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História Lessons Learned - Run To You


Escrita por: captainbstabler

Notas do Autor


Oi, galeraaaa, perdão pela demora, ok? Ta tudo uma correria por aqui, mas to tentando não demorar demais pra atualizar...

Bom, primeiro queria dizer que a música desse capítulo é run to you da lea michelle (ouçam, serio ela é maravilhosa e se possível vejam a tradução dela também)!!!

E segundo, obrigado pelos comentários e favoritos, vocês são incríveis continuem assim!!!

Boa leitura!

Capítulo 7 - Run To You


Fanfic / Fanfiction Lessons Learned - Run To You

You're beautiful when you look at me

Let's give love another life

Flashback on

Já passava das oito da noite quando Regina entrou na cozinha do apartamento de sua irmã mais velha, Zelena. Há dois meses a ruiva havua se mudado para um apartamento próximo à faculdade para morar com Ruby Luccas, sua namorada, mas as duas só poderiam morar juntas depois que a morena terminasse o ensino médio, que já estava acabando.

Zelena sempre convidava Emma e Regina para jantarem com elas pelo menos duas vezes por semana, elas eram praticamente inseparáveis e se dependesse delas, continuariam assim pelo resto da vida.

– Z, tá maravilhoso esse cheiro – falou a morena entrando na cozinha – O que é isso?

– Macarrão ao molho branco – respondeu sem desviar os olhos da panela.

– Onde está Emma? – Ruby perguntou olhando para a cunhada, que apenas deu de ombros. A morena de mechas sabia que elas não estavam no melhor momento do relacionamento devido à alguns problemas de confiança, mas ela esperava que uma hora ou outra Emma se tocasse antes de fazer algo que fosse se arrepender para o resto da vida.

– Ela me disse que iria jantar em casa, parece que a Bárbara está com visitas em casa ou algo assim – respondeu se sentando na banqueta enquanto observava a irmã cozinhar – Precisa de ajuda, sis?

– Não, fica tranquila – sorriu para a morena – Gina, vou trocar de curso.

– O que? Por que? – perguntou surpresa para a irmã mais velha.

– Não é o que eu quero exatamente – deu de ombros e se virou novamente para ver a morena – Vou começar gastronomia junto com a Ruby ano que vem.

– Meu Deus! – Regina colocou a mão na boca e sorriu alegre – Sis, isso é incrível!

– Você sabe que eu sempre quis abrir um restaurante – Ruby comentou e a morena concordou – Zelena acabou compartilhando do mesmo sonho que eu e vamos arriscar nossa sorte.

– Eu tenho certeza que vocês vão realizar esse sonho – Regina levantou e puxou ambas para um abraço apertado – Eu quero ver as duas felizes e quem sabe depois de alguns anos vocês não me dão um sobrinho ou uma sobrinha?

– Acho que podemos arranjar isso – a ruiva respondeu emocionada, mas logo empurrou a irmã para longe – Desgruda, ou o macarrão vai queimar.

– Já escolheu o vestido para a formatura? – Ruby perguntou olhando diretamente para Regina e ela afirmou com a cabeça – Jura? Eu estou louca atrás de um, mas nada parece certo.

– Eu comecei a procurar no começo do ano – riu e Zelena concordou – Fiquei paranoica com medo não achar nada e comprei um antes das férias de verão, mas não precisei e depois devolvi porque Emma acabou me dando um de presente.

– Você é paranoica, Regina – a ruiva retrucou e a menina revirou os olhos.

– Espero que eu consiga achar um logo, é em menos de um mês a nossa formatura. Eu vou ficar louca!

– Se acalma, Rubs – Regina acariciou o braço da cunhada tentando lhe passar conforto – Você vai achar um.

[...]

– Vamos entrar juntas, não é? – Emma questionou a namorada quando estavam sentadas no refeitório.

