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História Girl Meets Evil - Inebriante.


Escrita por: Ghost_Fanfics

Notas do Autor


Hey!

Cacete! Como assim??!! 120 favoritos no terceiro capítulo?!!!!! MUITO, MUITO obrigada. Velho, isso é um presente pra mim... espero estar a altura da oportunidade que estão me dando, e espero poder retribuir a alegria que estão me dando agora
Nem se eu falar mil vezes, muito obrigada, vou conseguir dizer o que quero pra vocês <3

Espero que gostem do capítulo!

Capítulo 3 - Inebriante.


Fanfic / Fanfiction Girl Meets Evil - Inebriante.

__________ P.O.V.

O vapor da água quente se espalha pelo banheiro e embaça os espelhos quando abro o box. Corro até o quarto enrolada na toalha e minha pele se arrepia com a mudança brusca do calor do banheiro para o quarto gélido. Agacho-me diante de uma das malas que ainda estão no chão e escolho uma lingerie. Pego um vestido preto curto e justo, com ombros nus e mangas longas. Visto-me rápido, calçando botas de canos curtos.

Prendo o cabelo em um coque alto, sem tempo para arrumá-lo. Minha maquiagem é simples. Um batom escuro e algumas camadas de rímel. Visto meu casaco verde escuro de lã e fecho os botões. Borrifo um pouco de perfume, coloco meus anéis e saio do quarto com celular e batom na mão.

Apresso-me e salto pelos degraus da escada, chegando ao vestíbulo. A casa está silenciosa e poucos lustres iluminam o andar inferior. Olho ao meu redor e praguejo. Não há sinal de Jungkook, o que me faz suspeitar que ele me pregou uma peça e saiu sem mim. Confiro a hora no celular. Não estou atrasada. Passaram-se exatamente 15 minutos.

Cruzo os braços, furiosa. Quando pegar aquele dentuço desgraçado, vou cortar a franja ridícula que ele usa.

— Tenho certeza de que não tomou banho. Como se arrumou em tão pouco tempo? — O tom debochado e melodioso soa às minhas costas e eu me viro. — Ah, é porque não se arrumou mesmo. — Ele ironiza e eu reviro os olhos. Jungkook desce, pulando alguns degraus, o que faz seus cabelos se agitarem. Ele veste outra roupa. Uma calça preta, justa e rasgada nos joelhos, camisa também preta e uma jaqueta de couro. — Achei que não quisesse ir.

— Mudei de ideia. — Descruzo os braços, apertando o celular e o batom entre meus dedos.

— Sei. — Ele termina de descer, dedilhando a fivela do cinto. — Vai a uma festa, ou pra igreja? — Aponta para meus joelhos cobertos pelo casaco.

— Cala a boca. — Esmurro seu ombro sem força e o sigo. Jungkook ri e abre a porta. Descemos as escadas de acesso à varanda.

— Tenho alguns avisos pra você. — Ele olha para mim por cima do ombro. Lufadas de seu hálito saem condensadas como fumaça de sua boca, por causa do frio. — Você é filha do Sr. Kwon, todo mundo lá te conhece. Não precisa ficar mostrando o quanto é rica e esnobe. — Franzo a testa, pronta para revidar o ataque. — E somos irmãos, mas não precisa ficar no meu pé. — Encaminhamo-nos para a garagem. — Não seja minha empata foda.

Perfuro suas costas com o olhar estreitado quando ele me chama de "empata foda".

— Tem mais alguma recomendação, Sr. "não seja minha empata foda"?

Ele abre a porta da garagem e nós entramos.

— Na verdade, sim. Não fique bêbada.

— Quem é você pra me dizer se eu devo beber ou não?

— Se eu te entregar bêbada em casa, o Sr. Kwon arranca minha cabeça.

— Até que não seria má ideia. — Bato o dedo indicador no queixo, caminhando atrás dele. Esbarro em suas costas, porque ele para de andar e se vira para mim. Jungkook segura meu antebraço e inclina a cabeça um pouco para o lado. Um odor fraco e inebriante contamina o ar denso, me atraindo.

