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História Girl Meets Evil - Broche.


Escrita por: Ghost_Fanfics

Notas do Autor


Heeeey!
Gente, eu fiquei impressionada com a resposta pro último capítulo. Nem sei o que dizer sobre todos os comentários que recebi! MEU DEUS, VOCÊS SÃO MUITO INCRÍVEIS! Obrigada por lerem e por deixarem as opiniões, isso está me ajudando, e podem se sentir parte da história, porque vocês são <3

Por isso vou tentar muito postar com frequência, por vocês <3 Obrigada, obrigada, obrigada

Capítulo 8 - Broche.


Fanfic / Fanfiction Girl Meets Evil - Broche.

__________ P.O.V.

Desde que chegamos à loja de noivas, Srta. Jeon e as vendedoras pedem minha opinião sobre o adorno para os cabelos, a grinalda, o véu, o buquê, os tecidos para o vestido. Minha madrasta pede minha opinião porque confia em mim, já as vendedoras exageram. Seguem-me pelas araras, me oferecem provas de tecido e catálogos. Elas perguntam sobre as tendências da próxima estação em passarelas da capital e até as internacionais.

Sorrio um pouco desconfortável e fito Srta. Jeon, em um pedido silencioso de ajuda. Ela, gentilmente, me busca pela mão e me leva ao provador. Prende meu cabelo com meu broche bico de pato cravejado com pedrinhas de jade e me entrega um dos vestidos à minha espera.

— Por que aquelas moças estavam me perguntando sobre passarelas internacionais? — Abro minha blusa.

— Você nem imagina? — Srta. Jeon me examina, segurando o vestido. Nego com a cabeça. — Estavam tentando puxar assunto com você. — Ela segura minha blusa e me entrega o vestido, me ajudando com as saias fluidas.

— Quê? Por que?

— Acho que o sonho de toda moça em Juggi é ser sua amiga. — Enrugo a testa e ela ri. — É verdade. Elas se inspiram em você. Nas roupas que usa, em como se maquia, no jeito que se comporta. — É minha vez de rir, descrente. — Você é uma celebridade na cidade, não se deu conta disso?

— Não sou famosa.

— É sim. E aquelas garotas estavam tentando chamar sua atenção. — Ela fecha os botões para mim.

— Não... Eu sou normal.

— Normal, e vai ser a Demoiselle* mais bonita que essa cidade já viu em um casamento. — Contemplo meu reflexo nos espelhos do provador, que mais parece um quarto, de tão grande. Srta. Jeon se afasta para ter uma visão mais ampla do vestido em mim.

Fito meu rosto, tentando me reconhecer. Uso uma maquiagem discreta e há displicência no coque em meus cabelos. Não me preocupo com tendências fashionistas, só visto o que gosto. Não me assemelho à imagem de uma It Girl popular que as garotas seguem para se espelhar. Não me encaixo no estereótipo de garota perfeita. Meus traços não são exemplo de beleza clássica. Minha estatura é mediana e não sou magra por opção de vida feliz, mas por causa dos anti-depressivos que tomei durante os dois primeiros anos de luto acumulados com a falta de apetite.

Sou sozinha e tímida, não uma celebridade.

Então lembro-me de algo que já ouvi algumas vezes por aqui. "Tudo na vida dos Kwon é assunto em Juggi" e todos sempre me respondem "Eu sei quem você é" quando me apresento.

— Vocês estão perto de terminar? — A voz de Jungkook corta meus pensamentos, do lado de fora do provador.

— Ainda não. — Srta. Jeon responde e abre uma fresta na porta. — Já fez a prova do terno?

— Já. Então não vou esperar, tenho que ir pro estágio... Sr. Kwon me deu uma pilha de coisas pra fazer.

— Certo. Quer ver como a __________ ficou? — Srta. Jeon abre mais a porta e meu rosto esquenta sem motivo.

Giro o corpo para ficar de frente para os dois e Jungkook inclina a cabeça para o lado. Seus cabelos estão penteados e há um vinco na franja, que deixa um pedaço discreto de sua testa à mostra. Seus lábios avermelhados formam um sorriso. Ele ergue a manga da camisa social até o cotovelo e coça a lateral do nariz, deixando as veias do antebraço e o relógio em seu pulso à mostra. Se eu não estivesse blindada contra seu charme, o acharia lindo, agora.

— Vai fazer cosplay de bolo de casamento, Monstrinha? — Reviro os olhos, mas sei que ele está brincando. — Seu cabelo parece um ninho. — Ele gira o dedo indicador sobre a própria cabeça e entra no provador, puxando o broche que prende meus fios, soltando-os. — É, não melhorou agora. — Jungkook curva os lábios para baixo.

— Você é tão engraçado.

— Eu sei. — Ele pisca para mim e se vira para a mãe. — Omma, tenho mesmo que ir. — Ele beija o rosto da mãe e acena para mim. Aceno de volta e ele se vai.

— Não se preocupe, não está parecendo um bolo. Agora vamos aos alfinetes, porque ele está folgado na sua cintura e nos seios. — Srta. Jeon puxa o vestido nos cantos. — Gostou dele? — Assinto com um sorriso, e ela repete meu gesto. — Tive uma ideia. Vamos ao centro depois daqui, o que acha? Gastar um pouco do meu dinheiro?

