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História Everybody Hurts - Hold on, you're not alone


Escrita por: Mercer

Notas do Autor


Oi oi gente, olha uma outra angst aqui na mesma vibe de Shelter. Eu amei retratar um pouco os medos e traumas do nosso Stevinho, e não perdi tempo para começar outra história nesse mesmo estilo.

O título da fic é a música do REM, que me inspirou MUITO na hora de escrever, acho que a letra combina perfeitamente com o contexto da fic.

Eu espero que vocês gostem de ler o tanto quanto eu gostei de escrever. Boa leitura!

Capítulo 1 - Hold on, you're not alone


Noite 1

Certo. Aquela não era a primeira e não seria a última vez que Tony e Steve compartilhavam a cama durante uma missão ou qualquer outro tipo de coisa, mas isso nunca deixava de ser menos estranho.

As janelas estavam fechadas, o assoviar do vento forte chegava a ser um pouco assustador. A tempestade de neve pegou ambos de surpresa, então, a conferência das Stark Industries que aconteceria no Canadá foi adiada em três dias, ou até o período em que a camada de quase cinco metros de neve derretesse ao chão.

Tony abriu os olhos lentamente, esperando a visão se acostumar com o local escuro. Direcionou o olhar para os números em vermelho do relógio digital sobre o criado mudo, que marcava 2h17 da manhã em letras brilhantes. E pelos barulhos, a tempestade lá fora ainda estava firme e forte.

O moreno resmungou, ajustando a cabeça no travesseiro e procurando o lado mais gelado do tecido, deixando-se ficar um pouco menos irritado ao saber que tinha pelo menos mais cinco horas até o amanhecer.

– Droga de reunião, droga de tempestade, droga de cama. – Stark bufou baixinho.

A cama gentilmente rangeu quando Steve virou o corpo, encarando o bilionário por cima do ombro.

– Você poderia, por favor, parar de murmurar?

Tony olhou através da visão periférica e apertou os olhos, recusando-se a observar totalmente o homem deitado ao seu lado, que estava sem camisa e provavelmente tão desconfortável quanto ele. Ficou ainda mais irritado com o fato de que sua posição preferida de dormir era de costas para a porta –encarar os músculos das costas perfeitamente esculpidos de Steve até que ele adormecesse com certeza não estava no topo de sua lista de favoritos–, especialmente quando a inevitável situação de tensão era certa e presente. Não ajudava em nada que o clima estivesse mais frio do que o esperado, o moreno queria se encolher mais para aquecer-se, mas não queria que os corpos se tocassem.

Sua mente corria desenfreada com pensamentos confusos e conflitantes. Ele e Steve estavam bem em um certo nível, mas não bem o suficiente para dividir a cama e ficarem totalmente tranquilos com isso. Stark ainda estava pensando sobre o fato de que o soldado tinha quebrado uma parede de concreto com um único soco na última missão em equipe.

Alguns momentos de silêncio se passaram, Tony tentando fechar os olhos e não pensado em ir dormir, para que pudesse dormir. Como de costume, não funcionou. Então, decidiu olhar a decoração que não tinha se incomodado em notar antes de descobrir que estaria compartilhando o quarto. Tudo tinha uma vibração antiga do país: cadeiras de madeira, um pequeno armário que abrigava o suficiente dos poucos itens que traziam, e a lâmpada modesta que ficava no topo de uma mesa de cabeceira de carvalho. Realmente, a lâmpada não era necessária, considerando a quantidade de luz que brilhava através da janela, seja do Sol ou da Lua. Isso quase o fez querer virar o corpo e ver como Steve parecia com o luar brilhando sobre sua pele.

– Tony?

Ele congelou, sua garganta ficou seca de repente, e por alguma razão, as sílabas e pensamentos em sua cabeça não faziam sentido.

– Eu acordei você? – o Capitão perguntou, sentando-se na beirada da cama. Sua voz era a mais suave que Tony já ouvira.

O gênio não se incomodou em sentar-se, imaginando que, como Steve fez por vontade própria, ele deveria esperar ao menos algum convite.

– Não, eu já estava acordado. Você ‘tá bem aí?

– Não tenho certeza ... eu realmente não consigo dormir.

Tony mudou sua posição de costas, olhando para o teto.

– Nem eu. E esse frio não está ajudando muito.

– Você não me disse que estava com frio.

– Eu tenho que contar tudo o que estou sentindo agora, mãe? Além disso, não é grande coisa. Estou apenas sentindo uns arrepios, isso é tudo. – se aconchegou embaixo dos cobertores, e quando o fez, Steve desistiu dos próprios lençóis, dando-os para Tony e deitando na direção oposta mais uma vez.

– Você não precisa fazer isso. – Stark disse puxando os cobertores para si.

– Não é grande coisa, eu dormi em piores condições por setenta anos. – o loiro brincou, fazendo um sorriso aparecer nos lábios do outro.

– Precisamos resolver essa coisa toda de ser incapaz de dormir. Eu chuto que nós... cansamos um do outro. Além disso, vamos ficar enfurnados aqui por pelo menos três dias. – disse o moreno, o que resultou em mais uma insinuação do que um fato. Ops.

