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História La Tekila - Victoria Ruffo e Cesar Évora - Capitulo 14 - ES AMOR


Escrita por: HCBellucci

Capítulo 14 - Capitulo 14 - ES AMOR


— Como você chega e não me avisa? — Gaby perguntou a Victoria assim que ela abriu a porta.

Sim! A viagem acabou, infelizmente, agora nosso casal está de volta a realidade. Eles fizeram o mesmo processo, Victoria voltou antes pelo mesmo aeroporto, e César ficou mais algumas horas e voltou pelo outro aeroporto.

— Bom dia pra você, mana. — Victoria respondeu ironicamente.

— Bom dia nada você chega e não avisa, eu estava preocupada com você, sabia?

— Fique calma, eu acabei de chegar, fui tomar um banho e já ia a sua casa.

— E como foi tudo? Me conta, quero saber cada detalhe.

— Vou te contar tudo, mas antes me conte você, cadê meu filho? Aconteceu algo nesses dias?

— Ele está com a mamãe e ficou tudo na mesma.

— Que bom! Estou com muitas saudades do meu príncipe.

— Vicky! O Omar ligou algumas vezes querendo saber de você, ele disse que tentou te ligar, mas seu celular estava desligado, estava preocupado querendo saber se você ia demorar com essas gravações.

— Eu vou ligar para ele, preciso terminar com isso definitivamente.

— Vai terminar com ele?

— Sim, não posso continuar com ele, não o amo e isso não é justo com ele.

— Está decidida a largar tudo por causa do César?

— Não é por ele, e sim por mim, independente do que acontecer entre o César e eu, não posso continuar com essa relação. O Omar é um homem maravilhoso e merece uma mulher que o faça feliz, tenho certeza que ele é o marido perfeito para qualquer mulher, mas o homem perfeito para mim não é ele, esse homem é o César Évora, mesmo que ele nunca deixe a esposa dele, mesmo que a gente nunca possa ficar juntos e ser feliz, mesmo se eu um dia me afastar dele, mesmo depois de tudo, César Évora continuará sendo o homem perfeito para mim, o homem que me completa, o único homem que faz me sentir eu mesma, sem ele eu posso quase ser feliz, quase me sentir completa, porém nunca totalmente, só ao lado dele poderei ser 100% feliz, só com ele minha vida estará 100% completa.

— Diante de tudo isso que você acaba de falar, só me resta dizer que estarei do seu lado sempre, te apoiarei em qualquer decisão que tomar.

— Obrigada, mana. Te amo muito. — Victoria se aproximou dela e a abraçou.

— Eu te amo mais. — Gaby disse, emocionada.

— Agora vem! Vamos a cozinha, fazemos um café e eu te conto tudo.

— Eu faço o café e você vai contando, só não esquece de nada.

— Tudo bem, só não vou contar nos mínimos detalhes porque você é minha irmã menor e tem muitas coisas que é melhor você não saber.

Victoria e Gaby foram até a cozinha e enquanto uma fazia o café, outra contava tudo o que aconteceu no final de semana.

**********
Lo siento en tu mirar
Oh cada vez que estás cerca de mi
Y muy dentro de mi ser
Nace esta emoción
Y hasta el latir del corazón
Me dice que es verdad

**********

— Oh meu Deus! Não acredito que vocês fizeram todas essas coisas. — Gaby estava assustada e ao mesmo tempo encantada com tudo que a sua irmã acabará de contar.

— Fizemos tudo isso e muito mais, ele é um homem maravilhoso, perfeito, o homem que eu sempre desejei pra mim. — Victoria falou como uma colegial apaixonada.

— Fico tão feliz em te ver assim, tão feliz, tão realizada, tão completa.

— Sim, como eu já disse, estou completa, porque César me completa.

— Me conta mais.

— Conversamos sobre tudo, a família dele, a minha, contei coisas a ele que nunca tinha contado a ninguém e ele contou a mim também, eu me entreguei a ele de corpo, alma e tudo, sou dele, mana, totalmente dele.

— E como vai ser agora?

Porque queremos sempre saber como vai ser o futuro, qual o problema em disfrutar apenas do presente, sem pensar em mais nada.

— Como assim?

— Vocês vão se resolver, vão ficar finalmente juntos, né?

— A gente não conversou sobre isso.

— Como que vocês não conversaram sobre o assunto mais importante?

— É que... É que... — Victoria tentou encontrar a razão pela qual eles dois fugiam de falar sobre certo assunto.

— Você tem medo?

— Talvez sim, acho que se um dia a gente chegar a ter essa conversa vai acabar tudo isso que estamos vivendo.

— Acho que te entendo, mas você não vai poder fugir para sempre.

