You caused my heart to bleed
and you still owe me a reason
Regina Mills levantou pela manhã com muita preguiça, mais preguiça do que normalmente sentia, mas era uma manhã de sábado então ela realmente não se importava. A advogada calçou suas pantufas roxas e seguiu para a cozinha para fazer o café da manhã dos filhos. Malia não andava muito bem ultimamente, não falava e mal comia, parecia um fantasma dentro da própria casa e a mãe se preocupava, a última vez que a garota agiu dessa maneira fora quando Regina e Daniel estavam se separando.
A morena preparou o café para ela e já estava fazendo o suco natural de laranja para as crianças quando Granny apareceu na cozinha. Ela carregava um cesto de maçã e também um sorriso no rosto.
– Granny! Bom dia! – Regina cumprimentou surpresa a governanta – Achei que fosse seu dia de folga.
– E era – deu de ombros – Mas não aguentei ficar em casa sozinha e preferi dar uma passadinha aqui para ver como vocês estão.
– Você não existe, Granny – balançou a cabeça negativamente – E estamos ótimos.
– Oh, querida – a senhora lhe lançou um olhar de desaprovação – Você ainda acha que consegue me enganar? Eu sei o quanto está preocupada com a menina, e não está errada em estar – disse a mais velha – Malia já cresceu, cresceu muito, mas ainda é só uma criança e tem preocupações que criança nenhuma deveria ter.
– E em partes isso é culpa minha.
– Não vou passar a mão na sua cabeça e dizer que não, porque eu estaria mentindo, mas você não carrega essa culpa sozinha, minha querida – Granny segurou nas bochechas de Regina e olhou fundo em seus olhos – Malia tem um pai que a negligenciou e isso afeta muito uma menina na idade dela. Talvez esteja na hora da senhorita sentar-se com o senhor Colter e colocar as cartas na mesa. Não é saudável para ninguém dessa família continuar dessa maneira.
[...]
Naquela noite, Cora e Henry Mills convidaram a filha e os netos para que pudessem jantar todos juntos, como não faziam a muito tempo e Regina logo aceitou. Sentia muita falta dos pais, principalmente de Henry e quando soube que o senhor estava doente, não hesitou em voltar para a cidade onde nascera para pode ficar perto do pai caso algo acontecesse.
– Então, como estão os meus netos preferidos nesse mundo? – dona Cora perguntou assim que viu os dois parados no meio da sala. O pequeno Henry não pensou duas vezes antes de pular no colo da avó e abraçá-la com bastante força – Uau! Como você está enorme, meu querido.
– Você viu, vovó? Eu cresci bastante!
Regina sorriu assistindo a interação entre avó e neto, pois sabia o quanto os dois se amavam. A parte mais difícil de ter ficado na Europa, era manter os filhos longe da avó, pois sabia o quanto sua mãe amava as crianças. Henry Mills amava os netos também, mas Cora estava com a filha em ambos os partos, nas duas vezes ajudou as crianças à nascerem já quem Daniel nunca fora homem o suficiente para ficar ao lado da esposa.
– E você, minha princesa, como está? – Cora perguntou à neta assim que colocou Henry no chão, mas Lia apenas deu de ombros e seguiu o irmão mais novo em direção à cozinha – O que há com ela?
– Não sei, mamãe – Regina admitiu triste e Cora a abraçou – Ela não fala comigo mais, não está comendo direito. Honestamente, não sei o que fazer.
– Você e Daniel andam brigando novamente?
– Não! – negou firmemente – Não é isso... Ela descobriu sobre Emma. Eu sabia que uma hora iria acontecer, mas quando ela me perguntou e eu contei para ela toda a historia... mamãe, você não viu o olhar dela. A decepção. Partiu meu coração em mil pedaços.
– Ela realmente admirava Emma, não é? – Cora sabia a resposta, mas decidiu perguntar da mesma maneira. Regina havia passado pelo mesmo quando ainda era jovem e levou anos para se recuperar. Se é que havia se recuperado mesmo.