– Já dormimos juntos em missões antes. Fazemos isso quase todo mês, você precisa ser mais específico. – Steve respondeu.

Stark mordeu os lábios e franziu o cenho, forçando os pensamentos em sua mente para alguma brilhante ideia surgir.

– Tudo bem, capitão espertinho, vamos jogar o jogo do alfabeto. Pense em uma palavra que começa com cada letra do alfabeto e nós vamos ver quem consegue ficar acordado por mais tempo. É literalmente impossível não pegar no sono depois disso.

Steve virou de lado, com a sobrancelha erguida e um olhar de diversão pura em suas feições.

– Ah...

– Você estava começando ou concordando comigo? – Tony perguntou, finalmente fazendo contato visual.

– Concordando, você vai primeiro. – disse cruzando os braços acima do estômago.

– Amêndoa.

– Banho.

– Carro.

– Detergente.

– Escapamento.

– Esse jogo é horrível. – Steve riu.

– A letra E já passou, e isso não começa com F. Parece que você perdeu, Cap. – Tony ironizou e o loiro revirou os olhos exuberantemente. 

– Algum outro jogo?

– Essa é literalmente a coisa mais chata que eu consegui imaginar para fazermos agora e cairmos num sono. – bufou. – Afinal de contas, quantas horas de sono você tem por dia?

Steve endurece e então seus ombros caem em derrota.

– Quatro, mas o soro...

– Sim, eu sei. Mas você treina mais do que qualquer um de nós, anda por aí o dia inteiro naquela moto pré-histórica, desenha e estuda. Você ‘tá sobrecarregando o seu corpo e mente, precisa de um descanso. O soro corre em suas veias, mas ainda é um ser humano, e dormir é o mínimo que você deveria fazer.

Olhos azuis piscam para ele, os lábios macios de Steve se franzem.

– Você acha que eu não conheço meu próprio corpo, Stark? Eu não sou um dos seus robôs que você pode simplesmente desmontar, estudar montar novamente.

Tony aperta os dedos dos pés debaixo das meias, sentindo uma pontada de irritação no peito. Ele só estava preocupado.

– Certo. Uh... espero que você descanse um pouco. Eu vou dormir no sofá. – ele murmurou, virando-se para ir. Se Steve não o queria aqui, não iria ficar e enfrentar o escárnio por tentar ajudar.

– Tony, espere!

O moreno faz uma pausa na porta e se vira para encontrar Steve praticamente em seus pés, uma mão estendida em súplica, ombros curvados para a frente e ele parece tão ... pequeno. Pequeno, fraco, cansado e com medo.

– Sinto muito. – Rogers sussurra, olhando através de seus cílios para Tony. – Eu só estou... me desculpe.

Eles olham um para o outro por um longo momento, e então, Tony assente e caminha até o loiro. Agora, perto o suficiente para sentir o calor da pele de Steve e para olhar seus lindos olhos azuis e tristes.

– Do que você precisa? – perguntou com uma preocupação não esperada em sua voz.

A respiração de Steve engatou e ele engoliu em seco, estremecendo. Suas mãos se apertaram e se abriram ao lado do corpo, respirações agudas e pesadas saindo pelo nariz. Stark ergueu a mão devagar para que o soldado pudesse vê-la, deslizando-a suavemente pela nuca gélida dele.

O homem mais jovem choramingou algo e desmoronou. Tony gentilmente o guiou até a cama de novo, sentindo que seus pés iriam errar o passo a qualquer momento. Steve sentou-se ali cama e pegou o moreno de surpresa, envolvendo os braços em volta da cintura de Tony, puxando-o para frente e logo depois pressionando a testa no estômago do menor.

Stark enrijeceu o corpo por um momento, e depois de alguns poucos segundos, sua mão livre caiu para acariciar aquela juba de ouro que sonhou tantas vezes em passar os dedos. Steve estremeceu contra ele e empurrou a cabeça com mais força em Tony, a respiração úmida e quente contra o tecido de seu fino de sua camisa do pijama.

– Shhh, tudo bem. – Tony sussurrou. – Eu tenho você. Está seguro, eu estou aqui.

Steve estremece novamente, mas desta vez é seguido por um soluço, e os sons miseráveis ​​de suas lágrimas ofegantes rasgam Tony como garras projetadas para destripá-lo. O aperto de Steve sobre ele se intensifica e ele abaixa a cabeça, os ombros se curvando enquanto soluça, pressionando o rosto com força no estômago de Tony.

– Shh... Steve querido, tudo bem, eu estou aqui, você está seguro.

Stark continuou repetindo as palavras de conforto, acariciando o cabelo de Steve enquanto ele chora, as lágrimas encharcando a camisa fina e as mãos agarradas às costas, esticando o tecido enquanto se segurava em Tony.

– A culpa é minha. – Steve disse ofegante. – Ele caiu por minha causa.

Tony estremece quando percebe que Steve está falando sobre Bucky, que ele está se culpando pela morte de seu melhor amigo.

– Steve... não. Não foi sua culpa. Você tentou salvá-lo. Nem sempre conseguimos pegar as pessoas quando elas caem, seja de um trem ou de um vagão. Às vezes, não há nada que você possa fazer.