— O que eu mais quero é fugir e deixar tudo pra trás, ser feliz ao lado dele eternamente, ele é o homem da minha vida, estava escrito que ele seria para mim.

— A cada dia eu acredito mais mesmo nisso.

— Eu contei para ele sobre aquela história do vidente.

— E o que ele disse?

— Que não acredita muito nisso, mas que sabe que existe algo que liga nós dois.

— Vocês se conectaram desde a primeira vez que se viram, mas você tentou negar e veja agora.

— Me apaixonei por ele desde o dia que o conheci, só agora me dei conta disso.

**********
Es amor, amor, amor, es amor
Hoy sé que te encontré
Y estoy segura que lo que sentimos es amor
Es amor, amor, amor, es amor
Nos encontró y nos unió
Y ya no puedo estar ni un minuto mas sin tu amor

**********

*Flash Back On* 

Victoria chegou cedo a televisa, era o dia que ela assinaria o contrato para ser a protagonista do remake de Pecado Mortal.

— Fico muito feliz que você tenha aceitado esse papel, eu só conseguia pensar ele para você. — Disse René Muñoz que estava sentado em um sofá observando-a ler o contrato.

— Só eu sei o quanto me custou convencer nossa ceguinha a aceitar esse papel. — Falou Mejia, que estava sentado em uma cadeira atrás da mesa, de frente para a Victoria.

— Não foi tão difícil assim, eu só estava analisando bem.

— Você sabe que eu não ia desistir de conseguir você nessa novela. — Disse René.

— O Salvador me disse, será um prazer trabalhar com vocês, sempre desejei muito trabalhar com vocês.

— O prazer é todo meu, há muito tempo queria trabalhar com você e quando René me disse que tinha o mesmo desejo, não pensamos duas vezes, sabíamos que você era a nossa Cristina perfeita.

— Tenho certeza que fizemos a melhor escolha. — René disse.

— Eu me sinto muito honrada por ter sido escolhida por vocês.

— E você já está pronta para viver outra cega? — Perguntou Mejía.

— Eu ainda sei algumas técnicas, vou voltar a treinar e logo serei a mais cega de todas.

Cega até demais, mas isso não vem ao caso agora.

— Tenho certeza que sim. — René falou com entusiasmo.

— Li por aí que o Fernando Colunga estará no elenco. — Havia saído uma nota confirmando que Fernando seria o protagonista juvenil.

— Sim, ele será o protagonista juvenil. — Salvador respondeu.

— E quem mais está no elenco?

O amor da sua vida, mas isso você vai saber só depois.

— Ainda estamos fazendo teste para a protagonista juvenil. — Mejía disse.

— Possivelmente a Nailea Norvind será uma das antagonistas. — Completou René.

— E o antagonista? — Ela continuou na curiosidade de saber com quem trabalharia.

— O René está conversando com um ator muito amigo dele.

— Mas ele está gravando uma novela e só termina em janeiro. — René era amigo de César há muitos anos, por isso ainda tinha esperança de conseguir convencê-lo.

— Se ele está trabalhando acho que não aceitará.

— Mulher de pouca fé. — Salvador brincou com ela.

— Ele é um grande amigo meu, o conheço há muitos anos e sei que ele é perfeito para esse personagem.

— Já falaram com ele? — Ela perguntou.

— O René já conversou algumas vezes, eu também, mas...

— Mas ele disse que está trabalhando e quando terminar essa novela quer viajar com a família, descansar.

— E porque não procuram outro, existem tantos atores bons e que adorariam uma oportunidade dessa.

— Porque eu não quero qualquer ator, quero ele, pois assim como eu queria você, eu o quero, tenho quase certeza que vocês juntos terão uma química espetacular, por isso não vou desistir tão fácil. — René se explicou.

E nós sabemos que René estava mais que certo, seja onde ele estiver hoje em dia tenho certeza que ele olha para o nosso casal e diz: Eu estava certo, eu que juntei vocês.

— Se vocês dizem, eu confio, espero que consigam convencê-lo, desejo boa sorte para vocês.

— Já fizemos todas as propostas, ele recusou todas, está muito determinado a não trabalhar logo, mas ainda não desisti, precisamos encontrar um detalhe que o faça querer não recusar. — Disse Salvador.

— O problema é que eu ainda não sei qual é esse detalhe. — René murmurou.

Os três ficaram se olhando como se estivessem esperando a resposta aparecer de algum lugar, até que algumas batidas na porta interrompeu o silêncio.

— Pode entrar. — Disse Mejía.

O homem entrou e os três olharam para ele.

— Eu estava pensando em você. — René se levantou e caminhou até ele.

— É que eu recebi a sua mensagem e vim aqui te dizer mais uma vez que infelizmente... — Ele começou a falar.