— Vamos. Mas, pode deixar que eu gasto o dinheiro do Appa. — Nós duas rimos.

***

— A saia ficou linda, com o que vai vestir? — Srta. Jeon indaga ao sairmos da loja e passear pela rua com pouco movimento.

— Tenho algumas peças... Depois te mostro.

— Quero ver. — Ela esquadrinha todo o espaço e parece encontrar o que procura, porque me puxa pela mão na direção de um restaurante mais antigo que os outros prédios.

É muito simples, e está mais para um boteco que para um restaurante. As mesas e cadeiras estão gastas e há toda sorte de quadros nas paredes, arranjos com flores de plástico em estantes, um largo ventilador de teto, que range ao se mexer e uma TV velha sobre um balcão. Está lotado. Definitivamente, não é o tipo de lugar que eu costumo frequentar.

— Quando tinha sua idade, vinha a esse restaurante com minhas amigas depois da aula. — Srta. Jeon se senta em uma mesa desocupada e eu sento à sua frente. — O frango frito apimentado é uma delícia, muito melhor do que os dessas franquias de fast food.

— Então pode pedir. — Fito o lugar ao meu redor. As pessoas riem alto e comem como se festejassem, se divertem. — Faz muito tempo?

— O que?

— Que vinha com suas amigas?

— Aish, faz. Foi antes do Jungkook... — Ela chama a garçonete, pede uma porção de frango e água com gás. — Quando engravidei perdi um ano da escola... minha família sentia vergonha. — Srta. Jeon passa a unha por um vergão da mesa.

— Tinha quantos anos quando engravidou?

— Quinze.

— E o pai? — Pergunto, curiosa. — Ele te abandonou? — Ela assente. — Que maldito. Você só tinha quinze anos... Quem é ele?

— Ele... — Srta. Jeon passa uma mão pelo cabelo perfeitamente arrumado e meneia a cabeça. — Não vale mais a pena falar sobre ele.

— Jungkook nunca o viu?

— Não.

— E ele nunca perguntou pelo pai?

— Quando era pequeno, Jungkook chamava meu pai de appa. Aish, ele era um bebê tão fofo. — O sorriso dela se torna mais terno. — Ele nunca fez nenhuma pergunta sobre o pai... Exceto uma vez. Um dia me ligou, quando eu estava no hospital em um plantão noturno, e perguntou quem era o pai dele. — Ela franze o cenho, com o olhar perdido. — Eu estava ocupada, não dava pra responder. Cheguei em casa de manhã e o chamei para conversar, mas ele disse que precisava fazer um trabalho na casa de um amigo. Nunca mais tocamos no assunto.

— Ele devia estar se sentindo sozinho...

— Pode ser. — Ela balança a cabeça, voltando a sorrir mais alegre. — O que acha que devemos servir no casamento?

Nosso pedido chega à mesa e comemos sem pressa, conversando cada detalhe da organização do casamento, da lista de convidados ao cardápio que será servido na recepção. Depois falamos sobre sua infância e adolescência, e ela me conta histórias de sua vida. Divirto-me com seu jeito expansivo, e consigo entender o que Appa viu nela. Srta. Jeon é jovem, bonita e parece um sopro de vida no vazio. 

— E você? — Ela me pergunta, e eu ergo as sobrancelhas.

— Eu o quê?

— Tem algum garoto interessante na cidade? — Seu sorriso largo é cúmplice. O primeiro rosto que surge em minha mente é o de Jungkook, mas afasto a memória e meu rosto ruboriza. Meu cérebro só pode estar de brincadeira comigo.

— Não...

— Ah, tem sim... Que saudade de ser adolescente. — Ela se inclina sobre a mesa. — Eu o conheço? É algum amigo do Jungkook? — O nome de Yoongi surge em meu pensamento e eu sorrio. Lembro-me da maneira como se aproximou de mim para soprar meus olhos e afastar as lágrimas. — Se eu acertar o nome, você me diz? — Volto a fitá-la e confirmo com a cabeça. — Jimin?

— Ele é muito fofo, né? Mas, não.

— Já sei. Eu vi vocês juntos ontem à noite... É o Yoongi? — Ela aponta para mim e eu me mexo na cadeira, envergonhada. Sou óbvia assim? — Ele é muito bonito. — Srta. Jeon apoia o queixo com a mão. — Também é muito educado. Eu aprovo.

— É, mas acho que vai ser só platônico mesmo...

— Ah, às vezes você pode se surpreender.

— Você acha?

— Você precisa confiar que sim. As coisas só dão certo se pensar que vão dar mesmo — Ela pisca para mim.

***

O sol se deita por trás das árvores do pomar, ao entardecer. O céu dourado, rosa e lilás escurece até restarem somente estrelas cravejadas no painel negro. Contudo, não tenho tempo para apreciar o poente, mesmo que as portas da varanda estejam abertas, e o vento faça as cortinas diáfanas ondularem, me convidando para sentar lá fora. Concentro-me na caixa que achei ontem, naquele buraco. Depois de limpa ela parece ainda mais velha. O tempo desgastou o couro que reveste a madeira e as bordas de cobre estão arranhadas. Dedilho o fecho da caixa, que está trancada, e leio o nome.

