1. Spirit Fanfics >
  2. Escape >
  3. Capítulo 11

História Escape - Capítulo 11


Escrita por: pfthoranxx

Capítulo 12 - Capítulo 11


Fanfic / Fanfiction Escape - Capítulo 11

Niall's POV

A noite passada havia sido um tanto perturbadora para mim. Decidi que deveria falar com o pai de Mary de última hora. Eu já havia tomado à decisão de não ir. Mas eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser nisso e assim que voltei para casa decidi que era o certo a se fazer. Eu não esperava que Mary entendesse o que eu fora fazer lá e por isso queria ter tido mais tempo para falar com ela. Só eu sabia o quanto isso era necessário.

Cheguei mais cedo na faculdade a fim de encontrar com a garota. Ela costumava não se atrasar e sabia que podia encontrá-la perto do seu armário. Ela sempre estava lá a aquele horário. Peguei o caminho para o corredor próximo ao laboratório de anatomia onde Mary guardava o material e torci para que não demorasse a acha-la.

Precisei inventar uma boa desculpa para Liam não desconfiar do real motivo pelo qual eu havia saído de casa mais cedo que o habitual. Eu já estava farto de ter que lhe dar satisfações da minha vida e sentia falta do rapaz que conversava comigo de maneira amigável, em quem eu podia confiar para guardar um segredo ou contar sobre um encontro frustrado com uma garota. Ele havia mudado tanto nos últimos tempos que nem parecia a mesma pessoa que conviveu comigo desde a infância.

Quando virei no corredor à esquerda lá estava ela. O corpo ereto e metade de sua face escondida pela porta de alumínio que se encontrava aberta enquanto ela tirava e colocava alguns livros no pequeno espaço. Aproximei-me ansioso, mas tentei agir naturalmente quando as primeiras palavras deixaram minha boca.

— Olá, Mary!

Ela não levou um susto como já fizera algumas vezes ou respondeu de imediato. Ao invés disso, guardou o último livro e fechou a porta metálica com força, fazendo um barulho estrondoso percorrer o corredor vazio.

— Quando ia me contar o que aconteceu? — perguntou me encarando finalmente.

Seus lábios acentuavam a expressão séria e uma ruga se formou entre suas sobrancelhas fechadas. Ela parecia estar brava. Eu não esperava esta reação e levei algum tempo para perceber que ela não estava brincando.

— Eu não sei do que você está falando. — ri sem humor.

— Não se faça de bobo, Niall. Susan me disse da sua briga com Brad. — cuspiu. — Achou realmente que eu não fosse descobrir?

Suspirei frustrado. Com certeza Harry havia contado para a namorada do episódio do dia anterior e ela não pensou duas vezes em ir correndo contar para Mary. Eu gostava de Susan, mas muitas vezes ela não conseguia guardar sua língua dentro da boca e isso era uma das coisas que mais me irritava nela.

— Parece que você não entendeu nada. — eu disse irritado por não ter a chance de eu mesmo ter contado à Mary sobre a briga. Só Deus sabe como Susan explicou isso a ela. — Como queria que eu lhe contasse se não tive tempo de falar com você?

— E ter ido à minha casa ontem a noite? Isso não conta como o tempo que teve para me falar que brigou com Brad na frente de todo mundo? — seu tom de voz aumentava gradativamente, ao momento em que uma das veias em seu pescoço saltava. Eu nunca havia visto Mary brava.

— Eu ia lhe contar, mas não lá. Não na frente do seu pai. — tentei me defender, mas sua risada irônica e sua expressão aborrecida não me davam chances de falar muita coisa.

— Oh, por favor. — ela zombou.

Eu desisti de tentar me defender. Tinha a intenção de lhe explicar o que realmente acontecera e meus motivos para bater em Brad, mas ela não perecia querer ouvir nada. Talvez eu realmente tenha sido um idiota ao não tentar falar com ela na noite anterior, mas não esperava que ela já soubesse de tudo poucas horas após o corrido. Isto não estava nos meus planos.

Ela desviou o olhar de mim e, olhando por cima do meu ombro, deixou que ele vagasse pela extensão do corredor por algum tempo. Quando seus olhos voltaram para o meu rosto Mary passou um tempo em silêncio o analisando. Suas íris escuras percorriam cada parte da minha face e pararam no machucado na minha bochecha esquerda.

Uma onda de calor percorreu meu corpo quando ela levou a mão ao meu rosto e encostou, cuidadosamente, seus dedos quentes na área atingida. Ela me tocou e eu deixei. Deixei porque talvez gostasse da sensação de seu toque em mim. Eu não sabia ao certo que me fazia gostar do seu toque. Era a primeira vez que ela fazia isso e eu mal pude aproveitar o momento.

