1. Spirit Fanfics >
  2. Equilíbrio. >
  3. Por detrás das ações... Máscaras.

História Equilíbrio. - Por detrás das ações... Máscaras.


Escrita por: MaurraseC

Notas do Autor


Mais um mistério para ser desvendado, e revelações que, TALVEZ, vocês não esperassem.
Estou gostando do rumo que Alicia e demais estão levando. O que acham? Sairá algo bom ou ruim dessa aventura?
Também quero ressaltar algo, recitarei sobre a chegada dos Anjos na terra humana (será que se lembram deles? Estavam no cap.5 - Cortinas abertas). Mas por que falar deles agora? Bem, é para que saibam o que está acontecendo com os humanos normais nas ilhas mosqueteiros e também para dar abertura para o segundo arco de Equilíbrio.
Por isso, estejam tão ansiosos quanto eu.

Antes dos preparativos para o futuro, devo ter Equilíbrio em minha mente.

Boa leitura.
---------//---------
Na imagem: Arael.
"Não importa de onde eu ataque, o essencial é completar aquilo que me foi ordenado".

Artista: eddy
Link: vesudah archangel of the infinite by eddy

(Obs: imagem meramente ilustrativa, sem conexão com o enredo da história de Equilíbrio).

Capítulo 30 - Por detrás das ações... Máscaras.


Fanfic / Fanfiction Equilíbrio. - Por detrás das ações... Máscaras.

— Essa é a espada do rei — disse Rubia, espantada por encontrar tal arma.

Ao ouvir aquelas palavras, Alicia ficou com uma interrogação na cabeça. “Quem era o mestre de Rubia? O que ela quis dizer com ‘Rei’?”, as dúvidas se acumulavam na mente da garota. E sem perceber, a espada ia desaparecendo em flocos de luz.

“É ela! É ela! Quem nós procuramos. Finalmente encontramos... Encontramos nossa portadora”, a voz dentro de Adam era agonizante. O garoto não expressava a dor na face, resistiu à agonia até o momento que a arma desapareceu. Ele se sentiu fraco, esgotado, por ter sua energia absorvida.

— O que você quer dizer com isso? O que quer dizer com o poder do Rei? — Alicia se levantou, numa expressão assustada. Seu tom de voz era vacilante, havia um medo visível.

— O poder do rei...

— Rubia! — um dos alados interrompia a reunião, de forma rude e emergencial.

— O que está acontecendo? — Rubia se assustava com a entrada repentina de seu companheiro, os demais, também, viraram sua atenção para ele.

— A senhora precisa vim! — ele disse, se direcionando para a porta. Vendo a expressão em sua face, Rubia concluiu ser algo grave e que precisava ser resolvido imediatamente. Ela se despediu, mesmo que ainda quisesse conversar mais, e deixou o grupo de humanos para trás, sentados à mesa.

Alicia permaneceu parada, vendo Rubia indo embora junto com suas respostas. “Espere”, ela tentou dizer, mas a voz não saía. Nina encarou sua amiga, estava visivelmente abalada, coisa que não era tão comum de acontecer. A descoberta de uma “arma do rei” parecia ser bastante intrigante para as duas, “mais um mistério para desvendar”, ela pensou. Já Adam, aproveitou o momento para se levantar e se direcionar a janela, onde poderia respirar um pouco. Era estranho seu poder se agitar daquele jeito, momentos esses que o deixavam preocupado: “O que aconteceu, Akasha?”, ele perguntou, sem obter respostas.

Lis, não entendia o que havia acontecido. Estava tudo ocorrendo rápido demais, tinha que pôr a cabeça para descansar e analisar toda a situação. Mas o que lhe deixava insegura, era a visão da alada que ainda permanecia no recinto, frente a eles. A alada fora a mesma que pediu para ficar de guarda de Rubia, ficando em silêncio durante toda a conversa, porém quando Alicia liberou suas espadas, sua expressão havia mudado drasticamente. Assombrada, como se tivesse visto algo surreal. Ela ficou encarnado Alicia, em seus pensamentos silenciosos, enquanto Lis tentava imaginar no que passava dentro da mente da alada.