Wang Juran.

Tento abri-la mais uma vez, mas nada acontece. Temo quebrá-la, se forçar mais, e paro. Sugo o lábio inferior e a analiso. Ouço batidas na porta entreaberta e empurro o baú para debaixo da cama, me levantando. Uma empregada me chama com simpatia.

— Srta. Kwon, o jantar está na mesa.

— Oh, aish... Já? — Fito a hora no despertador ao lado do abajur, na mesinha de cabeceira. — Vou descer, obrigada, Cho-ah. — Passo as mãos pelo short e a sigo.

No caminho até a sala de jantar, pergunto-me internamente sobre quem seria o dono daquela caixa. Moradores antigos da propriedade, provavelmente, mas até onde sei, essa casa está na família há muitas gerações. E isso não explica porque ela estaria enterrada em um buraco tão profundo. Mas, minha maior curiosidade é saber o que há lá dentro.

Eu e Cho-ah passamos pelo vestíbulo e a campainha toca. Fito a porta e vejo um rapaz de cabelos negros e sorriso bonito pelo vidro. Aceno e atendo a porta, girando a maçaneta. Ele sorri e passa uma mão pelo cabelo, jogando-o para trás. Alguns anéis prateados tremeluzem em seus dedos e ele usa uma roupa alinhada, jeans escuro e uma camisa de mangas longas azul escura.

— Oi, Jimin.

— Annyeonghaseyo, __________, tudo bem? — Ele se curva, me cumprimentando. — Nem deu pra gente conversar direito ontem, né?

— É, sabe como é o Jungkook... Está procurando por ele?

— Combinamos de jantar com alguns amigos. Ele está por aí?

— Vou cham...

— Jimin, querido! — Minha madrasta vem até nós e toca o ombro dele, que sorri para ela. — Veio pegar o Jungkook? Ele me disse que ia encontrar uns amigos depois do estágio, mas que ia direto pra lá, porque se atrasou.

— Oh. — Jimin faz um bico, e seus olhos titubeiam entre mim e a Srta. Jeon. Ele pega o celular e dá um sorriso desconcertado. — Aigoo. Ele me mandou uma mensagem... Aish, me desculpe o incômodo. — A voz dele se torna mais macia, num tom envergonhado.

— Imagine. — Srta. Jeon sorri.

— Então eu já vou... — Ele coloca uma mão no bolso e se curva de novo para nós. — Ahm...  __________, está ocupada?

— Ani, não. Por que?

— Quer ir também? Já estou por aqui mesmo, posso te levar. Vamos? Jungkook e Yoongi estão lá, e tem os outros que você tem que conhecer. — Jimin me oferece, e eu busco a Srta. Jeon. Ela sorri cúmplice e assente, para me encorajar. Eu meneio a cabeça, com um ensaio de sorriso, voltando a fitar Jimin.

— Preciso me vestir. Me espera?

— Claro.

***

O salão tem paredes escuras e as luzes amareladas se assemelham a velas, espalhadas por todo o ambiente. As mesas, disperçadas por todo o restaurante, são baixas e não há cadeiras, somente almofadas sobre tapetes. As pessoas conversam em voz baixa e comem educadamente. Jimin abre a porta para mim, e me guia pelo lugar. Estamos próximos o suficiente para parecer juntos, mas ele não invade meu espaço.

É melhor assim, porque não quero que Yoongi tire conclusões precipitadas sobre meu acompanhante.

— Eles estão ali. — Jimin aponta, e se encaminha com mais convicção para a mesa.

Fantasio a expressão que ele fará quando me vir e mordo a bochecha para conter o sorriso ansioso. Ergo os olhos para os ocupantes da mesa, mas não encontro os cabelos acinzentados e nem a postura fria e charmosa de Yoongi. Em seu lugar, a figura avassaladora e dominante de Jungkook ocupa um espaço altivo à mesa. Seus cabelos caem desordenados sobre a testa e a pele brilha com viço. Seu olhar é questionador e quente, cravado em meu rosto. Sob a camada de cílios, suas íris acastanhadas reverberam as luzes cor de fogo do lugar.

É quase animalesco.

Todavia, o fulgor esverdeado de um broche disfarçadamente escondido entre os dedos de Jungkook apela por minha atenção. É o broche de jade que eu usava mais cedo, na loja de noivas. A mão austera se fecha sobre o regalo e meu olhar encontra o seu mais uma vez. Não consigo definir se há ou não uma perturbação em seu semblante.

O que meu broche faz com ele?

***


Notas Finais


TRAILER DA FANFIC: https://www.youtube.com/watch?v=alMhPs3sAvI
*Demoiselle: Dama de honra adulta.
Pergunta 1: O que vocês acham de eu escolher uma música pra cada capítulo? Ideia boa, ou devo enfiar na bunda? ksksksksks
Pergunta 2: Vocês preferem capítulos mais curtos ou mais longos que esse?

~~Ghokiss


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