

Capítulo 2 - O nosso inverno eterno


 

Depois daquele dia, eles se tornaram ainda mais próximos. Conversavam mais e as brincadeiras e risos eram muito mais freqüentes, criando assim um laço de companheirismo.

E era incrível como ao ter a presença da morena ao seu lado, Taehyung ficava muito mais calmo, sentindo que seu coração se aquecia e se sentia melhor, isto era que o moço achava particularmente irônico, já que a garota era tão fria.

Não em quesito de personalidade. Bem pelo contrário, ela era bem gentil e em algumas ocasiões até meiga, mas se referia ao âmbito literal da expressão, além de possuir a pele alva como uma nuvem, sempre que acidentalmente se tocavam, seja enquanto ela o ajudava a cozinhar ou em qualquer outra situação, ele percebia que ela possuía uma temperatura fria.

Sempre colocava como causa o tempo frio pelo qual estavam passando, mas não deixava de ser algo estranho a seu ver.

 

E como todos os anos, os últimos dias de inverno naquela região eram os mais rigorosos, antes de o frio sumir por completo, como se nunca estivesse estado ali. Aquele seria o ultimo dia de frio e como previsto, o mais gelado de todos.

Chegou um momento em que nem as roupas grossas de lã e os cobertores que se enrolavam estavam dando conta dos tremores que tomavam conta de seus corpos, fazendo Taehyung ter uma idéia para que amenizasse a situação.

— Quer tomar um soju? — Ofereceu quando retornava da cozinha já com a garrafa em mãos.

— Claro. — A moça deslizou do sofá para o tapete próximo a mesinha de refeições, logo servindo o outro e sendo servida.

Ficaram inicialmente quietos, até Taehyung tentar puxar assunto.

— Quer conversar sobre algo? — Perguntou o maior ao tomar seu segundo gole da bebida.

— Que tal falarmos sobre lendas e o sobrenatural? — Perguntou bebericando mais um gole.

— Eu acredito nos deuses, mas não tenho muita crença nas historias fantasmagóricas que o povo conta. — Deu de ombros.

— Mas por que isto?

— Não sei, não sou daqueles que crêem sem de fato presenciar.

A moça acenou positivamente enquanto desviava ligeiramente seu olhar para o outro lado.

Um clima tenso pairou sobre o ambiente por instantes, antes de outro assunto ser iniciado, desta vez um mais leve englobando o que Taehyung planejava fazer depois que aquele inverno fosse embora.

E a conversa se desenrolou por horas a fio, vez ou outra uma brincadeira ou piada engraçada surgia, fazendo os dois caírem em altas gargalhadas. Claro, motivada pela ingestão de álcool em demasia.

Algo que o castanho não reparou, era que no olhar da moça, além da neblina da leve embriaguez, também haviam pitadas de tristeza, talvez o que motivasse a continuar ingerindo a bebida compulsivamente.

E claro, não tardou muito para que estivessem deitados de costas no chão, ele já quase adormecido enquanto era observado pelos olhos negros intensos da moça.

— Humanos ficam embriagado muito rápido. — Comentou enquanto observava o outro já nem conseguir manter seus olhos abertos.

— Não é só porque possui uma beleza de uma deusa, que pode achar que é uma. — Ouviu a voz enrolada de seu companheiro se pronunciar.

— Eu sou uma deusa, mas não precisa se preocupar com isto, apenas descanse. — Seu dedo indicador é posto nos lábios finos do maior e logo ele cai na inconsciência.

Ela então olha para as cortinas, onde a tênue claridade do dia que logo mais se iniciará faz entrada. Então se ajeita sobre o tapete.

— Queria poder passar mais tempo contigo, mas não consegui o fazer me amar dentro do tempo que tive e agora, junto com inverno, irei partir.

Jogo seus longos cabelos para trás, tentando em vão segurar as lagrimas.

— Mas saiba que tu foste amado por mim e que nem sempre o inverno trará coisas ruins para sua vida.

Curvou-se para dar um suave beijo na testa do adormecido, fazendo uma lágrima fria como um gelo solido tocar sua pele, o fazendo se remexer.

— Nunca me esqueça e quando o inverno vir estarei por perto o observando, mesmo que o amor que sinto não possa ser vivido.

E em passos silenciosos, partiu junto com o fim do inverno, como se nunca tivesse estado ali.

 

No dia seguinte, o desespero tomou conta de Taehyung ao despertar e não encontrar a moça que na noite anterior estava junto consigo. Procurou-a por toda a casa, na esperança de que ela tivesse ido dormir em outro cômodo.