— Espere, você já conhece Victoria Ruffo? Ela será a nossa protagonista. — René o interrompeu.

Na verdade ele não tinha reparado direito na mulher que estava sentada, mas quando ela se levantou, ele a olhou melhor e se recordou bem dela e do seu nome.

— Vicky, esse é o grande ator do qual estávamos falando, César Évora. — Ela estava de frente a ele.

Victoria já o conhecia através das novelas e algumas vezes o viu de longe, mas essa era a primeira vez que ela o via assim, tão de perto. Ela ficou deslumbrada por ele ser muito mais atrativo do que ela via através da televisão, ele era alto, cabelo preto bem penteado, era forte, tinha ombros largos e o que mais chamava atenção, esses olhos verdes que estavam olhando para ela profundamente.

— Prazer, César, é uma satisfação finalmente conhecer o grande ator, César Évora, até hoje só tinha lhe visto através das novelas. — Ela ergueu a mão para ele.

— O prazer é todo meu, eu também só tinha tido a honra de contemplar a sua beleza através das novelas e posso afirmar que as câmeras não fazem justiça a você, és muito mais bela pessoalmente. — Ele segurou a mão dela, firme, mas de modo delicado.

— E você muito gentil. — Uma corrente elétrica passou por todo o corpo dela, que a fez esquecer até como se respirava.

— Nossa! — Ela puxou a mão dela da dele.

— O que foi? — Ele perguntou, surpreendido pela atitude dela.

— Acho que senti um choque, não sei. — Ela ficou espantada olhando para a mão dela, querendo compreender o que havia sentido.

— Já provoquei muitas coisas nas pessoas, mas choque é a primeira vez. — Todos riram.

Salvador se aproximou para cumprimentar o César, que apesar de agora estar conversando com o Salvador e o René, não tirava os olhos da Victoria, que estava atrás dos dois. Victoria estava sem reação, tentando entender o que havia sentido quando César tocou a mão dela. Ele tinha uma virilidade eletrizante.

"Eu nunca senti isso ao conhecer um homem e nem ninguém, só ao vê-lo entrar alguma coisa me afetou, não sei se foi esse olhar tão profundo ou essa voz. Voz?! Que voz esse homem tem, tão grave, capaz de fazer estremecer o mais profundo do meu ser."

César ainda estava conversando com os dois, que estavam tentando o fazer aceitar a proposta.

"Porque ela está me olhando assim, parece até assustada, eu também senti algo quando a toquei, apesar de não confessar, isso me deixou intrigado."

César já tinha se encantado pela beleza dela através da televisão, mas ela pessoalmente era muito mais bela, esses cabelos negros, tinha um corpo que parecia ser perfeito, ela tão pequena, tão delicada, que ele tinha vontade de guardá-la para si, e esses olhos, pareciam que estavam hipnotizando-o.

"Oh meu Deus! Ela é bela demais"

— César! Então o que você me diz? — César voltou a sua atenção para o que Salvador estava falando.

— César, te dou o tempo que você precisar. — Disse René.

— Meus caros amigos, não precisam de mais esforços, eu aceito o papel.

É parece que o detalhe especial para fazer o César aceitar o personagem tinha um par de olhos verdes, era linda e pequena.

— O que você disse? — Salvador perguntou, surpreendido.

— Que sim! Eu aceito se o antagonista da novela, tenho certeza que será um grande sucesso, será uma honra fazer parte desse projeto.

— Obrigado, amigo, você não sabe o quanto estou feliz que tenha mudado de ideia. — René abraçou o César.

— César, eu já estava aqui pensando em outras mil propostas para te fazer mudar de ideia. — Brincou Salvador.

— Não será mais preciso.

— Vejo que vocês dois conseguiram o que tanto queriam, te entendo, César, é quase impossível dizer não a esses dois. — Victoria disse, dando alguns passos e ficando ao lado do Salvador.

— Sim! É quase impossível resistir a essas propostas tão tentadoras. — César a olhou fixamente.

— Tenho certeza que vou amar trabalhar ao seu lado, só escuto maravilhas a seu respeito. — Ela disse e ele sorriu com orgulho.

— Você não deve acreditar em tudo que ouve por aí, em um mês você se arrependerá de me ter perto.

— Acredito que não será assim. — Ela respondeu.

— Vicky, não acredite nele, César é um maravilhoso companheiro. — Salvador sussurrou.

— Ele tem um humor espetacular, encanta a todos que o conhecem.

— Parem, se não, eu fico com vergonha. — Todos riram do modo afeminado que ele falou.

— Então eu também ficarei encantada pelo César? — Ela percebeu que ele estava brincando e decidiu entrar na brincadeira.

— Provavelmente, é quase uma regra, ele conquista a todos. — Respondeu Muñoz.

