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História Destinos entrelaçados - 05. Eternos


Escrita por: iambyuntiful

Notas do Autor


CHEGUEI. QUASE MEIA NOITE. EU TO VIVA.

Esse capítulo foi horrível de escrever, vocês não tem ideia. Eu nem sei como eu consegui terminar, mas terminei e aqui está. Acho que é porque eu não quero acabá-la, então eu não sei como fazer isso uhauhehuahuhu odeio terminar as fanfics ;-;

Eu espero que vocês gostem, apesar de tudo. Eu amei escrever essa fanfic, e espero que vocês tenham gostado dela tanto quanto eu, agora que chegamos ao último capítulo. Tenham uma boa leitura e a gente se vê lá embaixo!

Capítulo 5 - 05. Eternos


DESTINOS ENTRELAÇADOS

CAPÍTULO 5 – Eternos.

 

Baekhyun ficou tanto tempo pensando no estranho sonho que teve que não chegou a ver quando o fim de semana acabou.

 

Quando acordou no domingo, Baekhyun se sentia confuso. Seu sonho foi tão vívido que não tinha certeza de como devia se sentir, tampouco se deveria contar aos amigos. Baekhyun sentia-se como se estivesse no corpo da garota de seu sonho, como se fosse ele mesmo a estar abraçando Chanyeol e trocando segredos sob um céu estrelado. Não era uma sensação ruim, entretanto; Baekhyun gostava de como seu estômago se retorcia em ansiedade quando pensava no que sonhou e nos sorrisos trocados por seu antigo eu e Chanyeol.

 

Baekhyun finalmente entendeu por que se sentia tão bem em relação a Chanyeol: sua alma procurava há muito tempo seu complementar, perdido entre sorrisos grandes e olhos de criança, em um vampiro que poderia viver por séculos, mas que estaria sempre à sua procura. Baekhyun percebeu, por fim, que havia encontrado o lugar que lhe faltava, o sossego que precisava e os braços que o aqueciam, mesmo que fossem tão gélidos quanto neve.

 

Em Park Chanyeol, Baekhyun encontrou o que sua alma precisava: seu lar. Encontrou o descanso que procurava; ainda estranhava a sensação, mas não podia negar que era sua sensação favorita em muito tempo.

 

Passou o restante de seu domingo pensando a respeito de seu sonho e de sua nova realidade, em aceitar que Chanyeol fazia parte de si antes mesmo que soubesse disso. Sehun e Yani não notaram nada estranho em Baekhyun, logo o rapaz não viu a necessidade em contar a respeito de seu sonho. Parecia algo íntimo demais para compartilhar mesmo com quem sabia tudo de sua vida; mal podia esperar por chegar a segunda feira e poder conversar com Chanyeol.

 

Passou o restante do domingo na companhia de seus amigos, assistindo as séries favoritas dos três enquanto se mantinham trancafiados em seu quarto. Sua mãe, como de costume, os mimou trazendo pipocas e o bolo favorito de Sehun – Baekhyun desconfiava do favoritismo descarado de sua mãe – e não tiveram mais problemas. Ninguém mais tocou no assunto Chanyeol, vampiros e almas gêmeas e, por aquele dia, foram apenas o trio inseparável como sempre foram em outros tempos.

 

“Faz tempo que não passamos um tempo assim”, Yani percebeu.

 

“As aulas têm nos tomado tempo demais”, Baekhyun respondeu apanhando mais um pouco de pipoca. “Mas eu estava sentindo falta.”

 

“Precisamos voltar a nos reunir assim, eu acabo assistindo as séries só com vocês aí eu estou atrasado”, Sehun reclamou. “Podemos chamar o Chanyeol também agora!”

 

“Sim, agora temos o namoradinho do Baek”, Yani sorriu maliciosa.

 

Baekhyun riu, mas não desmentiu seus amigos. “Podemos conversar com ele e ver se nosso trio vira um quarteto”, Baekhyun disse.

 

“Ele sequer desmente!”, Sehun exclamou. “Ah, Byun Baekhyun, nós perdemos você.”

 

Yani e Baekhyun riram do drama nas palavras de Sehun; os dias que passavam juntos realmente faziam falta, principalmente pelas risadas.

