História Idas e vindas - Magia Proibida- Parte 1

“ O garotinho de cerca de sete anos, corria pela neve enquanto sua pequena irmã de cinco lhe perseguia. Estavam brincando na praça em frente a sua casa, e podia ver seus pais no portão, lhes vigiando.

O menino loiro sorria como se fosse a coisa mais fácil de sua vida, e brincava com a menina de cabelos curtos de um tom azul celeste.

-Está correndo muito devagar, Yume-chan.- o menino disse vendo sua irmã pegar para alcança-lo.

-Yume não tem culpa se você é um bobão e não a espera.- ela resmungou enquanto se agachava e forma uma bola de neve com as mãos e arremessando contra o menino. Ele resmungou em protesto, e parou de correr, se agachando atrás de um bando da praça e formando bolas de neve com as mãos.

-Yume-chan não vai conseguir me acertar agora.- Ele mostrou a língua para a irmã e lhe jogou uma bola de neve que acertou seu peito, fazendo-a cambalear.

-Clay-san!- ela gritou seu nome em protesto e ele sorriu de canto. A menina correu enquanto bolas e mais bolas erram arremessadas em sua direção, e se escondeu atrás de um tronco de arvore.

-Yume-chan não me pega!- ele debochou enquanto Yume formava uma bola com as mãosinhas frágeis. Clay estava em pé atrás de sua proteção e não teve tempo de desviar quando a bola de neve acertou em cheio o seu rosto.- Ei!- ele correu na direção que a irmã estava enquanto Yume ria e tentava forma uma nova bola de neve para acertar no irmão mais velho.- Você vai pagar por isso, Yume!

Yume se levantou muito tarde do chão, e quando seu irmão a alcançou, ele a derrubou na neve e começou a lhe fazer cócegas. A menina ria enquanto pedia para ele parar, mas não estava adiantando nada.

-Yume! Clay!- a voz conhecida da garotinha que morava na rua soou um pouco a frente na praça. O menino loirinho se levantou do chão, ajudando sua irmã a se por de pé, e os dois puseram-se a olhar para os lados, procurando a garota que os chamara.- Clay-chan! Yume-chan!- ela gritou novamente, e bolas de neve acertaram os irmãos.

Se viraram a tempo de ver uma menina, um pouco maior que Yume, mas menor do que Clay, corre na direção deles. Estava pouco agasalhada e seu rosto estava sujo. Parecia mais magra do que a ultima vez que Clay a vira.

-Melissa-chan!- ele exclamou seu nome, enquanto a menina corria em sua direção e o derrubava por meio de um abraço.”

-Hannah!- Clay gritou o nome da companheira enquanto desviava de mais um dos monstros de Alex.- Juvia está ferida!

Hannah estava indo na direção de Mikel para tentar ultrapassar a barreira criada por ele enquanto fazia o ritual para abrir o portão, mas parou quando ouviu o pedido de Clay.

-Vou distrair Alice enquanto você socorre Juvia!- “porque ele se importa tanto com ela” foi o pensamento que passou pela mente de Hannah. Mas ela desistiu de tentar quebrar a barreira e correu na direção de Juvia.

-não mesmo!- Alice berrou  enquanto se levantava do chão ao lado de Lyon e Gray. Hannah viu com desgosto,  Lyon lhe pedir a mesma coisa. “salve Juvia”

“-Mel-chan não deveria estar aqui.- Clay sussurrou enquanto a menina se desculpava por ter derrubado-o na neve.- meus pais estão em casa.

-eu sei disso. E foi por isso que vim. Quero pedir desculpas a eles.

-Mas...                                   

-Olha, eu achei que eles não iam sentir falta. Veja sua casa Clay. Ela é enorme. A família Sparks tem poder sobre Iceberg. Já, eu... moro na rua e quando vi aquele pão esquecido sobre a mesa de fora de vocês, eu o peguei porque precisava alimentar minha família. Não imaginei que pudesse ter traído a confiança dos Sparks. Eu não sabia que eu devia apenas pedir. Por isto estou indo me desculpar com seus pais.

-Yume acha que você faz a coisa certa.- Clay olhou para sua irmã mais nova. Assemelhava-se muito a sua própria mãe. Os cabelos azuis caindo em cachos pelos ombros e olhos também azuis opacos. Já ele, puxara ao pai, com os cabelos loiros e arrepiados. Embora os olhos fossem da mãe. Sorria para a irmã e bagunçou seu cabelo.

