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História Efêmero, mas tem seus valores - Eu não entendi.


Escrita por: eoin

Notas do Autor


A escrita pode estar corrida e o jeito que eu escrevi não me agrada muito, perdoem qualquer erro eu irei corrigi-los algum dia, meu headcanon supremo é que o Kokichi é filho do Komaeda e ponto, para mim Izuru seria um pai coruja sim e a só a minha opinião importa.

Eu não sei se essas doenças existem eu só achei que seria legal, enfim, boa leitura 💕

Capítulo 1 - Eu não entendi.


Era branco — nem havia algum azul no local, era só branco, e isso fazia os olhos de Kamakura ficarem irritados pela claridade — ele sabia que clínicas eram brancas, ainda assim, ver seu reflexo no meio daquela sala o deixou irritado, suas mãos eram completamente negras como se Izuru tivesse posto a mão num balde de tinta e esperado secar, o contraste com a sala completamente branca era tão gritante que Izuru quis rir em ironia, ele novamente colocou as luvas que cobriam suas mãos e encarou os médicos que falavam com seus pais.

“É de fato curioso” Um dos homens disse. “Nós também possuímos um caso similar ao dele” completou.

“Ele tem algum problema de saúde? falta de ar?” Outro homem de jaleco branco perguntou enquanto analisava uma ficha.

Izuru voltou a observar a sala, havia uma mesa, também branca, alguns papéis, notas, um estetoscópio e até um bisturi casualmente largado ali, ele voltou a observar os doutores.

“Não” Sua mãe respondeu, levemente preocupada “ele é completamente saudável, não consegue pegar nem resfriado, só ficamos preocupados porque ele não reage mais” explicou.

“Defina reagir” O médico pediu, Izuru riu em deboche, num movimento rápido, pegou o bisturi da mesa e cortou a própria mão.

O líquido negro que saiu do corte sujou as luvas brancas e caiu no chão lentamente, tinha textura de sangue e cheiro de sangue, mas era completamente negro; Os médicos observaram Izuru em silêncio, o corte havia sido profundo mas o adolescente em sua frente não parecia estar sentindo dor alguma.

“É claro que eu consigo sentir dor onde não é assim” Kamakura limpou a mão com um lenço que tinha no bolso e prendeu o machucado com o mesmo, a indiferença e frieza no seu tom de voz fez os médicos suspirarem impotentes.


“Seria bom se vocês fossem amigos” A enfermeira disse enquanto sorria. “Nagito quase não saí daquele quarto, seria bom para ele ter alguém com quem conversar” concluiu.

Izuru não respondeu, ele não se importava, mas havia uma pequena chama de curiosidade em seu coração, ele parou a caminhada abruptamente e encarou a sala onde o citado Nagito estava; Era um quarto completamente branco como todos os outros, o diferencial, no entanto, eram os móveis, estranhamente, todos eram de tons de verde pastel, — Izuru não sabia qual era a obsessão dos construtores deste local com a cor branca, mas ver o verde também não foi agradável — Havia um homem em uma cadeira de rodas, seus cabelos eram ondulados e brancos como as nuvens, Izuru franziu o cenho, o braço do garoto era branco, como se fosse uma estátua de mármore, ele quase não soube diferenciar entre o braço da cadeira de rodas e o garoto.

Kamakura suspirou, era estranhamente ironico o quão diferente eles eram.

O garoto, que estava de frente a uma enorme janela, inesperadamente se virou, encontrando o rosto de Kamakura, a pele de seu rosto não era branca como mármore, mas possuia um leve tom rosado que dava um contraste com seus braços completamente brancos; Ele sorriu para Izuru, os olhos do garoto eram verdes tão calmos que ele quase se sentiu afetado; Sem mais perder tempo, Kamakura virou a cabeça e continuou a andar com a enfermeira que o esperava um pouco a frente.

