História Do You Love Me? - I choose you

Lee Hi POV

"Não vou desistir de você.”. Essas cinco palavras repetiam-se em minha mente sem parar, enquanto eu permanecia sentada no sofá esperando por Jay Park. Eu sinceramente não sei mais o que fazer. Qual decisão tomar, quem escolher. De um lado, tenho Seungri, o cara pelo qual eu sempre fui apaixonada, mas que sempre me rejeitou, na mesma intensidade de meus sentimentos. Por outro lado, tenho Jay Park, o homem maduro que chegou de repente em minha vida para me resgatar. Bem, maduro até demais. Porém, é impossível compará-los. Jay é um completo cavalheiro, daquele tipo que abre a porta do carro e esconde uma rosa atrás das costas. O tipo de homem que sabe bem o que quer e não mede esforços para conseguir. Agora, Seungri... imaturo, bobo, indeciso e milhares de outros defeitos que necessito inventar, pois, ainda assim, ele é o único que faz meu coração disparar.

A buzina do carro de Jay me retirou instantaneamente do furacão de pensamentos em que eu estava. Com as mãos ainda trêmulas, coloquei a alça da bolsa sobre meu ombro desajeitadamente e corri para fora.

- Uau, você está linda! – exclamou Jay, encostado no carro com suas pernas cruzadas e puxando de suas costas uma rosa vermelha, exatamente como eu havia imaginado.

- Obrigada. – devolvi, sorrindo e pegando a flor de sua mão. – E obrigada pela rosa. É linda.

- Eu só fiz um favor à flor, entregando-a para alguém igual a ela. – disse, abrindo a porta do carro. Definitivamente, Jay é um galanteador de primeira.

- Para onde vamos? – perguntei.

- É uma surpresa.

Permaneci calada, procurando maneiras para contar a ele o que eu realmente sentia, quando notei que estava em um local desconhecido.

- Jay, onde estamos? – questionei, preocupada.

- Calma, nós já estamos chegando.

Ele estacionou o carro em frente a um prédio alto, com uma arquitetura tão bonita que chegava a dar inveja. Um homem uniformizado se aproximou de nós e pegou a chave da mão de Jay, que a entregou com um grande sorriso no rosto.

Entramos naquele edifício enorme e as mulheres que estavam na recepção, todas o cumprimentaram, mas nenhuma delas conseguia disfarçar os suspiros e o ódio mortal que refletia em seus olhos assim que me viram ao lado dele. E ele parecia saber disso muito bem, considerando que logo apoiou meu braço no seu.

A porta do elevador se abriu e Jay estendeu o braço, para que eu entrasse primeiro. Ele apertou o botão de número 13 e o elevador começou a tremer, assim como eu.

- Jay, me diz, para onde estamos indo?

- Calma Hi, você já vai ver. – respondeu, pegando em minha mão.

O elevador parou e demos de cara com um corredor extenso e com paredes de vidro, que nos privilegiava com uma bela vista. Me senti um pouco tonta a cada passo que eu dava, era como se eu fosse me desequilibrar e cair a qualquer momento.

- É aqui. – disse Jay, quando finalmente chegamos na última porta daquele corredor infinito. – Esta é a minha casa.

Quando entrei no lugar, fiquei realmente espantada. Uma sala linda e branca, com móveis de mármore, sofás vermelhos e com estátuas de cristal espalhadas por todos os cantos. Sobre uma pequena mesa na sala, encontravam-se taças de vidro e uma garrafa de vinho, além de alguns aperitivos.

- Isso é o paraíso! – exclamei, admirada.

- Não exagera. – ele soltou uma risada tímida. – Vem, vamos nos sentar.

Seguimos para a mesa e Jay me serviu uma taça de vinho. Tomei tudo em um único gole, mas confesso que achei estranho, já que havíamos acabado de chegar.

- Jay, eu preciso falar com você...

- Beba mais um pouco de vinho. – disse, completando minha taça pela segunda vez. – Prometo que depois conversamos. – piscou.

Algumas taças a mais e eu já não me sentia bem. Não sou fraca para bebida, mas esse vinho realmente revirou minha cabeça.

- Jay, eu não estou bem. – falei, aspirando e expirando várias vezes na esperança de diminuir a tontura e o enjoo que eu estava sentindo.

- Você está ótima. Cada vez melhor.

Jay se aproximou de mim e me beijou. Foi a pior sensação do mundo, pensei que iria sufocar. Senti sua mão apertando uma de minhas coxas e o empurrei. Ele recuperava o fôlego enquanto me encarava.

- O que foi Hi? – perguntou.

- Eu... Eu não quero.