– Sim – respondeu a morena sem desviar sua atenção do livro em suas mãos, mesmo que não estivesse lendo absolutamente nada há vários minutos – A não ser que você não queira.

– Não diga bobagens – falou revirando os olhos ignorando totalmente a tensão entre elas – Hoje é o último jogo do campeonato, precisamos vencer aquelas entojadas do centro ou então seremos piadas para sempre. Me recuso a manchar o nome da escola no último minuto do segundo tempo.

– Emma, vocês vão ganhar não se preocupe – Regina disse simpática forçando-se a sorrir, pois apesar de tudo, amava Emma e a apoiaria sempre – Você é a melhor capitã que esse time já teve.

– Contanto que você esteja lá com a sua mini saia e os pom pons – a morena revirou os olhos ao ver o olhar malicioso da namorada – É uma inspiração e tanto sabia? Me faz querer acabar logo o jogo – Emma se aproximou mais de Regina para sussurrar em seu ouvido – para ir para casa e arrancar a sua roupa.

Regina não respondeu, apenas se afundou no banco tentando esconder as bochechas coradas e o coração acelerado. Não precisava nem mencionar o estado que sua calcinha estava depois de tal comentário, afinal, Emma conseguia deixá-la desesperada por seu toque.

– Tão linda quando está corada – murmurou depositando um beijo na bochecha da morena – Vamos, precisamos nos preparar para o jogo do século. Eu vou arrasar hoje.

– Você é tão metida.

– Ugh e você é mandona.

– EMMA! – Ruby gritou correndo até as duas com um sorriso no rosto – Adivinha?

– Não sou vidente, fala logo.

– Otária – murmurou revirando os olhos – Helena quebrou a perna hoje, ela não vai poder jogar então vão substituir ela.

– Ela não é a capitã do time do centro? – Regina questionou e as duas afirmaram com a cabeça.

– Sim, a mesma que me odeia e queria quebrar o meu pescoço no jogo passado – Emma respondeu – O jogo é nosso. Se formos muito sortudas, colocarão a Rebeca como capitã e Deus sabe o quanto aquela garota é sonsa.

[...]

– Você estava incrível hoje – Regina elogiou beijando a namorada – Parabéns, meu amor.

– Foi difícil me concentrar com você fazendo aquelas coreografias de mini saia – a loira respondeu passando um braço por cima dos ombros da morena e beijou o topo de sua cabeça.

As duas olharam para cima após ouvirem um trovão e Regina imediatamente se encolheu.

– Vamos, vou te levar pra casa – Emma disse carinhosamente.

– Meus pais não estão – a menina disse apressando o passo para não pegar chuva.

– Então eu fico com você até eles chegarem. Você não ficar sozinha. Nem agora e nem nunca.

[...]

– Tudo bem! Tudo bem! – Emma disse sorrindo e saindo de dentro do closet. Ruby abriu a boca totalmente chocada enquanto Bárbara encarava a filha com lágrimas nos olhos, pois ela estava divinamente perfeita.

– O que aconteceu com o vestido? – perguntou a morena com mechas vermelhas no cabelo, que agora estava todo ondulado em um penteado perfeito em sua cabeça.

– Troquei – deu de ombros parando para observar o vestido prata que Ruby usava, ele ia até os pés da morena com uma fenda na coxa esquerda e a deixava ainda mais alta do que era – Rub, você está perfeita.

– É verdade, querida – Bárbara Swan disse dando um tapinha no ombro da menina antes de se virar para a filha – Está divina nesse terno, minha princesa.

– Obrigada, mãe.

– Vamos, sua namorada espera por você – Ruby disse segurando Emma pelo braço e carregando-a porta à fora.

– Vossa Majestade não pode ficar esperando.

– É claro que não, Emma Swan! – a loira mais velha ralhou com a filha – E vocês duas precisam fazer uma entrada triunfal e ganhar a coroa de Rei e Rainha. Ou melhor Rainha e Rainha.