— Mas para toda regra há uma exceção. — César ergueu as sobrancelhas.

— Não acredito que seja o caso aqui. — Muñoz disse enfaticamente.

— Só não vá se apaixonar por mim. — César advertiu.

— Não se preocupe, eu não corro esse risco. — Ela o encarou e sentiu o seu coração batendo forte.

— Isso me tranquiliza, mais uma mulher apaixonada por mim, eu não dou conta. — A boca do César se curvou em um sorriso provocador.

— Mas que convencido, garanto a você que não vou fazer parte dessa sua lista. — Victoria revirou os olhos para ele.

— Minha lista é enorme, verdade amigo? — César tocou no ombro do René.

— Sim, eu que sei o trabalho que esse homem já me deu.

— Vicky, não se importe, eles estão apenas brincando com você. — Salvador murmurou.

— Eu sei, apesar de que eu não duvide que ele tenha essa lista de verdade.

— Pois essa lista não existe, eu não sou um homem nada apaixonante, tenha a certeza que você não corre esse risco mesmo.

— É bom ver que vocês dois já estão se entrosando. — René falou.

— Isso é importante para o sucesso da novela, eu gosto de um ambiente bem harmonioso para trabalhar.

— O que depender de mim, você terá. — Ele disse suavemente, a voz dele profunda e rouca.

— E de mim também. — Um sorriso largo se espalhou pelo rosto dela quando encontrou o sorriso do César.

— Fico feliz em saber disso. — Mejia disse com o seu jeito simpático de sempre.

— Salvador, René, eu preciso ir, quando precisarem de mim, estarei pronta.

— Te cuida, ferita. — Salvador disse enquanto ela o abraçava.

— Não vejo a hora de ver você atuando. — René falou e Victoria o abraçou.

— César, mais uma vez foi um prazer te conhecer é maior ainda saber que vamos trabalhar juntos, estou ansiosa.

— Eu também, você nem imagina o quando, vai ser uma satisfação para mim.

Ela instintivamente o beijou o rosto, ele apenas fechou os olhos e desfrutou sentir os lábios dela no seu rosto.

— Até mais, se comportem, meninos. — Victoria saiu da sala.

César não conseguia explicar o que tinha acontecido, jamais tinha se sentindo tão afetado como estava por aquela mulher, era uma união de emoções e até uma excitação ao vê-la. Ele não podia explicar como poderia ter ficado excitado por uma mulher sem nem ao menos ter a tocado, ele estava surpreendido com a sua reação.

René observava atentamente tudo, desde que César entrou na sala e ele não tinha mais dúvidas, ele estava certo, esses dois formariam uma dupla única. Sinto em dizer, mas quem acreditava que Salvador Mejia era o responsável por juntar nosso casal, esteve todo esse tempo enganado. Outro homem foi que deu uma ajuda ao destino, posso até dizer que a última missão de René Muñoz aqui na terra, foi fazer César Évora e Victoria Ruffo se encontrarem.
                                                                                   **********

Um pouco mais de um mês se passou, César já havia terminado de gravar Laberintos de pasión, Salvador e René terminaram de escolher o elenco, os atores fizeram algumas provas de figurinos para a caracterização dos personagens.

Ah! Sim! Nosso casal se viu algumas vezes, trocaram poucas palavras, mas nunca conversaram a sós, aquela tensão que surgiu na primeira vez que se viram ainda existia, ela era quase palpável, mas foi disfarçada muito bem, pelos grandes atores que eles são e também pelas brincadeiras do César, suas piadas de duplo sentido.

**********
Es más de lo que yo imagine
Que me haces renacer
Solo al escuchar tu voz
Es algo que me dás
Que nadie mas podrá
Es todo lo que sé

**********

Victoria chegou cedo ao local que seria uma das locações da novela, naquele dia eles fariam uma sessão de fotos para a divulgação da novela, de longe ela enxergou a Salvador que estava conversando com um homem de chapéu preto que estava de costas para ela, caminhou até eles. Quando se aproximou reconheceu o homem com que Salvador conversava, era o César, apesar de ele estar de costas, mas ela conhecia bem essas costas que já tinha ficado admirando algumas vezes.

— Bom dia! — Ela disse.

— Bom dia, estávamos a sua espera. — Disse Salvador, César não respondeu e continuou de costas.

— Pois já estou aqui, onde eu tenho que ir? — Ela perguntou, mesmo estranhando que aquele homem não virava para falar com ela, estava de cabeça baixa, parecia que mexia no celular.

— Tatiana será a sua assistente, ela está ali e vai te indicar tudo. — Salvador aponta em direção a uma menina loira.

— Chava, não consigo falar com aquela pessoa. — César falou para o Mejia.

