História Gêmeos de Illéa - Ep. 44 - Epilogo

Hoje era um grande dia, o dia para o qual havíamos preparado Amberly toda sua vida, olhei para ela e pude me sentir orgulhosa, ela estava régia e um pouco nervosa, eu me lembrei quando estive em seu lugar, me senti muito mais nervosa, mas o contexto era diferente, Amberly nasceu para herdar a coroa, nasceu princesa e cresceu rainha, eu era apenas uma cinco que se apaixonara perdidamente por um homem, e com esse homem veio a coroa. Homem este que eu nunca deixei de amar, nem um dia sequer eu questionei o que sentia por ele.

Eu poderia me arrepender de várias escolhas, mas jamais de arrependeria de Maxon, ele era a única escolha que eu nunca poderia me arrepender.

Maxon e eu adentramos o salão juntos e felizes, como ele gostava de dizer, iriamos nos aposentar e viver o restante de nossos dias longe de todo o estresse da coroa, confiávamos plenamente em Amberly e Antony, sabíamos de sua capacidade de levar o reino adiante, ela estava mais do que pronta para seguir a diante.

Paramos de frente para todo o parlamento, todo o jornal de Illéa e convidados, o cardeal começou a cerimônia de coroação e eu apertei a mão de Maxon, eu estava me segurando para não chorar.

Parecia que tinha sido ontem nossa coroação, parecia ontem o nascimento de Amberly minha rainha, minha garotinha séria e responsável sempre, depois Katherine minha garotinha difícil, teimosa e alegre, Shalom sempre tão gentil e doce que sua semelhança com meu pai sempre fazia meu coração explodir de felicidade, depois Grace e Lucky me fizeram lembrar de como era bom ter crianças correndo pelo palácio, Lucky me levava a loucura com seu jeito rebelde e brincalhão, Grace com sua calma e bondade sempre uma princesa delicada. Olhei em volta e os encontrei na plateia, mais uma vez estavam todos juntos, todos tornaram-se pessoas simplesmente incríveis, cada um encontrara a felicidade mediante suas escolhas, assim como eu e Maxon, e esse fato me deixava tão feliz.

Ver meus netos apenas me deixava radiante, sabendo que meu legado, que meus filhos levariam tudo que construímos para as futuras gerações, eu sabia que seriamos eternos em seus corações, mesmo quando não fizéssemos mais parte deste mundo, ainda estaremos aqui através de cada um deles, porque cada um deles sempre terá um pedacinho de nós.

Voltei minha atenção para o cardeal quando a coroa fora colocada sobre as cabeças de Antony e Amberly.

- Eu vos declaro rainha Amberly Anne Schreave Illéa e rei Antony Illéa, reis de toda Illéa – anunciou o cardeal seguido por uma saraivada de palmas, Amberly parecia serena e régia, mas eu sabia que quando ela estivesse sozinha ela choraria de emoção, porque minha Amberly era assim.

Finalmente os nomes Schreave e Illéa estavam juntos no trono para não gerar mais atritos pela coroa, as coisas estão como deveriam estar, o reino novamente estava em paz, havia muito ainda para ser feito, mas eu sabia que eles fariam seu melhor.

Nesse dia eu pude ver todos os meus entes tão queridos juntos mais uma última vez, estavam todos aqui, Marlee e Carter, Paige, Mary, Lucy e Aspen, Kriss e seu marido, May, Gerad, Kenna e James, Astra até mesmo Kota, depois de tantos anos eu o perdoei, eu não levaria comigo esse rancor para todo o sempre, ele ainda era meu irmão e nada faria isso mudar. Nicoletta, August e Georgia, eu sempre sentiria falta de Celeste, eu gostaria de ter escutado as opiniões dela sobre tudo qua aconteceu, mas eu sabia que de algum lugar quem sabe ela, meu pai, a rainha Amberly e o rei Clarkson não estivessem aqui conosco também? Para nos aprovar ou não.

Após a coroação tivemos uma festa, Amberly chorou em meus braços, ela estava emocionada com esse dia, parecia que nunca chegaria e quando chegou ela se sentia apreensiva, ao me soltar ela foi para os braços de Katherine, embora eu soubesse que ela não iria precisar de ajuda, ela teria muita ajuda, toda que fosse necessária, tanto de Maxon e minha quanto de seus irmãos, porque apesar da distância eles se amavam, eles sempre estariam aqui um para o outro.