- Como você não quer? Todas querem! – rebateu, frustrado. No fundo, ele não passa de um menino mimado que se acha o centro das atenções. É, acho que me enganei sobre ele.

- Mas eu não sou “todas”! E não quero transar com você! – gritei com raiva, me levantando e sentindo uma tontura súbita. Quase desmaiei, mas Jay me segurou.

- Lee Hi, você está bem? Fica calma, eu não vou te forçar a nada! Eu pensei que algumas taças de vinhos iriam descontrair o clima, só isso. Me desculpe por ter sido tão rude. – ele estava visivelmente desesperado após presenciar meu quase desmaio.

- Eu só quero ir embora. – pedi, ainda sob o efeito do álcool.

- Tudo bem, eu te levo. – disse.

- Não. – respondi. – Eu vou de táxi.

- Hi, não tem problema, eu te levo e...

- Eu já disse que não!

- Se é assim que você quer...

Jay se dirigiu até a porta e a abriu. Passei por ele sem dizer mais nada e fiquei de costas, ouvindo o som da porta bater. Quando olhei para frente, me lembrei do maldito corredor de vidro. Minha boca secou e senti minha respiração acelerar. Como eu passaria por ali agora? Fechei os olhos e decidi correr em frente, apostando unicamente na sorte. Desci pelas escadas mesmo e quando cheguei na recepção, completamente suada e destruída, percebi os olhares e risos debochados das garotas dali. Elas me viram entrando como uma princesa e saindo como uma bruxa. Saí de cabeça baixa e chamei o primeiro táxi que apareceu.

- Para onde você vai senhorita? – perguntou o taxista.

- Só siga em frente. – respondi.

Diferente de qualquer outra garota que estivesse na mesma situação, eu não chorei. Não derramei sequer uma lágrima. Durante esse pouco tempo, Jay me fez sentir uma dama, uma verdadeira mulher e eu agradeço muito por isso. Mas, em nenhum momento, eu senti meu coração bater por ele.

Já aquele homem que sempre me deixa completamente confusa, me faz acreditar que estou ficando louca, faz com que minha cabeça dê voltas e voltas até criar um nó... Ele é o único que, somente com um toque, faz minha pele se arrepiar e meu coração ir de 0 a 100 em um batimento. Que, com um beijo, faz minha mente voar até o lugar mais lindo do mundo e querer ficar lá para sempre. Que, com um sorriso, faz todos os meus problemas desaparecem e tudo a minha volta ficar colorido de novo. Que, somente por sua existência, faz com que a vida tenha sentido para mim. O único com quem eu desejo ficar, hoje e sempre. Ah, e além de tudo isso, ele é tão fofo quanto um filhote de panda.

                                                                                  *****

Seungri POV

- Ei, me vê uma garrafa de soju. – pedi ao homem, me ajeitando na cadeira por trás do balcão.

- Tá na mão. – respondeu.

O barman aparentava ser jovem, embora eu tivesse certeza de que já passava dos 40 anos. Ele enxugava um copo de vidro e me observava, enquanto eu virava a garrafa inteira em um único gole.

- Mais uma. – pedi novamente, ainda tentando engolir o líquido forte que se espalhava em minha boca.

- Coração partido? – perguntou o homem, sorrindo e entregando mais uma garrafa. Eu abaixei a cabeça levemente e permaneci em silêncio. Foi uma forma de concordar com o que ele havia dito. – Entendo... Quando eu era jovem, passei por isso muitas vezes. E na maioria delas, também era a bebida que me consolava. Mas, se você quer um conselho... - ele inclinou-se sobre o balcão e aproximou-se de mim. – Não é o álcool que vai te ajudar.

- Eu sei. – respondi conformado. – Mas pelo menos vai me fazer esquecer de tudo por um tempo.

Eu virava uma garrafa atrás da outra, mas nenhuma delas fazia efeito. Talvez porque eu estava bebendo rápido demais. Ao virar a sexta garrafa, de repente senti minha cabeça girar e meu corpo todo tremer. Uma sensação de calor e frio ao mesmo tempo tomava conta de meu corpo, e por mais estranho que seja eu ainda estava consciente, pois conseguia notar duas mulheres ao meu redor, nervosas e discutindo sobre alguma coisa.

“É o Seungri do BIGBANG!” disse uma delas. “Ele não está bem, precisamos levá-lo para algum lugar.” disse a segunda mulher, colocando meu braço em volta de seu pescoço. “Vamos para a sede da YG! Eu sei onde fica, tenho uma amiga que trabalha lá.”, foi a última coisa que eu ouvi antes de apagar dentro de um táxi, ao lado de duas desconhecidas.