1. Spirit Fanfics >
  2. Escape >
  3. Capítulo 10

História Escape - Capítulo 10


Escrita por: pfthoranxx

Capítulo 11 - Capítulo 10


Fanfic / Fanfiction Escape - Capítulo 10

Niall's POV

Os pingos de chuva batiam contra os vidros provocando um barulho devastador e irritante para meus ouvidos. A maioria dos alunos estava reunida na entrada do prédio para tentar escapar da chuva e esperar que ela passasse para poderem ir embora ou tomar o caminho de seus veículos.

Eu não queria esperar minutos incontáveis só porque não gostaria de ficar molhado logo que estivesse exposto ao ambiente externo. Arrumei a mochila sobre os ombros e vesti o capuz do meu moletom, em seguida procurando as chaves no bolso dianteiro da calça jeans. Certificando-me de que não molharia meus livros, respirei fundo e mergulhei na chuva grossa.

Meus pés se deslocavam com velocidade para chegar mais rápido ao carro e decidi correr quando senti minha roupa se colar ao meu corpo quando comecei a ficar molhado. Alcancei o veículo rapidamente e abri a porta traseira para colocar o meu material sobre o banco e quando fiz menção de ir para o banco do motorista algo estranho me chamou a atenção.

Ao olhar para as rodas dianteiras e traseiras percebi que os pneus estavam completamente murchos. Ajoelhei-me ao lado de um deles para ver que estava furado, mas o que fez a raiva crescer dentro de mim foi ver que o furo havia sido provocado. Um grande rasgo estava exposto na parte de cima da borracha.

Olhei em volta para ver se o culpado poderia estar por perto, mas não havia ninguém no campo de estacionamento além de mim. Quando a hipótese de que poderia ser alguém com vários motivos para ter provocado isso me veio a mente senti meus músculos enrijecerem e meu coração bombear o sangue com mais intensidade.

Caminhei de volta para o prédio em passos largos com meus olhos fixos no meu alvo. A alguns metros de distância Brad conversava com seu grupo de amigos perto da porta de entrada e eles riam de alguma coisa. Eu estava cego. Cego de raiva. Não tinha controle sobre meus atos e quando menos percebi eu já estava me jogando na sua direção, segurando o colarinho da sua camisa entre meus punhos.

— Qual o seu problema? — gritei para que ele conseguisse me ouvir em meio ao barulho alto da chuva.

A princípio seus olhos me analisaram de maneira apavorada, mas quando entendeu sobre o que eu me referia eles se estreitaram e um sorriso debochado surgiu em seus lábios. Seus amigos tentaram se aproximar para ajudar o rapaz, mas este fez um gesto com uma das mãos para que não fizessem nada.

 — Achei que precisasse de uma mãozinha. Me desculpe se eu não lhe agradei. — me provocou e isso só fez minha raiva aumentar.

Eu agarrei com mais força sua camisa e o atirei para o lado. Não pensei em encarar seu rosto, temendo que ele usasse a distração para me tirar de cima dele, e acertei um soco no seu nariz. Minha não doeu com o impacto mas tentei ignorar a dor quando vi o sangue escorrer do local atingido e depositei outro soco em seu queixo.

Ele tentou se libertar e até me bater de volta, mas eu estava entorpecido pelo ódio que meus movimentos se tornavam mais precisos e rápidos. Tudo o que eu queria era machuca-lo.

Um grupo de pessoas assistia a cena atentamente, mas ninguém tentou intervir. Alguns estavam preocupados demais em se proteger da chuva e outros simplesmente não tinham coragem de me tirar de cima de Brad. De repente, senti um par de mãos agarrarem meus braços com força e me afastar para longe dele. Tentei lutar, mas a pessoa era tão forte quanto eu. Quando finalmente olhei para o lado vi que era Harry quem estava me segurando.

— Pare com isso. Não vale a pena. — ele pediu, tentando me afastar ao máximo de Brad.

Vi-o se levantar com dificuldade e um dos seus amigos se aproximou para lhe ajudar a ficar instável. Senti prazer em ver o ferimento em seu rosto. Ele estava imundo. Com as roupas encharcadas e sujas de lama e o cabelo liso grudado à testa. Mesmo assim a expressão de superioridade continuava em seu rosto e ele limpou o sangue do nariz com as costas da mão, mostrando se divertir com essa situação quando esboçou um sorriso ladino. Tentei avançar mais uma vez em sua direção, mas fui impedido quando Harry, com a ajuda de Louis, me empurrou para longe do rapaz.

