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História Fique longe dele - Kim Taehyung (Segunda Temporada) - Uma mulher horrível.


Escrita por: Maaru

Notas do Autor


Boa Leitura! ♥️

Capítulo 17 - Uma mulher horrível.


Fanfic / Fanfiction Fique longe dele - Kim Taehyung (Segunda Temporada) - Uma mulher horrível.


Choi Yuri.


20:15.


Mastigo lentamente, saboreando uma quantidade generosa de bibimbap ao passo que observava o ambiente ao meu redor, o movimento das pessoas, estas que encontravam-se sentadas em suas determinadas mesas, conversando, enquanto outros apenas se limitavam a comer em silêncio. A decoração ao nosso redor é refinada, um tanto rústica, e sou capaz de reconhecer as referências ao estilo da época vitoriana, deveras bonito. Yoongi já havia comentado a respeito deste lugar durante algumas de nossas conversas, dizia gostar da sensação de tranquilidade que o espaço transpassa, além de romântico, prometeu que viríamos para jantar juntos um dia, e cá estamos, desfrutando da companhia um do outro após praticamente um mês afastados.


— Você gostou? — O ouço perguntar, referindo-se a comida.


Assenti, esboçando um sorriso.


— Acho que já é o suficiente para mim. Aliás, obrigada por me trazer neste lugar.


— Nós sempre quisemos vir aqui, não é? — Riu fraco. — Não sei por que não viemos antes.


— Esteve esperando por alguma ocasião? — Retruco, enquanto limpava os lábios com o guardanapo. 


— Não exatamente. — Passou a mão por seu cabelo, retomando a olhar para mim. — Na verdade, era o tempo que nunca estava ao nosso favor. 


— Entendo, peço desculpas por isso, Yoongi.


— Tsc… esqueça, não precisamos pensar nisso, não se desculpe. — Deu de ombros. — Vai querer sobremesa? — Movi a cabeça positivamente.


O rapaz ergueu o braço, fazendo sinal para um dos garçons, este que veio rapidamente nos atender e recolher os nossos pratos já vazios, educadamente, recebendo os nossos novos pedidos por uma sobremesa.


Pousei a cabeça sobre o ombro do Min, sentindo o seu palmo acariciar a minha coxa direita abaixo da mesa, e em seguida um selar no topo da minha cabeça.


— Você está bem? — Perguntei. 


— Já disse que detesto quando você me faz essa pergunta? — Murmurou, o tom de voz rouco soando ao meu ouvido.


— Aish… apenas estou preocupada com você! — Ri fraco. — Esteve longe durante semanas, e até agora não me contou o que houve. — Formei um bico nos lábios.


— E o que você gostaria de saber, huh? 


— A sua família, o que pensam a respeito de nós dois, eles…


— A única coisa que eles devem pensar, é que eu já sou um adulto, Yuri. — Disse, seriamente. — Eu não dependo mais deles para nada, tenho a minha própria casa, o meu próprio emprego, e o total direito de ter os meus próprios relacionamentos com quem desejo, e sequer preciso interferir na vida deles. A propósito, eu devolvi todo o dinheiro que o meu pai investiu no estúdio.


— Você o que? — Arregalei os olhos, erguendo a cabeça para olhá-lo. — Yoongi…


— Ele nunca fez de boa vontade, eu aceitei pois realmente precisava na época, mas sabia que ele me cobraria com outras coisas depois, o meu pai nunca faz nada simplesmente de não beijada, sempre quer a porra de algo em troca, e eu não quero abrir mão de nada, portanto, espero que ele enfie todo aquele dinheiro bem no meio do…


— Ya! Eu já entendi. — Gargalhei, logo arrumando a postura. — Eu… não irei julgá-lo por ter tomado as próprias decisões, sinceramente, estou orgulhosa que tenha feito isso, afinal, é a sua vida.


— É… a nossa. — Encarou-me. — Você ainda é a minha namorada, não é? 