– É. As duas eram muito próximas.
– Eu acho que você deveria levá-la em um psicólogo novamente – a matriarca Mills sugeriu e a morena arregalou os olhos – Regina, você não quer correr o risco novamente, quer?
– Não! Claro que não! – negou firmemente.
Ela estava receosa de fazer isso, já havia pensado na possibilidade, mas não queria que chegasse a tanto. Sabia como Malia era em relação à tratamentos psicológicos e o tanto que a menina já havia sofrido por conta disso, não queria que ela passasse por todo aquele tormento de novo.
– Eu sei que você tem medo, querida – Cora disse – Mas é melhor prevenir do que remediar. Ela precisa disso, não a deixe se afundar novamente quando você tem a chance de parar antes que chegue em um lugar que não de mais para reverter.
Regina concordou com a cabeça, não queria dizer nada pois sabia que sua voz estaria embargada e não estava pronta para chorar ainda. Não naquele momento. Não iria estragar um bom jantar em família com seus tormentos pessoais. A morena entrelaçou seu braço com o de sua mãe e as duas seguiram juntas para a sala de jantar, onde Henry já as esperava com os netos sentados à mesa e conversando.
Ela resolveu não se juntar a conversa e sim, ficar apenas observando sua família interagir um com o outro. Até mesmo Malia fala uma palavra vez ou outra e também, para o alívio tanto de Regina quanto de Cora, Rua de alguma piada que o avô contava. A morena olhou para os lugares vazios na mesa e se lembrou de todas as vezes em que a Mansão Mills esteve cheia de adolescentes rindo alto e fazendo bagunça. Eram bons tempos e Regina sentia falta. Sentia muita falta.
[...]
Seguindo as recomendações de Cora Mills, Regina foi atrás de algum profissional que pudesse ajudar Malia. Ela não queria qualquer pessoa, queria a melhor, e por isso estava no telefone com a antiga terapeuta da filha, Dra. Veronica Reyes.
– Oi, Veronica. Faz algum tempo que não nos falamos, mas eu preciso realmente de um favor seu – pediu.
– Pode dizer, Regina, você sabe que além de psicóloga da Malia, eu era sua amiga – a moça respondeu e a morena respirou fundo. Sentia falta da amizade de Veronica.
– Preciso que você me indique algum psicólogo para ela. Aqui em Las Vegas – falou – Ela está piorando novamente e eu confio que você pode saber de alguém que vá realmente ajudá-la assim como você ajudou.
– Para sua sorte, eu realmente conheço uma psicóloga aí em Las Vegas – Veronica disse para o alívio da morena – Nós já fomos em muitos congressos juntas e ela é uma excelente profissional. Tem muitos estudos publicados e é uma mulher muito inteligente. Não é fácil conseguir consultar com ela, mas eu consigo arranjar para Malia.
– Qual o nome dela?
– Dra. Kristin Bauer. Ela atende crianças e adolescentes, a área de especialização dela é a mesma que a minha – explicou a mulher – Vou falar com ela hoje mesmo e te avisarei pela manhã, ok?
– Ok, Veronica, muito obrigada. Você é um anjo.
– Não precisa me agradecer, eu faria qualquer coisa para ajudar você e sua família – a doutora disse se sentindo feliz por mais uma vez, mesmo que de longe, ter a oportunidade de ajudar a família Mills de alguma forma – Sempre que precisar estarei aqui para lhe ajudar.
– Digo o mesmo para você.
E como Veronica Reyes havia explicado, realmente não era fácil conseguir uma consultar com Kristin Bauer, mas isso não impediu-a de nada. Veronica fez o que havia prometido e conseguiu com que Bauer encaixasse Malia Mills em sua lista de pacientes, mas Kristin exigia que sempre, antes que começasse a atender o paciente, tivesse uma reunião com os pais ou responsáveis do adolescente. Então Regina não hesitou em marcar um horário com a mulher e encontrá-la em um café no meio da cidade.