— Estou falando sério. Se seu pai quis que eu te levasse, é porque ele quer que eu seja sua babá, lá. Se me der trabalho, vai se arrepender. — Há um brilho intimidador, profundo e magnético em seus olhos escuros.

— Não precisa se irritar, maninho. — Enfrento-o. Seus lábios traçam uma linha fina. A essência que me atrai emana ainda mais perto. — Que perfume está usando? — As narinas de Jungkook tremem e ele me solta, voltando ao seu caminho.

— O de sempre.

— Não, esse é diferente.

— E você repara nos perfumes que eu uso? — Ele me lança um olhar com malícia provocativa.

— Não, mas conheço muitos perfumes. Nunca senti esse. — Fungo, enchendo os pulmões. — É de qual designer? Armani? Hm... Gucci? Não se...

— Entra logo no carro, monstrinha. — Ele destrava as portas de um esportivo preto, um Porsche Cayman, e entra. Abro a do passageiro e entro, colocando o cinto de segurança. Jungkook liga o motor, manobra e sai da garagem, deslizando as mãos pelo volante.

— De quem roubou esse carro? — Provoco, brincando. — Sério, roubar é errado.

— Ganhei. — Ele passa uma marcha, dirigindo pela estrada da propriedade, até o portão.

— Rá. Não é qualquer pessoa teria condições de... — Ofego. — Appa te deu esse carro?! — Jungkook me ignora e aperta um botão do controle que jaz no painel. O portão se abre e ele manobra o carro pela avenida. — Por que meu pai te deu esse carro?

— Porque ele é um padrasto... legal? — Suspira. — Ele disse que sempre quis ter um desses quando tinha minha idade, mas o pai dele não permitiu. Aí me deu. — Ele para em um semáforo e fita o céu. Uma leve garoa mancha o vidro. — Você está incomodada com isso? Sabia que era egoísta, mas não mesquinha.

— Não estou incomodada. — Disparo. — É que ele nunca me deu um carro.

— Você não tem idade pra dirigir. Além do mais, tem um carro E um motorista. Sehun só dirige pra você. — Ele revira os olhos. — Não aguento esses seus problemas de gente rica.

— É... Está bem. Você tem razão. Me desculpe. — Coro, constrangida, então reparo que o carro só tem dois assentos. — Só dá pra duas pessoas...

— É o que eu preciso.

— Eca. Quantas vadias já entraram aqui? — Brinco com ele, que encolhe um ombro, sorrindo.

— Nenhuma. Você é a primeir... — Interrompo.

— Você me chamou do quê?! — Murmuro irritada.

— Quê? Eu não...

— Argh! — Fito o teto do carro. Ele suspira, desviando o olhar com descaso.

Não conversamos mais durante o percurso. Estou ofendida demais para falar, e ele não se desculpa por me chamar de vadia. Contudo, ainda que eu me esforce para manter a raiva, o cheiro que exala dele me distrai. Relaxo o corpo no encosto e fecho os olhos, revirando-os e inspirando o ar. Um calafrio cruza minhas costas, até meu ventre se contrair, em um calor gostoso. Pergunto-me que tipo de perfume causa essa reação inebriante nas pessoas. Fito Jungkook de esguelha. A linha protuberante de seu maxilar fica mais exposta.

Quieto, ele não parece o idiota que é, quando abre a boca.

— Sei que sou irresistível, mas você está me encarando e eu estou ficando incomodado. — Como eu disse, um idiota.

— Estou refletindo sobre sua imbecilidade.

— Não gaste seu tempo com isso. — Jungkook para em frente ao portão de um condomínio fechado. Depois de nossa entrada ser liberada, passamos por algumas ruas estreitas e entramos em uma tomada por carros e adolescentes que cruzam o pavimento e o jardim de uma casa de dois andares, onde paramos. — Sai, vou procurar uma vaga.

— Você não quer mesmo ser visto comigo.

— Sai logo, monstrinha.

— Certo, certo. — Resmungo. — Coloca isso no seu bolso? Não tenho onde guardar. — Entrego meu celular e o batom para ele, que assente e se mexe no banco, guardando-os no bolso de trás. Tiro o cinto de segurança, mas antes que possa sair, alguém abre a porta do carro, se abaixando para fitar Jungkook.

