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História Escape - Capítulo 18


Escrita por: pfthoranxx

Capítulo 19 - Capítulo 18


Fanfic / Fanfiction Escape - Capítulo 18

Mary's POV

Eu precisei ficar na faculdade até depois da aula para pegar alguns livros de química na biblioteca. A aquela altura todos os meus amigos já tinham ido embora, assim como a maioria dos alunos. O campus encontrava-se parcialmente vazio se não fosse pelos funcionários e alguns professores que ainda circulavam pelos corredores.

Deixei a biblioteca e segui em direção a saída. Poucos carros estavam estacionados no lado de fora e passei meus olhos pela extensão à procura do meu. Assim que avistei o automóvel, caminhei até o local. Porém, uma silhueta se aproximando à alguns metros me impediu de continuar a fazer qualquer coisa.

O sangue nas minhas veias pareceu congelar e por um momento achei que ele havia parado de circular. Senti minhas pernas bambearem e o suor tomar conta das minhas mãos. Desde a briga eu não havia visto e nem esbarrado com Brad. Vê-lo naquele momento fazia-o parecer tão intimidante.

— Mary. — ele esboçou um sorriso ao se aproximar. — Você por aqui...

— Eu não tenho tempo para conversa, Brad. Estou atrasada. — disse continuando minha caminhada sem lhe encarar.

Tentei dar mais alguns passos em direção ao meu carro, mas fui impedida com Brad segurando meu braço com força quando tentei passar por ele.

— Eu sei que pode ficar um pouco e bater um papo comigo. — seu tom de voz misturado com o sarcasmo e deboche.

Lhe encarei irritada e recuei alguns passos, soltando meu braço do seu aperto assim que percebi que não teria alternativa a não ser ficar ali até aquela conversa acabar.

— O que você quer? — indaguei ao rapaz que mantinha o sorriso debochado.

— Há alguns dias que não vejo o seu amiguinho e começo a achar que ele está com medo de dar as caras por aqui. — disse e senti um arrepio percorrer minha espinha. — O que me diz disso? Acha que ele está com medo de me enfrentar?

— Eu não sei. Não posso falar por ele.

— Vamos lá, Mary. — ele soltou um suspiro acompanhado de uma risada nasal. — Eu sei que você sabe.

Eu teria estremecido do modo como ele me olhava. Seus olhos claros me encaravam com ferocidade e eu podia sentir o ódio que eles expeliam. Nunca conhecera alguém tão amargo como Brad. Exceto pela versão que Niall revelou a mim há alguns dias.

— Brad, os seus olhos estão... — olhando mais atentamente eu podia perceber a coloração vermelha dominando a área branca dos seus olhos e as pupilas visivelmente dilatadas. — O que você usou?

Eu não precisava de muito esforço para deduzir o que ele tinha feito e mesmo sabendo que ele gastou boa parte do seu tempo com coisas que eu jamais admirei ou concordei, queria ouvir a confissão da sua própria boca.

— E isso importa?! — indagou arrogante.

— Você tem razão. Não importa. — neguei com a cabeça e lhe olhei com desdém. Eu não me deveria mais me preocupar com ele como me preocupava há alguns meses. — E, a propósito, estou falando a verdade. Não faço ideia porque Niall não tem aparecido aqui.

— Então admite que ele esteja sumido. Sente falta do loirinho, não sente? — ele aproximou a mão do meu rosto, mas fui rápida o suficiente para me esquivar antes de sentir seu toque. — Acho que podemos dar um jeito nisso. Posso lhe fazer esquecê-lo, pelo menos, por algum tempo.

Minha respiração já se tornava irregular a medida que o medo tomava conta de mim. Eu não sabia o Brad podia fazer. Sua bipolaridade e temperamento difícil faziam dele uma pessoa imprevisível. Não me surpreenderia se tentasse fazer algo comigo.

Dei alguns passos para trás na intenção de me afastar do rapaz, mas senti minhas costas baterem em algo atrás de mim. Virei-me para ver que um Jipe impedia a minha passagem. O automóvel não me  deixaria ir a lugar algum, a não ser que eu fizesse um grande desvio, mas isso ia custar a minha agilidade e distração.