— Aprenda a se controlar, Niall. — ele me repreendeu com os olhos fixos nos meus.

— Se quiser também posso lhe ajudar dizendo qual a posição preferida de Mary. Tenho certeza que vai ser muito útil para você. — Brad gritou e voltei a lhe encarar com fúria.

Dessa vez, fui mais rápido e Harry não conseguiu me segurar antes que eu alcançasse Brad e mergulhasse minha cabeça em direção a seu estômago, agarrando seu tronco e levando-o ao chão mais uma vez. Suas costas bateram contra o cimento, mas, mesmo assim, ele conseguiu acertar alguns socos nas minhas costelas e cerrei os dentes para reprimir a dor. Meu punho se chocou contra a lateral da sua cabeça e o ouvi rugir quando acertei mais uma sequência de socos.

Por mais que Brad tentasse se soltar ou golpear minhas costas, não  conseguia. Eu sabia que Harry ou Louis tentavam me tirar de cima dele, mais uma vez, mas lutei contra o seu aperto e descontei toda a minha raiva no rosto do rapaz.

— Que confusão é essa? — parei e virei para o lado para ver o coordenador aparecer em meio à aglomeração de alunos, abrindo caminho para se aproximar.

Ele parou onde o pátio de entrada começava e a cobertura o protegia da chuva intensa e nos analisou severamente. Seus olhos pararam em mim e ele soltou um longo suspiro e eu sabia que ele estava me repreendendo apenas pelo olhar.

— Vocês dois para minha sala. Agora! — ordenou.

(...)

Levei a toalha até a cabeça e sacudi o tecido para secar meu cabelo molhado. Encarei minha figura no espelho do banheiro e notei o quão ruim minha aparência estava. Não pelo machucado acima da minha bochecha esquerda onde Brad conseguiu acertar um soco, mas pela expressão cansada e abatida.

A região abaixo dos meus olhos estava escura, demonstrando indícios de olheiras e minhas sobrancelhas insistiam em se manter caídas mesmo que eu me esforçasse para mantê-las estáveis. Eu precisa urgentemente voltar a dormir normalmente. Sem acordar no meio da noite e perder o sono frequentemente.

Eu já não me conhecia mais. Era como se eu não fosse o mesmo garoto de dezoito anos que terminou o ensino médio e decidiu começar a faculdade no outono seguinte. Eu me sentia tão velho, mas tão inconsequente. Temia que tivesse perdido minha identidade com o passar dos anos e agora estava tão desesperado para encontrá-la novamente que não sabia o que fazer ao certo para recuperá-la. Meus princípios e valores ainda estavam em algum lugar dentro de mim, eu só não conseguia trazê-los para mais perto da minha mente a ponto de evitar atos como os de horas atrás.

Brigar com Brad deveria ter me causado náuseas e me sentir culpado seria a coisa mais normal que poderia ter acontecido. Mas não foi isso o que aconteceu. Eu me sentia vitorioso e grande. Mesmo que tivesse consciência do quão imbecil isso era, no fundo, estava gostando sensação. Por um momento estava experimento como era estar no topo e me sentir superior.

Nós fomos encaminhados para a coordenação dos respectivos cursos e eu precisei conversar com meu superior por alguns minutos. Mesmo que eu preferisse ter evitado tal diálogo, não conseguia deixar de pensar nas palavras do mais velho.

Flashback ON

Adentrei a sala com receio. O espaço não era muito grande, mas me engolia de uma forma assustadora. As paredes beges eram repletas de quadros e desenhos e em uma delas uma grande estante de madeira ocupava quase todo o espaço a minha direta.  Havia uma mesa com uma cadeira giratória de um lado e duas cadeiras acolchoadas do outro.

A água acumulada nos meus tênis escorria pelo chão e deixava marcas de pegada no tapete abaixo dos meus pés. Eu estava complemente molhado e pensava se era uma boa ideia tomar um dos assentos à minha frente.

— Se sente, por favor, Niall. — pediu o coordenador ao ocupar a sua cadeira.

Olhei para ele para ter certeza de que estava ciente que se eu me sentasse encharcaria o assento e o mais velho assentiu, me incentivando a puxar a cadeira para trás e acomodar minhas pernas no espaço entre a mesa e a cadeira.

— Quer me dizer o que foi aquilo ou vou precisar interrogar outras pessoas? — indagou com os olhos atentos em mim.

— O senhor é inteligente o bastante para entender o que aconteceu. Eu e Brad estávamos brigando. Só isso. — dei de ombros como se não me importasse, mas eu me importava.

