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História Lessons Learned - Certain Things


Escrita por: captainbstabler

Notas do Autor


Demorei mas voltei como semprekkkkkk socorro

Então a música desse cap é certain things, escutem por favor!!!!

Beijinho pra Samanta e te vejo depois amanhã, meu bem 😘❤

Capítulo 10 - Certain Things


Fanfic / Fanfiction Lessons Learned - Certain Things

And you keep coming back, coming back again

Flashback on

Emma estava com pressa, tudo precisava ser perfeito, nada podia ficar fora de ordem. Era a noite perfeita para a data perfeita. A loira olhou ao redor e sorriu satisfeita com seu trabalho (obviamente, ela não havia feito sozinha, já que o jantar fora preparado inteiramente por Bárbara e o resto organizado com a ajuda dos amigos).

– Aqui está tudo pronto, querida – a mãe da menina apareceu no quintal e beijou a testa da filha – Está nervosa?

– Um pouco – secou o suor das mãos na calça jeans – Você e o papai já estão indo?

– Sim, estamos de saída – afirmou – Cora e Henry já estão à caminho, deixarão ela aqui e nos encontrarão lá.

– Ok – Emma concordou com a cabeça e se virou para olhar a mesa no meio do quintal rodeada por velas e alguns vasos de flores que Ruby havia comprado – Será que ela vai gostar?

– É claro que vai, aquela menina é totalmente apaixonada por você. Tudo o que você fizer pra ela, ela vai amar – Bárbara deu mais um beijo na testa da filha antes de ir encontrar o marido – Estamos indo, se cuidem.

– Não faça nada que eu não faria – Frank disse beijando o topo da cabeça da menina e Emma revirou os olhos rindo.

– Vão logo – resmungou com um sorriso no rosto e os dois desapareceram dentro da casa.

Bárbara, Frank, Cora e Henry haviam combinado de passar uma noite fora aproveitando a noite dos adultos enquanto Emma e Regina comemoravam sozinhas o aniversário de um ano de namoro. Emma havia planejado a surpresa perfeita, já que a namorada pensava que elas iriam apenas passar a noite vendo filmes juntas. Swan sorriu e correu escada à cima para tomar um banho, estava mais do que atrasada e Regina poderia chegar a qualquer momento.

– Vamos, Swan, deixe de ser medrosa – murmurou a loira enquanto passava o pente em seus fios loiros – Ela vai chegar e vai dar tudo certo. Se acalma.

Emma respirou fundo e deixou o pente em cima da penteadeira se olhando mais um vez no espelho antes de sair do quarto. Precisava lembrar de agradecer Ruby por ter lhe ajudado a escolher a calça preta com a blusa de flanela para usar, caso contrário usaria o mesmo jeans e regata de sempre. Até um tênis novo a morena havia forçado Swan a comprar para que ela não usasse aquelas malditas botas que Regina odiava.

Dez minutos depois, Emma ouviu a campainha tocar e se segurou para não descer as escadas correndo e correr o risco de quebrar o pescoço nos degraus no dia de seu aniversário de namoro. Seria um belo presente para a morena caso isso acontecesse.

Assim que Swan abriu a porta, seu queixo caiu com a visão que teve. Regina estava parada na porta com um vestido vermelho vinho que ia até a metade de suas coxas e uma botinha preta com dias correntinhas pratas penduradas em cada uma. Ela era a personificação da palavra perfeição e a única coisa que Emma conseguia fazer era olhá-la de boca aberta.

– Não vai me convidar pra entrar? – perguntou Regina tentando esconder a vermelhidão de suas bochechas pelo olhar de pura admiração de Emma.

– Eu deveria ligar pra polícia – respondeu abrindo espaço para que a namorada passasse – Deveria ser crime você ser tão perfeita assim.

– Idiota – murmurou rindo e Emma depositou um selinho leve nos lábios marcados pelo batom vermelho.

– Se prepare para a melhor noite da sua vida – a loira disse pegando na mão da menina e levando-a na direção do quintal. Seu coração batia forte no peito e sua insegurança estava elevadíssima com medo de que a morena pudesse não gostar da surpresa, ou que algo desse errado.