— Porque fez isso? — indagou com a voz mais suave dessa vez. Seu olhar atento e preocupado não deixava meu machucado. — Olhe para o seu rosto.

— Por que se importa? Isso não tem nada a ver com você. — eu não queria ser rude, mas não conseguia entender sua indignação comigo e o sentimento de raiva que ela expeliu a momentos atrás.

— Você não percebe, não é? — ela disse, afastando a mão do meu rosto e provocando a sensação de vazio dentro de mim, como se algo houvesse sido tirado do meu corpo. Como um piercing que usamos por muito tempo e estranhamos quando este é removido. — Está se metendo com a pessoa errada, Niall. Sei disso mais do que ninguém.

— Não pense que eu fui o único culpado. Eu não teria feito o que fiz por qualquer motivo.

— Então essa é a sua desculpa? Que Brad mereceu ter apanhado? — o sarcasmo voltou para sua voz que por momentos achei que continuaria suave e calma. Eu gostava quando ela falava gentilmente comigo. Sentia-me a vontade. — Não vê o quão ridículo isso soa?

— O que queria que eu fizesse? Simplesmente o deixasse fazer o que quisesse porque deveria temê-lo? — questionei irritado. — Me desculpe, mas eu não vou fazer isso, Mary.

— Você não precisa temê-lo. Nem deve, porque isso é uma atitude de um covarde. Mas não significa que agindo desse jeito você não está sendo como ele. — ela disparou.

— Eu não sou como ele. — eu disse entre dentes. A ideia de ser comparado a Brad era repugnante e Mary não poderia ter achado outra forma do meu ódio pelo rapaz aumentar.

— Sabe qual é o seu problema? — eu queria lhe interromper e dizer que não precisava que mais ninguém me dissesse qual era o meu problema. Eu já estava cansado disso. Mas ela voltou a falar alto e rispidamente antes que eu conseguisse abrir a boca para lhe contrariar. — Você permite ser aquilo que as pessoas dizem que você é. Se lhe chamam de fraco então você acaba agindo como um, deixando que elas continuem dizendo asneiras e quando você não aguenta mais explode como uma bomba relógio. Permite que elas lhe levem ao limite para depois descontar tudo só para tentar se livrar do peso nas suas costas. Mas quer saber? Você devia dar ouvido quando elas falam que você é forte o bastante para conseguir lidar com os comentários estúpidos. Como eu tenho feito ultimamente, mas você prefere ser chamado de esquisito a dar ouvidos a quem realmente se importa com você.

E com essas palavras Mary me deu as costas e caminhou pesadamente para longe de mim. Pensei em correr atrás dela e segurar seu braço para que ela me encarasse e escutasse o que eu tinha a dizer. Mas eu estava atordoado demais com suas palavras rodando na minha mente perturbada. Mary se importava comigo. E eu nem fui capaz de perceber isso.

(...)

Peguei uma bandeja na pilha acima do balcão onde a fila para a refeição começava e me servi com as coisas que mais me agradavam. O cardápio do lanche era variado, mas não eram muitas as coisas que me chamavam a atenção e me deixavam com água na boca. Por isso, peguei apenas duas fatias de torrada, geleia de uva e um copo de suco.

Passei os olhos pelo refeitório atrás dos meus amigos, mas não encontrei ninguém. Ao fundo do espaço avistei uma mesa vazia e me dirigi até lá. Eu esperava não comer sozinho. Talvez Louis e Harry só tivessem se estendido um pouco mais na aula e estavam atrasados para a refeição da manhã.

Coloquei um pedaço de torrada na boca e desfrutei do sabor doce da geleira descendo pela minha garganta. Tomei um gole do suco de laranja e de repente Susan surgiu, colocando a bandeja sobre a mesa e se sentando à minha frente. Ela parecia apreensiva ou talvez animada demais para falar alguma coisa.

— As pessoas não param de falar da briga. — disse com uma mão de cada lado da bandeja abertas sobre a mesa. — Nunca lhe subestimei, mas também não pensei que fosse corajoso o suficiente para enfrentar Brad.

— Engraçado você se impressionar com isso e ter a cara de pau de falar comigo depois de contar para Mary o que aconteceu. — fui grosseiro. Admito. Mas Susan havia me tirado do sério ao falar o que não devia. — Obrigado por ter cooperado para ela não querer nem olhar na minha cara.

— Você é burro ou o que? — indagou com as sobrancelhas unidas em uma carranca.