A próxima vez que viu Nagito foi somente alguns dias depois, quando os médicos insistiram que ele deveria sair do seu quarto para tomar um pouco de sol; Kamakura odiava estar com pessoas, e desde que havia chegado ali ele não falava nada além do extremamente necessário — Talvez os médicos pensassem que ele estava com medo deles, talvez eles achassem que Izuru estava inseguro sobre isso —, mas de toda forma, ele decidiu que era bom sair antes que os médicos resolvessem usar a força.

E, em toda sua glória e rebeldia, ele acabou se perdendo nos arredores da clínica, ele não havia saído antes e não prestou atenção no que os médicos diziam enquanto o mostravam o local, o que ele poderia fazer se a clínica era extremamente grande e ele não planejou sair do quarto? Quando achou que iria acabar tendo que esperar meio dia para ser achado por uma enfermeira, Kamakura o viu, ele estava na cadeira de rodas, observando as árvores que tinham ao redor daquela clínica, o garoto estava simplesmente parado no meio da grama sozinho, Izuru não queria saber o que uma pessoa fazia sozinha olhando o nada, mas ele foi até Komaeda e se sentou no chão ao lado do mesmo.

“Izuru” Ele disse, sua voz era suave e leve, e Kamakura, por sua vez, não se importou como ele o chamava. “As enfermeiras me falaram sobre você” Ele disse enquanto virava a cabeça para o outro garoto. “É especialmente irônico o quão opostos nós somos” ele suspirou.

Komaeda, assim como Izuru, fazia quinze anos este ano, e a doença que o afligia parecia somente piorar, seus órgãos eram fracos, sua saúde era frágil e até mesmo andar era uma tarefa difícil para o albino, seu sangue, especialmente, era branco e tinha a textura de água, o que transformava seu corpo em algo completamente delicado e doente, já Izuru, — sem problemas se saúde — aparentemente a doença dele estava afetando as emoções, transformando-as em algo imprevisível.

Kamakura o encarou de volta, e num tom indiferente disse: “É simplesmente efêmero” 

Komaeda sorriu, e seus olhos brilharam em alegria e antecipação. “Você veio de lá fora, não é?” Komaeda apontou para os portões de ferro da clínica.

Izuru não respondeu, não é lógico que todo mundo que está aqui veio por lá? De onde mais viriam? 

Komaeda não se importou em ser ignorado e continuou “A maioria de nós está aqui antes mesmo que possamos formar memórias” ele suspirou. 

Haviam muitos pacientes ali, e Kamakura só os conheceu com o passar do tempo, Havia um jovem de cabelo rosa com dentes de tubarão que sempre feriam suas gengivas e o fazia ter problemas alimentares; Havia a adolescente que achava que era uma IA, um garoto que jurava que podia falar com hamsters e uma garota com as cordas vocais atrofiadas mas que insistia que um dia seria uma pop star e sempre havia pessoas indo e vindo daquele local, Izuru conheceu a maior parte das pessoas internadas ali, isso não significa que ele simplesmente fez amizade com todas essas pessoas, é só que ele acaba sempre sendo achado por Nagito e sendo levado a encontros e desencontros com outras pessoas daquele local.


Um ano é muito tempo, principalmente para pessoas sem nada para fazer como Komaeda e Kamakura, Nagito poderia ser incapaz de correr ou de pular como os outros daquela clínica, mas ele sempre contava as melhores histórias a Izuru —; histórias de pessoas que vieram e se foram antes mesmo de Kamakura estar ali, histórias de livros que Nagito leu e, até mesmo, algumas pouquíssimas histórias engraçadas que ele viveu.