Essa voz! Agora não tinha mais dúvidas, era o César, essa voz dele é inconfundível, mas porque ele não vira para falar com ela?

— Olá, César. — Ela falou para ver se ele respondia.

— Olá, Victoria. — Ele a cumprimentou ao virar para ela.

Victoria não poderia disfarçar a sua cara de espanto, talvez estava até de boca aberta, olhando para aquele homem em frente a ela. César estava vestido como um fazendeiro, vestindo calça preta, uma camisa quadriculada, um colete preto e botas, mas o que estava chamando a atenção dela era, o bigode e o cavanhaque, que da ultima vez que ela o viu, ele não tinha.

“Oh meu Deus! Não pode ser! Não! Não! Não pode ser ele!”

Victoria, só lamento, mas é ele sim, aceita logo e não complica.

Ela não conseguia desviar os olhos do rosto dele e vieram as lembranças...

“Em 1999 vai encontrar algo muito importante... Não sei, mas deve levar muito em conta, bigode ou cavanhaque, não sei porque, mas as cartas do taro dizem e vai lembrar muito quando aparecer esse personagem dentro da sua vida.”

— Oh meu Deus! — Dessa vez ela pensou alto, Mejia e César escutaram e ficaram se olhando tentando entender o porque Victoria estava com a expressão de quem viu uma assombração.

— Vicky, tudo bem? — Perguntou Mejia.

““Bigode ou cavanhaque” E esse homem tem os dois, não pode ser ele. O César não pode ser o homem da profecia.”

Mas é ele!

— Você não deveria ter esse bigode. — Ela disse a ele e saiu quase que correndo, deixando eles dois confusos. Enquanto ela quase corria em direção ao camarim improvisado para ela, uma voz dentro da sua cabeça não parava de repetir

“O homem da sua vida terá bigode ou cavanhaque”

“Não! Isso não é possível, esse homem lindo, com esses olhos, essa voz... Ah, essa voz que me faz derreter. Não! Definitivamente não pode ser ele, já passou algum tempo, tudo isso não passa de uma grande coincidência.”

Com o tempo você vai ver que quando se trata de vocês dois, coincidências não existem.

Victoria ficou por um tempo refletindo sobre tudo, mas no final ela sempre terminava na mesma pergunta: “Será que é ele?”

A mente humana é misteriosa, às vezes repetimos tanto uma coisa, ou tentamos tanto nos convencer de algo, que a nossa mente acaba acreditando e assim foi com a Victoria ela conseguiu se convencer que o César não era o homem da profecia, que ele era apenas um amigo e nada mais.

*Flash Back Off*

**********
Ya espere tanto por ti
Lo soñe yo siempre asi

**********

*Dia seguinte, televisa*

Victoria aproveitou que teria uma hora livre e foi ao seu camarim, tomar um banho e descansar um pouco. Deitada no sofá enquanto pensava em tudo que estava acontecendo na vida dela nesses últimos meses, as misturas assustadoras de sentimentos que estavam dentro dela, seus pensamentos voavam até certo cubano, até que alguém batendo na porta a trouxe de volta.

— O que você faz aqui? — Victoria perguntou ao abrir a porta.

— Vim ver meu filho, eu estava aqui na Televisa e me falaram que você o trouxe. — Eugenio Derbez respondeu.

— Você devia avisar antes de vim.

— Avisar para você inventar alguma desculpa, como sempre. — Ele entrou no camarim sem ela permitir.

— Pois então sinto muito, mas o Eduardo não está mais aqui. — Ela disse com calma.

— Não minta, Victoria, eu sou o pai dele e tenho o direito de vê-lo.

— Que pena você lembrar só agora que é pai dele.

Victoria o olhou de forma desafiadora e se manteve firme em frente a ele, sem expressar nenhuma emoção, em nenhum momento ela abaixou a cabeça, ao contrário, de cabeça erguida quis mostrar que ela não tinha medo dele e poderia muito bem enfrentá-lo se fosse preciso.

— Eu não esqueço a nenhum momento, você que não deixa eu me aproximar do meu filho.

— Do MEU filho só se aproxima quem eu quero e ele também, ninguém mais.

— Eu sou o pai e tenho direitos.

— Não venha querer falar de direitos agora, acho melhor você ir. — Ela apontou para a porta.

— Já disse que quero ver o meu filho. — Ele cruzou os braços indicando que não tinha a intenção de ir embora.

— E eu já disse que ele não está aqui, então, por favor, se não tem mais nada a fazer aqui, eu peço que vá embora. — Ela tentou não alterar a voz.

— Não vou embora até ver o meu filho, não vou mais deixar você me afastar dele.

— Eu nunca te afastei dele, você mesmo fez isso.