— Jungkookie! Pensei que não vinha. Esse carro é seu?!

— É, Hyung. Ganhei hoje de manhã. — Jungkook sorri tão descontraído, que parece mais jovem do que é. Aí me lembro. Pensei que estivesse me chamando de vadia, mas, na real, ele quis dizer que eu era a primeira pessoa a andar no carro com ele. Meu rosto esquenta. — Tem algum lugar aqui perto pra estacionar?

— Ali na frente tá vazio. — O rapaz aponta e me olha, como se reparasse em mim pela primeira vez. — Ahm... Está com Jungkook?

— Não. — Jungkook faz uma careta e sorri, dando um peteleco na minha testa. Ainda me sinto mal por tê-lo interpretado errado, por isso não revido. — Ela é minha irmã. Veio junto com o carro, de brinde. — O rapaz ri.

— Ah... você é a famosa Kwon __________. Sou Kim Taehyung, seu anfitrião. — Ele se apresenta. — Vem, te faço companhia até o Jungkook voltar.

— Obrigada. — Saio do carro e Taehyung fecha a porta, dando uma batidinha na lataria, antes que Jungkook se afaste.

— Jungkook me falou que vocês vão morar por aqui...

— É. Já nos mudamos. Appa vai se casar com...

— ...A mãe do Jungkook. Eu sei. — Taehyung me conduz pelo jardim e entramos na casa, no espaço para guardar casacos. — Tudo na vida dos Kwon é assunto na cidade. — Ele se encosta em uma parede e coloca as mãos nos bolsos.

Reparo em Taehyung pela primeira vez. É alto, bonito e tem o corpo esguio. Sua pele é bronzeada. Tem olhos escuros, repuxados e grandes, meio encobertos pelos cabelos castanhos. Sua boca bem desenhada tem um sorriso quadrado extremamente charmoso.

— Somos assunto na cidade?

— Ah... seu pai é dono de tudo em Juggi. — Ele coça a ponta do nariz com um sorrisinho, como se falasse algo óbvio. — O que vai beber?

— Não posso beber. Meu Appa arrancaria a cabeça do Jungkook. — Fico de costas para Taehyung e desabotoo botão por botão do casaco. — Até queria um pouco de Soju...

— Um pouco de Soju não vai arrancar a cabeça de ninguém. — Ele ri. Desabotoo o casaco inteiro, sentindo as mãos dele em meus ombros. Taehyung me ajuda a tirar o casaco, e sorrio, me virando para ele.

— Mesmo assim vou evitar atrito com Jungkook. — Dou um jeito nas mangas do vestido, deixando os ombros à mostra. O olhar de Taehyung desce por mim, com os lábios entreabertos em um semblante de surpresa. — Que foi?

— Jungkook disse que era feia.

Meu sorriso se desfaz e meu estômago ferve.

— O quê?

— Cheguei, Hyung. — Ouço a voz do maldito atrás de mim. — Cadê a monstrinha? Não disse que ia olhar ela pra mim? — Fecho os pulsos, com o rosto vermelho de ódio, e me viro para ele. Jungkook dá um passo para trás e arregala os olhos, em choque. Ele repete o gesto de Taehyung, medindo cada centímetro do meu corpo. — V-você...

— Eu o quê?

— Ahm... não parecia você, de costas.

— Não era feia o suficiente? — Passo a língua pelos dentes. — Vou dar uma volta por aí e assustar umas pessoas.

Afasto-me dos dois, sem olhar para trás. Sinto uma mão me segurar, mas me desvencilho. As pessoas se acumulam na sala de estar da casa, que está parcialmente escura, como uma pista de dança improvisada. A música alta e eletrônica impulsiona a dança, o consumo de álcool e maconha, e alguns beijos que nunca aconteceriam em mentes sóbrias.

— __________? — Uma voz familiar me chama, e olho em sua direção.