-Tudo bem, Yume-chan pode ir abrir o portão para você.- Eles caminharam até próximo o portão, mas Clay ficou do lado de fora, chutando a neve enquanto Yume e Melissa corriam até onde seus pais estavam. As duas os alcançaram quando estavam na porta de casa.

Clay observou a cidade a sua volta. Estava branca como sempre, mas podia-se distinguir algumas cores de prédios. A mansão da família Sparks ficava no centro daquela pequena cidade e pareia a coisa mais chamativa no lugar. Não pelas cores já que a mansão era marrom e cinza, mas pelo tamanho. Era maior que os prédios, e era facilmente confundida com a prefeitura.

Clay olhou para os telhados vizinhos se perguntando como seria observar sua cãs de lá, e foi nesse instante que percebeu.

No terraço de um dos prédios vizinhos um homem havia se posicionado com canhão e apontava diretamente para sua casa.

Arregalou os olhos quando assimilou o que ocorreria.

Ele correu até o portão e gritou o nome de seus pais, que acenaram para ele com Melissa no colo. Tentou informar que estavam correndo perigo, mas não conseguiu impedir.

Clay pode ouvir o disparo do cachão e segundos depois, pode ver a casa indo pelos ares.

Ele gritou o nome de sua mãe e de seu pai, mas o impacto da explosão fez os sons voltarem assim como ele, que foi jogado para trás.

Sobre os olhos fechados já podia ver as labaredas de fogo que subiam em direção ao céu. Uma fumaça negra já começava a cobrir o local, e quando se levantou, seu olhos se encheram de lagrimas, ao ver sua casa completamente destruída. Ele correu cambaleante até o portão, que caiu ao ser empurrado. Atravessou o gramado coberto de neve e de pedaços de madeira que ainda choviam do céu e alcançou a primeira pessoa que vi.

O rosto estava queimado, mas ainda pode distinguir Melissa. O aperto em seu coração cresceu e deixou que suas lagrimas caíssem livremente. Ao se levantar pode ver os corpos de sua mãe de seu pai, desfigurados e queimados. Não se deu ao trabalho de ir velos, sabia que estavam mortos, e não deixou de gritar por causa disso.

Pode ouvir algo se remexer entre os pedaços de madeira da escada e correu até lá com a esperança de encontrar alguém vivo.

O cabelo azul curto, estava chamuscado, mas ele conseguiu achar Yume entre os destroços. Mas ela não estava tão melhor que os outros.

-Yume!- ele a segurou no colo com cuidado achando que qualquer movimento  faria a sentir mais dor.- Yume... seu braço...- estava queimado. Inteiramente vermelho e com grandes bolhas se formando.  Ela estava respirando, e mantinha os olhos opacos centrados no irmão

-Ni-chan...- ela sussurrou baixinho.- dói muito.- ele assentiu com a cabeça enquanto sua lagrimas caiam sobre sua irmã.- Yume não sente as pernas...- Clay não se deu o trabalho de olhar para as pernas, para saber que elas não estavam ali.- Yume quer... que você se cuide ni-chan...

-Yume...

-Yume vai encontrar o papai e a mamãe, não é, Clay-nissan?- ele assentiu ainda chorando. Ela pode sorrir momentaneamente.- E você também vai ir um dia para lá não é?- ele assentiu novamente.- vou ter Melissa-san para brincar, então... pode demorar o tempo que quiser. Yume-chan só quer... que você se cuide.

Ela parou de falar. Clay gritou novamente para o vazio da mansão enquanto chorava com a irmã nos braços.”

Alice transformou seu braço em uma longa espada de ferro e correu na direção de Hannah. A garota percebeu o movimento e logo se preparou para ataca-la.  Pequenos raios se formaram em sua mão, e se concentrou no movimento de Alice.

Mas a garota desapareceu dentro de um portal que surgiu a sua frente, e olhando para Clay, Hannah o viu desaparecer levando Alex com sigo.

-idiota!- ela gritou para o vazio. Desfez os raios em sua mão e correu até Juvia. O sangue espalhado no chão, a fez lembrar de Kemi e da bagunça que Alice fez em suas celas.- Hey, Juvia!- se agacho ao lado da azulada e virou seu rosto para olha-la. Juvia, por favor, Makarov vai me matar se você morrer aqui.- Ela desceu os olhos para o local de onde vinha o sangue. No vestido preto de Juvia, coberto com o que restava do uniforme dos solados da Skeletons, havia uma mancha grande de sangue bem em seu estomago.

Hannah pode ouvir Juvia resmungar baixo, mas foi tudo que obteve.