– Não, a única Rainha é a Regina – Ruby disse rindo descendo as escadas sem soltar do braço da melhor amiga – A Emma recebe no máximo o título de princesa.

– Cala a boca, sarna.

[...]

– E o Rei e a Rainha desse ano são – o diretor da escola disse no microfone com um sorriso no rosto e o papel em mãos – Bom... A Rainha e a Rainha são... – os gritos já começaram pois só havia um casal de meninas que estava concorrendo ao prêmio e todos sabiam quem eram – Emma Swan e Regina Mills!

Emma beijou a namorada com todo o amor que possuía em si e olhou em seus olhos castanhos e brilhantes. Amava a morena, amava-a com todo seu coração e havia jurado à si mesma que jamais a decepcionaria, não importaria a situação, estaria ao lado de Regina para todo o sempre.

Talvez fosse uma promessa estúpida de se fazer, pois não há como saber o dia de amanhã, mas Emma tinha certeza que faria de tudo para fazer essa garota feliz. A garota que fez seu coração parar de bater assim que a viu descer as escadas da mansão Mills com seu vestido preto, rendado no busto e totalmente liso da cintura para baixo. O vestido que marcava perfeitamente o corpo latino acentuado que a morena possuía e deixava Emma Swan completamente louca. Amava Regina, a amou desde o momento que esbarrou com ela no corredor e ouviu aquele maldito insulto sobre seu cachecol amarelo horroroso que ela dizia odiar, mas que ficava guardado junto com todos os presentes e cartas que ganhava da loira.

As duas subiram no palco de mãos dadas ouvindo aplausos e assovios de todos seus colegas, flores eram jogadas em cima do palco e antes que Regina pudesse dizer qualquer coisa, um piano apareceu atrás da cortina azul e a morena sorriu para Emma, sabia que tinha dedo dela no meio e quando viu o sorriso maroto nos lábios da namorada, suas suspeitas foram confirmadas. Uma garota ruiva cheia de sardas se aproximou com uma almofada vermelha em mais e duas belíssimas coroas, o diretor depositou-as na cabeça de suas alunas e sorriu parabenizando-as.

– Regina, nos dará a honra de ouvi-la tocar? – ele perguntou no microfone e Emma apertou sua mão mostrando-lhe apoio e ela afirmou com a cabeça – Muito bem, pessoal, Regina Mills, a melhor pianista da escola!

A morena se sentou em frente ao piano enquanto Emma se posicionava atrás dela com as mãos em seus ombros, era assim que elas ficavam na maioria das vezes que Regina tocava. Quando não estava ensinando a loira à tocar, é claro.

– Qual música, meu amor?

Regina não respondeu apenas se concentrou na melodia que vinha em sua cabeça e começou a tocar com seus olhos fechados. Era linda, e Emma se encontrou sorrindo ainda mais apaixonada pelo talento da namorada.

– ‘Cause you'll be safe in these arms of mine – o refrão era perfeito e a voz da morena também, sem nunca errar uma nota em seu instrumento favorito. Emma acariciou sua pele em seus ombros e Regina sorriu com lágrima nos olhos – Just call my name on the edge of the night. And, I'll run to you, I'll run to you...

Flashback off

– Aqui, meninas – Granny disse aparecendo na sala com uma xícara em cada mão – Chá para as duas.

– Obrigada, Granny – Emma agradeceu sincera e voltou sua atenção para a morena encolhida no sofá enrolada em um cobertor cinza – Regina, toma aqui, você vai se sentir melhor.

A morena se levantou devagar, ajeitando o cobertor em seus ombros e pegou a xícara quente com cuidado, evitando ao máximo fazer contato visual com a loira ao seu lado. Era um tanto constrangedor para as duas, e também fora do comum, pois nenhuma delas estavam acostumadas com essa intimidade. Ou melhor, haviam desaprendido a ficarem confortáveis na presença uma da outra.