 

Seus amigos foram embora assim que anoiteceu, já que teriam que acordar relativamente cedo no dia seguinte para a escola e Baekhyun se despediu, voltando a se deitar em sua cama. Seus pensamentos voaram de encontro aos dias anteriores, a como sua vida deu uma guinada de 180° graus em menos de uma semana. A presença de Chanyeol, tão incômoda nos primeiros momentos, tornou-se uma constante agradável pela qual ansiava rever.

 

Baekhyun adormeceu sem sequer perceber com um sorriso brotando em seus lábios.

 

. . .

 

A primeira coisa que Baekhyun fez ao chegar na escola foi procurar Park Chanyeol.

 

Sehun e Yani não estavam em lugar nenhum, o que era estranho visto os dois serem os primeiros a chegarem. Baekhyun deu de ombros, sabia que seus amigos provavelmente estariam atrasados por terem dormido tarde mais uma vez, mas chegariam a tempo. A verdade é que Baekhyun que chegou cedo demais, muito ansioso para se conter em não correr até a escola.

 

Procurou Chanyeol na sala de aula, mas o rapaz não se encontrava por lá. Baekhyun pensou que talvez o vampiro não tivesse chegado, mas continuou sua procura pelos locais que imaginava que Chanyeol pudesse estar. Procurou pela biblioteca, outras salas de aula, até chegar no terraço, de onde poderia ver toda a escola e ter um campo de pesquisa mais amplo.

 

Entretanto, nada mais foi necessário, já que lá estava Chanyeol, assentado sobre uma mureta e as pernas balançando e o vento bagunçando seus cabelos ruivos. As vestes pretas costumeiras o vestiam – Chanyeol nem por um minuto usou o uniforme escolar, talvez fizesse parte de sua essência como vampiro convencer as pessoas de sua realidade – e sua pele pálida contrastava com o negrume de suas roupas. Baekhyun sorriu de forma inconsciente.

 

Caminhou a passos lentos em direção ao vampiro, que percebeu cada um de seus passos, mas deixou que Baekhyun se aproximasse sem dizer uma só palavra. Quando o mais novo se aproximou, sentando-se ao seu lado e tomando o devido cuidado para não cair, Chanyeol deixou que seu sorriso se espelhasse ao de Baekhyun quando o olhou e, naquele momento, nenhuma palavra ainda era necessária.

 

Baekhyun enxergava o vampiro à sua frente de forma diferente agora. Chanyeol não parecia mais incômodo, não falava o tempo todo e não insistia em fazê-lo acreditar em si. Dessa vez, Chanyeol estava apenas sorrindo por ter sua missão completa, porque Baekhyun escolheu acreditar e porque Baekhyun estava ali, depois de tudo, procurando-o. Sua felicidade refletia em seu rosto e o Byun achou-o ainda mais adorável por isso; era como se tivesse o brilho das estrelas nos olhos negros.

 

“Bom dia,” Chanyeol sussurrou.

 

“Bom dia”, Baekhyun respondeu sorrindo. Pensou por algum tempo se deveria abordar de vez o assunto que procurava entender, entendendo que seria melhor dessa forma. “Eu queria te perguntar uma coisa, se for possível.”

 

“Eu direi qualquer coisa a você, Baekhyun.” Chanyeol assegurou, voltando a olhá-lo dessa vez sério. “O que quer saber?”

 

“No sábado... Eu tive um sonho estranho.” Baekhyun começou. “Eu estava em uma floresta. Era noite e eu não sabia o que estava acontecendo, mas logo você estava ali, com roupas diferentes, como se fosse há muito tempo. Não demorou muito e uma garota chegou, ela parecia muito comigo, aliás, e vocês estavam conversando.” Baekhyun parou para analisar a feição de Chanyeol, que parecia perdido no ar. “Vocês falavam sobre fugir, sobre caçadas e sobre o vilarejo estar desconfiando de você...”

 

“Hyuna...”, Chanyeol sussurrou. “Não foi um sonho, Baek. Foi apenas uma lembrança retornando.”

 

“Por que agora?”, Baekhyun perguntou. “Por que eu nunca sonhei nada do tipo?”

 

Chanyeol não o respondeu de imediato, apenas virou-se para estar na mesma direção que Baekhyun. Suas costas estavam voltadas para o vazio e qualquer movimento em falso poderia levá-los a queda; Baekhyun respeitou aquele momento, respeitou o silêncio de Chanyeol porque lembrar-se do passado não parecia uma tarefa fácil, mas ele também precisava de respostas. O vento continuava a bagunçar seus cabelos, mas essa era a menor das preocupações de Baekhyun no momento.

