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História Equilíbrio. - Encontro inusitado


Escrita por: MaurraseC

Notas do Autor


Hoje trarei mais um mistério para vocês (vou acabar enlouquecendo-os com tantas informações).
Tentei me concentrar mais no humor do que suspense, dessa vez. Mas aí, logo logo as coisas ficarão sérias;
Toda essa espera por ação será bem recompensada.

Paciência é um dos caminhos para se obter o Equilíbrio.

Boa leitura.

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Na imagem: Anastácia Lara e Sophia Klein, dias de praia.
"Briguenta e bonita, quero ser como ela um dia.
Sorridente e inocente, já fui assim uma vez".

Autor: Mleth
Link: brooke envy by mleth

(Obs: imagem meramente ilustrativa, sem vínculos com a realidade da história de Equilíbrio).

Capítulo 29 - Encontro inusitado


Fanfic / Fanfiction Equilíbrio. - Encontro inusitado

— Como ela está? — perguntou o alado, num tom preocupado.

— Já melhorou, porém ainda muito triste — respondeu seu companheiro.

— O que fizemos era necessário.

— Sim, mas ela ainda não consegue aceitar isso.

Os dois alados faziam parte do grupo de Rubia. Eles, assim como outros quatro, estavam escondidos numa casa, na primeira cidade que avistaram como segura. A alada, líder deles, estava triste pelo último confronto: quando o grupo de Natasha os encontrou e foram obrigados a lutarem entre si, novamente.

O desejo de Rubia era que seus companheiros apenas nocauteassem os adversários, mas as coisas saíram do controle. A batalha se tornava mais intensa, sangrenta, quase sem fim. Não conseguindo mais suportar a passividade, os aliados de Rubia começaram a atacar para matar. A cena perturbou a alada que se lembrou de sua terra natal: no confronto entre Darkus e Lucius. “Como chegaram naquele nível?”, ela sempre se perguntava.

— Minha senhora? — um dos amigos dela, se aproximou da porta do quarto, onde ela estava sentada na cama. — Suas ordens?

— Vamos esperar — disse em voz fraca, sem virar o olhar, apenas fitando o chão. — Quero descansar mais um pouco.

— Como desejar — ele saiu, transmitindo a mensagem para os demais.

— É só questão de tempo — sussurrou um deles, cauteloso para a alada não ouvir. — Não podemos ficar aqui para sempre.

— Não ficaremos ­— disse outra alada, com um olhar flamejante. — Eu sinto que algo irá acontecer e Rubia voltará a ser quem era antes.

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— Isso só pode ser brincadeira — Alicia olhava desgostosa para a estrada, onde havia um grande engarrafamento que impedia o grupo de continuar a jornada. E esse era o caminho mais rápido para a floresta, os demais caminhos tinham um trajeto de dias de demora.

 

Novo calendário humano, N.E – Ano um, 32º dia.

Cidade de St.Paula, 10h AM.

 

— Vamos atravessar a cidade a pé e depois procuramos um veículo — recomendou Adam, pegando sua bolsa e indo em frente. As três garotas lhe encararam incrédulas: “ele conseguia falar aquilo tão tranquilo”, elas pensaram.

Não tiveram escolhas, tiveram que completar o restante do percurso a pés. Adam ia à frente, tentando desvendar as ruas para não pegar um caminho errado e perder mais tempo. Alicia vinha logo atrás, conversando com Nina e Lis. As garotas começaram a rir quando Alicia contou sobre o desenho que Sophia fez de Trevor e Issac.

— Ela sempre faz isso — comentou Lis, tirando uma lágrima do olho. — Lembro que uma vez, ela fez do Brayan e Nicolas. De todos, esse ficou “incesto” lugar.

— Você não falou isso! — Nina se afastava rindo, com a piadinha. Elas voltaram a rir, trazendo ânimo para a aventura.

Coisa que Adam fazia questão de não participar. Ele estava muito concentrado em seus mapas e percursos, desconfiado em cada esquina que atravessavam. Porém não havia nada que pudessem lhes trazer perigo, sem suspeitas de inimigos. A cidade estava bem destruída, escombros de concentro e tijolos no chão. Carros carbonizados e várias peças metálicas espalhadas na rua. O clima sorridente das garotas desapareceu quando se depararam com a cena de corpos cadavéricos, em decomposição, cheirando a podridão.

Eram crianças, jovens e adultos. Alguns jogados como sacos de lixo e outros amontoados, uns sobre os outros. As moscas voavam sobre os corpos, juntos dos animais peçonhentos e algumas aves carniceiras como urubus e corvos. Esse último, ao avistar o grupo se aproximando, bateu asas e começou a grunhir. Os demais corvos surgiram e começaram a sobrevoar o grupo, que ficaram assombrados com o cenário. De repente, as luzes se apagaram. Era uma escuridão absoluta, onde os raios solares não penetravam a camada. Atordoados, o grupo tentou se unir, ficando uns próximos dos outros.