– Obrigada – murmurou após alguns segundos tentando se adaptar à temperatura do chá para que não se queimasse.

As velas não faziam um ótimo trabalho iluminando a sala, mas era o que tinha para que não ficasse totalmente escuro e com a tempestade do lado de fora era melhor que houvesse o máximo de luz possível. Emma rezava para que a chuva acabasse logo para que ela pudesse voltar correndo para casa e se esconder, afinal, sempre fora boa nessa parte de correr para longe dos problemas, mas no momento essa não era realmente uma opção.

As duas permaneceram sentadas em silêncio durante muito tempo, os trovões e relâmpagos haviam parado, mas a chuva continuava intensa e sem previsão de parar. Regina, se ela fosse honesta consigo mesma, não queria que a tempestade parasse mesmo com todos seus medos infundados, pois dessa maneira poderia aproveitar esse lado de Emma Swan que há anos esquecera, poderia pelo menos por um curto período de tempo esquecer de tudo o que havia acontecido entre elas e fingir que estava tudo bem. Mesmo que não estivesse.

– Há um quarto de hóspedes – falou quebrando o silêncio e Emma a olhou surpresa, de todas as coisas que imaginava que Regina fosse falar, essa com certeza não é uma delas – Não precisa me olhar surpresa, não é por que eu te odeio que quero que morra em um acidente na chuva.

Ok, talvez ela merecesse essa, mas não significava que não doía ouvir. Eram tão sinceras as palavras que Emma não podia fazer nada além de concordar com a cabeça, afinal, o que ela poderia dizer?

– Obrigada – disse desejando desaparecer da face da terra.

– E se você me chamar de Gina mais uma vez – a morena ameaçou entredentes olhando diretamente nos olhos verde de Swan, mas não precisou terminar a frase para que ela entendesse.

– Não vai acontecer novamente.

– Espero que não – murmurou encarando uma das velas à sua frente.

– Meninas – Granny chamou de repente, completamente alheia à tensão entre as mulheres – Estou indo para o meu quarto, já que não há meios para que eu vá para casa.

– Tudo bem, Granny – Regina sorriu amavelmente para a senhora, que retribuiu na mesma intensidade.

– Ok, boa noite, garotas.

A senhora seguiu para a cozinha, já que seu quarto era depois da cozinha e desapareceu, deixando as duas sozinhas para lidar com seus problemas. Mas é claro que nenhuma delas queria lidar com estes problemas, ambas preferiam apenas ignorar e fingir que eles não existiam. Afinal, não é o que todos fazem?

– Regina – Emma começou, mas de repente perdera totalmente a coragem para falar qualquer coisa e a morena sequer havia se movido, se ela ouviu, não se importou em responder.

O silêncio se instalou novamente e estava se tornando insuportável para ambas as mulheres, mas nenhuma das duas tinha coragem o suficiente para se levantarem e se esconderem em seus respectivos quartos.

– Ruby se casou com a minha irmã – Regina contou em um tom neutro, poderia se dizer até mesmo frio e impassível, mas Swan não se importou, pois pelo menos ela estava falando – As duas moram na Espanha e têm uma rede de restaurantes.

– Eu sempre soube que elas viveriam felizes para sempre – comentou com um risada fraca, até mesmo triste – E que também conseguiriam realizar esse sonho. Elas merecem – murmurou e olhou para a morena – Por que está me contando isso?

– Ruby era sua melhor amiga – falou em um suspiro ainda encarando a vela como se ela fosse a coisa mais interessante do mundo – Achei que deveria saber.

– Obrigada por isso, sempre desejei o melhor para ela – disse olhando para a morena que mais parecia uma estátua, se seu peito não estivesse constantemente se movendo para cima e para baixo, Emma com certeza acharia que ela era apenas uma estátua de mármore – E... e elas... estão felizes?