Kamakura não achou nada que pudesse — no mínimo — atrasar o avanço de sua doença, e seus braços e torso eram completamente negros agora, semelhantes ao estado de Komaeda que mais parecia uma escultura de mármore; O contraste que os dois tinham ao se tocar ou mesmo só estando próximo era óbvio demais e até parecia algo estranho, em algum momento, Izuru simplesmente parou de usar as luvas que cobriam suas mãos, — Ele não se lembrava ao certo se era porque Komaeda vivia tirando suas luvas para observar sua mão ou se era porque lentamente, ele acabou por perder o costume de usá-las — não importava o quão estranho era a existência dos dois quando colocados juntos, Izuru não se importava em ser estranho e Komaeda achava divertido, e quando menos esperaram, outra surpresa veio.

Kokichi era só uma criança de oito anos quando foi colocado na clínica pelo mordomo de sua família, o garoto deveria ficar na mesma ala que Kamakura e Komaeda, Izuru o viu pela primeira vez na terceira manhã de dezembro; A criança estava no colo de Komaeda e parecia pequena e fraca, suas roupas — curiosamente brancas — estavam sujas de sangue vermelho e quente enquanto ele conversava de forma animada com Nagito; Ouma tinha uma doença tão estranha e específica quanto Izuru e Komaeda, haviam flores em seus pulmões, estômago e até nas véias, pequenos brotos sempre nasciam em sua pele branca e se ele se esforçasse, ele conseguia vomitar flores, o caso dele era o mais perigoso dos três, — afinal, a qualquer momento as flores no seu sistema poderiam fazer ele parar de respirar — mas isso não parecia abalar a criança, que incansavelmente corria e bagunçava por toda a clínica sem se importar com as reclamações das enfermeiras, e quando era pego no ato, sabia como se fingir de coitadinho e chorar dizendo que não sabia e não fez por querer.

Ouma era, de longe, um pequeno diabinho que só sabia dar trabalho, mas sua aparência, no entanto, parecia uma mistura estranha de Komaeda e Izuru — com os cabelos negros no ombro que eram levemente ondulados cujo as pontas eram roxas (porque a criança disse que um dia ele pegou os produtos da irmã e pintou para ver como ficava) era estranhamente semelhante aos cabelos do próprio Izuru, sua saúde frágil (devido a doença que limitava a maior parte de suas ações) era semelhante ao estado físico de Komaeda e a pele branca que quase não via o sol era extremamente semelhante a parte não atingida pela doença de Nagito, e por fim, os dois (tanto Komaeda quanto Kokichi) eram russos — Além disso, a criança sabia agir exatamente como Izuru (Indiferente, debochado e irritante), — mas isso não significava que ela também não fosse especialmente doce com as pessoas que gostava, — houve boatos no hospital que Kokichi era o filho de Komaeda e Izuru, afinal, a criança, além de ser extremamente parecida com os dois, aparentemente não conhecia os próprios pais; Mas era tudo, logicamente, boatos, e mesmo que Ouma não fosse o filho não assumido dos dois, Nagito sempre pedia para Ouma acompanhar ele e Kamakura, e este último, por fim, não se opunha a idéia.

Kokichi amava tirar fotos, foi algo que Kamakura descobriu com o tempo — Kokichi vivia tirando fotos dele com Komaeda ou só de Komaeda, já que o jovem e anti-social Izuru não gostava de fotos — Ouma tinha uma coleção de fotos dos dois amigos, desde o dia em que ele conheceu até o dia em que Izuru finalmente percebeu que gostava de Komaeda, Kokichi tinha fotos de Komaeda dormindo, Izuru comendo, dele mesmo tomando banho de espuma com os dois, havia fotos dos três numa festa do pijama, fotos de Izuru lendo Moby Dick para os dois, fotos dele mesmo colhendo flores do lado de fora da clínica, em piqueniques ou até mesmo brincando de esconde-esconde (brincadeira essa que Kamakura sempre perdia).