Mas todas essas ideias caíram por terra assim que Emma viu o sorriso estampado no rosto da namorada. Seus olhos negros brilhavam incessantemente enquanto absorviam a imagem do quintal, que Emma precisava admitir, estava perfeito. As velas todas posicionadas perfeitamente, os vasos de flores brancas e vermelhas combinando com a toalha de mesa e também a luz da lua para dar um efeito ainda melhor.

– O que achou? – murmurou a loira no ouvido de Regina.

– Está... incrível – respondeu totalmente maravilhada. Regina nunca havia se sentido tão amada em toda sua vida, era simplesmente uma coisa que apenas Emma conseguia fazer e ninguém mais.

Emma levou a namorada até a mesa e ainda puxou a cadeira para que ela pudesse se sentar, não deixando de notar o fato de que Regina corava a cada gesto. As duas jantaram calmamente, na maior paetê do tempo em um silêncio extremamente confortável e agradável entre elas, uma vez ou outra uma delas faria algum comentário, mas logo o silêncio retornava fazendo ambas as meninas apenas apreciarem a companhia uma dá outra.

– Eu tenho um presente – disse a loira quando elas terminaram de comer. Regina sorriu envergonhada quando a namorada se levantou e estendeu a mão para que ela pegasse – Você sabe que desde que eu te conheci, só tenho olhos pra ti. Desde o começo eu sabia que você seria a dona do meu coração eternamente e que eu pertenceria à você pelo resto das nossas vidas – Emma respirou fundo e puxou uma caixinha do bolso fazendo a morena sorrir com lágrimas nos olhos – São dois colares, um para você e o outro para mim. Eles simbolizam os nossos nomes, por isso é em formato de um cisne coroado. Enquanto você tiver este colar, você pertencerá à mim e enquanto eu estiver com este aqui, sempre pertencerei a você. Não importa quanto tempo passe, se ainda tivermos estes colares, pertenceremos uma à outra.

Regina não tinha palavras, havia ficado muda de emoção. Um nó estava preso em sua garganta, queria dizer tantas coisas para a namorada mas simplesmente não conseguia formar nenhuma frase coerente para sequer agradecer a namorada que tinha. Seu coração batia forte no peito praticamente gritando o nome de Emma, cada fio de cabelo em sua cabeça, cada célula em seu corpo gritava por Emma Swan. Regina sabia que nunca em sua vida inteira havia amado alguém como amava a loira e provavelmente jamais amaria, o sentimento era gigantesco e as vezes parecia que ia faze-la explodir.

Para Emma, era surreal ver o amor e a devoção estampado nos olhos da morena, como se o mundo inteiro não importasse, apenas Emma e ela, ninguém mais. Era um mundo apenas delas, uma bolha onde somente as duas poderiam viver e o lado de fora em nada pudesse interferir. O peito de Regina doía só de pensar em viver sem Emma Swan, a garota que poderia destrui-la com muita facilidade se assim desejasse. Regina rezava para que isso jamais acontecesse, sabia que a dor seria insuportável e não conseguiria viver com tanto sofrimento.

Flashback off

Regina ficou observando Malia subir as escadas e lembrando de quando havia ganhado o colar. Lembrava também de cada palavra que Emma havia lhe dito naquela noite e se recusava a imaginar o que poderia significar a loira ainda guardar aquele pequeno objeto que carregava tanto significado para ambas as mulheres.

Não significa nada, você também guarda o colar, mas isso não quer dizer nada. Nada. É isso que ela é pra você. Nada.

A morena balançou a cabeça espantando todos os pensamentos de sua cabeça, era perigoso demais essa linha de raciocínio e ela realmente não queria de preocupar com isso. O furacão Emma Swan seria passageiro e logo logo a família Mills poderia respirar aliviada.

Regina voltou para a cozinha para finalizar o jantar, afinal, seu estômago estava implorando por comida e a morena tinha certeza que os filhos não estavam muito diferentes. Respirou fundo e voltou sua atenção para as panelas, que sempre foram uma forma de acalmá-la. Cozinhar era terapêutico para Regina e ela mergulhava fundo em tudo o que fazia para que não pensasse em nenhuma outra coisa.