Após a festa eu e Maxon voltamos para Carolina, ele comprou uma casa em uma colina de Carolina, onde poderíamos viver em paz, apenas nós dois.

O tempo como sempre faz seu curso, nunca nos dando trégua e nunca parando, Amberly conduzia o reino como pensamos que faria, de forma eficiente e soberba, ao lado de seu marido eles ensinava Josh para ser o futuro rei, pois quando chegasse a hora Josh assumiria, Richard também aprendia, afinal ambos precisavam saber reinar.

Katherine fazia questão que nós viajássemos para a Noruécia sempre que possível, se eu fosse pensar na garotinha mimada e egoísta que Katherine já fora, eu jamais conseguiria imaginar a rainha magnifica que ela era para a Noruécia, seus filhos a amavam incondicionalmente então no final das contas uma mãe e uma rainha magnifica tornara-se minha garotinha.

Shalom permanecia ao sul do país, ele vivia sua via com seus amigos ao seu redor, ele era feliz assim com uma outra família por perto, uma que não tinha nada de realeza ele administrava o sul e havia feito tantas melhorias que Amberly nem precisava se preocupar com a parte sul do país, suas filhas cresciam como garotas normais e felizes. A medida que o tempo passava Shalom mais me lembrava meu pai, cada vez mais parecidos, serenos e sábios.

Grace agora falava russo fluentemente, ela estava muito feliz ao lado de Vladmir, eles gostavam de dizer que Grace era uma bela flor de Illéa, por todos seus dons artísticos que eram muito apreciados na corte. Eu me orgulhava, com toda certeza ela puxara o lado artístico dos Singer, aposto que meus pais teriam adorado saber disso. Grace era mãe de duas garotinhas lindas, Elena e Isabel ambas com os olhos azuis dos pais, Elena com os cabelos dourados de Grace e Isabel com cabelos negros como os de seu pai.

Lucky mantinha sua residência isolada do mundo, mas ele era feliz assim, longe de tudo que um dia o atormentou, ele ainda se culpava por coisas que ele fizera no passado, mas o tempo amenizava as feridas e curava o coração machucado, Rachel ajudava a curar esse coração. Mesmo com Lucky dizendo que não condenaria o mundo com um descendente seu, ele teve um menino, Adrian, de olhos azuis dos Singer e os cabelos escuros de Rachel.

Kota continuava sendo um artista renomado, mas agora ele não fazia mais peças, ele estava aposentado, e vivendo bem com os frutos de uma vida de trabalho duro.

Kenna e James voltaram para Illéa recentemente e estavam morando no bairro vizinho onde eu e Maxon vivíamos, eles queriam terminar seus dias no lugar que nasceram, Astra estava muito bem e eles sabiam que não precisavam se preocupar com ela.

May ainda morava na Itália e eu não tinha problemas com isso, além de ter um marido que a amava como ela merecia, Nicoletta estava lá com ela e o mais importante de tudo a felicidade de May, algo que era visível, era como se May tivesse nascido para morar na Itália.

Gerad estava casado com uma modelo, aliás era seu quinto casamento, ele se aposentara do futebol, mas ainda era uma celebridade. Mas eu acho que essa seria finalmente a mulher certa para ele, existia uma sintonia harmoniosa entre eles que me levavam a crer que de fato ele encontrara o amor. Eles também moravam de Illéa, mas ficaram em Angelis, Gerad treinava o time da liga principal.

Minha mãe havia falecido a quatro anos atrás, eu senti um enorme pesar, eu a amava muito, mas a morte faz parte da vida assim como o nascimento, essa era a única certeza do universo, nós nascemos e um dia morreremos, tudo ao seu tempo.

Paige e Mary haviam se aposentado a muito tempo já, Mary morava em uma casa confortável com sua família de quatro filhos e um marido amoroso.

Paige retornou aos negócios, ela era dona de uma rede de hotéis, casada e com um filho ela era muito feliz.