Pisquei os olhos, crispando os meus lábios, mas antes que as minhas expressões faciais pudessem ter a chance de me trair, esbocei um sorriso. 


— Yoongi, eu acho que nós precisam… — Cesso a fala, após ter desviado os olhos, começando a considerar o arrependimento de ter realizado tal ato, quando os meus orbes foram de encontro a um ângulo aleatório do restaurante, e ainda que eu desejasse com todas as minhas forças negar, tamanha vontade seria impossível, pois eu já havia aceitado o fato de que não importa o lugar, ou qualquer importuno que seja, eu sempre reconhecerei Kim Taehyung.


Encontrava-se sentado em uma das mesas, a uma considerável distância da nossa, ao lado da janela com vista para a cidade, e como se não pudesse ficar mais inusitado, à sua frente estava Haneul, sorridente enquanto ingeria um gole de alguma bebida cuja não faço ideia de qual seja.


O universo, ou seja lá qual for a força divina que determina o meu destino, tenho certeza de que só pode estar de brincadeira comigo. Há tantos lugares nesta cidade, mas eles tinham que estar justamente aqui? 


Sinto o meu maxilar travando, e respiro profundamente.


— Yuri! — Ergui o meu cenho, virando-me para Yoongi, este me olhava com uma expressão confusa.


— Hum?


— Não irá comer? — Referiu-se ao pequeno prato disposto diante de mim à mesa, um pedaço de torta de framboesa.


— Ah… sim, claro. — Sorri pequeno, começando a comer.


A cada pedaço que ingeria, era como se o alimento não possuísse sabor algum, e não, definitivamente não é culpa da torta, ou o seu modo de preparo, mas sim do meu paladar, este que parece se recusar a saborear o prato, pois o meu cérebro se recusa a fornecer tais comandos, afinal, parece mais preocupado em me deixar desnorteada, atordoando-me com pensamentos e sentimentos indesejados.


Tentava evitar, tentava aproveitar o meu momento com Yoongi, mas agora toda a minha empolgação havia se reduzido a nada, embora, confesso que ainda é difícil assimilar que Haneul e Taehyung estão saindo juntos. 


É claro, que ambos possuem o completo direito de estarem aonde quiserem, mas, eu realmente tenho que aturar vê-los a cada segundo em que ergo a cabeça? 


Suspiro com pesar, levantando-me do assento. 


— Eu irei ao banheiro. — Disse, afastando-me da mesa, rezando internamente enquanto passava por entre as mesas para que as minhas pernas não falhassem. Ainda me perguntava o motivo de ter escolhido um salto tão alto.


Adentrei o banheiro, liberando o ar dos pulmões em alívio ao perceber que o local encontrava-se vazio. Pus as mãos sobre o mármore da pia, encarando-me no espelho. 


Tudo parece estar se tornando uma bagunça novamente, uma bagunça da qual eu não gostaria de ter que pôr em ordem novamente, e talvez, só talvez, eu esteja arrependida das péssimas decisões que tomei nos últimos dias…


O que direi a Min Yoongi?


Você é uma mulher horrível, Yuri…


— Yuri? 


Deus, se eu salguei a santa ceia, ou joguei pedra na cruz em minha vida passada, peço perdão.


— Haneul? — Viro-me, vendo-a adentrar o ambiente, olhando-me dos pés à cabeça, como se não acreditasse que fosse mesmo eu diante de si.


— E-Eu… nossa, digo, não esperava encontrá-la aqui. — Sorriu.


Eu também não esperava tamanha coincidência.


— É… nem eu. 


— Está sozinha? 


— Não, vim jantar com Yoongi. — Dei de ombros, pegando um dos papéis descartáveis para secar as mãos. — E você?


As suas bochechas imediatamente ficaram vermelhas, e provavelmente ela deve estar em um estado de confusão interno, sem saber o que me dizer, afinal, eu ouvi muito bem a sua conversa juntamente a Seo-li e Lee Wook, a respeito de omitir o seu evidente interesse em meu ex namorado.