— Primeiro você me dedura para Mary e agora me ofende. Ótimo. — zombei tomando mais um gole da minha bebida.

— Não percebe que eu fiz isso porque queria lhe poupar de um problema maior?

— Do que está falando? — perguntei não entendendo ao que ela se referia.

— Pense bem. Preferia que Mary soubesse da briga por mim, que contaria a verdade e tentaria lhe detalhar da maneira mais sensata, ou descobrisse o que aconteceu através de Brad, que ocultaria a maioria dos fatos e deixaria de lado a parte em que ele lhe provocou? — ela arqueou as sobrancelhas, sugestiva.

Eu não havia pensado nisso. O fato de Brad ter o prazer de contar para Mary que eu lhe bati não havia passado pela minha cabeça e me sentia um tolo por ter ficado com raiva de Susan. No fundo ela só queria me ajudar e mesmo que tenha provocado minha discussão com Mary teve a melhor das intenções.

— Eu na...

— Eu sei. Não precisa dizer nada.  — ela me interrompeu, provavelmente, já sabendo o que eu iria falar e querendo se poupar da parte em que eu me desculpava. — Sei que você está chateado pelo o que aconteceu e acho que posso lhe ajudar.

— Como assim?

— Vamos ao boliche hoje a noite e você podia aproveitar para conversar com ela. Sabe, com mais calma e privacidade.

— Não sei se é uma boa ideia. O que me garante que ela aceitaria conversar comigo? E, além disso, não estou com a mínima vontade de sair e esquecer o que me aguarda enquanto estou fora. — eu disse.

— Infelizmente, não posso lhe assegurar que ela vai querer falar com você, mas se não tentar não vai saber. — Susan deu de ombros. — Sei que as vezes ela pode parecer durona quando na verdade sabemos que ela não é, mas essa é só a forma que ela acha para lidar com os sentimentos.

Mary não parecia o tipo de pessoa que tinha problemas com a autoestima ou se sentia confusa em relação aos seus sentimentos. Ela sempre demonstrou ser tão equilibrada e segura de si que as palavras de Susan quase pareceram uma grande mentira.

— Mary costumava lidar muito bem consigo mesma e, principalmente, com o coração. — ela soltou um longo suspiro. — Mas depois do que aconteceu com Brad ela acabou não tendo o mesmo controle e agora que passou a experimentar esse sentimento de novo não sabe muito bem como agir.

— Eu não entendo. — neguei com a cabeça. — Que tipo de sentimento?

— Oh vamos lá, Niall. Você sabe do que estou falando. — seu olhar estava atendo no meu rosto. — É inteligente o bastante para saber o que Mary está sentindo. Não tente fechar os olhos para isso.

Várias coisas passavam pela minha cabeça naquele momento, disputando lugar com meus problemas e memórias que vinham a tona de uma só vez. Eu estava me esforçando para processar suas palavras que me atingiram em cheio e quando uma luz dentro da minha mente acendeu uma onda de frio percorreu minha espinha. Eu não queria estar certo, mas tudo apontava para que eu estivesse.

— Vamos para o boliche as 8:00 p.m. Se decidir ir, me avise. — ela disse por fim, recolhendo a bandeja de comida de cima da mesa e me deixando sozinho novamente.

E mais uma vez minha cabeça se tornou uma tremenda confusão quando fiquei sozinho com o silêncio da minha mente para pensar no que eu mais queria evitar. Estaria Mary gostando de mim?

(...)

A princípio eu estava nervoso. Disse a Susan que ia ao boliche, mas há algum tempo comecei a pensar que talvez tivesse sido uma má ideia. Ao meu lado, Liam olhava para paisagem ao nosso redor pela janela do carro e analisava as casas mais bonitas pelas quais passávamos. Eu o tinha convidado para ir comigo, porque achei que ele gostaria de se divertir um pouco. A última experiência que tive com meus novos amigos foi muito boa e queria que o rapaz aproveitasse também.

Aumentei o volume do rádio para me deixar mais descontraído e meus dedos tamborilavam no volante no mesmo ritmo da musica. Após mais alguns minutos de viagem, estacionei em frente ao prédio vistoso e colorido. O lugar nos convidava para entrar.

Tirei a chave da ignição e acionei o alarme quando Liam e eu deixamos o veículo. Percebi os olhos do moreno atentos em cada detalhe do prédio. Ele estava admirado com o que via. Eu também não estava diferente, mas ele parecia mais encantado com tudo. Quando adentramos o local passei meus olhos por todos os ambientes à procura dos meus amigos.