Quanto a Marlee, eu jamais conseguiria me separar dela, nem preciso dizer que Marlee e Carter moravam na casa ao lado da nossa não é mesmo? Com seus filhos felizes e cada um em um extremo do país, Marlee se sentiria solitária e não ficaria com nenhum dos dois, já que haveria briga para ficar com ela, Emma era bem possessiva quanto a Marlee e Nelly também, assim ela resolveu que seria melhor ficar conosco e seus filhos poderiam vir nos visitar. Todos felizes em Carolina.

Aspen e Lucy estavam do outro lado da rua, eu sabia que um dia Aspen voltaria para Carolina também, Ivy havia feito faculdade, e atualmente ela lecionada na faculdade de Angelis, era o orgulho de Aspen, sei que o buraco vazio que Ella deixara, jamais poderia ser preenchido, mas o tempo o tornou mais suportável.

Kriss estava aqui também, ela e seu marido eram vizinhos de Aspen, eu nem podia acreditar que agora éramos um bando de velhos juntos em um lugar tão cheio de lembranças.

Mas era exatamente assim que deveria ser, era assim que eu sempre esperei que fosse, ficar ao lado do homem que eu amava e dos meus amigos até o fim.

Era tempo da seleção do Josh nosso neto e Maxon e eu resolvemos acompanhar apenas pela TV, era tão interessante ver as coisas do lado de fora, coisa que jamais sonhamos em fazer agora finalmente podíamos fazer.

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Um dia qualquer de outubro.

Quando eu parava e pensava eu tudo que aconteceu em toda a minha vida, desde o tempo que eu tinha dúvidas sobre Aspen e Maxon, quando eu não queria ir para a seleção, quando eu queria mudar a nossa nação, quando descobri que eu amava o Maxon mais do que qualquer coisa, quando pensava em nossos filhos e todas as alegrias que vivemos juntos... Eu não podia dizer que não fora feliz, houve dificuldade, aliás existiram mais dificuldade do que qualquer outra coisa, mas eu não saberia reescrever toda nossa história sem as dificuldades, pois elas nos uniram sempre, enfrentamos tudo que veio juntos e juntos nós envelhecemos e vimos nossos filhos e netos crescerem e tornarem-se alvo de nosso orgulho.

As dificuldades fazem parte da vida de todas as pessoas, mas é preciso força para supera-las, é preciso enfrentar as dificuldades e jamais se esconder delas, pois se você se esconde elas se tornam pesadelos e irão assombrar seu futuro.

Mas o que mais me deixava feliz, é que ao pensar em toda a minha vida até este momento, eu posso afirmar, que eu e Maxon fizemos um bom trabalho.

E para quem ler essa carta, apenas posso dar esse valoroso conselho, lute pelas coisas que te fazem feliz, lute pelo que acredita, não espere que ninguém faça as coisas por você, apenas você é quem pode comandar seu destino, apenas você poderá se guiar no mundo. Nós os pais temos o dever de cuidar até certo ponto, depois você será jogado nas no mar agitado que chamamos de mundo, você com seu bardo terá o dever de driblar as pedras, fugir das quedas d’agua e tentar não afundar o barco. Não tenha medo das suas escolhas, elas te levarão ao seu futuro. Se você fizer a escolha errada e o fizer afundar, levante-se de cabeça erguida e volte a remar, volte a amar, continue lutando por você, pelos seus sonhos, mesmo que seus sonhos mudem no futuro, lute por aquilo que te faz bem, pois um dia quando sua batalha for encerrada você poderá ver que tudo que você fez valeu a pena.

A força não é a ausência da delicadeza, existe o momento certo para ser frágil, o momento para ser delicada e o momento para ser forte, a maior parte de nossa vida temos que caminhar com a força, pois ela irá nos impedir de cair.

As escolhas que você faz sempre mudarão sua vida, mas no final sempre dará tudo certo, por mais tortuoso que seja o caminho, um dia você irá acertar e verá que mesmo as pedras que você tropeçou foram um aprendizado, você aprendeu com elas que não deveria ter tentado passar por cima delas, afinal até mesmo quando caímos, nós nos levantamos mais fortes e mais determinados, como aconteceu tantas vezes comigo em minha juventude.

Assinado,

America Singer Schreave.