A câmera polaroid que Kokichi ganhou dois meses depois de chegar a clínica — presente de Komaeda e Izuru juntos — rendeu um álbum de fotos cheios de memórias dos três, Ouma amava tirar fotos dos dois juntos, e foi só numa tarde nublada, quando o céu estava negro porque ia chover, que Ouma decidiu que precisava de uma 'foto em família'

As três da tarde, quando a tempestade estava começando a vir forte, Ouma finalmente convenceu Izuru a botar um terno para tirar uma foto, então os três se colocaram no quarto de Izuru — cujo todos os móveis eram negros como ébano — e Izuru, de terno preto, Nagito de terno branco e Ouma de terno cinza, pediram para uma enfermeira tirarem uma foto.

“Você vê, estamos ótimos!” A criança comemorou enquanto mostrava a foto para os dois adolescentes à sua frente.

“Isso parece aquelas fotos de mansões assombradas” Nagito assustou a criança.

“Você parece uma assombração!” Ouma deu língua.

Kamakura olhou para os dois e começou a rir, andando até a dupla, ele pegou a foto da mão de Ouma enquanto falava: 

“Posso ver?” 

A foto parecia uma foto antiquada, como as únicas cores do cômodo eram branco e preto, a imagem parecia um pouco assombrosa, sim, mas o rosto sorridente de Komaeda na cadeira de rodas ao lado de Ouma que encarava a câmera sorrindo deixava a foto especialmente amável, até mesmo Kamakura tinha um riso leve enquanto observava os outros dois homens.

“É efêmero, mas tem seus valores” Ele disse enquanto entregava o polaroid a Kokichi.

“Eu não entendi” A criança respondeu.

“Vai entender quando for mais velho” Komaeda cantarolou em concordância.

Izuru sorriu, ele nunca esteve tão feliz quanto estando aqui — inesperadamente, numa clínica para doenças aparentemente estranhas e incuráveis, com duas pessoas que ele sabia que poderiam morrer a qualquer momento, assim como ele mesmo poderia — E assim, mais um ano se passou.

No ano que se seguiu, os tempos foram estranhamente turbulentos, a doença de Kokichi atingiu novos estágios e sua saúde estava mais prejudicada agora; Ouma havia passado todo o inverno acamado e só melhorou com a chegada da primavera, Komaeda brincava que era porque Kokichi era uma flor também, e flores quase não florescem no inverno; A primavera, no entanto, foi calorosa e acolhedora, e a saúde de Kokichi melhorou, eles até tiveram permissão para ir para os jardins da clínica fazer outro piquenique.

Komaeda sentou no chão sobre o pano quadriculado em preto e branco, sua cadeira de rodas estava a sua direita, logo abaixo da enorme árvore que Kokichi estava se balançando enquanto Kamakura terminava de colocar as coisas que trouxeram no pano; Quando o garoto finalmente terminou de ajeitar tudo, Kokichi parou de se balançar na árvore como um macaco e se juntou aos dois, Nagito comia bolo de morango enquanto ouvia Kamakura ler algum livro de mistério que ele havia recebido dos pais a algum tempo mas nunca teve disposição para ler antes.

Kokichi começou a comer sanduíches e tomar suco de maracujá antes de, Inesperadamente, começar a tossir de forma imparável Komaeda pegou o livro que Izuru segurava antes do mesmo ir para perto de Kokichi tentar descobrir o que estava acontecendo, ao ver botões de violetas caindo da boca do garoto, Izuru entendeu, era simplesmente outra crise porque Ouma havia comido rápido demais, ajudando o garoto enquanto ele vomitava as violetas, Izuru encarou Nagito que tinha uma feição preocupada, após mais alguns segundos a tosse parou, o chão estava cheio de violetas e Kokichi sorriu enquanto limpava o sangue do canto da boca.

“Você deveria comer mais devagar” Komaeda suspirou.

“Não quero mais comer” Kokichi resmungou.

Nagito o olhou tristemente.

“Izuru, me deixe trançar o seu cabelo igual o da rapunzel de enrolados” A criança pediu, animada.