— Nina — chamou Alicia.

— Certo — respondeu, já sabendo o pedido.

As chamas saíam de sua mão, iluminando o lugar. A boa notícia era que ainda estavam na cidade, exatamente no mesmo local, mas a má notícia era que não havia fim na escuridão; era como um corredor infinito, que não tinha uma última porta para sair.

— Alados — sussurrou Lis, atenta para qualquer sinal inimigo.

— Se preparem — Adam retirava a bolsa das costas, e ficava em posição de luta. “Finalmente, diversão de verdade”, disse a voz dentro dele. — Estão vindo.

— Não se movam — antes que pudessem perceber, passando por todos os demais membros, um dos alados posicionou sua lâmina negra na garganta de Lis, pegando-a como refém. — O que humanos estão fazendo aqui?

— Droga — Lis se amaldiçoou por ter sido pega tão facilmente.

— Estamos de passagem — Alicia tentou convencer. Ela tinha que pensar em algo, caso contrário um desastre poderia acontecer. Primeiro teria que baixar a guarda dele, se Nina fosse rápida o suficiente, iria conseguir atacar no próximo instante. — Não a machuque, por favor.

— Só de passagem? — mesmo na escuridão, ele podia ver suas faces. Era óbvio que estavam mentindo. — Se mentir novamente, cortarei a garganta dela.

— Tem certeza? — o tom de voz de Lis era provocante. — Você me parece com tanto sono.

— O que? — de repente, seus olhos começavam a pesar, assim como seu corpo. Um sono súbito lhe atingiu, desconcentrando-o. Aproveitando o momento, Nina avançou e conseguiu afastar o alado de perto dela, porém o poder de Lis atingia em área e a garota não teve como escapar, agora que havia se aproximado.

Já o alado, como foi afastado, saia do transe. Ele se sentia estranho pelo que havia acontecido. Percebendo que a situação poderia sair do controle, decidiu voltar para as sombras e repensar num plano de ataque. Entretanto, antes de conseguir fugir, Adam surgiu, como um fantasma, do seu lado e o segurou pelo pulso esquerdo.

— Esse braço? — aplicando uma contorção no membro, o alado se virou de dor, tendo o braço descolado e ainda pressionado. — Agora nos liberte, se não...

— Essa aura — uma voz feminina vinha da escuridão —, eu o conheço... Adão?

A escuridão se dissipou, revelando um grupo de alados cercando o grupo. Dentre eles, havia uma em especial que mais se destacava. Rúbia se aproximava, com olhos brilhosos e contentes. O garoto soltou seu adversário e se afastou da alada, estranhando sua ação, principalmente por ela conhecer seu nome.

— O que foi? Não se lembra de mim? — ela perguntou, com a voz vacilante a espantada com a reação negativa do garoto.

— Me lembrar? — ele cerrou os olhos, como se tentasse forçar o cérebro a funcionar. “É o que acontece quando se brinca com a mente”, dizia a voz dentro dele. “Me permita fazê-lo lembrar de tudo”.

Adam começou a pôr as mãos na cabeça, sentindo fortes dores. Ele abafou o urro, limitando a pequenos gemidos. Alicia, e as outras, ficaram preocupadas, mas não podiam se aproximar dele, estavam cercados. Aos poucos ele ia se lembrando, anulando o poder que Violet havia posto sobre ele. Ofegante, o garoto levantou o olhar para a alada que lhe fitava apreensiva.

— Rúbia?

— Sim! ­— Ela sorriu, contente por ter se lembrado. Seus companheiros não estavam entendendo o que estava acontecendo, estavam paralisados com a cena de sua comandante conversando tão informalmente com um simples humano. — Eles não são inimigos, eu garanto. Venha Adão, vamos conversar.

— Podem vim — ele disse para suas companheiras, que assim como os alados, não entendiam nada.

Havia um clima pesado e estranho na sala. De um lado estava Rubia, atrás delas os alados amontoados esperando alguma explicação. Do outro, Adam sentado a mesa com suas companheiras atrás, totalmente desconfiadas.

— Estou tão feliz que nos vimos novamente — Os olhos prateado de Rubia, mesmo que não mostrando, traziam uma felicidade anormal.

— Já faz algum tempo, não?

— Sim! Como estão os meninos?

— Aprontando por aí.

— Com licença — Alicia se aproximava, puxando Adam pelo pulso. O sorriso forçado dela, para tentar se aproximar sem parecer rude, era horrível. Mas conseguindo pegar o garoto, as outras duas o cercaram, bem no cantinho da sala. — Começa a falar.