– Nossa, mamãe, tá muito cheiroso – Henry disse entrando na cozinha com um sorriso no rosto e a advogada apenas riu balançando a cabeça.

– Está quase pronto, meu amor – falou beijando o topo da cabeça do menino – Vá chamar a Lia para pôr a mesa.

– Ta bom.

Assim que os dois retornaram à cozinha, Regina já havia desligado o fogo e já estava levando tudo para a mesa. Os três se sentaram e começaram a comer com Henry falando sobre a viagem para Malia, que escutava tudo com um sorriso no rosto e dando total atenção ao irmão mais novo. Regina preferiu se manter calada e apenas observar a interação dos filhos, que eram extremamente unidos. Mas seus pensamentos estavam longe, mais especificamente em uma loira de olhos verdes que insistia em bagunçar sua vida toda vez que aparecia.

Era um absurdo que Regina ainda ficasse abalada com a aparição de Emma. 18 anos é tempo o suficiente para fazer uma paixãozinha adolescente desaparecer.

Mas não foi apenas uma paixãozinha adolescente e você sabe disso.

– Mãe, fala pra ele que nós não podemos ir no zoológico agora – Lia disse interrompendo a divagação da morena, que olhou para a menina com cara de confusa – Nossa, mãe, em que mundo a senhora está?

– Desculpe, querida, estou apenas cansada – murmurou empurrando o prato para frente – Venham comigo.

Os dois irmãos se entreolharam, mas nada disseram, apenas se levantaram e seguiram a mãe que, para a surpresa de ambos – principalmente da mais velha –, entrou na sala de música. Malia observou a mãe caminhar até o piano e se sentar de frente para ele. O coração da menina bateu acelerado só se pensar que finalmente veria a morena tocar em seu precioso piano, já que da primeira vez Regina não fazia ideia que a menina estava assistindo.

– Faz muitos anos que eu não toco piano – falou após limpar a garganta enquanto Malia e Henry sentavam-se ao seu lado – Posso tocar pra vocês? – os dois assentiram rapidamente e Regina sorriu com a pressa que ambos estavam para ouvi-la tocar.

A morena começou a dedilhar as teclas calmamente, se acostumando com o instrumento que há tanto tempo sequer chegava perto. Pelo menos, não com ninguém assistindo-a. Ainda estava decidindo que música tocaria, mas não demorou para aparecer em sua mente uma música que estava escutando muito ultimamente, mesmo se recusando a admitir para si própria que era porque a música lembrava de Emma.

– Eu conheço essa música – Lia disse sorrindo quando reconheceu a melodia.

Something about you, it's like a addiction hit me with your best shot, honey – a morena cantou olhando para os filhos com um sorriso emocionado, a cada nota que tocava era como se um peso estivesse sido retirado de seus ombros, de livrando aos poucos de cada fantasma que lhe assombrava – Cause some things hurt and you're my only virtue. And I'm virtually yours – Henry encostou a cabeça no ombro da mãe, fechando os olhos logo em seguida para aproveitar mais intensamente a voz melódica da mulher que tinha um talento absurdo para a música. Malia havia visto e ouvido a mãe tocar uma vez, mas nada se comparava ao vê-la tocar de pertinho e ciente de estar sendo assistida – And there’s certain things that I adore. And there’s certain things that I ignore.

But I'm certain that I’m yours – Malia cantou se juntando a mãe no refrão e Henry riu alegre ao ver as duas mulheres que ele mais amava cantarem juntas. O menino nunca foi muito fã de instrumentos musicais, mas ele adorava ouvir e se divertia sempre.

There's something about you it's when you get angry you have me at your mercy; and you’re like a shoulder to turn to – Regina sorriu para a filha totalmente orgulhosa da grande mulher que ela estava se tornando, assim como Henry já era um rapazinho que a enchia de orgulho também – If some things burn that's when we're hanging on for this life.