Porém, não havia alternativa. Dei curtos passos para o lado sem desviar a atenção do rapaz e quando me senti um pouco mais segura, comecei a correr. Mas antes que eu conseguisse me afastar significativamente, meu corpo foi agarrado por Brad e minhas costas foram jogadas contra a parede. Fechei os olhos com força ao sentir uma dor aguda tomar conta de mim. Meus braços foram presos acima da minha cabeça e senti os lábios do rapaz contra a pele do meu pescoço.

— Ah como senti falta disso. — disse com a voz abafada e senti nojo do que ele fazia comigo.

Tentei me soltar, mas nada do que eu fizesse adiantava. O rapaz era muito mais forte que eu e não precisava se esforçar muito para me manter quieta. Eu sentia algumas lágrimas molharem minha face e eu queria me socar por estar sendo tão fraca. Senti sua mão livre percorrer a zona do meu estômago e depois a lateral do meu corpo enquanto eu tentava afasta-lo de mim. Elevei o joelho acertando entre as suas pernas e Brad me soltou tentando aliviar a dor com as suas próprias mãos e eu aproveitei para correr o mais rápido que consegui.

Porém, fui impedida quando o senti agarrar a minha jaqueta por trás e me arrastar para o mesmo lugar.  Assim que ficou diante de mim novamente, levou sua grande mão de encontro ao meu rosto, sem piedade. Senti uma ardência na minha bochecha esquerda e com o tapa forte perdi o equilíbrio, indo parar no chão. A pancada fez a lateral direita do meu corpo, colidido ao chão, pulsar de dor. Engoli um gemido e lentamente ergui meu olhar para Brad que estava parado acima de mim com o mesmo sorriso plantado nos lábios.

— Você costumava ser mais forte, Mary. — ele me encarou por breves segundos antes de uma expressão séria e sombria tomar conta de seu rosto novamente.

Não havia mais ninguém no estacionamento a não ser nós dois e nos segundos seguintes desejei que houvesse alguém ali para me ajudar. Mas antes que eu pudesse pensar em me levantar ou me certificar onde realmente doía, uma movimentação rápida me fez virar o rosto para o lado para ver o que acontecia.

O corpo de Brad foi preso contra a parede em frações de segundos, forçando suas costas no concreto. E quando meu olhar procurou quem fazia isso, tive que conter um grito. Niall agarrava o colarinho da camiseta do rapaz e, pela expressão de Brad, o loiro fazia tamanha força que as costas do meu ex-namorado doíam contra o material duro.

— Nunca mais se atreva a encostar um dedo nela. — a voz de Niall se fez audível, podendo-se notar o ódio crescendo por dentro dele.

Seus punhos se tornando brancos à medida que ele apertava mais forte o colarinho de Brad. O rapaz parecia não esperar por uma atitude como essa e até então não tinha feito nada. Eu nunca tinha visto Niall desse jeito, com tanto ódio. Se bem que eu nunca tinha visto-o de várias maneiras, afinal ele estava revelando suas verdadeiras personalidades aos poucos.

Suas mãos se afrouxaram na gola, até soltar Brad por completo. Ele lhe encarou por mais um tempo com os punhos cerrados, antes de se abaixar na minha frente. Seu olhar mortífero me encarou dessa vez, e um medo tomou conta de mim. Seus olhos escuros e profundos escondiam o azul vivo que sempre estava lá, o qual eu amava fitar por um longo tempo. Porém, ele suavizou a expressão aos poucos, e sua mão tocou meu braço, dessa vez mais delicada em relação a como essa agarrou Brad.

— Você está bem? — se certificou, agora com um tom de voz mais baixo e sereno.