– Me desculpe pelo local tão antiético – a dra. Bauer, uma mulher loira dos olhos verdes e um sorriso perfeito, disse assim que as duas sentaram-se na mesa reservada – Mas minha agenda está tão lotada que só consegui um horário para você no meu horário de almoço.
– Não se desculpe, Dra. Bauer – Regina disse totalmente tranquila com a situação – Eu entendo totalmente.
– Me chame de Kristin. Amigos da Veronica são meus amigos também.
– Sendo assim... obrigada por conseguir arrumar um tempo para atender minha filha, Kristin – falou dando ênfase no nome da loira – Creio que Veronica já tenha lhe mandado todo o histórico da minha filha, certo?
– Sim, sim, claro! Recebi ontem no meu e-mail e sempre que vejo os trabalhos de Veronica fico impressionada. Ela é extremamente organizada – comentou com um sorriso – Bom, eu gosto de me encontrar com os pais dos meus futuros pacientes para ouvir o que eles têm a dizer. As vezes, nem tudo fica registrado em arquivos e prontuários. Gosto de estar por dentro de tudo e saber a sua visão sobre o que Malia está passando.
– Bom, recentemente ela passou por um momento que foi, digamos, traumático para ela – falou – Malia tinha uma professora de piano particular com quem ela formou uma amizade muito grande e minha filha gostava muito dela, porém... Essa mulher, Emma Swan, foi alguém muito importante para mim no passado e no final, ela me magoou muito. Malia acabou descobrindo e a visão que ela tinha de Emma mudou completamente. Eu imagino que ela tenha associado esse momento com o que eu me separei do pai dela. Malia tentou se suicidar assim que anunciei que iria me separar, ela parou de se alimentar e parou de falar também. Até o dia em que a encontrei no chão do banheiro com os meus vidros de remédio ao lado.
– E você está preocupada que ela tente isso mais uma vez?
– Sim, estou – confirmou – Antes, ela precisou tentar se suicidar para que eu tomasse uma atitude. Não quero esperar para que ela tente de novo e corra o risco de realmente conseguir.
– Entendo. Então, ela parou de se alimentar e também não está falando mais?
– Vez ou outra ela diz uma palavra ou duas, mas estes momentos estão diminuindo cada vez mais e ela também parou de tocar piano. Eu realmente não sei mais o que fazer.
[...]
– Malia, você poderia me falar um pouco sobre a sua relação com o seu pai? – a Dra. Bauer perguntou para a menina, quebrando o silêncio que já estava se estendendo por mais de quinze minutos.
A garota ainda demorou mais alguns para poder responder. Ela abria e fechava a boca, tentando formular uma resposta, tentando fazer com que sua voz obedecesse e ela conseguisse, finalmente dizer algo.
– Nós nos dávamos bem quando eu era criança – ela começou baixinho e a doutora precisou se esforçar bastante para ouvir e não pedir que ela falasse mais alto – Ele me tratava como uma princesa, mas... – Kristin aguardou, sabia que era importante deixar a menina desenvolver seu próprio pensamento e não induzir ela à nada – Mas ele mudou depois de um tempo.
– Mudou como, Malia?
– Ficou mais distante, até mesmo frio. Tanto comigo quanto com a mamãe – explicou – Os dois nunca foram de demonstrar carinho um com outro, mas eles eram gentis. Depois que meu pai começou a trabalhar com meu avô, ele mudou totalmente. Ficava dias fora de casa e quando voltava, só sabia brigar com a mamãe. Eu geralmente acordava no meio da noite com os dois gritando um com o outro.
Malia ficou em silencio, apenas a respiração da garota podia-se ouvir, mas seus olhos estavam cheios de lágrimas.
– Depois de um tempo, eles pararam e mamãe engravidou do Henry – ela falou engolindo em seco – Eu não acho que ele queria ter outro filho.