As duas continuaram a cantar e logo Regina abriu espaço para que Malia tocasse junto com ela e a menina foi mais que rápida para entrar no ritmo da mãe. Era a primeira vez que Lia via Regina tocar tão de perto e fora ainda mais emocionante tocar

As duas continuaram tocando e cantando e até Henry as vezes completava as letras que ele conhecia. Um momento entrei os três que Regina não tinha há anos e podia até sentir seu peito mais leve só por estar ao lado dos filhos fazendo algo que há muito não fazia. A morena parou de cantar por um momento e deixou apenas que os dois cantassem de olhos fechados, tomando um tempo para admirar as duas obras primas que haviam saído de dentro dela. Era até difícil de acreditar que ela havia gerado dois seres humanos tão perfeitos.

Malia parou o canto assim que a música acabou e abraçou a mãe com força, esquecendo-se de todos ia problemas que a família Mills estava passando. Esquecendo que ainda estava magoada com a mãe pela mudança repentina de país e também esquecendo sobre o casamento arruinado de seus pais. Henry abraçou a morena pelo outro lado e os três permaneceram ali na sala de música por longos minutos abraçados e aproveitando o conforto e calor que estavam oferecendo.

– Mãe – Lia começou em uma voz fina e relutante, sem levantar a cabeça que estava escorada no peito da morena – Por que a senhora parou de tocar?

A pergunta que mais assustava Regina era essa. Por que ela havia parado de tocar? Uma coisa que ela nunca soube responder em voz alta, mas tinha bem claro em sua mente a resposta para aquela pergunta. Porque o piano era uma fonte para memórias que Regina não queria reviver, memórias de noites após o jantar com uma taça de vinho e um violão, sorriso bobos e uma voz melodiosa de uma loira de olhos verdes. Memórias que cortavam mais fundo que uma faca extremamente afiada. Memórias essas que Regina Mills jurou que jamais teria acesso à elas, que as fez ficarem guardadas no mais profundo de sua mente, bloqueando qualquer coisa que fizesse o mínimo de esforço para trazê-las a tona. Mas aparentemente ela não havia bloqueado com força o suficiente, pois agora só conseguia lembrar de todas aquelas noites felizes. Ou que ela achara que eram felizes, pois todas elas não passaram de mentiras.

– Um dia, Malia, um dia eu conto – falou em um suspiro esboçando um sorriso triste no rosto – Mas prometo que tocarei sempre que vocês quiserem.

– Sim, mamãe! – comemorou Henry, animado com a ideia de ter mais momentos com a mãe e a irmã juntas cantando e tocando durante as noites.

Essas eram memórias que Regina iria guardar para sempre em seu coração. Dessas noites com piano e cantoria, com filhos e muitas risadas. Sem loiras e violões, sem sorrisos bobos e olhares apaixonados.

É, talvez com isso ela poderia viver.

– Ah, eu conheci a mãe da Emma – Malia comentou fazendo Regina encará-la imediatamente – Foi estranho.

– Por que estranho?

– Ela se assustou comigo e depois ficou me olhando engraçado – deu de ombros – Se bem que a Emma reagiu assim também.

Regina se calou e deixou que Malia continuasse contando sobre os dias que passara com Swan. Era óbvio que Bárbara havia notado a semelhança entre Malia e ela, mas teria Emma comentado algo ou explicado que trabalhava para Mills? Bárbara surtaria. Cora surtaria. Bárbara e Cora juntas surtando.

A morena balançou a cabeça espantando todos os pensamentos sobre a ex sogra e mandou os filhos irem escovarem os dentes e irem para cama, já estava super tarde.

[...]

– A senhora tem certeza disso? – Regina perguntou com o telefone preso entre a orelha e o ombro enquanto tentava colocar o sapato no pé. Tinha uma audiência de emergência com um dos juízes e o promotor e não poderia se atrasar, por isso havia pedido para que Cora buscasse os netos para passar o fim de semana (a ideia fora inteiramente das crianças) – Eu não quero eles fazendo bagunça e o papai...

Seu pai está ótimo e quer passar uns dias com os netos. Deixe de ser songa monga, Regina – ralhou a mais velha e a morena revirou os olhos – Está pior que a Zelena. Aquela lá nem casada e com uma filha deixa de ser sonsa.