Rogers balançou a cabeça em negação, gemendo baixinho como se estivesse com dor.

– Eu deveria ter voltado, deveria ter procurado por ele.

Tony suspira e esfrega as costas do pescoço de Steve.

– E talvez você tivesse sido capturado e torturado pela Hydra durante todo esse tempo. Eles venceriam a guerra. O mundo precisava de você, assim como precisa agora.

– Mas eu precisava do Bucky, e ele precisava de mim. – Steve sussurra lamentosamente, levantando o queixo para olhar para Tony. As bochechas rosadas pelo choro e manchadas de lágrimas. Tony não deveria achá-lo bonito agora, era doentio e errado, mas ele não pode evitar de sentir sensações estranhas quando Steve olhou para ele tão tristemente, olhos molhados e arregalados.

O engenheiro encostou os dedos sobre o rosto do vingador, acariciando a pele macia e a linha dura de sua bochecha com o polegar, esfregando padrões suaves até que o soldado suavizou a expressão e apoiou a cabeça em suas próprias mãos, soltando um suspiro suave.

– Eu sei que você precisou dele, Steve... eu sei. Eu gostaria de poder construir uma máquina do tempo e salvá-lo, tornar tudo diferente para você. Eu gostaria de saber como te fazer feliz novamente. – Stark sussurra na escuridão entre eles, não calculando direito as palavras que saiam de sua boca.

Steve fecha os olhos, deixando os sulcos da testa sumirem e guiando sua própria mão a de Tony em seu roso, cobrindo-a.

– Você não precisa me fazer feliz Tony. Eu já sou. – Steve murmura sorrindo um pouco, as palavras soando como uma promessa. – Eu só estou tendo uma noite ruim.

Tony engole em seco, com a garganta grossa e acena com a cabeça.

– Fico feliz em ouvir isso, Cap. – ele sussurra. Rogers ainda está olhando para ele, a tristeza possuindo os olhos azuis e Tony se esforça para puxar um sorriso em seus lábios, lágrimas queimando em seus olhos, mas ele pisca algumas vezes e acaricia o cabelo de Steve, observando seus olhos luminosos se fecharem.

– Você poderia…

Steve hesita quando Tony afasta uma mecha de seu cabelo do rosto, erguendo o queixo para olhar o homem mais uma vez.

– ... você poderia ficar aqui?

O Homem de Ferro ficou perdido. Até porque, com certeza, ele e Steve são amigos agora, realmente bons amigos. E sim, ele está ajudando-o com a coisa da aversão ao frio e tudo mais, mas isso não significava que…

Ele leva muito tempo para responder e Steve aperta o rosto totalmente contra o estômago do menor, respirando quente e úmido, sussurrando “por favor” de uma forma tão miserável que o coração de Tony se quebra instantaneamente.

Rogers balançou a cabeça e se afastou relutantemente, deslizando de volta para debaixo das cobertas, deitando lá e olhando para o moreno antes de virar-se. Acenando principalmente para se assegurar de que tudo vai ficar bem, o gênio desliza para o lado de Steve e é imediatamente surpreendido quando o homem maior rola para o lado e sorri para Tony, pressionando a mão contra o peito que parecia queimar por debaixo do tecido e do Reator Arc.

– Obrigado Tony. Você é um bom homem, um bom amigo. – sussurrou o loiro com as pálpebras fechando a cada respiração lenta. Se aproximou novamente e sorriu sonolento para o Stark. – Tenho muita sorte em ter você.

Tony olhou para Rogers enquanto ele pegava no sono, observando os ombros fortes se moverem enquanto ele respira, com as pálpebras fechadas e os lábios separados por respirações suaves. Ele é estonteante assim, suave, doce... vulnerável. O Capitão se aproximou mais de seu sono e jogou a perna por cima dos quadris de Tony, envolvendo um braço em volta do peito. Isso fez com que o coração já danificado do moreno errasse algumas batidas.

Oh céus, ele não pode querer isso, ele não pode. Steve é ​​tão bom, ele não... não poderia querer Tony.

Tony é famoso por quebrar corações e deixar seus amantes sem ao menos olhar para trás, Steve não podia querer isso.

Então, ele se protege contra o sentimento de calor em seu peito, empurrando-o implacavelmente e o retendo dentro de si.

Steve é ​​seu amigo.

Isso é tudo.

• • • • • • • • • • • • • • •

Noite 2

Steve abriu os olhos e piscou para o teto.

Ele teve muitos despertares brutos em sua vida. Parecia que de vez em quando, mergulhava na consciência para achar tudo um pouco mais horrível do que antes. Mais de uma vez, ele fechou os olhos, esperando nunca mais abri-los, mas o mundo parecia não estar pronto para deixá-lo ir.

Certa vez, ele chegou, ofegando e arfando no chão do banheiro de sua mãe, pálido e tremendo por causa de um ataque de asma que lhe roubou o fôlego e que parecia envolver correntes pesadas de metal a redor de seu peito. Ele tentou chegar ao armário de remédios, mas desmaiou em vez disso. Ele tinha certeza de que era real, mas depois que abriu os olhos, respirou fundo percebendo que o oxigênio entrou novamente em seus pulmões.