Ele é tão bonito, que nem parece real. Seus cabelos estão acinzentados. A pele pálida brilha com um frescor único. Ele sustenta sua eterna cara de tédio, em um charme peculiar, que lhe cai bem. É um rosto conhecido e amigo, entre tantos borrões. Ele era colega de classe de Jisoo, minha irmã mais velha. Tornou-se meu amigo e protetor, mas nos afastamos aos poucos, depois da morte de Jisoo. Éramos, um para o outro, uma lembrança resistente de que Jisoo já não existia. A dor da perda nos venceu, mas nunca desligou nosso laço.

Por mais longe que estivesse, ainda era meu... amigo.

— Yoongi oppa?! — Um sorriso brota em meu rosto e eu me esforço para não correr até ele. — Não sabia que estaria aqui!

— Eu moro aqui, quem estava longe era você. — Rio, nervosa com sua resposta.

— É... Desculpa por não ter falado nada. Cheguei hoje à tarde, não tive tempo de avisar. E vim pra cá com Jungkook. Só que ele me aborreceu, aí me afastei.

— Vocês ainda brigam? — Yoongi revira os olhos. — Cresçam, por favor.

— Podemos não falar sobre ele? Queria me divertir. — Sorrio amarelo e Yoongi puxa minha orelha, em um carinho. — Vamos dançar?

— Dançar? Se eu pudesse, estaria sentado no sofá, bebendo num canudo pra não ter que mexer o braço, esperando a hora de ir dormir.

— Por favor... — Faço um bico. — Por favor!

— Aish. Quer? — Oferece seu copo para mim. Nego com a cabeça. Mexo-me no ritmo da música, sorrindo. Puxo Yoongi pela mão. — Se eu soubesse que ia me obrigar a dançar, nem teria te chamado.  — Nós rimos.

Entramos na pista de dança improvisada e ele bebe todo o conteúdo do copo, jogando-o para trás.

O refrão começa e ergo a cabeça, fitando o teto, dançando. Sorrio, fechando os olhos por um segundo, curtindo a melodia. Volto a fitar Yoongi, que está se mexendo preguiçosamente. Rio e seguro suas mãos obrigando-o a dançar. Uma, três, cinco músicas. As pessoas ao nosso redor estão bêbadas, ocupadas demais com seus próprios momentos.

Estou suada, meus pés doem, meu coração está acelerado, mas me sinto bem. Yoongi está sem fôlego e avisa que vai buscar uma bebida. Penso em retocar meu batom, mas lembro que ele está no bolso de Jungkook. Suspiro e saio da pista, procurando um banheiro com espelho para conferir minha imagem. Passo por um corredor mais vazio e leio a palavra "banheiro" escrita no papel colado em uma das portas.

Há uma fresta aberta no cômodo, e espio para ver se está vazio. O que vejo é um momento íntimo. Um rapaz pende a cabeça para trás e aperta a cintura de uma moça que está de costas para mim, beijando o pescoço dele, lambendo-o como se ele fosse saboroso. Ela ajuda-o a despir a jaqueta e ele emite gemidos torpes, graves e animalescos, que me atingem em cheio. Quero deixá-los, mas não consigo. Um odor inebriante e familiar invade minhas narinas, mais poderoso e forte que qualquer droga. Meus olhos se reviram nas órbitas e minha respiração se torna ofegante.

Uma onda de prazer se instala em meu interior, até meu ventre, escorrendo por minha intimidade.

As mãos dela deslizam pelo dorso coberto por uma camisa preta. Ela se ajoelha no chão do banheiro e desafivela o cinto, desabotoa o jeans e desce o zíper, deixando a boxer preta à mostra. Saca o membro rijo e o segura pela base, mas não vejo o que faz depois. A mão dele segura seus cabelos pela nuca, e ele baixa a cabeça, mordendo o próprio lábio em êxtase. Ele franze a testa, fechando os olhos por um segundo, com um gemido que sai do fundo de sua garganta.

Então seus olhos se erguem, de vez, e se fixam em mim. Suas pupilas se dilatam e os dentes se arrastam pelo lábio inferior, até soltar. Seu semblante se torna sério demais.

— Jungkook... — Sussurro sem voz e cubro a boca com a mão. Meu coração bate na garganta.

Fujo.

***


Notas Finais




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