Haneul parecia desconfortável, mas respirou profundamente.


— Yuri, eu sei que não deveria estar encobrindo esta situação, principalmente de você, mas… sinceramente, eu apenas não quero causar nenhum tipo de desentendimento entre nós duas, afinal, somos amigas. — Disse.


— Oh, sim. Não se preocupe, aliás, não precisa dizer se não quiser.


— Estou com o Taehyung, Yuri. — Exclamou. — Eu… espero que você… não fique chateada, ou algo do tipo, então… já fazem anos, e eu pensei que não teria problema. E você está com o Yoongi agora.


— Certamente. — Forço um sorriso. — Você tem razão, já se passaram anos, eu e o Kim não temos mais nada, portanto, não precisa se preocupar, apenas… viva a sua vida da maneira que achar melhor. 


— É sério? Não está mesmo chateada comigo? — Disse, ao passo que acompanhava-me para sairmos do banheiro. — Eu não quero que nós duas…


— Nada mudará entre nós duas, Haneul. — Rebato. — Foi um prazer revê-la, eu preciso voltar agora, e você… desejo que tenha uma ótima noite. — Lhe abraço brevemente.


— Obrigada, desejo o mesmo a você, Yuri. — Beijou-me na bochecha.


Logo nos afastamos, e rumei ao encontro de Yoongi, evitando passar próxima da mesa onde Taehyung estava sentado, então, deparo-me com o Min ao retornar para a mesa, percebendo que o loiro olhava para mim com uma expressão um tanto desconfiada, mantendo os braços cruzados.


— Está se sentindo bem? — Indagou. — Faz quase vinte minutos desde que…


— Podemos pagar a conta? Eu… quero ir para casa. — Declamei, interrompendo-o, soando o mais gentil que conseguia.


O Min ergueu o cenho, e somente após alguns segundos em silêncio, levantou-se.


— Tudo bem.


00:34.


— Y-Yoongi… — Gemi, acariciando os seus fios claros enquanto beijava o meu pescoço.


Estava me sentindo exausta, ele sempre era intenso demais durante o sexo, eu sentia como se fosse morrer e ao mesmo tempo explodir de prazer, não havia ao certo uma comparação…


— Hum? — Ergueu a cabeça, olhando-me nos olhos, afastando alguns fios de cabelo do meu rosto.


— Eu… espero que tudo fique bem entre nós dois agora, não quero… parecer que estou interferindo nas suas escolhas, nem na sua vida, ou a relação que tem com os seus pais 


— De modo algum, Yuri, foi uma escolha minha, independentemente do nosso relacionamento, eu precisava que eles entendessem. Aliás, quem sabe um dia quando tudo estiver mais estável, eu possa apresentá-la a eles. — Sugeriu. — Gostaria que eles a conhecessem, e soubessem quem você é de verdade.


— Eu adoraria. — Sorri.


— Te amo. — Beijou meu rosto. — Sabe quantas garotas como você existem por aí? Nenhuma! Você é única e eu não quero perdê-la nunca.


Minhas bochechas esquentaram.


— Ah…


— A propósito… eu queria esperar mais um pouco, mas, você tinha me pedido antes e eu realmente quero lhe provar o que acabei de dizer… 


O vi se esticar um pouco para o lado, estendendo a mão e pegando alguma coisa na gaveta da mesa de cabeceira ao lado da cama.


Franzi as sobrancelhas.


Ele arrumou a postura, e meus olhos foram ligeiramente e curiosamente de encontro ao que ele tinha pêgo.


— Yuri…


Arregalei tanto os meus olhos que senti dor nas pálpebras.


— Yoongi…


Eu não conseguia acreditar nisso, de jeito nenhum! Só posso estar sonhando…


                              [...]


10:00.


— Ele fez... o que? — Exclamou Min-Ji, e a sua voz falhou por um instante.