Mais tarde, ele acordou ao som de tiros, descobriu que o acampamento da unidade estava sendo invadido. Tantos amigos foram embora em tão pouco tempo...

Ele se chocou com o oceano e ainda acordou setenta anos depois, com tudo que ele conhecia e amava arrancado dele.

Ele acordou em hospitais, em terrenos sujos, nos braços de companheiros de equipe, em sua própria cama. Ele acordou nas garras de homens maus, na academia e até mesmo no sofá da sala.

Havia sempre um momento em que a realidade ainda não havia começado, onde tudo estava bem, saindo de um sonho que já estava desaparecendo. Foi um bom momento, no limbo sonolento, e Steve gostava de tentar esticá-lo, afundá-lo e flutuar, como uma balsa no oceano, para cima e para baixo ... para cima e para baixo ...

Ele deveria ter escutado a voz em sua cabeça que sempre repetia a mesma coisa: não durma.

Sangue.

Gritos.

Uma bomba vai para a direita dele. Outro à sua esquerda.

Alguém está gritando em seu ouvido atrás dele, mas ele não consegue descobrir quem é. Tudo é branco e seu ritmo cardíaco duplica, triplica, quase para.

Não é o seu próprio grito que o desperta deste pesadelo, e sim o de Tony.

Steve desperta de repente e violentamente, atacando aqueles que estão tentando enfiar aquele maldito soro em seu sangue, derrubando as enfermeiras e médicos ao chão.

Stark se aproxima com cautela, mãos levantadas para mostrar a Steve que está limpo.

– Cap, é o Tony. Você pode... pode deixar o revolver no chão? – ele pergunta gentilmente, se aproximando.  Seu coração falha uma batida quando aquele olhar azul selvagem pousa sobre o seu, e fica surpreso ao ver como é bonito e aterrorizante. Mas mais bonito.

– Não vou deixar vocês colocarem essa merda de soro em mim de novo! – Steve disse sem desviar o olhar por um segundo sequer.

Há poucas coisas para se fazer quando você se depara com um Capitão América assustado e armado, de modo que leva apenas alguns instantes para a sala se esvaziar na mente de Steve. Stark deveria ter guardado as malas com o equipamento de segurança em um local mais seguro ao invés de jogar tudo debaixo da cama.

 – Ok Steve... sou só eu, o Tony. – ele gagueja avançando ligeiramente. – Os médicos já foram embora, não há nenhum soro. Você pode me fazer um favor e colocar a arma no chão? Por favor, Steve? – ele pergunta com as mãos levantadas, tentando esconder os dedos trêmulos. Afinal, ter um super-soldado assustado com uma arma apontada diretamente para você não é exatamente um sonho.

– N-Não vai me machucar! Nunca mais! – Steve choramingou, mas ainda segurando a arma firmemente entre os dedos.

Tony engoliu seco.

– Eu não vou te machucar, Steve. Jamais faria isso. Você pode abaixar a arma? Por favor?

A respiração do Capitão não diminuiu nem um pouco quando sentiu os dedos de Stark sobre os seus, pegando o revolver carregado de ativando a trava do gatilho e o jogando-o para o outro lado do quarto. O barulho alto parece ter finalmente acordado o loiro do transe.

– T-Tony...? O que eu fiz? – ele olha ao redor do quarto, até ver a arma jogada ao chão, perto da porta. – Oh meu Deus, eu não queria, eu não–

– Eu sei que não, Stevie. – Tony rapidamente se aproxima, cortando qualquer tipo de raciocínio pós-traumático que o loiro poderia verbalizar. – Eu vou pegar em suas mãos agora, você está ferido.

Tony se aproxima mais, pegando gentilmente as mãos de Steve entre as suas, vendo o sangue escorrer dos vários cortes causados por suas próprias unhas enquanto segurava o revolver em mãos.

– Dói quando eu te toco? – Tony pergunta tentado manter ao máximo sua mente ocupada com “Steve precisa de ajuda” do que “Steve quase me matou com um tiro”.

Rogers sacudiu a cabeça, os olhos ainda fechados.

– Apenas ... um monte de informações sensoriais. – ele sussurra com voz rouca. – O soro aumentou meus sentidos, então é melhor evitar estímulos sempre que possível.

– Eu não me lembro disso nos arquivos do projeto. – murmura Tony e Steve balança a cabeça negativamente.

– Howard pediu para manter isso em segredo. Pensei que os outros militares achariam que isso me deixava mais fraco...

 Tony cantarola e acena com a cabeça.

– Meu pai nunca gostou de terceiros interferindo em seus projetos. – ele concorda de forma neutra. – Vou cuidar dos cortes agora, fique relaxado se puder, tudo bem? – Stark se afasta apenas o suficiente para esticar o braço e abrir a gaveta da cômoda, onde sabia que algumas bandagens e outras coisas estavam ali.

Steve acena com a cabeça, mas seus ombros ficam tensos e Tony dá um suspiro, apertando suavemente o ombro do loiro e depois passando a mão na base do pescoço, esfregando o polegar na extensão da garganta algumas vezes.

– Aí está você... – ele murmura suavemente. – Apenas inspire e expire profundamente para mim. Você está indo muito bem.