– Bastante – a morena esboçou um sorriso lembrando da notícia que havia recebido no dia anterior – Elas adotaram uma menina.

– É sério? – questionou empolgada e a advogada concordou com a cabeça retribuindo o sorriso.

– Sim, a Robyn – falou – Ela tem dez anos.

– Parabéns pela sobrinha – disse realmente feliz pelas duas mulheres que um dia foram suas melhores amigas.

– Obrigada.

Para impedir que o silêncio se instalasse novamente e as duas perdessem esse momento único, Emma tentou puxar assunto sobre a única coisa que as duas tinham em comum.

– Quando as crianças voltam?

– No domingo à noite – respondeu – Foram visitar a avó.

– Ela mora onde?

– Inglaterra – disse dando de ombros – Foi pra lá que eu fui quando...

– É, eu sei – interrompeu em um tom triste e respirou fundo, esse não era um assunto que elas estavam prontas para discutir ainda, talvez nunca estivessem, mas Emma faria o possível para entrar nos termos da morena, nem que seja para terem pelo menos uma relação amigável – Regina, eu...

– Eu sei e não precisa. Eu não quero ouvir desculpas, Emma, eu não preciso de desculpas. Você fez a sua escolha há dezoito anos e nós duas tivemos que lidar com as consequências.

– Eu sei – falou arfando – Só estou cansada disso entre a gente.

– Não há nada entre a gente – rebateu irritada.

– Há sim, Regina, mas não precisa ficar defensiva. O que eu quero dizer é esse clima horrível e pesado, nós somos adultas – falou exasperada – Vamos agir como se você não me odiasse pelo menos na frente da Malia, já que você não quer que ela saiba que nos conhecemos. E ela não merece presenciar mais brigas.

– Eu vou fingir que eu não ouvi essa última parte – murmurou desviando o olhar e tentando controlar a raiva que estava crescendo em seu peito, sabia que Emma estava certa em falar sobre Malia, afinal, ela presenciava muitas brigas entre os pais e nenhuma criança deveria passar por isso. Nem Malia e nem Henry – Mas eu acho que consigo ser... cordial.

– Uau, grande progresso – a loira revirou os olhos e Regina levantou do sofá de uma vez.

– Não força. Eu estou fazendo isso pelo bem da minha filha, não tem nada a ver com você e com as suas vontades – talvez ela tivesse tido a vontade de aproveitar a companhia de Emma alguns momentos antes, mas havia passado e agora ela estava se irritando cada vez com a presença da loira – Eu estou indo dormir, há um banheiro no quarto de hóspedes. Sobe as escadas, segunda porta à esquerda.

Regina se virou e seguiu até as escadas em passos apressados, não aguentava ficar mais um segundo olhando para Emma Swan, mas parou no meio do caminho e olhou para a loira com uma certa raiva nos olhos que fez a professora se arrepiar.

– Espero que já tenha ido embora quando eu acordar amanhã – disse e sumiu escada à cima. Não precisava ser cordial, Malia não estava presente e o que os olhos não veem o coração não sente, não é?

[...]

Henry entrou correndo na cozinha como se sua vida estivesse em perigo, mas Maria Colter sabia bem o motivo da correria toda e era por causa do cheiro dos bolinhos de chocolate recém assados. Ela sorriu carinhosamente para o neto e acariciou seus cabelos castanhos, ele se assemelhava tanto a Daniel quando tinha essa idade e o coração da senhora se partiu de saudade de quando seu precioso filho ainda era um bebê. Mas agora ele já estava crescido, e havia se tornado um homem totalmente diferente do que ela esperava, infelizmente.

– Cuidado, querido, ainda estão quentes – ela disse com um sorriso e seus olhos azuis brilhando. A família Colter era conhecida por seus belíssimos olhos cor de mar.

– Tudo bem, vovó – o menino disse e pegou um bolinho mesmo assim – Papai vai vir nos visitar hoje?