– A senhora sabe que é das suas filhas que está falando, não sabe? – debochou e escutou Cora bufando do outro lado da linha – Ok, ok. Mande um táxi buscar eles, sei que a senhora não pode sair e eu não tenho como levar os dois até aí. Já estou atrasada.

Cadê aquele energúmeno que um dia você chamou de marido? Para alguma coisa ele tem que prestar, minha filha. Nem que seja para trazer os seus filhos até aqui.

– Mamãe, a senhora sabe que Daniel não pisava na sua casa nem quando éramos casados – falou rindo. Regina pegou sua bolsa em cima da cama e logo já estava descendo as escadas.

Encontrou os filhos na sala de jantar, Henry pintando seus desenhos de animais e Malia jogando no celular. A morena sorriu com a cena, pois mesmo que estivessem em silêncio, os dois sempre estavam juntos.

Isso é porque ele era um traste, Regina – comentou Cora e Regina podia jurar que ouviu o rolar de olhos da mulher – Era não, ele ainda é. Continua vivo, infelizmente.

– Mamãe!

Não se faça de besta, eu sei que você tem vontade de passar por cima dele com o seu carro – falou rindo e a Mills mais nova só conseguiu balançar a cabeça, pois, infelizmente, Cora estava certa como sempre – Corta esse dedo, ele é podre pra escolher marido.

– E mulher também – murmurou entredentes, mas Cora não ouviu. Ou ouviu e preferiu não comentar – Enfim, eu preciso ir, mamãe. Te vejo depois. Te amo.

Te amo, filha. Tchau e bom trabalho.

– A avó de vocês mandará um táxi para buscar vocês ok? – ela disse beijando a testa dos dois – Vejo vocês no domingo e se comportem. Não quero ouvir reclamações da dona Cora e pelo amor de Deus, não estressem o seu avô. Vocês sabem que ele anda muito cansado.

– Ta bom, mãe.

– Ok, mamãe.

Os dois responderam juntos e Regina sorriu orgulhosa antes de seguir para seu carro na garagem. Respirou fundo pensando no quanto sua vida estava bagunçada e não havia nada que ela pudesse fazer para arrumar essa bagunça. Quase como se houvesse alguma força do além que a impedisse de tomar qualquer atitude. Simplesmente ridículo, ela era Regina Mills afinal de contas. Não havia bagunça nesse mundo que Regina Mills não pudesse organizar, e não havia colar nesse mundo que ela não pudesse jogar no lixo.

Ou talvez havia.

[...]

Malia e Henry chegaram na casa dos avós algumas horas após Regina sair para trabalhar. Já estava de noite e no horário da janta, provavelmente Cora havia preparado uma baita janta com as comidas preferidas dos netos para para poder esperá-los. Como sempre fazia.

– Então, meus queridos, me contem como vocês estão – pediu a mais velha com um sorriso no rosto após terminarem de comer toda a sobremesa.

– Eu e a mamãe viajamos pra Nova York – Henry comentou com um sorriso alegre, mas logo revirou os olhos – Mas foi muuuuuuito chato. Mamãe ficou sempre trabalhando.

– Sim, querido, mas ela viajou a trabalho mesmo – Henry, o mais velho, falou olhando para o neto que apenas concordou a cabeça, mas não deixou de bufar mesmo assim – E você, minha princesa, ficou onde? Sua mãe não comentou nada.

– Com a minha professora – respondeu – Mamãe disse que a Granny não poderia ficar com a gente e a viagem foi marcada em cima da hora e ela não quis apressar vocês.

– Sua professora? – Cora questionou interessada – Professora de que, querida?

– De piano, ela é ótima – sorriu. Malia realmente amava falar sobre Emma e seus olhos brilhavam em admiração toda vez que pensava na loira.

– Belle French?

– Não, ela voltou para a França, é uma professora nova.

– Sim, eu adoro a tia Emma – Henry comentou rindo. O que o menino mais gostava na mulher eram seus cabelos loiros que, de acordo com ele, eram iguais ao fusca que ela dirigia.