-------------//------------

Rubia saía da casa, avistando um alado ferido no chão. Seus companheiros tentavam auxilia-lo, mas, por sorte, ele não tinha risco de morte. Só estava com ferimentos por todo o corpo e exausto, com sinais de desnutrição e insônia. Todos se viraram quando a alada se aproximou, abrindo caminho para que ela pudesse vê-lo melhor:

— Você? Sariel? — estava espantada ao vê um dos servos de Natasha tão ferido. Ela se abaixou, para que pudessem conversar melhor. — Tragam água e panos.

— Não temos tempo para isso — a voz dele fraquejava, culpa da respiração ofegante. — Rubia, por favor... pare Natasha.

— O que quer dizer? O que aconteceu?

— Ela... Ela pretende exterminar todos os humanos, e até quem se opor as ordens dela — ele mentiu, bastante convicto. — No começo ignorei, mas quando ela começou a matar os nossos companheiros... Foi quando percebi que ela estava enlouquecendo.

— Aquela desgraçada — praguejou um dos alados que ouvia.

— Silêncio — mesmo compreendo a raiva deles, Rubia não gostavam quando falavam mal de sua irmã. “Se Sariel estiver falando a verdade, então não poderia demorar mais tempo”. pensou. Tinha que ajudar sua irmã. Parar suas ações mesmo que tivesse que usar a força para isso. — Me diga onde ela está?

— Eu posso te levar — ele disse, ouvindo, em seguida, a confirmação de Rubia. Baixando o rosto por causa da dor, que ele desferiu em si mesmo, Sariel abriu um sorriso de satisfação.

--------------//--------------

Por ordens de Rubia, Sariel teve que ficar algumas horas deitado, num quarto privado, desancando. O alado aproveitou o tempo para analisar a evolução do seu plano, até o momento. Logo após receber a missão de Natasha, ele havia estudado cada passo para obter o êxito de seu projeto. Ele não estava sozinho, pois teve a ajuda de alguém lhe dando informações precisas sobre o comportamento e ações dos alados. Se não tivesse nenhum imprevisto, seu plano acabaria em perfeição.

Também foi concedido um quarto para que os humanos pudessem se acomodar, porém não havia local onde pudessem relaxar, exceto pela única cama de casal no quarto, onde Alicia já estava deitada, descansado. Adam encostava-se ao canto do quarto, dormindo encostado na parede. Nina se sentou na cadeira, ao lado de Alicia. As duas adormeceram, graças ao poder de Lis. As horas de viagem havia lhes desgastado muito, “Uma pausa não seria ruim”, ela pensou.

Afastados de todos, Rubia se encontrava com sua guardiã, a mesma que havia ouvido a conversa na reunião mais cedo. Arael era seu nome; uma alada esbelta, de pele clara e olhos azuis. Mas havia algo nela que lhe trazia uma diferença das demais, seus cabelos eram negros. Normalmente aladas nasciam com cabelos dourados, exceto por Rubia que nasceu ruiva. Essa diferença lhe chamava muita atenção, criando rumores sobre sua pureza de Alcândor.

— Algo lhe preocupa, minha senhora? — Arael lhe olhava preocupada.

— Preciso que faça um favor — disse Rubia, sem tirar o olhar do céu.

— É só ordenar que eu...

— Não, não é uma ordem — Rubia virava sua atenção para ela. Suas órbitas prateadas refletiam uma pequena melancolia. — É um pedido. Quero que guie esses humanos. Se eu não conseguir parar minha irmã, ajude-os a fazer isso.

— Do que está falando? — Arael perguntava, estranhando as palavras repentinas de sua líder.

— Natasha é esperta, e se Sariel estiver falando a verdade, há a probabilidade de eu não retornar mais — Rubia retornou a olhar para o céu claro, uma visão que lhe transmitia calma. — Talvez seja meu último encontro com minha irmã.

— E você está pedindo isso para mim? Que eu abandone minha líder para ajudar os humanos?

— Muito egoísta da minha parte? — ela mostrou um sorriso leve.

De repente, as memórias de Alcândor surgiram na mente de Rubia. Ainda eram jovens, ela, Natasha e Arael, que ainda não tinha os cabelos negros. Essa transformação só aconteceu quando ela começou a andar com Natasha, quase como melhores amigas. Rubia ficava fazendo patrulhas, o que não lhe dava muito tempo livre. Mesmo assim, ainda conseguia ser feliz. Mas depois que a guerra pelo equilíbrio eclodiu, tudo que existia apenas ficou guardado na memória. Estavam proibidas de voltar para suas terras natais, destinadas a passarem o resto de suas vidas em terra humana. O que não foi tão ruim para Rubia, que estava apaixonada pelo lugar. Contudo, saber que sua irmã pretendia destruir tal natureza, lhe doía o peito. Preferiria encarar a morte, a ver tamanha beleza morrer e não poder fazer nada.