Suspirei, pois já era a segunda vez em que eu repetia.


— Aish, Ji, você não é surda… — Reclamei, levando os lábios ao canudo, degustando do meu suco de laranja.


Ela permaneceu por um momento pensativa, olhando para o nada e respirando profundamente.


— Desculpe pelo meu exagero, mas… não tenho outra maneira de reagir perante essa notícia… — Olhou-me nos olhos. — Como assim Min Yoongi lhe pediu em casamento?


Dei de ombros, crispando os lábios.


— Eu… admito que também fiquei surpresa, mas, é… ele me pediu em casamento.


— Caramba…


Comecei a estranhar, será que ela acha que eu não sou digna de ser pedida em casamento por alguém? Quanta consideração…


Não sabia o que dizer, e a reação dela deixou-me um pouco sem graça, não consigo deduzir direito se ela está feliz por mim, ou assustada.


— Pois é… — Murmurei.


— E o que você respondeu?


— O que?


— Ele a pediu em casamento sua tonta, você aceitou ou não? — Perguntou, soando um pouco alterada.


Gesticulei para que ela abaixasse o tom, afinal, estávamos em público.


— Bom, na verdade… eu decidi pedir para pensar…


Ela arregalou os olhos.


— Você o que? Eu não acredito!


Revirei os olhos.


— Min-Ji, não é tão simples assim. Casamento é um grande passo, é responsabilidade, envolve muitos planos e preparo, e sinceramente não sei se estou preparada para isso ainda… — Disse.


— Então você não ama o Yoongi?


— Não tem nada a ver com isso, não tem nada a ver com os nossos sentimentos, mas sim as mudanças, eu ainda tenho muitos planos, trabalho, e Yoongi também, acho que… colocar um casamento no meio de tudo isso, poderia nos embaralhar.


Ela riu.


— Oh… entendo, realmente, talvez perante a situação de vocês agora, um casamento não seja muito viável, mas quem disse que precisa ser muita coisa? Poderiam fazer algo entre vocês dois e quando estivessem mais livres poderíamos organizar uma festinha. — Sugeriu.


Umedeci os lábios.


— Já disse que não é tão simples, fora tudo isso, ainda há a questão das nossas famílias, eu… não conheço a família dele devidamente, e nem ele a minha, imagine só chegar em casa com um anel de noivado sem que meus pais nem sequer tenham convivido direito com ele durante o nosso namoro?


— Então façam uma reunião com ambas as famílias juntas e se conheçam de uma vez! — Bateu uma palma. — Se parar para pensar, é simples, você que é uma fresca. — Revirou os olhos, encaminhando uma colher com bolo a boca.


— Não sou fresca! — Rebati. — Apenas não quero que tudo aconteça rápido demais e precipitado.


— Como assim rápido demais? — Ergueu o cenho. — Yuri, você e ele já estão juntos há anos, não são somente meses e nem dias. Tem noção de que você e Yoongi possuem praticamente uma vida de relação? Já é como se fosse um casamento, a diferença é que agora vão apenas concretizar isso de uma vez. 


Foi como se o meu cérebro recaptulasse tudo em um filme, e percebi que Min-Ji estava certa, Yoongi realmente passou tanto tempo assim ao meu lado? 


Céus…


Eu não imaginei que chegaríamos tão longe, e que agora eu estivesse diante dessa decisão, talvez aos olhos de quem está de fora tudo teve seu determinado tempo, mas para mim, é como se só tivessem sido meses.


Em nenhum momento quero insinuar que não tenho sentimentos por Yoongi, eu realmente acho que sinto algo por ele, além de que sou muito grata por tudo que ele fez por mim e por sempre ter ficado ao meu lado nos meus momentos mais difíceis, e acho que aquele pedido prova o quanto ele ainda está disposto a ficar… mas, no fundo, eu não sei se estou pronta para isso, não sei se esse é o meu momento de dar esse passo… e não sei se posso dizer que ele se precipitou…


É como se tudo dentro de mim tivesse virado de ponta cabeça agora, e não consigo me concentrar para pensar direito.