Steve se derrete sob o seu toque, a respiração correndo em um grande suspiro e Stark está admirado com esse homem que costuma ser tão teimoso e rígido agora está tão relaxado sob seus dedos.

– Muito bem Stee... – ele canta, ajustando o algodão com álcool antes de pressionar suavemente contra a palma da mão do outro homem e ganhar um murmúrio em resposta.

Há um ruído úmido quando ele se solta e Steve estremece, mas ainda se mantém imóvel, ainda sob a mão de Tony.

– Ok, eu já limpei tudo. Eu até diria que você precisa de pontos, mas nós dois sabemos que você vai se curar mais rápido sem eles. Está precisando dar uma cortada nessas unhas, big guy. – ele murmura, sorrindo quando Steve faz um barulho que lembrava uma risada.

Tony prestou um pouco mais de atenção. Se Steve estava rindo, mesmo que seja apenas um pouco, significa que ele não fez a coisa toda piorar. Suas mãos são gentis, mas firmes, enxugando o sangue na pele de Steve, maravilhado com a maneira como as contusões já pareciam estar se curando.

– Tudo pronto. Alguma outra coisa que você precise que o Dr. Stark olhe? – ele pergunta com um sorriso ladino, encontrando-se relutante em tirar as mãos da pele quente de Steve.

O soldado rola a cabeça para olhar para o lado, para Tony, os lábios macios, vermelhos e molhados, os olhos encobertos.

– Não, eu estou ... estou bem. – ele diz balançando a cabeça. – Obrigado Tony, eu nunca...

Ele engole o ar e fecha os olhos, inclinando a cabeça para descansar sua bochecha contra a mão de Tony, um olhar de felicidade misturado com uma pitada de melancolia em seu rosto.

– Eu nunca tive alguém em quem eu pudesse confiar para... não fazer doer. – ele sussurra e, oh Deus, o estômago de Stark se aperta.

Steve é ​​tão jovem...  não deveria estar tão quebrado, não como Tony.

Sua garganta é grossa por um momento, então ele balança a cabeça e sorri para o loiro, deslizando sua máscara para manter sua dor fora dos olhos de Steve.

– Eu nunca machucaria você. – ele responde honestamente, o peso da cabeça de Steve contra sua mão.

O mais novo fecha os olhos e zumbe por um momento antes de suspirar e sorrir cansado. Tirando a cabeça da mão de Tony, ele se levanta devagar, juntando os lençóis e travesseiros que caíram ao chão com movimentos lentos e um pouco rígidos.

Tony espera, incerto, inseguro do que deveria fazer com as mãos agora que Steve não está debaixo delas. O loiro faz uma pausa na cama e sorri para ele, os olhos cobertos de exaustão.

 – Obrigado Tony. – ele murmura.

 – A qualquer hora, Cap.

• • • • • • • • • • • • • • •

Steve se levanta novamente algumas horas depois, pressionando-se contra a janela e saboreando a frieza do vidro em sua testa. O silêncio é imperturbável, as planícies muito além do perímetro da cidade apenas começando a se agitar. A paisagem continuava a mesma do dia anterior, neve à esquerda, neve à direita, e em todas as direções possíveis.

Ele puxou o cobertor mais apertado em torno de seus ombros, tremendo ligeiramente. Provavelmente não ajudava o fato dele estar sem camisa.

Há um suave farfalhar de lençóis atrás dele e o som silencioso de um bocejo. Passos se espalham pelo piso de madeira e um par de braços quentes se envolvem ao seu redor, um calor desabrochando em suas costas.

Eles ficam em silêncio por alguns segundos, observando as cores espalhadas pelo horizonte.

Tony vira o rosto no pescoço de Steve e o loiro sente um leve arrepio seguido por um pouco de cócegas ao sentir a barba do outro contra a pele de seu ombro.

– Volte para a cama, Stee...

– Não estou cansado. – Steve balança a cabeça. O que é uma mentira, é claro, ele está exausto. 

 – Sim, você está. – o moreno responde baixinho, dando um beijo ao lado do pescoço em uma sugestão silenciosa.

– Tony... – diz Steve, virando-se. Os braços subindo para envolver o pescoço de Tony em um abraço, o cobertor escorregando dos ombros e caindo no chão. Quebra seu coração o quão natural a posição parece ser: apenas os dois, entrelaçados em um conforto silencioso, juntos, como se estivessem fazendo isso a vida inteira.

Talvez eles deveriam ter feito.

– Eu não sinto muito. – Tony diz confiante demais para quem estava sonolento daquela forma.

Steve fecha os olhos, inclinando-se e pressionando sua testa na de Tony.

– Tony, eu...

– Eu vou pedir desculpas por qualquer outra coisa. – o moreno interrompeu, movendo-se lentamente para frente, ficando na ponta dos pés e capturando os lábios de Steve em um beijo.

Era calmo, casto, suave e doce. Tudo o que Steve sempre sonhou, e que nunca achou que um dia pudesse merecer.

 – Eu vou pedir desculpas por qualquer coisa. – sussurrou Tony mais uma vez. – Mas não me faça pedir desculpas por isso.