 

“Às vezes, elas demoram a aparecer.” Chanyeol disse por fim. “Às vezes sequer aparecem, às vezes você convive com elas desde sempre. Porém, elas estão lá, em algum local de sua mente; talvez eu apenas tenha sido o gatilho. Você finalmente acreditar em mim e deixar seu ceticismo de lado fez com que seu subconsciente revelasse o que sempre esteve aí.”

 

“Então o que eu sonhei era apenas um vislumbre do que tivemos em outra vida?”, Baekhyun perguntou.

 

“Sim”, Chanyeol sorriu. “Às vezes não são lembranças boas, mas você as tem e são importantes para que você se conheça sempre. Às vezes, as lembranças são dolorosas até mesmo para mim quando você me conta, porque eu me lembro de todas a cada momento e meu subconsciente já não mais trabalha a meu favor. Mas são importantes e elas estão sempre por aqui para nos unir cada vez mais.”

 

“O que quer dizer com nem sempre são boas?”, Baekhyun inquiriu. “Eu imaginei que, como almas destinadas – Deus, eu me acho tão piegas falando isso –, fôssemos sempre nos encontrar.”

 

“Nós nos encontramos.” Chanyeol disse. “O que não quer dizer que nós sempre ficamos juntos.”

 

“Isso quer dizer que...”

 

“Algumas vezes nós não caímos em uma boa época.” Chanyeol disse, sem dar muitos detalhes. “Às vezes, nós conseguimos contornar os problemas e fugimos para ficarmos juntos. Algumas vezes, eu o perco; outras vezes, sou obrigado a deixá-lo ou nem um de nós sobreviveria. A cada despedida me era uma dolorosa sensação, mas antes você estivesse vivo e longe de mim do que enterrado ao meu lado.”

 

Baekhyun suspendeu sua respiração porque nunca parou para pensar que talvez Chanyeol não tivesse passado toda sua existência ao seu lado. Enfrentaram épocas difíceis em outros tempos, épocas em que sua existência era caçada antes de ser desacreditada, épocas em que talvez seu amor fosse impossível. O Byun não havia parado para imaginar que, mesmo em dias atuais, não teriam uma vida fácil se escolhessem continuar juntos. Baekhyun tinha seus amigos ao seu lado para apoiá-lo e sua família o amava de qualquer forma, mas o mundo é um local cruel e impiedoso que não teria compaixão de si se precisasse esmagá-lo.

 

Chanyeol pareceu perceber seus receios e apanhou sua mão, o choque térmico despertando Baekhyun de seus devaneios. Olhou para o rapaz, que sorria de forma terna e sentiu-se mais relaxado, sorrindo de volta. Chanyeol apertou seus dedos levemente, tentando passar alguma segurança que Baekhyun não sabia se o maior sentia, mas que o agradecia por tentar tranquilizá-lo.

 

“Não pense tanto em tudo que pode dar errado”, Chanyeol disse como se previsse seus pensamentos. “Estou aqui dessa vez, e eu vou protegê-lo de qualquer coisa que você precisar, embora eu confie na sua força.”

 

Baekhyun manteve seu sorriso de forma terna em forma de agradecimento. “Eu estava pensando o quanto é injusto que você tenha tantas buscas para, no final, não ter seu final feliz...”

 

“Meu final feliz não existe”, Chanyeol disse, “porque ele não é um final. Nós estamos em um ciclo que se repete, que não tem fim e por isso, mesmo quando estou sozinho à sua espera, estou sempre feliz porque vou reencontrá-lo uma hora ou outra.”

 

“Você realmente não existe”, Baekhyun riu. “Não posso dizer que o amo, Chanyeol. Você bagunçou a minha vida de repente e eu ainda estou confuso, mas há algo que existe, há algo que me mantém preso a você e isso é forte o suficiente para me manter aqui. Minha alma está à sua busca, então acredito em você quando fala sobre almas gêmeas. Nós estamos ligados por algo maior que essa vida.”

 

A mão de Baekhyun ainda residia entre as mãos de Chanyeol quando o maior sorriu e passou um dos braços ao redor de seu pescoço. Um arrepio involuntário atravessou a coluna do mais novo, mas não ligou porque logo a temperatura de Chanyeol já não parecia tão incômoda e nem mesmo a altura atrás de si parecia tão perigosa. Estava tudo bem enquanto se mantinham em silêncio observando as palavras que pairavam no ar.