Izuru sorriu “Como quiser”

Kamakura voltou a ler o livro em voz alta para Komaeda, Kokichi, no entanto, começou a rodear Izuru e tentar fazer uma trança, os longos cabelos do garoto conseguiam alcançar seus pés mesmo quando ele estava de pé, Com alguns minutos de trabalho duro enquanto ouvia Izuru ler, Kokichi finalmente terminou a trança, e com as mesmas violetas que saíram de si, ele decorou o cabelo do garoto.

Kokichi sorriu quando sua obra estava terminada, os brotos de flores que saiam da sua pele no canto dos seus olhos doíam levemente, mas ele não se importou. 

“Izuru parece uma princesa agora!” ele comemorou, tirando um espelho da cesta, ele mostrou a sua obra de arte a Izuru enquanto esperava palavras de aprovação.

“É efêmero mas tem seus valores” Ele repetiu, Kamakura se lembrava de já ter dito isso alguma vez

Ouma fez uma careta, ele definitivamente não entendeu, ainda assim, ele só deixou isso de lado e voltou a tomar suco.

 “Izuru, quando você ficar mais velho e você e o Nagito se casarem, vocês vão me adotar, não é?”

Komaeda e Kamakura olharam Ouma em branco.

“Porque o Izuru disse que gostava do Nagito e o Nagito disse que gostava do Izuru, e vocês gostam de mim não é?” A criança continuou falando sem perceber os rostos espantados dos amigos. “Oh! Ibuki está com o violão de novo! eu vou ver se ela me deixa brincar com ele também! Tchau!” A criança disse, e saiu correndo sem olhar os dois enquanto ria de forma animada.

Os dois se encararam por segundos, Komaeda tinha o rosto vermelho e Izuru estava desconcertado, Izuru foi o primeiro a quebrar o clima estranho quando riu e beijou a testa de Komaeda de forma simples, ele já não precisava dizer nada quando Kokichi já disse tudo por ele.

Kamakura e Komaeda prometeram adotar Kokichi assim que pudessem — Mesmo que adoção não fosse a coisa mais fácil do mundo e mesmo que eles só tenham dezessete anos.


As estações passaram mais rápidas aquele ano, num piscar, Kamakura já não sabia a quanto tempo estava ali, ele, também, não se importava muito, a saúde de Komaeda estava melhorando aos poucos e até mesmo a situação de Ouma não parecia tão ruim, ele realmente pensou que talvez pudesse sair dali com Komaeda e Kokichi, mas é claro, o inverno era rigoroso e decidiu vir mais cedo aquele ano, Kokichi caiu doente e de forma estranha, sua doença avançou rapidamente, fazendo os dois ficarem sem saber o que fazer.

A saúde de Kokichi piorou e as flores estavam impedindo o ar de entrar em seus pulmões, em um ano, a criança caiu doente e sem chance de ser salva, ela já não podia sair da cama e precisava de aparelhos para poder respirar, os dias dos três foram passados dentro do quarto de Kokichi, conversando sobre coisas aleatórias que os três gostavam.

“Ainda tem uma coisa que eu não entendi” A criança disse, suas palavras eram lentas e baixas.

“Hm” Kamakura respondeu, enquanto assistia Komaeda cortar as maçãs em forma de coelho para Ouma

“O que é efêmero mas tem seus valores?” O jovem indagou, sua voz saiu rápida demais e ele começou a tossir, rapidamente Kamakura foi tentar ajudá-lo enquanto Komaeda apertou o botão para chamar a enfermeira, mas antes mesmo que elas pudessem chegar, Kokichi parou de respirar, e não importa como Izuru tentou ressuscitá-lo, o garoto não respondeu.

Kamakura se sentou na cama próximo ao corpo da criança, Komaeda, a sua frente, não conseguia conter as lágrimas enquanto o próprio Izuru estava congelado, a sua doença já cobriu toda a carne e ossos que cobriam seu coração, então por quê ainda dói?