— Por favor, Arael, ouça esse meu último pedido — Rubia se segurava, reprimindo seus sentimentos. Até parecia uma despedida de morte, coisa que ela não queria fazer... morrer. Tinha tantas coisas que ainda queria conhecer, tantas comidas que queria provar. Rubia, realmente, estava apaixonada pelo mundo humano.

— Sabe que isso não é fácil, mas farei o que for possível — Arael tentou mostrar um sorriso de confiança, sem transmitir preocupação.

— Obrigada — Rubia mostrava um sorriso, aliviada. Desde que começara a rebelião, Arael estava do seu lado, era a única que poderia realizar esse pedido egoísta. A alada não tinha mais com o que se preocupar, agora teria que preparar seu grupo e rumar até Natasha, para pará-la e trazer sossego para os humanos. Rubia levava isso como uma responsabilidade pessoal, e iria cumprir não importava o que lhe acontecesse.

Enquanto Rubia se retirava, para se encontrar com seu grupo. Arael ficou parada, observando o céu claro que sua líder tanto admirava. As nuvens alvas estavam tranquilas, sem vento ou qualquer razão para saírem de onde estavam. Era como se estivessem dormindo, lindamente. A cena trazia um sentimento de calma, tirava a tensão que ela tinha nos ombros, o corpo ficava mais leve e a culpa se tornava menor, lhe dando paz e alívio. Arael abriu a mão, liberando uma pequena borboleta negra, que voou até desaparecer no horizonte:

— Adão e Rubia foram encontrados, preciso informar a Natasha e Alois.

----------------------------//-------------------------------

Há um ano atrás – Logo após a invasão dos alados ao mundo humano.

Uma ilha em alto mar – 10h AM.

 

Foi logo após caírem do céu, como bolas de fogo até colidirem com o chão. Klaeu e Calastiel acordavam em território humano. Suas cabeças doíam com o impacto, não conseguindo se lembrar do que havia acontecido. Quando Calastiel avistou Klaeu, alguns metros de distância, as memórias retornaram como subitamente. Ele lembrou que tentava impedi-lo, mas acabou caindo no portal. Agora não teria mais como voltar, destinado a viver no mundo humano para sempre.

Irritado, Calastiel avançou contra seu irmão. Pegando-o pelo pescoço e o erguendo, com violência. Klaeu foi despertado com a falta de ar, sendo asfixiado lentamente. O alcandoriano, assim é chamado o habitante de Alcândor começou a tossir, lutando para respirar. Num gesto de sincronia, ambos erguem suas asas. Penugens brancas, alvas como a mais pura neve, se levantaram. Os anjos, seres de Alcândor, se entreolharam: olhos de raiva e olhos de súplica. Klaeu foi solto, caindo pesadamente no chão.

­— Olhe o que você fez — esbravejou Calastiel, olhando para as várias árvores que os cercavam. O anjo se assustou ao ouvir os arbustos de moverem, estranhando a presença de um pequeno esquilo, que pare ele era um animal desconhecido.

— Não precisa ter medo, é apenas um esquilo — Klaeu sorria, ainda com dificuldade para respirar. Ele se levantou e mostrou um sorriso, contente por ter chegado aonde queria.

— Por sua causa estamos presos aqui — disse Calastiel, exalando raiva.

— Do que está falando? Estamos livres, fora da prisão que é viver numa ordem absoluta...

— Somos soldados! A ordem é algo absoluto.

— Não, Calastiel... A ordem não é absoluta. Vê? Nós a quebramos no momento que chegamos aqui.

— Que?

— Agora que chegamos, preciso que me ajude a convencer nossos irmãos a pararem com essa confusão — Klaeu se aproximou de seu companheiro. Sua voz era firme e determinada.

— Você quer conversar com eles? Não pode está falando sério.