– Emma? – a matriarca Mills olhou para o marido, que tinha a mesma cara de desconfiado. Cora sabia que a antiga nora havia se tornado professora de música, afinal continuou sua amizade com Bárbara Swan depois que Regina se mudara, mesmo que tenha durado pouco tempo, foi tempo o suficiente para ver a menina se formar – Qual o sobrenome dela, querida?

– Swan – respondeu franzindo o cenho e Cora se forçou a disfarçar a surpresa.

– Sua mãe a conhece?

– Sim né, vó – disse a menina como se fosse óbvio - Ela me dá aulas em casa duas vezes por semana. Isso já faz uns três meses. E ela até me deu esse colar – Malia puxou o colar de dentro da blusa e mostrou para a avó, que arregalou os olhos imediatamente ao reconhecer aquele pingente.

– Oh, ela te deu? – Malia afirmou com a cabeça e Cora respirou fundo – Lindo, querida – falou e Henry balançou a cabeça negativamente. Sabia exatamente o que a esposa estava pensando e sabia que iria sobrar para Regina.

Que problema! Uma bola de neve que Henry desconfiava que nunca pararia de rolar e nem de crescer. E o pior de tudo era o ver o quanto Malia gostava de Emma e nem sequer fazia ideia de quem ela realmente era. O patriarca da família Mills esperava que Regina tivesse uma boa explicação para isso, pois ele não gostava nem um pouco da ideia de Emma Swan estar novamente na vida de sua caçula.

– Crianças, porque vocês não vão para a sala com o avô de vocês assistirem um filme – Cora sugeriu se levantando enquanto Henry Mills tentava fazer com que a esposa visse os olhares fulminantes que ele estava lançando à ela – Preciso fazer uma ligação.

– Cora – ele alertou, mas a mulher sequer olhou para Henry.

Cora caminhou até o quintal e se sentou na cadeira de balanço que mantinha ali com seu celular em mãos. Estava extremamente puta da cara, irritada com a falta de juízo da filha caçula. Como ela poderia ter permitido algo desse tipo? E sem falar que ela já estava tendo contato com Emma Swan quando soube do convite da festa de Bárbara e Frank.

– Atende esse telefone – murmurou a mulher com o telefone no ouvido.

Mãe? – a morena atendeu preocupada, pois Cora Mills não ligava quando estava com os netos a não ser que houvesse algo muito errado com as crianças – O que aconteceu?

– O que aconteceu, Regina Vivian Mills? – perguntou retoricamente e Regina imediatamente soube que estava totalmente encrencada – Poderia me explicar que história é essa que Emma Swan é professora de PIANO da minha neta?

... É... – pela primeira vez em muitos anos Regina não sabia como explicar uma situação. Para uma mulher que sempre fora ótima com palavras, isso era definitivamente aterrorizante – A Malia que escolheu ela.

– Isso mesmo, jogue a culpa na garota, Regina. Quantos anos você tem? Cinco? – Regina se calou, era melhor deixar Cora falar tudo o que queria sem interrupções – Você permitiu essa mulher dentro da sua casa, Regina, junto com os seus filhos! Não foi assim que eu te criei. Te preserva, menina! E agora, para piorar, Malia está totalmente apaixonada pela nova professora. Imagino eu que ela sequer saiba quem essa mulher é, ou estou errada? Não responda, eu sei que estou certa. Você arrume essa bagunça antes das bodas de rubi da Bárbara, Regina Mills, ou você vai se arrepender amargamente por ser tão inconscequente.

Mamãe, o que queria que eu fizesse? Quando eu soube que a nova professora da Malia era ela, Lia já adorava ela! Eu precisei fingir que não a conhecia e forcei ela a fazer o mesmo – se defendeu e Cora amoleceu um pouco. Mas só um pouco.

– Eu não sei, mas você se vire! E eu espero que Malia saiba da verdade pela sua boca, não quero que ela descubra no meio do circo que vai ser aquela festa, está me ouvindo?

Sim, mamãe.

– Ótimo!

[...]

Emma chegou em casa no sábado à tarde com várias sacolas penduradas nos braços. Estava cansada por ter passado metade do dia limpando o apartamento e a outra metade fazendo compras, mas ainda precisa fazer janta e esperar Lily chegar do trabalho para jantarem juntas. A loira havia passado um bom tempo no telefone com Belle e estava decidida a contar tudo para Lilith, abrir o jogo sobre quem Regina Mills realmente era.