— Eu sei, Min-Ji… e foi por isso que eu pedi um tempo a ele para pensar… 


— Mais tempo do que já tiveram? — Sorriu ladina.


— Sim, eu preciso de mais tempo, claro que não irei levar uma eternidade, só preciso... pôr as minhas decisões no lugar, conversar com os meus pais primeiro, me adaptar a tudo isso, como eu disse, trata-se de um grande passo, não posso simplesmente me jogar de cabeça sem ter noção da profundidade. 


— Mas você irá aceitar, não é? Por favor, ele gosta tanto de você, acho que Yoongi nunca teve alguém como você na vida dele, por isso lhe pediu em casamento, ele não quer perdê-la, Yuri, ele lhe dá muito valor, diferente de… — Cessou as palavras.


Franzi as sobrancelhas.


Por um momento não quis demonstrar que havia entendido essa referência.


— Por favor, Ji… não fale do que você não sabe a respeito, prometemos não tocar mais neste assunto… — Desviei os olhos, levantando-me.


— Desculpe, tem razão, isso é passado. — Me acompanhou até a saída da cafeteria.


Assenti.


— Mas, Yuri… eu posso lhe fazer uma pergunta? 


— Claro.


— E se… fosse Taehyung a pedindo em casamento? Você também pediria a ele um tempo para pensar?


Cessei os passos, e a minha mente imediatamente imaginou aquilo…


"Yuri, você quer casar comigo?"


Foi como se eu pudesse ouvir a voz dele dentro do meu consciente e o imaginar nitidamente…


— Amiga?


Meneei a cabeça, despertando do devaneio inapropriado.


— Sim… eu faria o mesmo. — Tentei soar firme.


Ela assentiu.


— Que loucura… — Murmurou. — É engraçado como as coisas mudam, não é? Anos atrás nenhum de nós diria que isso aconteceria.


Assenti.


Pare de se torturar, Yuri, pare de pensar nisso, chega! Você seguiu em frente, precisa se concentrar e pensar no que vai fazer de agora em diante.


Ainda bem que Yoongi foi compreensivo, eu não quero magoá-lo, e também quero ter certeza da minha resposta, afinal, todos irão saber disso depois que eu der uma satisfação a ele.


Meu Deus… como será que ele reagiria ao saber disso?


Com o passar dos últimos meses, eu tenho começado a pensar que… gostaria que ele não tivesse voltado, tudo parecia diferente enquanto ele estava fora, eu era diferente, tinha tudo sob controle, mas agora… 


Meu coração e minha razão estão começando a se desentender novamente, e não posso permitir isso. 


Tenho uma promessa a cumprir e não posso quebrá-la, por mais que seja difícil.


                              [...]


Segunda-feira.



16:17.



— Cuidado com a cabeça! — Disse Kung, passando com uma marreta gigante por cima de mim.


— Cuidado com isso, Kung! Pelo amor de Deus, pode machucar alguém! — Alertei.


— Sabe, eu estou quase ficando excitado com o quanto essa obra está ficando tão bonita quanto eu. — Pousou as mãos na cintura, após entregar a marreta ao trabalhador que havia pedido.


Revirei os olhos, ficando ao lado dele e olhando.


— É… nada mal. — Dei de ombros. 


A obra felizmente já estava quase concluída, apenas mais quatro dias e poderíamos liberar para uso e finalmente não precisaríamos mais vir para cá, necessito mesmo de um tempo longe desse lugar, hospitais sempre me deixam desconfortável.


Nos afastamos, logo anoiteceria, e eu possuía um encontro marcado com Yoongi às 20:00, e mal sabia que roupa vestir para a ocasião, será que ele se importaria de passar a noite deitado no sofá comendo besteira e assistindo um filme? Eu realmente não me sinto bem para sair.


