História I dont love you, Im just passing the time. - Meet me at the bar

Ryan esticou a mão para Brendon e o ajudou a levantar-se. Brendon se sentiu um pouco confuso pelo o que havia acontecido. Os últimos minutos passavam em flashback em sua mente. Se arrependia amargamente de ter tentado se matar, lhe parecia agora tudo tão estúpido e imaturo. Olhava para Ryan, podia ver a preocupação que ele tinha.

-Cara, por que você me salvou?-Perguntou Brendon.

-Instinto eu acho. Quando eu vi o trem se aproximando eu me joguei em você meio que automaticamente. E além do mais eu iria ficar totalmente traumatizado ao ver você morrendo.-Respondeu Ryan

-Você tem razão, seria algo horrível de se ver...- Falou Brendon.

Por alguns segundos instalou-se um silêncio desconfortável. Os dois não tinham o mínimo assunto.

-Cara, você poderia me ajudar, eu meio que me perdi aqui e não sei como voltar- Falou Brendon cortando o silêncio.

-Ah claro, claro, me segue.

Ryan ia guiando Brendon pela floresta enquanto ia puxando assunto. Brendon acabou se abrindo para ele. Explicava o porquê de tentar o suicido, o amor que sentia por Dallon e tudo mais que lhe via à cabeça. Ryan escutava tudo atenciosamente, sabia que seria melhor para Brendon alguém que apenas o ouvisse, sem opinar. Brendon se sentia um tanto quanto mais leve botando tudo para fora. Logo os dois já haviam saído da floresta. Cada um seguia para seu caminho, mas antes Ryan anotava seu número em um papel e o entregava a Brendon “caso você queira desabafar, ou algo assim, me liga, não será nenhum incômodo” Brendon olhou para o papel agradecido. Realmente havia gostado de Ryan, não do jeito que gostava de Dallon, é claro, mas sentia que uma boa amizade poderia surgir dali, ter Ryan o escutando sem julgá-lo realmente o tranquilizava, e sua presença trouxe uma paz para Brendon.

   Brendon’s pov
 

Cheguei em casa um pouco zonzo por tudo o que havia acontecido. Tratei de salvar o número de Ryan em meu celular, não queria perder aquele número de jeito nenhum. Deitei-me ainda com a blusa de Dallon e dormi feito uma pedra. Acordei às 14 horas, comi qualquer coisa que tinha a cozinha. Voltei ao meu quarto e liguei a TV.

Fiquei boa parte do tempo zapeando pelos canais, até que parei num canal que passava uma maratona de Doctor Who, uma avalanche de sentimentos me acertava em cheio. Resolvi assistir aquele episódio. Pior decisão da minha vida, o episódio que estava passando era The Doctor’s Wife, ver o personagem principal usando uma gravata borboleta e finalmente entender aquela cantada realmente me puseram para baixo.

Resolvi que deveria sair um pouco de casa, troquei de roupa e segui para um bar próximo a minha casa. Sentei-me ao balcão e pedi uma dose de uma bebida qualquer.

Enquanto bebia alguém fazia um cover. Tocava uma guitarra e admito que o fazia muito bem. Tinha uma voz muito bela, mas peraí, eu conhecia aquela voz! Olhei par trás e vi Ryan se apresentando. Vê-lo tocando me lembrou das trilhões de vezes que Spencer reclamava dizendo que precisamos de um guitarrista. Esperei ele terminar de se apresentar e cheguei perto. Os olhos dele brilhavam e um grande sorriso se abria em sua face ao me ver.

-Brendon! O que faz aqui?

-Vim arejar a cabeça um pouco. Aliás, você toca pra caralho!

-O... obrigado- Respondeu Ryan envergonhado.

-Ei cara, eu tava aqui pensando, eu meio que tenho uma banda, e nós estamos começando a ficar famosos e talz, mas só que a gente está precisando de um guitarrista, e bem, você queria ser esse guitarrista?- Perguntei com olhos pidões.

-Cara, sério? Eu não acreditando nisso! É claro que eu aceito.- Disse Ryan me abraçando.

Dallon’s pov

Acordei e vi as horas em meu celular: 14 horas, lembrei-me da maratona de Doctor Who que iria passar e liguei para Clara.

-Oi amor- Falei na voz mais infantil que eu tinha.

-Dally!- Urgh, odiava quando ela me chamava assim

-Eu queria saber se você quer vir aqui para casa para assistir uma maratona de Doctor Who comigo?

-Claro meu amor, só vou trocar de roupa e já já vou praí.

Desci a cozinha, estourei um saco de pipoca, peguei umas garrafas de Dr. Pepper e os levei para o meu quarto. De repente Ray entrou em meu quarto.

-Não acredito que você convidou aquela mócreia pra vir aqui em casa.- Falou Ray revirando os olhos.

-Caso isso não tenha entrado em sua cabecinha essa mócreia da qual você fala é minha namorada, e eu exijo que você a respeite!- Respondi irritado.

-Pelo amor de Deus Dallon, só você não percebe o que essa garota é! Saiba você que eu prefiro um milhão de vezes o Brendon.- Gritou ela.

-Pois saiba que minha vida não é um desses livros adolescentes que você lê para você ficar dando pitaco com quem eu devo ou não ficar!- Vociferei nervoso.

-Ah vá a merda você e aquela garota estúpida.- Xingou se retirando do meu quarto.

Clara tocava a campainha, abri a porta, ela me deu um selinho. Subimos juntos ao meu quarto. Deitamos na cama e eu liguei a TV. Merda! Estava passando The Doctor’s Wife. Aquele episódio me trazia tantas lembranças de Brendon, quase chorei, mas me segurei o máximo, não podia deixar Clara perceber o que estava acontecendo. Logo o episódio acabou e começou um dos últimos episódios da sétima temporada.

-Clara, aquela ali é sua xará, ela é a atual companion do Doctor, seu nome é Clara Oswald, e o pessoal do fandom chama ela de “aquela que nasceu para salvar o Doctor´”.- Expliquei para ela sem dar muito atenção, nem sequer sabia se o que eu falava era correto ou não, apenas queria distrair um pouco e parar de pensar um pouco.

-Hum, tipo eu não é? Eu sou aquela que te salvou, a que te salvou do Brendon.- Falou Clara num tom afetado.

-Aham claro- Respondi sem dar muita atenção.

A maratona logo acabava. Clara me convidava para ir a um barzinho que havia perto de sua casa. Troquei de roupas e partimos.

Chegando lá sentamo-nos à uma das mesas que havia no local, fizemos o nosso pedido e enquanto esperava por este fiquei observando o local. Parei meu olhar ao fundo do local. Não podia acreditar. Havia reconhecido Brendon. Ele estava próximo a um garoto. “É claro que eu aceito”, foi tudo o que eu pude escutar, até que este abraçou Brendon.

Olhava aquela cena magoado, e fazia de tudo para não tentar entender o que acontecia ali.