Steve abre os olhos lentamente, reparando como o rosto de Tony era lindo sobre a fraca luz azul do Reator em seu peito, que se mostrava brilhante e presente mesmo por debaixo do pijama.

O engenheiro sorriu gentil, tirando uma mecha loira da frente dos olhos do soldado.

– Vem, vamos voltar a dormir.

– Mas... eu...

– Vamos dormir, Stee. – Tony disse, entrelaçando seus dedos aos do loiro e guiando ambos para a cama novamente.

Uma voz na cabeça de Steve gritava “Não durma” em um loop infinito e agonizante. Mas ele ignorou tudo de qualquer forma.

• • • • • • • • • • • • • • •

Noite 3

Está tudo frio. Tão frio que ele não consegue se mexer, não consegue ver nada além de branco quando abre os olhos.

Ele sabe onde isso é, onde ele está. Frio. Até seus ossos. Tudo congelando. Gelo tão frio que queimava. Ele quase geme, mas nenhum som deixa seus lábios congelados. Mesmo que ele gritasse, ainda não haveria som, ele sabe disso. Mas Rogers não vai gritar, mesmo que não faça nenhum som. Não é como se Steve esperasse que isso tudo terminasse logo.

Acordou sobressaltado, tremendo e ofegando. Ele ainda sentia frio. Percebeu que estava enrolado em si mesmo, novamente, os braços em volta de seu próprio corpo enquanto tremia. Steve desejou ter levado um pijama mais quente para a viagem. Como ele podia sentir aquele frio insuportável quando sabia, sabia que o quarto estava quente, que estava todo coberto pelos cobertores, quando o corpo quente de Tony estava lá em suas costas, enrolado em torno dele, seu braço envolto sobre o peito? Rogers sempre soube que aquilo tudo estava em sua cabeça, mas isso não o fez sentir menos frio.

Ele puxou o cobertor, arrastou-o desesperadamente para cobrir os ombros, tentando afastar a sensação gelada em sua pele.

Estava tudo em sua cabeça, não deveria ter sido tão difícil, certo?

O loiro observou seus dedos se mexendo contra o cobertor, cerrando os punhos e ainda tremendo, com uma espécie de frustração quente e doente que não conseguia dissipar, que não o fazia sentir-se quente. Steve não conseguia parar. Ele sabia por experiência que só tinha que esperar até que ele se desgastasse, mas odiava isso, odiava ter que esperar por sua própria mente parar de atormentá-lo. 

Era tão idiota. Ele sabia que não estava de volta ao gelo. Qual a dificuldade de seu próprio corpo entender isso? O pesadelo acabou, ele estava acordado. Mas não, sua respiração ainda estava ofegante, rouca, espessa e quase dolorosa em seu peito.

Ele sentiu que Tony estava acordado. Quando Stark se mexeu, sua bochecha pressionou contra o ombro do loiro, e Steve quase gemeu em angústia. Ele estava tão cansado de acordá-lo. Tão cansado de sentir como se estivesse atrapalhando o pouco sono que Tony tinha, ou mantendo-o acordado, ou fazendo qualquer coisa. Realmente, isso o impedia de descansar. Tony nunca descansou o suficiente, a última coisa que ele precisava era dividir a cama com alguém que o acordasse com seus pesadelos todas as noites.  Muito bem, Rogers, ele pensou zangado consigo mesmo, bom trabalho.

Tony passou a mão por cima do ombro largo do soldado, se aninhando e dando um selar rápido em sua nuca, logo abaixo da orelha. Ele o empurrou para baixo na cama e Steve ficou confuso por um momento, apenas para ter Tony deitado em cima dele poucos segundos depois, sentindo o metal do Reator sendo pressionado contra seu próprio peito. O moreno puxou os cobertores para cima em volta dos ombros, deitando sua bochecha na nuca de Steve e deixando sua cabeça aninhar-se na curva de seu pescoço.

Os fios castanhos que faziam cócegas no rosto do Capitão eram macios, sedosos e totalmente bagunçados. Tony era pesado, sólido, quente... era real. O moreno colocou um braço ao redor da cabeça de Steve, e moveu o outro para descansar sobre o peito, sentindo os batimentos cardíacos do loiro.

– Não se preocupe Stee, está tudo bem. Estarei aqui. Não tenha pressa... – ele murmurou gentilmente, embaçado pelo cansaço e sono.

– Volte a dormir. – o loiro murmurou, as palavras saindo muito baixas de sua boca, fazendo com que Tony levantasse a cabeça para olhar para ele.

Tony sorriu um pouco. Seus olhos ainda estavam com as pálpebras pesadas e sonolentas.

– Eu vou. – disse confiante, inclinando a cabeça de Steve de volta para o travesseiro. O soldado deitou-se com um suspiro, ele ainda estava tremendo, mas se sentia um pouco melhor.

Rogers não deveria ser tão carente, não deveria acordar Tony no meio da noite. Mas ele não podia negar que isso ajudou. Ajudou todas as vezes.

Parecia tão... reconfortante, ter seu peso ali, envolvendo-o em torno de seu corpo, ancorando-o na cama entre a sensação suave e firme do colchão e sua presença viva e sólida sobre seu peito, sua respiração tão quente contra o peitoral de Steve.