— Só isso? Você acha que o que fez não foi relevante?

— Talvez. Mas eu não teria feito isso se ele não tivesse merecido. — suspirei irritado. — Não adianta eu perder meu tempo aqui e lhe contar o que houve se nada vai mudar.

— Acredita mesmo que nada acontecerá a vocês? — suas sobrancelhas se ergueram.

— Podemos ser punidos ou suspensos, mas isso não vai impedir Brad de continuar me atormentando ou tirando do sério.

— Niall, lembra o que eu disse quando você chegou aqui? — perguntou e eu baixei o olhar para minhas mãos. — Eu disse que lhe aceitaria desde que não se metesse em confusão. Deixei bem claro que não toleraria nenhum tipo de violência, principalmente, vindo da sua parte.

Eu me lembro disso. Lembro-me de como Geoff foi assinar os papéis da minha matricula enquanto eu ficava a sós com o Sr. Harrison para discutirmos certos assuntos antes de eu iniciar meu primeiro dia de aula. Ele impôs suas regras e eu aceitei, ciente de que precisava cumpri-las mesmo que discordasse da maioria.

E eu falhei. Havia infringido a sua principal regra, mas não me sentia culpado. Brad mereceu e ninguém faria nada para me ajudar. Eu não queria que ninguém fizesse nada para me ajudar. Podia resolver meus problemas sozinho.

— Você deveria procurar ajuda. Talvez essa falta de controle seja alguma coisa a ver com seu psicológico.

— Eu não sou louco. — as palavras deixaram minha boca entre meus dentes cerrados.

— Não foi isso o que eu disse. — ele negou com a cabeça. — Ouça, você é um bom rapaz. Sei disso. — voltei minha atenção para ele e seus olhos demonstravam a pena que, no fundo, ele sentia por mim. Eu não gostava que me olhassem assim, porque era o que as pessoas faziam desde quando podia me lembrar. — O seu desempenho no curso é muito bom e eu vejo um grande potencial em você. Não permita que as pessoas tirem isso de você, tudo bem?

Eu sabia que ele esperava que eu assentisse ou concordasse com ele, mas não foi isso o que eu fiz. Apenas mantive meus olhos no mais velho e esperei até que ele continuasse.

— Vou esquecer que isso aconteceu e deixar você impune a qualquer castigo. Mas espero que nada parecido aconteça novamente ou não poderei fazer mais nada. — disse se certificando de que eu realmente estava entendendo. — Só mais uma chance para você mostrar que realmente quer ficar aqui e que fará de tudo para não se meter em outra briga.

Eu não queria ter que aceitar sua piedade, mas não tinha escolha. Se não pudesse mais frequentar a faculdade então não poderia ficar na cidade e teria que achar outro lugar para morar e eu já estava cansado de tantas mudanças.

Flashback OFF

Eu precisava me distrair com alguma coisa e pensei que o banho ajudaria, mas tudo o que eu conseguia pensar no momento em que passei me lavando foi na conversa piedosa.

Pensei em ir para casa depois que fui liberado pelo coordenador, mas não seria uma boa ideia aparecer daquele jeito em casa. Não queria ser alvo de tantas perguntas e ter que dar explicações sobre os acontecimentos para Liam. Ele iria me repreender pelo o que fiz e eu não estava com a mínima vontade de ouvir seus sermões. Então, Harry me convidou para sua casa e eu aceitei. Precisava urgentemente de um banho e não tardei em me dirigir ao banheiro assim que chegamos à residência.

Peguei a T-shirt preta que Harry havia me emprestado e deslizei sobre o meu tronco. Escolhi uma de suas bermudas de treino quando percebi que ele não tinha me dado nada para vestir na parte de baixo e torci para que ele não se importasse por eu ter mexido nas suas gavetas. Eu falaria para ele a respeito disso depois.

Coloquei minhas roupas molhadas dentro do cesto de roupas sujas e estendi a toalha no topo do box. Eu as pegaria de volta outra hora. Passei as mãos pelos cabelos a fim de arruma-los, mas o único resultado que tive foram os fios loiros ainda mais desgrenhados. Deixei o quarto de Harry e desci a escada, logo me dirigindo a sala onde encontrei o rapaz alto e Louis disputando uma partida de futebol no X-Box.

— Peguei uma bermuda, se não se importa. — foi a primeira coisa que eu disse antes de me jogar no sofá que os rapazes não estavam ocupando.