— Mas agora quero saber quem é esse homem que você está tendo um caso.

Por um momento o coração dela disparou. Como ele descobriu? Quem contou?

— Que homem? — Ela tentou não transparecer a tensão.

— Esse político, que dizem ser seu namorado.

— Ah sim! — Ela suspirou aliviada. — Ele é meu namorado e minha relação com ele não é da sua conta.

— É da minha conta sim, porque você é a minha... — Antes dele completar o que ia dizer, ela o interrompeu.

— Eu não sou nada sua, deixei de ser alguma coisa sua quando você me traiu e eu descobri toda a sua mentira.

— Mas continua sendo a mãe do meu filho.

— Sou e com muito orgulho, José Eduardo é a única coisa boa que você me deu.

— Eu te dei o meu amor também. — Victoria riu com sarcasmo.

— Você deve ter uma maneira muito distorcida do que é o amor.

— Eu te amei da minha maneira.

— Você brincou comigo, eu te amava, eu te amava de uma maneira inexplicável, daria minha vida por ti e em troca você só me usou, nunca teve a coragem de me dizer a verdade, você nunca foi um homem de verdade.

— Eu fui homem sim, talvez mais do que você mereceu, eu te dei tudo e você não deu valor.

— Você só me deu dor e sofrimento, se eu soubesse o que faria com a minha vida, jamais teria permitido você nela.

— Então você se arrepende até do nosso filho?

— Não fale besteiras, jamais me arrependeria do MEU filho.

— Não é o que parece.

— Eu me arrependo de ter deixado você me fazer de idiota, você é um canalha.

— Eu nunca te fiz de idiota, você que fantasiou um conto de fadas que não existiu, você quer um príncipe encantado, só que não existe, você nunca vai encontrar, vai ficar o resto da vida sozinha esperando o homem perfeito aparecer. — Ela andou até a porta e a abriu.

— Se você já disse tudo o que queria, agora vai embora.

— Eu não vou embora até ver o meu filho.

— Ele não está aqui. — Ela gritou.

Nesse momento César entrou no camarim e viu os dois se olhando como se fossem dois leões prontos para o ataque.

— Está acontecendo alguma coisa aqui? — César perguntou.

— Oi César, é só um assunto de família. — Eugenio respondeu.

— Oi Eugenio. — César disse em uma voz alta e séria.

César olhou para Victoria esperando que ela respondesse o que estava acontecendo entre ela e o Eugenio.

— Não aconteceu nada, apenas o Eugenio já está de saída.

— Victoria, você não pode esconder o José Eduardo de mim, se você continuar fazendo isso eu vou tomar questões legais, vou provar que você não tem as mínimas condições de cria-lo, pensa que eu não sei, que ele fica sozinho na sua casa ou que você o traz para ficar trancado aqui.

Victoria avançou para cima do Eugenio com a intenção de golpeá-lo, mas o César foi mais rápido e a segurou.

— Você não se atreva a fazer isso, porque eu te mato. — Victoria gritava. — Eu te mato, Eugenio, se você tentar tirar o meu filho de mim. — No corredor era possível ouvir os gritos dela.

Eugenio ficou parado esboçando um sorriso cínico, enquanto ela tentava se soltar dos braços do César.

— Victoria! — Cesar gritou com ela, que se acalmou.

— Você não teria coragem de tirar o meu filho de mim. — Victoria falou mais calma, quase chorando, César ainda a segurava.

— Ele é meu filho também, tenho todos os direitos e vou procurá-los na justiça.

— Você não pode ser tão horrível assim, querer se vingar dessa maneira.

— Você que quer se vingar de mim, impedindo que eu veja o meu filho.

— Ele é MEU filho. — Ela não aguentou mais e as lágrimas que ela estava segurando desde que o Eugenio tinha entrado ali, escaparam.

Ela deitou sua cabeça no peito do César e começou a chorar, que a abraçou forte.

— Eugenio, como você ver seu filho não está aqui, pelo o que eu saiba hoje não é seu dia de visita, então, por favor, se retire ou eu farei você se retirar.

— Pelo que vejo você é um amigo protetor dessa aí, cuidado que ela vai acabar te destruindo como fez comigo. — Eugenio ironizou.

— Não quero saber dos seus conselhos, saía daqui AGORA! — César gritou.

— Victoria essa conversa não acaba aqui. — Eugenio em um passo apressado saiu do camarim.

Victoria ainda agarrada ao César, chorava.

— Fica calma, ele já foi.

— Ele quer tirar o meu filho, César.

— Ele não vai fazer isso, só estava querendo te assustar.

— Eu não vou aguentar perder o meu filho, prefiro morrer.

— Calma! Eu estou aqui com você e não vou deixar te acontecer nada.

— Mas você ouviu o que ele disse.