Assenti ainda receosa se podia deixá-lo me ajudar. Encarei seus olhos na esperança de ver a coloração azul vibrante por trás das pupilas dilatas e escuras, porém, nada mudou desde alguns segundos atrás. Mesmo assim deixei que ele me ajudasse a ficar em pé. Senti uma pontada no corpo quando me equilibrei, mas preferi não demonstrar minha dor. O olhar de Niall caiu sobre mim, talvez para ter certeza que eu estava bem. Mas antes que eu pudesse agradecê-lo, uma cotovelada nas suas costas fez com que ele se desequilibrasse e caísse.

Levei minha não a boca ao ver a cena violenta que se criou. Brad não lhe deu tempo para se levantar e tratou de ficar por cima do loiro, apoiando-se nos joelhos com uma perna de cada lado do corpo sobre o cimento enquanto lhe depositava uma sequência de socos. Niall usou os braços para proteger o rosto e, mesmo ocupado em evitar que um soco atingisse alguma parte mais sensível, ele conseguiu chutar as pernas de Brad, fazendo-o perder o equilíbrio e cair por cima dele.

O loiro ainda acertou um murro em suas costelas, fazendo Brad rugir de dor, e o jogou para o lado a tempo suficiente para se por de pé e se afastar. Meu ex-namorado não demorou a se recuperar e logo começou a trocar mais golpes brutais com Niall. Ambos entraram em uma disputa corporal e eu já podia ver o sangue escorrer de algum lugar do rosto de Niall, que eu não consegui identificar, ao ser atingindo por um soco. Embora conseguisse se desviar ou impedir a maioria dos golpes, Brad ainda conseguia deixar alguns machucados sobre sua pele.

Mas sem que Niall esperasse, ele tirou uma faca de trás do jeans e avançou na direção ao rapaz. O loiro se abaixou enquanto a faca rasgava o ar e conseguiu bloquear um golpe com as mãos. Tive que engolir um grito enquanto ele tentava se livrar do rapaz armado. Ele desviava de qualquer golpe e mantinha as mãos de Brad longe do seu corpo.

E aproveitando uma distração do rapaz, Niall o agarrou antes que ele conseguisse escapar ou avançar mais uma vez com a faca, puxando seus braços para trás e o imobilizando antes de pressioná-lo contra a parede em um movimento rápido. A faca caiu no chão quando Niall apertou as mãos do valentão com mais força, fazendo-o gemer de dor. Mesmo assim, ele não parecia disposto a desistir e tentava se soltar do aperto do loiro a qualquer custo. Porém, esse levantou a barra da camisa o suficiente para tirar um objeto semelhante do bolso traseiro dos jeans pretos. Engoli em seco ao ver que Niall também andava armado.

— Você não é o único que tem uma. — disse com fadiga, aproximando o objeto pontiagudo do rosto do rapaz.

Ele estremeceu ao sentir a lâmina em contato com a pele da sua bochecha e por um momento achei mesmo que Niall iria fura-lo.  Mas ele não o fez. Ao invés disso, apenas deixou a lâmina próxima ao rosto de Brad que se manteve colado a parede, com a respiração acelerada.

— Da próxima vez eu não vou ter piedade. — avisou Niall ainda o segurando. — Já chega. Isso acaba aqui e agora. Não sei o que tem contra mim, mas vai parar de me perseguir. E também não vai mais incomodar Mary.

Ele forçou um pouco mais a faca contra a pele do rosto do rapaz. Brad apertou os olhos e puxou o ar pelo o nariz com dificuldade. Questionei-me se ele esteve a respirar durante o tempo que Niall o manteve contra a parede com a faca quase a perfura-lo.

— Você não vai dizer nada a ninguém sobre isso, ouviu bem? — avisou, falando tão baixo que eu mal consegui ouvir. Eu só não sabia se era porque ele tinha a intenção de que apenas Brad ouvisse ou se estava cansado demais para falar mais alto. — Tudo o que aconteceu vai morrer aqui. Entendeu? Nem uma palavra.

— Acha mesmo que eu diria alguma coisa? — ele perguntou.

— Avise seus amigos também. Se eles contarem para alguém, eu vou atrás de você.

— Não vamos dizer nada.