— Tudo bem, cara. Pode pegar o que quiser. — respondeu Harry com a atenção presa na  televisão. Ele não parecia chateado por eu ter lhe desobedecido quando pediu que eu parasse de brigar com Brad. — Já sabe o que vai fazer com seu carro?

— Vou precisar achar alguém que resolva o problema por mim. Não tenho pneus suficientes para trocar sozinho.

— E o que aconteceu na sala do coordenador? — perguntou Louis, pausando o jogo para pegar uma lata de cerveja de cima da mesa de centro e beber um gole da mesma.

— Ele só falou um monte de asneiras e disse que eu deveria procurar ajuda. Acha que posso ter algum problema psicológico, mas eu não sou louco. — voltei a afirmar.

— Pelo menos ele não lhe suspendeu. Você teve sorte. — disse o rapaz, se levantando e caminhando em direção ao aparelho de vídeo game para mudar o jogo.

— Se achar que deve fazer o que ele disse você pode falar com pai da Mary. Ele é psicólogo e pode lhe ajudar. — Harry olhou para mim enquanto Louis ainda não voltava para o sofá para retomarem a partida.

Eu não concordava com o Sr. Harrison, mas quem sabia o que estava acontecendo comigo? Sentia-me perdido na maior parte do tempo e ter batido em Brad me ajudou a relaxar quando deveria ter me deixado em desespero. Será que realmente podia haver algo de errado comigo?

— Se você aceitar se consultar com ele pelo menos vai frequentar a casa da Mary. — observou Louis.

— O que quer dizer com isso? — perguntei confuso. Algo em suas palavras demonstrava a malícia que ele estava tentando não expor completamente.

— Qual é, cara. Você entendeu!

— A mãe dela me odeia, sabia? — arqueie as sobrancelhas esperando sua resposta.

— A mãe dela pode ser muita coisa, mas odiar as pessoas não é muito o seu feitio. Talvez ela só não tenha se simpatizado com você, à princípio. — ele deu de ombros, voltando a se sentar ao lado de Harry.

— É, talvez. — preferi ceder e pensar que Louis podia ter razão. Assim seria mais fácil para eu cogitar a ideia de me encontrar com o pai de Mary.

Mary’s POV

— De novo, de novo. — disse James batendo palmas, animado.

— De novo? Mas essa já é a terceira vez, James.

— Mas eu quelo mais uma vez, Maly. Po favo. — ele se levantou do chão meio desajeitado e pulou no meu colo sem que eu esperasse. Seu peso me fez tombar um pouco para o lado até manter o equilíbrio completo e ele riu da cena.

A escuridão já tomava o céu e James pediu para que eu tocasse no piano para ele a sua música preferida. A princípio eu aceitei, mas depois que o pequeno insistiu para que eu tocasse mais algumas vezes comecei a me questionar se havia sido uma boa ideia ceder ao seu pedido.

Seu olhar piedoso e o sorriso largo me incentivavam a tocar de novo e não tive como recusar. Deixei que ele ficasse no meu colo, dessa vez, enquanto começava a deslizar meus dedos pelas teclas. Mas o barulho da campainha me interrompeu e voltei minha atenção para porta antes que pudesse tocar a primeira frase da música. Eu não esperava por ninguém. Nenhum dos meus amigos avisou que me fariam uma visita e meu pai não disse nada sobre estar esperando algum paciente. Mesmo assim, tirei James do meu colo e caminhei em direção a entrada, notando o pequeno me seguir animado.

Girei a maçaneta e quando abri a porta a imagem de Niall me deixou surpresa. A lateral do seu corpo estava encostada no batente da porta e ele levantou a cabeça para me encarar quando eu surgi na sua frente. Analisei-o por algum tempo antes de falar qualquer coisa. 

Ele vestia uma camisa xadrez escura,  calça jeans azul e nos pés uma bota preta. Quando meu olhar subiu, notei um machucado na maçã no seu rosto e minha curiosidade se despertou. Será que ele havia brigado com alguém? Eu queria lhe perguntar o que tinha acontecido, mas eu não podia. Seria mal educado demais da minha parte.

— Niall? — meu tom de voz saiu mais como uma indagação do que como um cumprimento.

— Oi, Mary. — disse um pouco sem graça. Ele estava estranho. Seus olhos olhavam para todas as direções evitando encarar os meus.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei confusa. Senti James se aproximar e ele se manteve atrás de mim colocando apenas a cabeça para fora da minha perna esquerda para olhar para Niall.

— Eu prec...

— Niall, é um prazer. — meu pai surgiu com um sorriso contagiante e caminhou até o rapaz parado no lado de fora. — Entre. Seja bem-vindo.