— Caramba o que está acontecendo? 


Olhei para Kung, ele estava parado na direção do corredor principal atrás de nós, e esboçava um semblante preocupado.


Virei-me naquela direção, e arregalei os olhos ao ver um grupo de enfermeiros passando e uma maca sendo empurrada por eles.


— Foi um acidente? — Indaguei, aproximando-me.


Foi quando ouvi um choro de criança, e a pequena silhueta se aproximando da maca e então desmanchou-se em lágrimas, aparentemente desesperado.


Os enfermeiros tentaram afastar o garotinho de lá, e presumo que quem está deitado ali possa ser alguém importante para ele, somente espero que não seja…


— Não! diga que é mentira!


Um grito feminino soou um pouco ao longe, atraindo a atenção de todos que estavam ali próximos, inclusive eu.


Era uma mulher, ela se encontrava no mesmo estado em que o garotinho, chorando e parecia desolada, estava se dirigindo a alguém que eu não conseguia ver direito por causa de duas pessoas que estavam posicionadas na minha frente.


— Meu Deus… — Ouvi Kung murmurar.


— Por que não o salvou? — Sua voz ecoou alterada novamente.


Inclinei-me um pouco para tentar ver melhor do que aquilo se tratava.


Não conseguia acreditar…


Ela estava se referindo a…


Taehyung?!


Ele parecia pálido, mesmo há uma certa distância eu o reconhecia muito bem e reparava em seu rosto, seus olhos evitavam olhar para a moça que o sacolejava pelos ombros em lágrimas.


— Eu fiz tudo que pude… sinto muito… — Sua voz entoou fraca.


— O meu marido… traga o meu marido de volta! — Choramingou. — O meu filho, como ele vai ficar sem o pai?


— Eu sinto muito mesmo… senhora, eu tentei até o último segundo salvá-lo… — Disse.


— Não foi o suficiente! Você o deixou morrer! — O empurrou levemente.


Como ela pôde dizer isso?


Fiz menção de ir até lá, mas o meu braço foi segurado, fazendo-me parar.


Olhei para Kung.


— Não se intrometa.


— Mas…


— Eu sei, também não me sinto confortável vendo isso, mas não podemos fazer nada, não é da nossa conta… 


Virei-me naquela direção novamente, e agora dois seguranças afastavam a moça de Taehyung juntamente ao garotinho que ainda chorava.


Então quem está nessa maca é… o pai dele?


— Com licença, senhor, se importa de me informar o que houve aqui? — Kung pergunta a um dos enfermeiros que estava ao nosso lado.


— Oh, este homem sofreu uma parada cardíaca enquanto dirigia na rodovia, mas infelizmente não resistiu, de fato aquele médico fez de tudo para salvá-lo e foi o primeiro que se prontificou a prestar socorro imediatamente. — Explicou. — Vamos levar o corpo para o IML agora, com licença. 


Os vi se passarem por nós, sumindo de nossas vistas.


Esta situação é… difícil de acreditar…


Procurei por Taehyung com os olhos, e ele ainda estava ali parado, inexpressivo, aparentando estar perdido.


Mas logo ergueu a cabeça, e foi como se nossos olhares tivessem se encontrado, e os meus batimentos cardíacos dispararam. Ele me olhava e sua expressão transpassava como se não quisesse que eu tivesse visto aquela cena.


Ele não está bem…


O rapaz se virou rapidamente e saiu a passos rápidos, sumindo após virar o corredor.


Não posso deixá-lo, ele precisa de alguém, eu sinto isso…


Sei que é o trabalho dele e não é a primeira vez que vai passar por situações deste tipo, mas não consigo imaginar o quão difícil deve ser ver alguém morrer bem na sua frente depois de tanto esforço para tentar salvar a vida.


Soltei-me do leve aperto de Kung e fui atrás dele...









Notas Finais


Ai, o Taehyung 😔🥺

Ateno próximo, anjos! ♥️


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