 

“Acho que devíamos ir para a aula”, Baekhyun sussurrou quebrando o silêncio instaurado.

 

“Acho que podemos perder essa aula”, Chanyeol respondeu. “Não é como se você não fosse recuperar a nota e não é como se eu precisasse; vamos continuar aqui. É o início de algo.”

 

Baekhyun percebeu que algo dentro de si se aquecia com Chanyeol proferindo ser o início de algo, embora não soubesse o que. O Byun sentia que estava a cada minuto mais afogado nas loucuras que a vida lhe oferecia, mas não negava nenhuma de suas sensações; depois de tanto tempo vivendo na sombra de todos, vivendo a margem para não achar atenção, embora fosse por escolha própria, havia alguém que prestou atenção em si. Alguém que o enxergava.

 

Baekhyun olhou para o lado, sem mais contestar e aceitando continuar ali. Não poderia negar que estava gostando de estar com Chanyeol dessa forma, porque a mesma sensação que imaginava que Hyuna estava tendo em seus sonhos, era o que sentia no momento, com o braço de Chanyeol mantendo-o tão próximo quanto possível. O rosto do vampiro se mantinha sereno e calmo, olhando sem direção alguma, parecendo pensativo.

 

“No que está pensando?”, Baekhyun perguntou.

 

“No futuro”, Chanyeol respondeu. “É um costume antigo difícil de largar.”

 

“Não quero pensar em nada agora”, Baekhyun disse, “vem, eu quero te mostrar uma música.”

 

Chanyeol o observou, vendo quando Baekhyun apanhou o celular em seu bolso e conectando o fone de ouvido. Entregou-o um, que Chanyeol encarou com desconfiança, mas aceitou e colocou-o em seu ouvido, e em seguida colocou a música. Os primeiros toques surgiram e os dois se mantiveram calados.

 

“I give you all of me”, Chanyeol sussurrou, “and you give me all of you...”

 

Baekhyun quase podia ver o sorriso que brotou nos lábios de Chanyeol ao proferir as palavras ditas pela música e esperava que o vampiro pudesse perceber os desejos mais profundos de sua alma traduzidos em melodia.

 

. . .

 

O tempo que passaram no terraço não passou desapercebido pelos amigos de Baekhyun, que o abordaram no momento em que pisou os pés na sala durante os intervalos de aula.

 

Chanyeol apareceu em seguida, fortalecendo as ideias que Sehun e Yani já alimentavam; não o bastante, Baekhyun ouviu os murmurinhos de sua sala, a respeito de seu sumiço da aula junto de Chanyeol, logo Baekhyun que nunca perdia alguma aula e que nunca estava sob os holofotes. O Byun manteve-se escondido com seus amigos no canto da sala, implorando para que falassem mais baixo a respeito de suas conjecturas.

 

“Onde você esteve?”, Yani perguntou. “Você perdeu todo o primeiro período de aula!”

 

“Eu estava com Chanyeol”, Baekhyun respondeu. “Não precisa falar tão alto, Yani!”

 

“Sehun já estava quase preparando um bolão com o pessoal da sala sobre onde você estava”, Yani confessou, “e, olha, muita gente estava apostando que você estava com Chanyeol.”

 

“Para de me usar para ganhar dinheiro, Oh Sehun!”, Baekhyun ralhou batendo em seu amigo. “E como assim estavam apostando nisso?”

 

“Vocês não foram muito discretos durante esses dias, pelo visto”, Sehun observou. “As pessoas notaram que, quando um não estava, o outro também não. Daí em diante, foi questão de um empurrãozinho para começarem a confabular...”

 

“Que, aposto eu, você deu com todo o prazer”, Baekhyun rolou os olhos. Sehun deu de ombros, mas sequer negou.

 

“E onde vocês estavam?”, Yani perguntou.

 

“Estávamos no terraço, conversando sobre... Algumas coisas.” Baekhyun disse. “Não sei se posso contar a vocês...”

 

“Somos seus melhores amigos!”, Sehun disse, indignado.

 

Baekhyun suspirou. “Fiquem quietos e me escutem então, ok? Não vou responder perguntas.” Baekhyun disse e seus amigos prometeram. “Eu tive um sonho estranho no sábado e perguntei a Chanyeol o significado. A realidade é que... Eu tive um vislumbre de como éramos em vidas passadas, Chanyeol estava certo também quando me disse que era minha alma gêmea. Isso soa bastante piegas e irreal, mas é verdade.”