Rogers fechou os olhos novamente. De alguma forma, ao longo da noite, a mão de Tony encontrou a dele e seus dedos acabaram se entrelaçando. Tony não disse uma palavra sobre o quão forte Steve estava se agarrando a ele. Embora o loiro estivesse com medo de que pudesse estar machucando-o de verdade, não conseguia soltar o aperto intenso nos dedos, não conseguia relaxar. Ainda estava tremendo de frio.

O polegar de Tony esfregou as costas de sua mão, uma vez, duas vezes, ajustado em um ritmo, lento e firme. Gentil. Calmante. Steve percebeu o jeito que seus corações estava batendo, no mesmo ritmo.

Depois de um tempo, ficou mais fácil relaxar os dedos. A tensão começou a sangrar para fora de seu corpo. E agora, finalmente, o frio não se aproximaria dele, os arrepios não começariam de novo.

Depois de muito tempo ele voltou a dormir. Tony estava dormindo de novo, flácido, pesado e relaxado sobre seu peito, os dedos soltos nos dele, sentindo a respiração calma em sua pele.

O último pensamento que passou rapidamente por sua cabeça antes de cair em um sono profundo, foi que finalmente, pela primeira vez depois de anos, o frio não lhe assustava mais.

• • • • • • • • • • • • • • •

Na manhã seguinte, Tony acordou sentindo o corpo mais dormente que o de costume. Tentou virar-se para levantar, mas um soldado com mais de cem quilos estava ocupado demais dormindo sobre seu corpo. O menor sorriu ao ver que as posições se inverteram durante a noite.

– Uh... Cap...? – ele chamou sem muita esperança, ainda tentando se mexer. – Está meio difícil respirar...

O moreno se remexeu mais algumas vezes e Steve apenas intensificou seu aperto.

– Ei Cap... alguém lá fora está tendo sua liberdade ameaçada, hora do Capitão América sair de cima de mim e entrar e ação, o que acha?

Nada. Absolutamente nada.

Na vigésima quinta — ou seria sexta? — vez, Tony conseguiu ao menos achar uma posição mais confortável para manter o soldado dorminhoco acima de si.

As respirações de Steve eram calmas e suaves. O loiro normalmente já estaria acordado àquela hora do dia, de café-da-manhã tomado e pronto para ir para sua corrida matinal. Mas nenhum deles estava na Torre e a neve lhes proporcionou um período de sono mais longo; naquele dia, Tony deixou Steve sonhar um pouco mais e dormir até tarde.

Por fim, conseguiu levantar um dos braços e usá-lo para apoiar sua própria cabeça, deixando os dedos livres da outra mão percorrerem as costas pálidas do Capitão. Steve tem um braço em volta de sua cintura, fazendo com que Tony considere o plano de passar o dia todo na cama bem viável.

Stark sente um sorriso puxando seus lábios.

Era raro pegar o loiro ainda dormindo, — até porque Tony era absolutamente tudo, menos uma pessoa matinal —. Mas o moreno estava começando a querer acordar mais cedo do que o habitual só para ver Steve assim: adormecido.

Ele é pacífico, jovem e totalmente imperturbável por seus arredores. Steve estava vulnerável assim. Seu cabelo dourado estava bagunçado graciosamente sobre o travesseiro, e sua boca estava entreaberta, deliciosamente e totalmente beijável. Foi uma visão dos céus ver Steve dormir.

Rogers era normal quando dormia. Não era mais ninguém além de si mesmo. Tony amava tanto o Capitão América quanto Steve Rogers, mas ele se apaixonou primeiro por Steve. E ainda assim, mesmo dormindo, Rogers era charmoso, adorável, atraente em todas as formas possíveis aos olhos do bilionário.

Ele era tudo o que Tony sempre sonhara desde seus dez anos.

As pontas das unhas continuaram a se arrastar nas costas nuas de Steve, indo dos ombros até onde seus braços conseguiam alcançar. Tony traçava os movimentos lentamente, dançando de um lado para o outro. Em algum momento, alcançou a bochecha de Steve e a cobriu tão gentilmente quanto podia. Stark gostava de admirar Steve de qualquer forma, mas enquanto dormia era muito mais íntimo, algo para se apreciar com certeza.

Steve era adorável assim. Dizer que ele era bonito seria um mero eufemismo. O Capitão era literalmente um monte de músculos ambulantes, com cabelos loiros e perfeitos olhos azuis: um sonho molhado, uma fantasia inimaginável. E o gênio estava orgulhoso em dizer que ele era o único no mundo que conhecia Steve melhor agora, mais do que qualquer outra pessoa.

Stark se aproxima do rosto do outro homem, tomando cuidado para não se mexer muito, e alisa o polegar sobre a maçã do rosto. Ele dá um beijo na testa de Steve, nas pálpebras fechadas, nas bochechas e, finalmente, nos lábios entreabertos, mantendo a gentileza e o carinho em todos os seus gestos.