— Sim, mas você é uma excelente mãe para o José Eduardo, ninguém vai conseguir tirá-lo de você.

— Cadê o meu filho, César? Onde você o deixou?

— Ele está com o Fernando, está bem, sua assistente me avisou que o Eugenio estava aqui e eu vim ver se você estava bem.

— Você não pode se envolver nisso, se acaso ele descobrir que eu tenho algo com você, aí que ele vai querer tirar o meu filho de mim e vai conseguir.

— Não chore mais, por favor.

César segurou o rosto dela e com o polegar limpou as lágrimas que escorriam.

— Estarei do seu lado mesmo que você não queira. — Ela apenas assentiu com a cabeça.

Victoria roçou os lábios dela aos dele, mas César se afastou.

— O que foi?

— Vicky, você ainda ama o Eugenio? — Victoria ficou surpresa com a pergunta, se afastou dele.

— Porque você pergunta isso?

— Apenas me responda, o que você ainda sente pelo Eugenio?

— Eu sinto nada por ele.

— Pelo o que eu vi aqui isso não é verdade.

— E o que você viu aqui?

— Um homem que consegue te descontrolar.

— Porque eu odeio esse homem. — Victoria respondeu gritando.

— Porque você ama esse homem. — César rebateu.

— Você está enganado, não é esse homem que eu amo.

— Só falta me dizer que ama o seu namorado.

— E se for? — Ela disse, desafiando-o.

Como ele poderia ser tão cego e não saber quem era o homem que ela amava?

— Não acredito em ti.

— Você nunca acredita em mim, para você eu sou uma grande mentirosa, não sei o que ainda faz aqui. — Ela disse, exasperada.

— Você é mentirosa sim, e das piores, pois você não mente para os outros, você tenta mentir para si mesma, você inventa uma versão das coisas na sua cabeça e faz de tudo para acreditar nela, mas não é porque você deseja fazer mal a alguém, você faz isso para se proteger, só que eu de forma absurda e assustadora consigo ver a verdade através dos seus olhos.

— Se você consegue saber o que penso melhor do que eu, então olha nos meus olhos e diz qual verdade você ver neles. — César apenas ficou olhando para ela e não disse nada.

Ele conseguia ver muito bem qual era a verdade que nesse momento estava nos olhos dela, mas por medo ele não conseguia dizer em voz alta.

— Pode entrar. — Victoria disse.

“Pode entrar?!” Então quando ele olhou para o lado e viu uma mulher entrando, entendeu que Victoria estava autorizando a entrada dela.

— O senhor Mejia pediu para avisar que alguns cabos das câmeras não estão funcionando e por esse motivo as gravações estão canceladas até amanhã. — A assistente disse.

— Obrigada, por avisar-nos.

— Obrigado! — César fez um sinal que ela poderia se retirar.

— Com licença. — A mulher se retirou os deixando sozinhos novamente.

— Isso é ótimo, pelo menos vou ficar com o meu filho, ainda estou com saudades dele. — Victoria tentou mudar o rumo da conversa interrompida.

— Vicky, me desculpa pelo o que eu disse.

— Não, tudo bem, talvez você esteja certo.

— Então você ainda ama o Eugenio?

— Talvez você esteja certo sobre eu inventar um lado da história diferente da real. Sou uma grande mentirosa e minto para mim mesma. — Ela concluiu com tristeza.

— Meu amor, por favor, vamos esquecer isso. — César começou a acariciar as mãos dela.

— César, nos meus olhos você só vai ver uma verdade, que desde que você apareceu na minha vida não há espaço para outro homem.

— Na minha vida também não há espaço para outra mulher que não seja você. — Ele disse acariciando o rosto dela.

— Ah, por favor, depois eu que sou a mentirosa aqui.

Victoria virou e foi em direção ao banheiro, mas César a puxou pelo braço e a colou contra o corpo dele.

— Eu não estou mentindo, acredite quando eu digo que você é a única mulher que quero na minha vida, eu só quero você e ninguém mais. — César disse quase sussurrando contra a boca dela.

— Só que isso não é possível, não vamos ficar desejando coisas impossíveis.

— Nós dois não somos impossíveis, se a gente acreditar. — César beijou os lábios dela.

— Você quer que eu acredite que nós dois é possível?

— Quero! — Ela a beijou no queixo. — Enquanto você e eu acreditarmos que tudo isso é possível, poderá acontecer. — Enquanto falava ele desceu os beijos pelo pescoço dela.

— Eu acredito, César, com você ao meu lado eu nunca perderei as esperanças. Enquanto você estiver aqui comigo eu terei esperanças. — Victoria já estava estremecida pelos beijos dele.