O mais velho passou por mim para colocar a mão no ombro de Niall de forma amigável e conduzi-lo para dentro. Fechei a porta quando ambos já se encontravam dentro da residência e os vi pararem perto da cozinha.

Eu estava tão confusa. De fato, Niall não foi à minha casa para falar comigo. Mas o que tinha para conversar com meu pai? Eu não conseguia desviar minha atenção dele. Niall parecia tão tenso e desconfortável. Sua mão deslizava pela nuca de forma repetitiva, como se não conseguisse deixar aquela região mesmo que quisesse.

— Eu estava esperando por você. Mary, será que pode levar o seu irmão para cima enquanto eu converso com Niall no meu escritório? — pediu meu pai voltando a atenção a mim por alguns instantes.

— Claro. — assenti.

Me permiti olhar para Niall por uma última vez ao mesmo tempo em que seu olhar se desviou para mim. Eu queria poder ficar ali e pedir para que meu pai nos deixasse a sós para o rapaz loiro me explicar o que estava acontecendo. Mas não foi isso o que aconteceu.

Segurei a mão de James a fim de levá-lo para o andar de cima e o pequeno acenou para Niall timidamente, vendo o rapaz fazer o mesmo. Enquanto subia as escadas pude ouvir os dois se dirigindo para o escritório do meu pai e fazendo minha curiosidade aumentar.

Tentei ignorar o que acontecida dentro do cômodo e tratei de trocar a roupa de James para colocá-lo na cama. Assim que ele adormeceu, deixei o seu quarto e me dirigi para o andar inferior. Ao passar pelo escritório ouvi sussurros que tentei ao máximo entender, mas tudo o que meus ouvidos captavam por trás da porta de madeira eram frases aleatórias como "precisava conversar com você" "não posso mais" "você precisa me garantir".

Eu não poderia ser pega escutando a conversa alheia. Meu pai não gostaria de saber que eu estava invadindo sua privacidade e garanto que Niall não se sentiria bem por saber que eu era uma fuxiqueira. Por mais que quisesse continuar ali e tentar ouvir alguma coisa, sabia que não devia. A melhor coisa a se fazer era eu tentar me distrair e resolvi preparar um chá. Meu pai e Niall talvez quisessem tomar alguma coisa após deixar o escritório.

A conversa durou o que pareceram minutos incontáveis e quando os dois surgiram no cômodo eu quase me assustei com a presença deles. Ambos apareceram de uma maneira tão sorrateira que quase deixei a chaleira de água quente cair.

— Eu fiz chá. — eu disse tentando me recuperar do susto. — Alguém quer?

— Eu aceito. E você, Niall? — meu pai perguntou.

— Talvez da próxima vez. Eu preciso ir. — ele forçou um sorriso e finalmente olhou para mim. — Até mais, Mary.

— Eu lhe acompanhando até a porta. — o mais velho fez um sinal para que Niall fosse na frente e voltei a ficar sozinha na cozinha.

Os ouvi se despedirem um do outro e servi uma xícara de água quente com um saquinho de chá sabor maçã para meu pai. Quando ele retornou ao cômodo se sentou na cadeira à minha frente e sorriu amigável, levando a xícara de porcelana até os lábios e tomando um gole da bebida.

— Pode me dizer o que o Niall veio fazer aqui ou devo insistir para saber? — perguntei.

— Você sabe que não ético da minha parte revelar a situação dos meus pacientes. — ele disse.

— Então ele realmente veio se consultar? A essa hora da noite?

— E por que outra razão ele apareceria aqui? — arqueou as sobrancelhas de forma sugestiva.

Eu não queria discutir com meu pai por causa de Niall. Se ele me disse que a única razão do rapaz ter aparecido na minha casa foi para se consultar então eu deveria acreditar.

Meu pai terminou de tomar seu chá e me desejou uma boa noite, subindo para seu quarto em seguida. Minha mãe, milagrosamente, havia saindo com algumas amigas e demoraria a chegar. E mesmo que algo dentro de mim dissesse que havia alguma coisa muito estranha acontecendo tentei esquecer esse assunto por um tempo. Isso só iria influenciar na minha perda de sono.


Notas Finais


Hello, people! Gostaria de agradecer pelos favoritos, visualizações e comentários tops. Fico muito feliz com todos eles e mesmo que eu não responda com tanta frequência, leio todos e uso como forma de inspiração para continuar escrevendo a fic. Então já sabem... hahaha
Espero que tenham do capítulo e até o próximo xx


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...