Tony sentiu o cabelo macio de Steve, entrelaçando os fios em volta dos dedos e deixando-os cair no travesseiro. Ele decide que quer aproveitar a presença do loiro o máximo que puder. Não havia nada planejado para eles hoje, a neve ainda estava alta demais para qualquer um sair às ruas. Tony normalmente se preocuparia — e com razão —, mas ele deixou o pensamento ir embora, porque ambos mereciam ter um tempo como esse. Todos na equipe mereciam.

Ele aproveitaria todas as chances de conseguir ficar assim por mais tempo do que seria permitido.

De repente, Steve se mexe um pouco com um gemido. Tony observa enquanto os olhos azuis se abrem lentamente e se voltam para ele, um sorriso começando a se formar no rosto matutino e sonolento do loiro.

– Que horas são? – Steve perguntou, embora ele pudesse virar a cabeça e ver o relógio de cabeceira. Suas pálpebras estavam meio abertas, e sua voz era rouca do sono. 

Os fios loiros pareciam ter vida própria, cada um apontando para uma direção diferente. Tony sorriu satisfeito ao lembra-se que suas mãos contribuíram para a bagunça nas madeixas douradas. Absolutamente adorável.

– Bom dia para você também, bonitão. – Tony responde e ri quando percebe que a marca de seu Reator Arc estava perfeitamente desenhada na bochecha de Steve. – É um pouco tarde. Você perdeu sua corrida matinal. – disse ainda brincando com o cabelo do loiro suavemente, passando os dedos levemente por seu rosto.

– Hmm... – Steve está olhando para ele preguiçosamente, os olhos já perdendo um pouco o sono. A mão em suas costas está esfregando padrões suavemente, e Tony se sente feliz por ficar na cama assim por quanto tempo for.

– Ei, Tony? – Steve chama baixinho.

– Hm? – ele responde de imediato, puxando o loiro para mais perto de si. Como se aquilo fosse a coisa mais natural que ele pudesse fazer agora.

Parecia certo.

– Eu não sei como agradecer tudo o que você fez por mim em tão pouco tempo. Não consigo imaginar nada no mesmo nível para retribuir. Eu estou tão quebrado, perdido... merda, eu apontei uma arma em sua direção ontem e mesmo assim você... você está aqui. – falou baixinho, suave como um sussurro. Os lábios de Tony se separam logo depois, em surpresa. – Eu... gosto tanto de você Tony...

A fala do loiro é interrompida pelo dedo indicador de Stark em seus lábios, seus rostos não poderiam estar mais próximos e Steve não conseguiria ficar mais apaixonado pelo homem à sua frente. Seus rostos se aproximaram mais, fechando a lacuna entre eles e fazendo com que os lábios de ambos finalmente se encontrassem.

O beijo foi novamente calmo e casto, tudo aquilo que Steve sonhou de novo e de novo. Apenas um leve encostar de lábios, seguido por um ‘boop’ carinhoso em seu nariz, feito pelo dedo indicador de Tony logo depois de se separarem.

E é tão fácil, tão bom, a doçura entorpecente disso tudo. Ambos não conseguem evitar de selarem os lábios novamente, e o moreno abre a boca ligeiramente sob a insistência de Steve, aquecendo-se no calor sem esforço e deixando o beijo se aprofundar um pouco mais. Steve recua depois de alguns segundos, roçando o nariz de Tony com o seu em um beijo de esquimó. Ambos não conseguiram deixar de sorrir.

O frio tinha desaparecido por completo.

Agora, era apenas Tony.

Apenas Tony.

– Foi perfeito. – diz o gênio com sinceridade. – Você é perfeito. E lindo, e perfeito. Já disse que é lindo?

Steve abre a boca pensando em algo para responder, mas depois a fecha, segurando o rosto de Tony entre as mãos novamente e novamente o beijando-o com um mais de intensidade desta vez, deixando as línguas dançarem por um tempo e Steve acabou deixando um gemido baixo escapar de seus lábios.

– Então... você gosta de mim, hein? Bem... – Tony diz baixinho, um tom divertido possuindo sua voz e um sorriso preguiçoso em seus lábios. – Acho que acabei de descobrir que o tão perfeito e imaculado Capitão América tem uma falha.

Steve revirou os olhos, sorrindo ao sentir os lábios de Tony novamente em seu rosto.

Apenas uma falha? Quanta gentileza, Stark.

– É mesmo? – o loiro sorria tanto que praticamente conseguia sentir os cantos da boca arderem. – E que falha seria essa?

Tony encosta ambas as testas e sente que não poderia estar mais apaixonado pelas pequenas rugas que surgiam nos olhos de Steve quando sorria. E por algum milagre ou força maior, conseguiu pronunciar as palavras claramente antes de tomar para si os lábios de Steve novamente.

– Um péssimo gosto para homens.

 

Don't let yourself go
'Cause everybody cries
And everybody hurts sometimes


Notas Finais


Tony meu anjo, se tem algo que o Steve tem de sobra É BOM GOSTO PARA HOMEM. E QUE HOMEM.

Como eu amo escrever essa sofrência toda e ao final tudo ser tudo bem fofinho. Desde o começo do ano eu estou com essa imagem na cabeça: Steve dormindo em cima do Tony e ficando com a marca do Reator Arc no rosto.

É isto pessoal, eu espero que tenham gostado. Comentários são sempre bem-vindos. Beijos de luz ❤


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