– O cheiro está delicioso – ouviu a namorada comentar ao entrar no apartamento – O que você está preparando?

– Frango a passarinho – respondeu sentindo dois braços envolverem sua cintura e um beijo ser depositado em seu ombro – Como foi seu dia?

– O mesmo de sempre – deu de ombros se sentando na bancada – Posso saber o motivo desse jantar especial que você tanto insistiu?

Swan engoliu em seco, seu coração errou pelo menos uma três batidas naquele momento e ela deu graças a Deus por estar de costas e Lily não ver sua cara de espanto.

– Eu preciso te contar uma coisa que eu sei que vai ficar brava e provavelmente me odiar, mas eu preciso que você saiba porque eu não quero mais mentir – falou com um desespero na voz, deixando a morena extremamente preocupada.

– Você me traiu? – perguntou desconfiada e Emma negou com a cabeça – Então pode me contar, eu não prometo que não ficarei brava, mas eu prometo tentar entender o seu lado.

– Ok – murmurou engolindo em seco antes de sentar em frente da namorada – Antes de tudo, eu preciso dizer que a mãe da Malia, a Regina, não é uma desconhecida. Eu conheço ela há anos. Vinte e três anos para ser mais exata.

– É, isso explica a cara de quem viu um fantasma aquele dia – a mulher disse criando várias hipóteses em sua mente sobre Emma e a Madame-Nariz-Empinado-Mills.

– Sim – concordou – Regina é minha ex.

Lily arregalou os olhos, ouvindo atentamente tudo o que a namorada tinha para dizer. Não disse uma palavra sequer, sem interromper ou fazer comentários em momento algum da história. A garota não sabia se tinha vontade de gritar, de chorar ou estapear Emma por esconder isso dela, era um absurdo! Estava brava e magoada por Emma ter mentido, mas também entendia o por quê da mentira. A loira terminou de contar com os olhos vermelhos como marca das inúmeras lágrimas que haviam escorrido por ali, mas Lily ainda não havia dito absolutamente nada.

– Bom – começou, mas não fazia ideia do que dizer para a loira que lhe encarava tão intensamente – Realmente é uma merda bem grande que você tem aí e eu estou bem magoada por você ter me escondido a verdade, mas o que eu quero saber, e preciso que seja honesta comigo na sua resposta, é: você tem algum tipo de sentimento por ela?

Emma não respondeu, hesitou, encarando a morena e Lily entendeu como uma resposta.

– Entendi – murmurou balançando a cabaça e rindo ironicamente.

– Não, Lily. Espera! Eu não... – tentou segurar o braço, mas Lily puxou de repente, olhando-a com raiva.

– Não! Agora tudo faz sentido. Você tratando aquela ratinha como se fosse sua filha, fazendo de tudo por ela. E pra que? Eu não conseguia entender, mas agora entendo. Tudo isso para conseguia entrar no meio das pernas daquela vadia! – gritou apontando o dedo na cara da loira.

– Espera aí, Lilith. Você diga o que quiser de mim, mas não meta a Malia nisso! – falou firme e Lily riu alto – Você tem todo o direito de ficar brava, mas nenhuma das duas tem culpa.

– Ah, Emma, faça-me rir. Você fica que nem uma cadelinha atrás das Mills e quer que fique de plateia batendo palmas? Acha que eu sou trouxa?

– Lily, vou deixar uma coisa bem claro: eu não tenho sentimentos pela Regina, eu não quero me envolver com a Regina e eu não vou me envolver com ela, nem agora e nem nunca – falou com propriedade, mas por que havia soado como uma grandessíssima mentira na ponta da língua?

And there’s certain things that I ignore

But I’m certain that I’m yours


Notas Finais


É isso!!! Espero que gostem e não esqueçam de comentar please, os comentários de vocês são sempre os melhores!!

Agora, vou arrumar minhas malas... Quem quiser me ver em SP da um alô

o grupo --> https://chat.whatsapp.com/L0ps0XD5kQACUPhu2TaxJN


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