Quando não a encontrou, vestiu uma roupa quente o mais rápido que pode e saiu vagando pelos arredores de sua casa, buscando-a. Pensava que talvez ela tenha ido dar um passeio, já que o dia tinha amanhecido mais ameno, mesmo que a neve ainda permanecesse intacta no chão.

Caso alguém passasse por aqueles arredores, não demoraria para que ouvisse seus chamados desesperados rogando pelo nome de Somin. Era uma cena de dar pena, pois a cada pedaço do perímetro percorrido sem êxito, o desespero aumentava e também uma possibilidade bem provável rondava a sua mente, fazendo-o sentir o coração se comprimir em seu peito.

E quando já chegava ao extremo da divisão do bosque com o vilarejo, soube que ela tinha partido, sem um que nem um porque, ele tinha sido abandonado mais uma vez.

A única coisa que pode fazer, foi se ajoelhar na neve que já começava a lentamente derreter, molhando suas vestimentas na região das pernas. Gritou, não uma ou duas vezes, mas sim até seus pulmões doerem pelo ato.

E em um misto de gritos e lágrimas, amaldiçoou o inverno, aquela estação infeliz que parecia sempre marcar algum evento trágico de sua vida. Sendo daquela vez tão zombeteira ao ponto de mandar-lhe alguém que reacendeu uma chama que a tanto estava apagada, somente para em seguida o destroçar novamente.

Passou horas ali ajoelhado, lamentando a sua perda sem nenhuma perspectiva de se erguer, até que seus joelhos reclamavam tanto do peso que era posto neles naquela posição ajoelhado, que temia que caso não se erguesse, não pudesse mais o fazer.

O caminho de casa naquele dia foi mais longo do que se lembrava, segui-o tomo de cabeça baixa, apenas encarando seus pés que vez ou outra davam passos em falso.

 

Os primeiros dias foram os mais caóticos, a solidão e tristeza que retornaram com força, quase o engolindo por completo. Era complicado lidar com aqueles sentimentos que estavam quase o consumindo outra vez.

Aquela garota de cabelos negros e sorriso pequeno tinha o mostrado que poderia sim voltar a dar espaço em sua vida para amar alguém. E depois de ter aperto aquela possibilidade que há tanto tinha sido completamente esquecida, para depois não ter ninguém para realizar aqueles desejos de felicidade, era algo de fato problemático.

Por isto decidiu retornar para o vilarejo de modo temporário, o senhor Lee o acolheu de braços abertos, algo que já esperava daquele homem que sempre cuidou de si como um tio ou um pai, figuras que não estiveram presentes em sua vida.

O homem era quem o estimulava, muitas vezes quase o obrigando, a socializar e participar das pequenas festividades que havia naquele lugar onde todos eram simpáticos consigo. E foi em uma dessas tantas comemorações que conhecera Jiwoo, uma garota de cabelos claros e sorriso fácil, que o olhava com admiração nos olhos.

Tudo começou com uma aproximação por ela ser sobrinha do senhor Lee e sempre visitar a casa do mesmo, sendo então impossível de não terem contato, pois estava hospedado ali. Não demorou para uma amizade começar e os dois ficarem ainda mais próximos.

Mas foi em uma destas festas que fora puxado pela moça pelo braço, levado para uma parte mais reservada dali e receber uma tímida declaração de amor, que não pode recusar. Podia e era algo egoísta, mas viu nela uma chance de repor aquilo que faltava em seu peito, mesmo que seu coração ainda clamasse por outra pessoa.

Casaram-se pouco tempo depois, com total apoio de todos ao seu redor. Depois que o matrimonio fora realizado, decidiu o homem que junto com agora a sua atual esposa, voltaria para morar na floresta, distante de todos. Não houve protestos por parte de Jiwoo, esta que fora criada para ir aonde o marido fosse e apenas recolhendo suas coisas e indo para longe do lugar que vivera por tantos anos.

Os poucos meses que se seguiram foram relativamente tranqüilos, Taehyung trabalhava em sua plantação e ajudava sua esposa em casa, esta que fazia a maioria das coisas. Ele tentava a agradar, fazendo o melhor que podia, era como se fosse uma forma de a compensar por não haver um amor de fato naquele casamento.

 

Entretanto, assim que o inverno daquele ano chegou, as coisas se tornaram completamente caóticas. A temperatura fria e o vento que soprava, eram como sussurros no ouvido o castanho, sempre o lembrando do amor de Somin, de como ela o olhava e sorria, fazendo seu coração ganhar mais vida.