– Creio que não, meu amor – a mulher mais velha sorriu triste, apesar de todos os seus esforços para fazer do filho um homem bom e honrado, a convivência com Damien Colter não fez nada bem para seu caráter. Maria se divorciara do pai de Daniel logo após ele nascer, mas o garoto logo seguiu os passos do pai e não havia nada que ela poderia fazer – Seu pai está ocupado.

– Ele sempre está – murmurou Malia entrando na cozinha extremamente mal humorada, amava a avó, mas preferia estar em casa tendo suas aulas de piano com Emma. A menina se sentou na banqueta e ficou observando a avó – Não sei porque ele insiste em querer passar o tempo com a gente, sendo que na verdade ele só nos larga com o pai dele e finge que a gente não existe.

– Malia...

– Vó, é verdade – rebateu – Eu nem sequer consigo chamar o Damien de avô.

– Nem eu, ele me dá arrepios – Henry comentou olhando para baixo – Vovó porque a senhora não mora na América com a gente?

– Oh, meu querido, porque a vovó ama esse lugar – disse acariciando as bochechas do menino e viu a neta sorrir – Eu sei que vocês também amam e preferiam não terem saído da Inglaterra, mas vocês precisam entender, já estava mais que na hora da mãe de vocês voltar para casa. Ela não pertencia a este lugar, nunca pertenceu.

– E por que ela veio? – Malia questionou. Perguntara a mesma coisa à Regina várias vezes, mas a resposta era sempre a mesma: “eu precisava me reencontrar”, como se isso respondesse alguma coisa – Ela sempre dizia que ela se mudou pra cá porque precisava se reencontrar.

– De fato, mas eu não acho que ela tenha conseguido isso aqui – respondeu escondendo bem no fundo de sua alma a tristeza que sentia ao dizer estas palavras – Ela encontrou muitas coisas aqui, em uma delas, vocês dois vieram, mas nunca foi o que ela estava procurando.

– E o que ela estava procurando? – Lia perguntou extremamente interessada, pois não sabia praticamente nada sobre o passado da própria mãe e isso a incomodava, tentou perguntou à Cora, sua outra avó, mas ela dizia que a única que poderia prover respostas era Regina, mas a morena nunca foi muito a favor de compartilhar seu passado. Malia sabia também que, além de Zelena, Ruby também conhecia a morena muito bem e desde do colégio, mas nenhuma das duas diziam muita coisa.

– Uma coisa impossível de se encontrar – respondeu a mais velha – Uma cura para um coração partido.

Malia se calou por um momento, pensando seriamente no significado das palavras de Maria Colter. Quem seria a pessoa que magoara tanto sua mãe para que ela mudasse para outro país e só voltasse depois de dezoito anos? Talvez nunca tivesse voltado se não fosse pelo problema de saúde do patriarca Mills, o homem que Regina amava e idolatrava, seu pai e seu herói. Se ele não tivesse infartado e ficado doente, talvez ela ainda estivesse morando na Inglaterra.

– Quem? Quem fez isso? E por que ela não fala sobre o passado? – a menina perguntou tudo de uma vez, desesperada para tentar entender um pouco mais a própria mãe, pois sabia que se fosse verdade o que Maria estava dizendo, talvez Regina nunca se curou por completo e por isso continua infeliz, somando mais um casamento fadado ao fracasso resultou em uma mulher amarga e totalmente desprovida de felicidade. E tudo o que Malia queria para Regina era que ela fosse feliz, pois ela merecia mais do que qualquer outra pessoa nesse mundo.

– Isso, minha criança, somente sua mãe pode lhe responder – Maria disse com um sorriso reconfortante e a menina arfou irritada.

– Vó... – Lia falou depois de vários segundos de silêncio. Henry sequer prestava atenção no que as duas estavam conversando, para ele os bolinhos de chocolate eram mais importantes do que conversas aleatórias de mulheres – Minha mãe... ela tocava piano quando morava aqui?