— Nós dois juntos somos capazes de fazer tudo ser possível, mas temos que estar juntos nessa luta, estou disposto a lutar por você, minha Victoria.

— Eu também estou disposta a lutar por nós, meu amor. — César sorriu ao ouvi-la.

— Mas eu só não posso lutar contra você, então, por favor, fique do meu lado, não tenha medo de nada, eu vou te proteger, até de você mesma se necessário.

— Eu preciso de você, César.

— Eu também preciso de você, minha vida.

César roçou seus lábios nos dela, em um beijo lento e doce, eles se uniram mais. Os lábios dela eram tão doces que ele desejava devora-los, o beijo se transformou em um apaixonado, feroz. Até que foram diminuindo o ritmo.

— Tenho uma ideia, já que estamos liberados, eu convido você e o seu filho para almoçarem comigo.

— Isso pode ser perigoso.

— Eu almoçar com uma amiga e o seu filho? Prometo que não vou sequestrar vocês.

— Isso é uma pena.

— Mas se você quiser posso sequestrar e sumir com vocês.

— Talvez eu queira.

— Dessa vez não será como aquele sequestro do Eduardo.

— Nem me lembre desse dia, a pior brincadeira que você já fez comigo.

— Eu faria de novo, se a consequência fosse tudo aquilo que vivemos esses últimos dias, os melhores da minha vida.

— Foram os melhores para mim também, eu não queria que tivesse terminado, se eu pudesse viveria para sempre com você ali.

— Quem sabe um dia esse sonho será realizado.

— O que eu mais desejo é que um dia esse nosso sonho vire a nossa realidade.

César voltou a beija-la.

**********
Sin tu amor
No puedo vivir sin ti
Eres mi amor, eres mi vida

**********

César, Victoria e José Eduardo almoçaram juntos, foi uma tarde perfeita, eu poderia dizer em família, brincaram, riram juntos, José Eduardo amava ouvir as histórias que o César contava e Victoria ficava encantada e mais apaixonada observando eles dois juntos, o César se tornava uma criança, um grande meninão. O meninão que conseguiu conquistar a mãe e o filho. José Eduardo estava brincando em uma loja de vídeo games e o casal apaixonado estavam sentados à espera dele.

— César, eu me esqueci de te dizer.

— O que?

— Eu deixei aquele meu cordão que tem um pingente em forma de cruz lá na cabana.

— Não foi só isso que esqueceu.

— E o que mais? Você viu o meu cordão lá?

— Sim, eu trouxe e agora ele é meu.

— Não César, eu preciso desse cordão.

— Será meu como uma lembrança, assim te terei sempre comigo.

Victoria percebeu que realmente ele não iria devolver o cordão e encantava a ideia dele ter algo para ficar lembrando-se dela, através desse cordão ela estaria sempre com ele.

— Você não disse o que mais eu esqueci.

— E nem vou dizer, porque isso também é meu.

 

*Casa Évora*

Vivian chegou de viagem antes do previsto.

— Oi senhora, pensávamos que voltaria só quinta de viagem. — Disse a empregada ao receber ela.

— Não aguentava mais ficar longe de casa, por isso decidi voltar logo.

— Isso é ótimo, essa casa não é a mesma sem a senhora e a menina.

— Cadê o César?

— Saiu cedo para ir trabalhar.

— Então vou tomar um banho e descansar um pouco.

— A senhora precisa de alguma coisa?

— De nada.

Vivian foi até o quarto, ao chegar lá viu uma bolsa de viagem do César.

"Ele ainda não tirou as roupas de dentro da mala"

Ela pegou a mala e começou a tirar as roupas de dentro.

— Fátima! — Ela chamou a empregada e continuou a tirar tudo de dentro da mala.

— Estou aqui, senhora. — A empregada respondeu ao entrar no quarto.

— Você poderia levar essas roupas para a lavandeira. — Fátima se aproximou e recolheu as roupas.

— Só isso?

— Espere, deixa-me olhar esse último bolso.

Vivian colocou a mão no bolso, encontrou algo e puxou viu que era uma calcinha vermelha, quando ela abriu a calcinha, caiu no chão um cordão, ela se abaixou e ajuntou.

— Suponho que essa calcinha não é sua? — Vivian perguntou a empregada.

— Que isso, senhora! Lógico que não.

— Também não é minha, tenho certeza que meu marido não usa calcinha e se usasse teria que ser maior que essa.

— Senhora, eu não sei o que dizer.

— Não diga nada, eu já estava desconfiando, apenas não queria acreditar que ele seria capaz de fazer isso.

— Senhora, acho que ele comprou para lhe presentear.

— Não, Fátima, meu marido tem uma amante, meu maior temor estar acontecendo.

"César tem uma amante"

Vivian jogou o cordão contra a parede.



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