 

Sehun e Yani não fizeram nenhuma pergunta como requisitado, mas os comentários de sua amiga fizeram Baekhyun se arrepender de ter contado. Yani adorava histórias que envolvessem amores destinados e jamais o deixaria em paz depois de seu relato; Sehun, por sua vez, estava apenas rindo da desgraça alheia, como estava acostumado a fazer. Há muito havia desistido de sua implicância com Chanyeol e estava, aos poucos, aceitando o fato de que convivia diariamente com o sobrenatural.

 

O intervalo entre as aulas ainda estava em vigor quando Chanyeol se aproximou novamente. Sehun e Yani estavam sentados à sua frente, discutindo a respeito do que Baekhyun deveria fazer em seguida, mas se calaram quando Chanyeol sentou-se ao lado de Baekhyun. A sala estava quase vazia, visto que os alunos resolveram sair para comer e aproveitar um pouco a liberdade provisória.

 

“Posso roubar o amigo de vocês mais um pouco?”, Chanyeol pediu. “Sei que já o fiz bastante essa manhã, mas não demorará.”

 

“Leve o tempo que precisar”, Yani disse. “Aliás, não nos apresentamos direito. Somos Kim Yani e Oh Sehun, os segundos pais do Baekhyun. Se quiser algo sério com ele, terá que pedir a nós!”

 

Baekhyun nunca sentiu tanta vontade de se enfiar em um buraco quanto naquele momento. Chanyeol, por sua vez, apenas jogou a cabeça para trás em uma gargalhada, mas concordou com os dizeres de Yani. Sehun levou a amiga para fora da sala antes que fizesse Baekhyun passar mais alguma vergonha e, por fim, estavam sozinhos.

 

“Tenho a impressão de que essa sala sabe mais de nós do que qualquer pessoa”, Baekhyun sorriu. “O que precisa falar comigo hoje?”

 

Chanyeol se manteve em silêncio por algum tempo observando o rapaz há sua frente. Baekhyun não tinha mais que seus dezessete anos, mas, aos olhos de Chanyeol, havia muito mais escondido na beleza juvenil. Chanyeol sabia que, mesmo que não soubesse que Baekhyun era sua alma gêmea, iria acabar encontrando-o pelo brilho nos olhos sonhadores e no sorriso retangular e feliz. Havia certo padrão em todas as suas vidas passadas, porque Chanyeol sempre se apaixonava, em primeiro lugar, pelo sorriso de Baekhyun.

 

“Eu quero saber... O que seremos daqui em diante.” Chanyeol disse por fim. “Eu disse que respeitaria o seu tempo, e continuo firme nessa decisão. Não me importo com o tempo que precisarei esperar até que se sinta confiante em me amar de volta, tempo é o que eu mais tenho. Eu só quero ter certeza de que um dia me dará a chance de chamá-lo de meu.”

 

Baekhyun se sentiu surpreso com a declaração repentina de Chanyeol. Sentiu os olhares do mais velho em seu rosto, mas não esperava os dizeres de Chanyeol. Baekhyun também não sabia o que fazer em relação a essa confusão; queria poder dizer que amava Chanyeol de imediato, que seriam felizes juntos a partir daquele momento, mas não podia mentir para si mesmo. Entregar-se a essa situação com Chanyeol era como se entregar ao escuro.

 

Baekhyun não poderia dizer que tinha medo do escuro, mas não se sentia pronto em assumir sentimentos que não possuía.

 

“Eu me sinto dividido.” Baekhyun disse. “Eu me sinto dividido entre uma parte de mim que parece conhecê-lo há uma eternidade, que parece conhecê-lo melhor que a mim mesmo e uma parte de mim que duvida se serei capaz de retribui-la da mesma forma. Nunca me senti dessa forma por ninguém, Chanyeol. Você chegou, bagunçou tudo e então eu já não tenho mais as mesmas certezas de antes.”

 

“Não estou cobrando-o de forma alguma, Baek”, Chanyeol assegurou com um sorriso terno. “Não quero que se sinta sobrecarregado. Eu o carrego comigo há séculos e você me reviu há pouco tempo, não tenho como pedir que se sinta da mesma forma.”

 

“Mas eu quero”, Baekhyun disse, rápido. “Eu quero me sentir da mesma forma. Eu gosto da forma como nós coexistimos. Eu gosto até mesmo da sua insistência, de como você me enchia o saco com bilhetinhos ou com palavras dúbias a respeito do passado. Gosto de como você me faz sentir, até mesmo da confusão que habita em mim por sua causa. Eu quero dar uma chance a nós, quero dar uma chance para que essa confusão se explique.”