Só percebi que minhas mãos estavam suadas quando senti a chave escorrer do meu aperto e resolvi guardá-las no bolso da calça jeans, em seguida passando as palmas molhadas na bainha da minha camiseta para afastar meu nervosismo. Ao fundo do espaço avistei o grupo de jovens e Harry não pensou duas vezes em se aproximar quando nos enxergou de longe.

— Niall, Liam. Que bom que vieram. — ele disse sorridente. — Agora só falta a Sophia chegar.

— A Sophia vem? — Liam perguntou como um reflexo e eu precisei morder meu lábio inferior para reprimir um sorriso. Parece que ele estava experimentando a sensação de uma nova paixão.

— Sim, ela disse que estava a caminho. — respondeu Harry antes de me puxar pelo ombro para que eu lhe acompanhasse. — Nós estamos na última pista.

O lugar não estava lotado, mas havia algumas pessoas rindo, conversando e bebendo. Elas pareciam estar realmente se divertindo. Liam e eu seguimos Harry por alguns metros até alcançarmos o restante do grupo. Quando Mary notou nossa chegada desviou a atenção de Susan e seu olhar se encontrou com o meu. Eu teria sorrido como uma forma de cumprimento, mas sua expressão séria deixava bem claro que ela não queria saber dos meus bons modos.

— Hey, cara, estávamos lhe esperando para começarmos. — Louis surgiu ao meu lado e deu algumas batidinhas nas minhas costas de forma amigável. — Como vai, Liam?

— Bem, obrigado. — disse o moreno assentindo brevemente.

— Vocês querem uma bebida? — ele ofereceu.

— Por enquanto não. — levantei uma das mãos como um sinal de negação.

— Eu quero. Faz algum tempo que não bebo nada. — disse Liam, surpreendendo a nós dois.

Louis ergueu as sobrancelhas um tanto surpreso, mas guiou o rapaz em direção ao bar enquanto eu me dirigia as duas garotas sentadas em um dos bancos próximo à pista. Susan foi ao meu encontro antes que eu lhe alcançasse e abriu um largo sorriso. Sua animação era contagiante.

— Eu o trouxe, se não se importa. — eu disse.

— Sem problemas. Vai ser bom vê-lo se enturmando. — deu de ombros olhando na direção dos dois rapazes encostados no balcão de bebidas. — Vem, vamos jogar.

Sem que eu esperasse ela segurou minha não e me puxou em direção à pista de boliche ao momento que Louis e Liam se juntaram a nós. Mary não demorou a se aproximar com Harry e mesmo que todos os meus sentidos me levassem para perto dela eu me contive. Sabia que só estragaria nossa noite se tentasse ter uma conversa forçada com ela.

Eu não havia jogado boliche muitas vezes, mas sabia como funcionava. Tentava me concentrar ao máximo no meu alvo e corria controlando minha velocidade quando deixava a bola deslizar pela pista plana. Eu exibia um sorriso sempre que a bola derrubava a maioria dos pinos ou quando conseguia fazer um strike e me permitia rir quando Susan acabava deixando os dedos presos nos buracos e não conseguia soltar a bola, sempre precisando da ajuda de alguém para marcar algum ponto.

— Não desista, Susan, acontece com todo mundo que joga pela primeira vez. Ah mas espera aí! Essa não é sua primeira vez. — Louis falava alto o suficiente para que todos ouvissem, provocando a ira de Susan. Eu não conseguia deixar de rir. A cena era engraçada e o mais velho não cooperava para deixar tudo mais sério.

— Será que da para calar a boca? Eu sei como se faz. — disse aborrecida.

— Não é o que está parecendo. — ele disse em meio as risadas.

Eu observava de longe o sorriso que se formou nos lábios de Mary. Mas quando ela olhou para mim a expressão de aborrecimento tomou conta do seu rosto e ela deixou que o sorriso encantador desaparecesse como um fantasma aterrorizando a vida de alguém. Rápido e sem deixar rastros de sua aparição.

Eu queria conversar como ela, mas não sabia como. Então, resolvi voltar a me concentrar na partida de boliche enquanto ela caminhava para o lado de Louis para pegar uma bola. Era a sua vez de jogar. Nem todos os pinos caíram quando Mary fez a bola deslizar de forma rápida e precisa, mas ela fez uma boa pontuação e comemorou com um bater de mãos com Louis.

Sophia chegou depois de um tempo e quando a maioria preferiu fazer uma pausa para descansar, vi Mary se dirigir ao balcão de bebidas. Talvez fosse a única oportunidade que eu tivesse e não podia esquecer o real motivo por ter aceito o convite de Susan para me juntar a eles naquela noite.