Começou a se tornar frio como a estação, tratando sua esposa com indiferença, era como se todo aquele buraco que tinha lutado tanto ultimamente para preencher, tivesse se aberto de uma vez, fazendo a dor ser mais insuportável do que quando a ferida foi feita.

Jiwoo decidiu então ir visitar sua mãe por alguns dias, depois que os dois tiveram uma briga feia e a garota se sentia completamente infeliz. Taehyung deixou-a ir, sabia que era o mais correto a se fazer, que já tinha causado muita dor a aquela mulher que não merecia.

E outra vez solitário naquela casa, voltou a se questionar porque de nunca ter sorte naquela estação, por seu azar ter escolhido justamente o inverno para se manifestar.

E naquela noite, já se fazendo uma semana desde a partida de sua esposa, foi acordada com uma brisa fria acariciando seu rosto, deixando-o confuso ao despertar. Porém mesmo que estivesse sem entender aquela brisa repentina, em seu interior tinha a consciência de que o que precisava fazer era ir para o lado de fora de sua casa, era como uma necessidade palpável.

Então ainda sonolento, abriu a porta da frente de sua residência, olhando da varanda o que estava ao redor. E quando seus olhos pousaram em uma figura que quase se camuflava em meio à paisagem branca, arregalou os olhos.

Ela usava um quimono branco com flores azuis nas pontas, estava de costas para si, mas os cabelos negros esvoaçantes eram inconfundíveis, ela parecia estar o esperando e ele não hesitou antes de dar os sete passos que os separavam.

— Somin... — Chamou ainda impressionado com o fato de ela estar ali.

Foi então que a moça que antes estava de costas se virou para ele. Sua face estava contorcida em uma ira quase palpável, fazendo o homem dar um passo atrás.

— Como teve coragem de fazer isto comigo? Eu sofri castigos por não cumprir a minha missão, mas para que? Para você se casar com outra. — Tudo foi dito com uma eximia calma, soando tão frio como o vendo gelado que arrepiava os pelos de Taehyung, fazendo tudo se tornar mais assustador,

— Você foi embora sem explicações, eu... — Tentou se justificar, porém sem sucesso.

— Eu fui para dá-lo a chance de ter uma vida, mesmo que não fosse ao meu lado, mas não esperava que fosse me esquecer com tanta facilidade. — Um pouco de tristeza também podia ser vista em suas Iris castanhas.

— Eu não a esqueci, mas... Eu não podia mais viver sozinho, já era algo muito insuportável para mim. — Explicou afobado, para tentar amenizar tudo aquilo.

— A minha missão era fazê-lo me amar, porém nunca deu certo e eu não queria o prender para cumprir as vontades dos deuses, então pensei que a vida humana que levava era a mais agradável para ti.

— Ela não é nada agradável, bem pelo contrario. E mesmo que eu não tenha expressado em palavras, eu a amo sim, meu coração lamentou a sua partida este tempo todo.

O olhar da moça ganhou um novo brilho, a esperança voltava a si.

— Me ama?

— Sim, de todo o coração. E de todas as coisas que já me acontecera na vida, você foi a melhor. — Chegou mais perto, envolvendo as frias mãos alheias com as suas.

— Eu também te amo. — Um sorriso brotou enfim em seus lábios.

E em um movimento rápido, os lábios foram selados, a diferença de temperatura fez com que os dois se arrepiassem e ao entrelaçar as línguas, uma promessa muda de amor foi feita.

Ao separar-se se olharam com ternura e vergonha.

— Sabe que se vier comigo para ficarmos juntos sem a permissão dos deuses, terá que abrir mão de sua vida humana? — Perguntou receosa.

— Isto não me importa em nada, apenas quero estar contigo. — Falou convicto.

E em um movimento tão delicado como o próprio vento frio que sobrava, os dois desapareceram daquele plano, indo viver seu amor onde ele seria completamente possível.

 

Muitos dizem que quando a esposa voltou, encontrou o marido morto sobre a neve, dando veracidade a historia de que foi morto por aquela que amava. Já outros, acreditavam que eles viveram o seu amor em outro plano e por isto o homem teve que deixar seu corpo para traz.

 

Mas o fato é que a historia da mulher sincelo e seu amor trágico ficou conhecido por toda a região, seja como uma vingança ou um sacrifício de amor, da m


Notas Finais


Então amores, o que acharam?
Se quiserem bater no Taehyung pelo o que ele fez com a Jiwoo eu deixo -q
Fiz o meu melhor para a fic ficar certinha e bonitinha, mas caso haja algum erro é só falarem.
Obrigada pela leitura <3
Byebye~


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