 

Chanyeol sorriu feliz por ter seus sentimentos quase retribuídos por Baekhyun. Sabia que não poderia esperar um retorno imediato de seus sentimentos, Baekhyun não o amaria de imediato apenas por reconhecer que estavam destinados um ao outro. Entretanto, estava feliz pelo que tinham: Baekhyun aceitou dar-lhes uma chance, aceitou que pudessem ao menos tentar ser algo e isso já era o bastante para que o vampiro se sentisse completo.

 

“Esperarei o tempo que for necessário para que me ame de volta, Baekhyun”, Chanyeol sorriu. “Assim como eu o amo por toda eternidade.”

 

Baekhyun se sentia envergonhado, mas não podia negar que estava feliz. O sorriso de Chanyeol o contagiava, o fazia querer sorrir em conjunto, mas se conteve. Sentia-se muito mais sorridente do que o habitual nos últimos dias e a sensação ainda o assustava um pouco. Nunca havia se sentido de forma tão intensa com outra pessoa e o inesperado e novo o deixava receoso de estar se entregando e forma tão rápida, mas confiava nos anseios de seu coração e de sua alma. Chanyeol não poderia ser uma escolha errada.

 

O intervalo entre as aulas encerrou e os alunos voltaram aos poucos a encher a sala de aula. Chanyeol levantou-se e voltou ao seu lugar de origem atrás de Baekhyun assim que Sehun e Yani retornaram, com sorrisos estonteantes – Baekhyun descobriria mais tarde que seus amigos ouviram tudo por detrás das portas – e não se fizeram de rogados ao perguntar a Baekhyun o que aconteceu, sem se importar com a presença de Chanyeol.

 

Baekhyun riu enquanto dispensava seus amigos, alertando-os da chegada do professor Shin. Ouviu o casal reclamar, mas ignorou-os pelo tempo que tinha a seu favor, visto saber que teria muitas perguntas a responder no caminho para casa. Mesmo com as perguntas impertinentes, Baekhyun sentia que agora as coisas estavam completas: seus amigos se importavam consigo e estavam sempre ao seu lado para qualquer coisa que precisasse e Chanyeol estaria lá também, um novo integrante para o grupo de pessoas mais importantes para Baekhyun.

 

Um novo bilhete pousou em sua mesa e Baekhyun mordeu seu lábio inferior para conter o sorriso impertinente que surgiria em seus lábios. Abriu o papelzinho de forma apressada, curioso por seu conteúdo. A letra de Chanyeol já lhe era uma antiga conhecida, inclinada e clássica como era característico. Seus dizeres, assim como o próprio Chanyeol, o fazia sentir como se uma constelação explodisse em seu interior.

 

“Nossos destinos seguem entrelaçados por toda a eternidade.

Eu prometo levá-lo às estrelas todos os dias, Baekhyun.

Eu te amo.”

 

Baekhyun olhou para trás com um sorriso que fazia Chanyeol sentir que tudo valia a pena. Tudo aconteceria no seu devido tempo, sem precisar apressar os acasos do destino. Baekhyun estaria ao seu lado em sua nova relação sem nome definido, mas que estranhamente lhe parecia segura e isso bastava. O vampiro sabia que por muitas e muitas décadas ainda teria que convencer Baekhyun sobre ser um vampiro e ele ser a reencarnação de sua eterna alma gêmea, mas tudo valia a pena com seu sorriso favorito sendo direcionado a si.

 

Seus destinos estavam entrelaçados desde os primórdios de suas vidas e aquilo ninguém poderia tirar de Baekhyun e Chanyeol.


Notas Finais


Que triste colocar terminada ali em cima ;;
Eu espero que vocês tenham gostado e que eu não tenha decepcionado ninguém. Foi muito bom escrever essa fanfic e todo o feedback que recebi, tanto aqui quanto no grupo do whatsapp do RandomiC, eu me sinto muito feliz e agradecida. Espero vê-los todos em outras fanfics! <3 (e que o final em aberto não faça ninguém querer me matar e nem a falta de beijinhos do OTP amém)

D.E acabou (ou não, ainda virei com os extras!), mas vocês podem conferir a tag do RandomiC que tem muiiita fanfic boa por aí!


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