Aproveitando que Liam estava ocupado demais conversando com Sophia e não iria me encher de perguntas, segui os passos da garota e lhe alcancei quando um rapaz alto e magro se afastava para preparar seu pedido.

— Será que podemos conversar? — perguntei, tentando manter minha voz firme e sem deixar meu nervosismo transparecer.

A princípio pensei que ela iria negar ou me mandar embora, mas seus olhos subiram ao meu rosto e se conectaram com os meus quando ela passou um longo tempo os analisando. Ela não tinha a mesma ruga entre as sobrancelhas como  mais cedo quando discutimos, mas seus lábios estavam unidos de uma maneira firme como se fossem pesados demais para se separarem.

— Tudo bem. — ela disse soltando um breve suspiro.

O barman voltou com uma bebida escura e lhe entregou o copo enfeitado com algumas cerejas. Ela pagou pelo pedido a seguiu até uma área aos fundos do boliche com sofás e poltronas espalhadas de forma organizada. Eu sabia que ela queria privacidade e eu também. Agradeci-lhe mentalmente por ter pensando em algum lugar reservado o bastante e longe dos olhares curiosos dos nossos amigos.

Pensei em ficar em pé, mas quando ela escolheu uma das poltronas e sentou, eu fiz o mesmo. Estávamos distantes demais, com toda a largura entre duas poltronas entre nós. Mas sabia que isso era apenas ilusão da minha mente, pois poderia facilmente me aproximar dela apenas inclinando o corpo.

Estávamos sozinhos e o lugar estava em silêncio, ao contrário do ambiente das pistas onde risadas ecoavam pelo ar sempre que alguém fazia um comentário engraçado ou alguém errava uma jogada. Minhas mãos voltaram a suar e eu as uni em cima do colo para esconder meu nervosismo.

— Eu gostaria de me desculpar por hoje mais cedo. — comecei. — Sei que não agi da maneira mais sensata, mas estou cansado das pessoas me dizerem o que eu devo ou não fazer. Tenho idade suficiente para tomar minhas próprias decisões.

— Niall, eu nunca quis mandar em você e nem fiquei chateada por não ter me contado sobre a briga, mas sim porque você não sabe o que está fazendo. — ela disse com suavidade. — Não quero que você seja mais um a sofrer as consequências por ter se metido no caminho de Brad.

— Eu sei me cuidar, tudo bem? Não é um rapaz mesquinho que vai me intimidar.

— Eu sei, mas não quero que nada aconteça a você por minha causa. — respondeu ela. — Ter me defendido aquele dia foi a pior coisa que você podia ter feito.

— É impressionante como nós podemos causar estragos, mesmo tendo boas intenções.

— Não é o seu ato que se torna uma coisa ruim, mas por quem você teve que passar por cima para praticá-lo. — disse ela. — Eu já vi muitas coisas que Brad fez com aqueles que lhe desagradaram e não quero que você se machuque.

Sua confissão me tocou de alguma forma. Mary já havia me dito que se importava comigo e talvez eu devesse ouvi-la de uma vez por todas. Ela conhecia Brad melhor do que eu e se estava tão disposta a me alertar sobre ele era porque sabia realmente o que ele era capaz de fazer para se vingar. Ou só estava preocupada demais.

— Não é muito fácil para mim manter o controle. Tenho vontade de socar a cara do Brad sempre que o vejo. — admiti.

— Talvez eu possa lhe ajudar. — Mary encolheu os ombros.

— Como?

— Se você prometer se esforçar para se controlar e não fazer nada inapropriado eu me comprometo em lhe ajudar sempre que você achar que vai perder o controle.

— Parece um acordo justo. — um  sorriso lhe escapou e eu não consegui evitar fazer o mesmo. — Afinal, eu não quero que briguemos todo o tempo por causa daquele babaca. Eu sentiria falta de poder conversar com alguém nas aulas do Sr.Tilktis

— Você sabe que ele não significa mais nada para mim, não é?

— Eu sei, mas é sempre bom ouvir isso da sua própria boca. — ela abaixou o rosto, sorrindo com timidez e não consegui esconder o sorriso por saber que talvez ela não estivesse mais chateada comigo.


Notas Finais


Mais um capítulo novo, amores. Amanhã voltam as minhas aulas na faculdade, mas não quero que se preocupem pois já adiantei vários capítulos e vou tentar postá-los com as mesma frequência de sempre.
Por hoje é isso e peço que deixem suas opiniões nos comentários.
M. xx


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...