As enfermeiras tiveram que tirar Izuru e Komaeda da sala, Nagito ficou em observação após o agravamento de sua doença devido ao choque, enquanto isso, Izuru observava o quarto onde Kokichi morava sem reação, não tinha mais nenhuma sombra de Ouma lá, por que ele ainda vinha aqui?

Dois dias depois foi o enterro de Kokichi, haviam muitas pessoas ali, mas Komaeda e Kamakura só chegaram a reconhecer duas ou três pessoas, a criança foi rapidamente enterrada e só restaram Izuru e Nagito em frente ao túmulo, as lágrimas desceram silenciosamente pelo rosto de Izuru enquanto ele abraçou Komaeda, era uma manhã quente de verão, mas ele nunca se sentiu tão frio.

Passos desajeitados e apressados vieram na direção dos dois, sapatos pequenos e pretos apareceram na visão do casal, Izuru levantou o olhar apenas para encontrar um garotinho da mesma idade que Ouma com os olhos cheios de lágrimas, ele tinha cabelos verdes e longos e carregava uma caixa com borboletas dentro.

“Papais do Kokichi?” a criança perguntou. “O Gonta era amigo do Kokichi, e o Kokichi me enviou isso antes de ir para o céu” A criança estendeu um livro em direção aos dois, Komaeda levantou a cabeça e sorriu antes de pegar o livro “Ele me disse que os dois novos papais deles iam precisar disso mas ele sabia que os outros iriam levar isso embora, por isso ele enviou pro Gonta, ele pediu para o Gonta dar a vocês”

O livro era  nada mais nada menos do que o álbum de fotos que eles montaram juntos devido ao hábito da criança de tirar fotos, Komaeda sorriu enquanto enxugava as lágrimas e agradeceu.

“Muito obrigada Gonta, você é um bom menino” A criança acenou com a cabeça enquanto saia correndo e chorando, Kamakura queria pará-lo, mas Komaeda fez sinal para ele deixá-la ir.

As memórias inundaram as mentes dos dois; momentos alegres como quando Kokichi conseguiu subir numa árvore pela primeira vez, ou quando Ibuki o ensinou a tocar violão, o dia em que Kokichi conseguiu fazer Souda se vestir de tubarão, o halloween onde komaeda era um fantasma, Kamakura um vampiro e Kokichi era um vampiro fantasma, esta havia sido a família que Kamakura construiu — e era também, a única coisa que ele não suportava perder.

O álbum de fotos, aberto na página onde só tinha uma foto — a foto em família que os três tiraram — ao contrário das outras páginas não tinha uma descrição ou breve introdução, havia apenas “o que é efêmero mas tem seus valores?” escrito em letras grandes.

Komaeda chorou ainda mais enquanto era consolado por Izuru, no fim do dia, não importa o quão adultos Izuru e Nagito eram, eles ainda iriam chorar como bebês toda vez que se lembrassem disso.

“A vida, Kokichi” Kamakura murmurou enquanto acariciava os cabelos de Komaeda. “A vida é efêmera mas tem seus valores.”

Aquele dia passou, aquela semana passou, e passou-se, também aquele mês e ano, de forma efêmera como Kamakura sempre falou, mas ele passou também com os valores que Kokichi havia lhes dado.


Notas Finais


Sim eu matei o Kokichi
você pode me chamar de prensa 👁️👄👁️🖕
Eu não sei se isso transmitiu oq eu queria transmitir pq eu quero transmitir dor e lágrimas, e sim a doença do Kokichi é inspirada BEM inspirada mesmo no hanahaki
não eu não sei oq foi isso que eu escrevi e não eu não me sinto feliz depois de fazer algo fluffy e esmagar isso.

Ai, mas só na amizade, deixa um comentário ai nem q seja me xingando pô, só pra eu saber q você sofreu 😔🤧


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