– Oh... – Maria pareceu perdida em algumas memórias durante algum tempo e Malia não ousou interrompê-la em momento algum – Quando eu conheci a sua mãe, ela já estava grávida de você, criança. E há muito tempo ela já não tocava mais aquele belo instrumento.

– Por que? – novamente Maria sorriu para a neta e ela entendeu – Só ela para me responder, mas... A senhora sabe o por que, não sabe?

– Sei – afirmou – Sua mãe ficou morando aqui no início da gravidez e Daniel trabalhava muito para poder sustentar você e ela – contou – Quando ela descobriu que estava grávida e contou ao seu pai, ela nunca quis se casar, queria apenas que ele a ajudasse a criar você para que você não crescesse sem um pai, mas Damien não aceitou e obrigou os dois a se casarem – suspirou antes de continuar, não gostava dessa história pois sabia que a mais prejudicada disso tudo havia sido Regina e Maria amava a mulher como se fosse sua própria filha – Então Regina passou a ficar junto comigo, em partes porque eu sempre morei sozinha nessa casa enorme e também porque ela mesma não queria ficar sozinha e ao longo do tempo ela foi se abrindo. Ela estava na Inglaterra há quatro anos e trabalhava duro para ter o próprio sucesso, mas o casamento com Daniel só a atrasou. Sua mãe não era feliz aqui, nunca foi e o casamento apenas piorou, mas não entenda mal, querida, ela te amou desde o primeiro momento em que descobriu que você existia – Malia sorriu para a avó e limpou o canto dos olhos onde algumas lágrimas teimosas insistiam em escorrer – E quanto ao piano, ele foi uma parte muito importante e significativa para sua mãe.

– E por que ela parou de tocar?

– Justamente por ser importante e significativo demais para ela – respondeu e Malia, mesmo sem entender completamente o que a avó queria dizer com isso, aceitou a resposta e se calou.

[...]

Como vocês estão, amores da minha vida? – Regina perguntou com um sorriso emocionado vendo o rosto dos filhos através da tela do computador, e fazia apenas um dia que eles estavam longe.

– A gente tá bem, mamãe – Henry respondeu animado – Vovó fez bolinhos de chocolate, daqueles que você adora e eu comi um montão. Mamãe, tava uma delícia, é sério e ela disse que amanhã vai levar a gente no museu e depois vamos no cinema.

– Ele não para de falar sobre isso um segundo – Maria interrompeu beijando a cabeça do neto – Como você está, minha querida?

Bem, Maria. Caminhando na direção certa – respondeu, mas a senhora conseguia ver através de todas as camadas grossas em torno da morena – Não se preocupe.

Antes que Maria pudesse retrucar, mesmo sabendo que não deveria pelos netos estarem perto, Malia colocou a cara na frente da câmera.

– Mãe, a senhora avisou a Emma ontem que nós havíamos viajado , não é? – a menina perguntou e imediatamente Maria Colter olhou para Regina com o cenho franzido e ficou ainda mais desconfiada quando a morena se remexeu desconfortável.

Eu esqueci, querida, mas não se preocupe, ela veio ontem e eu expliquei a situação – respondeu sincera e a menina concordou.

– Quem é Emma? – Maria perguntou ignorando o olhar que Regina lhe lançava.

– Minha professora de piano, Emma Swan – respondeu fazendo a senhora arquear as sobrancelhas na direção da advogada – Ela é muito boa.

– Emma Swan? Interessante – comentou concordando com a cabeça – Regina, depois nós duas conversamos, ok? E Malia, depois que terminar essa ligação talvez você possa me contar mais sobre essas suas aulas de... piano. E sobre essa... Emma Swan.

Even if it's gonna break me love

I'm gonna make my way to you


Notas Finais


Então, galera, o que acharam?????

Comentem aí e até a próxima!!


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