Não era preciso conhecer Brad tão bem para saber que ele era um grande covarde. Apenas lutava com oponentes mais fracos e sempre que um superior a ele, como Niall, aparecia, o rapaz dava para trás.

— Agora vá! Não quero lhe ver mais na minha frente. — ordenou Niall.

Brad não pensou duas vezes em se afastar, deixando para trás um Niall raivoso a lhe fuzilar com o olhar. Quando se certificou que ele já havia se distanciado o suficiente, Niall voltou a atenção para mim, virando lentamente para trás para me encarar. O sangue escorria pela lateral do seu rosto quase chegando ao maxilar e outros machucados ainda da primeira briga ainda eram predominantes.

— Vamos sair daqui. — disse, voltando a guardar a faca do lugar de onde tirara e começando a caminhar em passos largos para longe de mim.

Mesmo um pouco receosa o segui pelo estacionamento, percebendo que estávamos indo em direção ao seu carro. Ele não abriu a porta do carona para mim, como faria em outra circunstância, apenas contornou o automóvel e entrou no lugar do motorista.

— Eu posso ir no meu carro.  — falei cautelosa, temendo que ele fosse rude comigo.

— Por favor, Mary. Entra no carro. —  pediu impaciente, eu sabia que ele estava se controlando para não explodir com o ódio que ainda sentia.

Eu não queria concordar com ele, mas achei que seria melhor não lhe deixar mais irritado. Se há alguns dias mandou eu me afastar e agora tinha me defendido, a ponto de lutar com Brad novamente, havia um motivo para isso.

Acabei cedendo e entrei no veículo, colocando o sinto após ocupar o assento ao lado do rapaz. Ele não disse mais nada e arrancou com o carro para longe da escola. O caminho que percorremos foi em silêncio, mas eu consegui perceber quando ele olhava para mim por alguns instantes antes de ter a atenção presa novamente no trânsito.

Demorou um pouco para eu descobrir para onde estávamos indo, porém, passados alguns minutos, avistei o casarão a alguns metros de distância. Eu podia questionar-lhe por que me levava para sua casa, mas preferi ficar calada. Logo ele estacionou o automóvel na garagem e o segui em direção ao interior da casa. Passamos pela cozinha, vendo Niall jogar as chaves do carro em cima da mesa, e parei quando chegamos à sala. Eu não sabia como agir e me sentia uma completa estranha para o rapaz.

— Pode ficar aqui. Eu já volto. — disse me olhando por alguns segundos, antes de deixar o cômodo e sumir do meu campo de visão.

Analisei a extensão do espaço e resolvi me sentar no sofá menor. Aquilo tudo era uma loucura. Primeiro Niall se afastou e de repente apareceu como um furacão, inundando minha mente de perguntas que talvez nunca seriam respondidas.

Algum tempo se passou até que o rapaz voltasse com um copo de água na mão. Ele o pousou na mesa de centro e pressionou o chumaço de algodão contra o ferimento que percebi sendo perto do seu olho. Niall ocupou o lugar no sofá ao meu lado, fitando-me por um longo tempo antes de falar alguma coisa.

— Eu sei q...

— Por quê? — não deixei que ele terminasse. — Por que fez isso?

— É complicado, Mary. De uma forma que eu mal posso explicar.

— Você me manda ficar longe e depois aparece de repente brigando com Brad para me defender. E desde quando você anda armado? — seus olhos se mantinham fixos nos meus. — Eu cansei das suas mentiras, Niall. Me diga o que está acontecendo! — implorei, sem nem ao menos perceber que o fizera.

Ele suspirou frustrado e sua mão se perdeu entre os fios de cabelos loiros, puxando-os para trás. Seu olhar abaixou por alguns instantes, encarando suas mãos. Mas logo ele voltou a me encarar.

— Você quer mesmo saber? — perguntou e eu não hesitei em assentir.


Notas Finais


Semana que vem começa as minhas provas então, provavelmente, só vou postar o capítulo no sábado, mas não se preocupem quem não deixarei vocês sem capítulo novo (mesmo que eu só consiga postar no domingo). Espero que tenham gostado e nos vemos em breve.
M. xx


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