— Eu também não consigo perdoa-los, mas o que fizeram com o mundo humano; essa raça que prometemos proteger, isso é injusto. Eles não têm nada haver com nossa história...

— Os humanos podem se proteger, da forma deles.

— Você sabe que não. Eles são tão frágeis, facilmente quebráveis.

— Isso não significa que precisamos travar outra guerra, Klaeu — ele se aproximou do seu companheiro. Seus olhos cansados, relembrando do massacre que foi a guerra do equilíbrio.

— E os humanos podem? Eles mais do que nós, travaram dezenas de guerras e nada pudemos fazer, pois era responsabilidade deles. Mas agora, essa responsabilidade é nossa, nós começamos isso, não consegue entender? A culpa é nossa, Calastiel...

— Cale-se! Estou cansado.

— Todos estão.

— Eu... — o anjo vacilou, andando para trás. Ele não podia negar aquelas palavras, mas estava esgotado de guerras. Lutar novamente contra seus irmãos, mesmo que separados, não era algo que gostasse de fazer.

Os anjos ficaram em silêncio por alguns minutos. Tudo que sabiam era que estavam em terra humana, local desconhecido por eles, pois nunca estiveram pessoalmente. Calastiel ainda iria pensar sobre ajudar a humanidade, o que já deixava Klaeu contente, pelo menos não estaria sozinho. Decidiram adentrar a floresta. Levaram alguns minutos até se surpreenderem como o cenário inusitado: humanos espalhados por toda a área.

Seus rostos abatidos, ainda incrédulos com seres alados caindo do céu e lhes trazendo um apocalipse. Muito deles choravam por estarem a salvo e outros rezavam para seu Deus, ou deuses, pedindo pela salvação. O choro de crianças e os gritos dos adultos, pedindo ajuda ou irritados, doía nos ouvidos. Alguns deles só tinham a roupa do corpo, outros conseguiram acumular roupas numa mochila, não era muito, mas era o que pensavam ser o suficiente.

Klaeu e Calastiel precisavam ter cuidado, se fossem vistos, poderia gerar uma confusão trágica. Eles recolheram as asas, o máximo que puderam, e roubaram algumas batinas com capuz, lhes cobrindo da cabeça até os pés. Assim conseguiriam andar entre os humanos, sem chamar tanta atenção.

Enquanto isso, um garoto raquítico entrou na floresta. Estava assustado com a multidão, as vozes gritantes, os movimentos apressados e toda aquela tensão incomodava o garoto. Só queria um pouco de silêncio, tranquilidade. Ele se aventurou entre as árvores, conseguindo sentir o som sendo abafado. “Enfim, sozinho”, ele pensou.

Louis Vincentin, 17 anos. Cabelos castanhos, longos caindo atrás do ouvido. Seus olhos eram da mesma cor, porém eram abatidos e cansados. O corpo raquítico, os músculos quase não eram visíveis, sendo apenas ossos. Seus membros periféricos, braços e pernas, tremiam, pois não tinha resistência. Louis nasceu com uma doença que o fazia emagrecer precocemente. Não importava o quanto ele comece, seu metabolismo não se desenvolvia. Por causa disso, os outros garotos tiravam sarro com ele. Apelidos ofensivos que fizeram Louis ser antissocial, isolado da sociedade. Sua família morreu no desastre, sendo o único sobrevivente, algo que não esperava acontecer.

O garoto teve dificuldade para se abaixar e se encostar a árvore. Quando estava para se apoiar no chão, sua mão, repentinamente, vacilou, fazendo-o cair de cara contra o chão. Louis tentou se levantar, observando o motivo de sua queda: uma pequena cratera no chão, onde tinha um cristal brilhoso, cor cinzenta. Encantado, ele pegou o pequeno cristal. Foi inevitável, Louis sentiu seu corpo contorcer, como se algo estivesse se movendo dentro dele. Louis cerrou os dentes, agonizando de dor e suportando-a para não morrer. Depois de segundos de tortura, ele desmaiou, sozinho, entre as árvores da floresta.


Notas Finais


O golpe pelas costas é covarde, porém mais eficiente.
Não é traição, se seu mestre for outro.

No próximo capítulo: Trigésimo primeiro ato – A raiva despe os demais sentimentos.

Ele só quer que ela seja forte... Só assim, poderá partir em paz.


Não perca o próximo capítulo de Equilíbrio.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...