— Oh, claro — ele fez questão de se soltar de Alicia. — Meses atrás em me encontrei com Rubia, foi quando eu estava andando por Gran Tierra.

— E quando foi isso? — Lis sussurrou, se virando para Rubia que os olhava curiosa.

— Antes de criar eu Equilíbrio, você ainda não estava com a gente — ele explicou, abrindo caminho. — De qualquer jeito, Rubia não é nossa inimiga.

— Se são amigas de Adão, também meus aliados — Rubia mostrava um sorriso. — Adão me falou muito sobre seu mundo, me deixou encantada.

— Adão? — Lis repetiu num sotaque estranho, já que todos o chamavam de “Adam”.

— Ele disse que não tinha problemas — apontou para Adam, que acenou positivo.

— Por quanto tempo pretende ficar perdendo tempo? — falou um dos alados. — O que está acontecendo, capitã?

— Adão é meu amigo — ela explicou. — Ele me falou sobre o mundo dos homens. Sabiam que existem vários tipos de mares? Tem de fogo, gelo, areia e água... Coisa que em Alcândor não existe.

— E o que tem de mais nisso? — ele estranhava a mudança repentina de sua líder.

— Não consegue imaginar a beleza que deve ser esses lugares? Não foi por essa liberdade que decidimos sair de Alcândor? — Rubia se aproximava de seus companheiros, expirando esperança e empolgação. — Se não foi para conhecer essas coisas que estamos aqui, então pelo que?

O grupo ficou em silêncio, admirados com a animação da comandante que há poucas horas atrás estava tão deprimida em seu quarto. E toda essa animação aconteceu pela chegada daqueles humanos. Os alados baixaram a tensão, vendo que não havia mais razão para ficarem desconfiados. Estavam entre aliados.

Alicia estava de boquiaberta com reação inesperada da alada. Aquelas palavras sobre liberdade, o modo como ela falava sobre ser livre, a garota ficava encantada e contaminada com aquela empolgação. Mesmo já tendo conhecido o mar e lido sobre a lava dos vulcões e sobre os desertos, o jeito que Rubia falava, fazia a garota querer conhecer tais lugares pessoalmente. “Que sentimento é esse?, se perguntava ao sentir o coração bater mais rápido e inquieto.

— O que estão fazendo por aqui? — perguntou Rubia, voltando sua atenção para seus convidados.

— Estamos procurando por nossos companheiros — Adam era o mediador do grupo, já que conhecia a alada. Alicia e demais apenas ficaram observando, os outros alados se afastaram ficando apenas uma, de guarda.

— Eles se perderam?

— Nos abandonaram...

— Desapareceram — corrigiu Alicia, limitando aquela atitude tão brutal dele. Ela não podia aceitar que tinha sido abandonada sem explicação.

— Enfim — Adam encarou a garota, não aprovando a interrupção —, estamos indo para as florestas, ao norte.

— Espero que os encontre — suas palavras eram sinceras, aconchegantes.

— Minha senhora? — a alada se aproximava, discreta, no ouvido de Rubia.

— Sim?

— As mãos da garota — ela indicou, prestando atenção nos pulsos de Alicia, onde havia os cristais roxos. A garota tentava os esconder com as mangas da camisa, mas pelo jeito não foi o suficiente.

— Interessante — Rubia analisava os cristais. Ela sentia uma atração, como se fosse familiar. — Me mostre.

— Não é nada — tentou desviar, inutilmente. Os olhos de Rubia perdiam aquele brilho animado para se transformarem em órbitas brancas sérias e intimidadoras. Alicia hesitou, olhando para Nina que apenas acenou com a cabeça. Não era como se pudesse recusar.

Alicia tocou em um dos cristais, fazendo o brilho roxo iluminar toda a sala e embelezando os olhos de todos. A espada prateada surgiu em sua mão, com sua luz prata hipnotizante. Era a primeira vez que Lis a via, e estava sem palavras. A lâmina transmitia uma beleza celestial. Quando Alicia levantou o olhar para ver a reação das aladas, foi surpreendida por olhares de espanto.

— Essa... Essa é a espada do meu mestre — ela se referia ao seu criador, antes dele se dividir e criar as duas existências. Aquela lâmina era inesquecível, seu brilho, o fio... Ela não tinha dúvidas. — Essa é a espada do rei.


Notas Finais


Sorriso e mistérios, proporciono ambos.

No próximo capítulo: Por trás das ações... Máscaras.

Lealdade, é dolorosa. Pois devemos ser fiéis até o fim, mesmo que signifique viver numa mentira.

Não perca seu ponto de Equilíbrio.


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