– E por que você acha isso?
– Porque ele dizia isso quando a mamãe estava grávida. Ele gritava com ela dizendo que o filho não era dele e que ele estava sendo traído – explicou – Nos últimos seis meses de gravidez dela, meu pai não apareceu em casa. Nem sequer ligava para saber como eu tava ou como a mamãe estava. No dia em que ela entrou em trabalho de parto, minhas avós que ficaram do lado dela. Foi um parto difícil e os médicos disseram que talvez ela fosse precisar de cesária, mas mamãe era forte e teve Henry de parto normal. Três dias depois, meu pai apareceu e ele e minha vó discutiram na cozinha por mais de uma hora.
– Você ouviu o que eles disseram?
– Não, mas eu sei que meu pai não retrucou enquanto ela estava falando. Só a voz dela que a gente ouvia, mesmo que não desse para entender o que ela estava dizendo – deu de ombros – Ele melhorou por alguns meses depois disso, mas parecia que tudo o que ele fazia era forçado. Ele não queria estar ali com a gente de fato. Nunca quis. Eu sei que meu avô obrigou os dois a se casarem porque minha mãe engravidou de mim, eu não sou idiota, eles acham que eu não sei, mas isso não é desculpa para o meu pai agir dessa maneira com a gente. Minha mãe nunca foi ausente, mesmo com o trabalho dela, ela arrumava alguma forma de estar presente. Meu pai desconta em nós a raiva que ele sente pelo meu avô e eu estou cansada disso.
[...]
Naquele mesmo dia, do outro lado da cidade, Zelena e Ruby chegavam em Las Vegas com a filha recém adotada, Robyn. As duas mulheres estavam felizes por estarem novamente na cidade onde cresceram, depois de vários anos. Elas não passaram tanto tempo sem visitar Las Vegas, não tanto quanto Regina, mas o suficiente para fazer sentir saudades.
– Nem acredito que estamos aqui novamente, Z – Ruby comentou roubando um selinho da esposa – E você, Robyn, o que está achando?
– Eu amei tudo! Nunca tinha andado de avião, mãe – Robyn havia se acostumado em chamar as duas mulheres de mãe, mas ainda sim, era uma emoção gigante que elas sentiam cada vez que ouviam a menina dizer a palavra – Só espero que gostem de mim.
– É claro que vão gostar, minha querida – Zelena se ajoelhou na frente da filha, fazendo-a olhar dentro de seus olhos – Você é uma Mills Luccas agora e todos irão te amar. A vovó Cora já ama você demais e vovô também e eles nunca te viram pessoalmente. Você tem dois primos maravilhosos que irão amar você também.
– Isso mesmo, meu amor – Ruby emendou – Não tem como não amar você, Robyn.
A garotinha sorriu satisfeita com a resposta das mães e as três continuaram a andar pelo aeroporto. Zelena não queria incomodar a mãe e muito menos a irmã, então decidiu apenas chamar um táxi para que a levasse até o endereço de Regina, pois sabia que a morena já estaria em casa com os filhos. A Mills mais velha bateu na porta da mansão extremamente ansiosa para ver a irmã e os sobrinhos, fazia mais quase 4 anos que não os via e por isso a saudade estava de matar.
– Oh, meu Deus! – Granny exclamou ao ver a ruiva parada na porta – Não acredito. – as duas mulheres se abraçaram forte e logo a senhora foi abraçar também Ruby e mais nova integrante da família – Dona Regina vai enlouquecer quando ver vocês aqui.
– E onde está a desmiolada da minha irmã, Granny?
– No escritório, vou chamá-la – Granny abriu passagem para que as três entrassem na casa e seguiu pelo corredor para buscar Regina. Sabia que a mulher ficaria muito feliz em ver a irmã, a cunhada e a sobrinha.
– Essa é a casa da sua irmã, mamãe? – Robyn perguntou olhando encantada para cima. A casa onde morava na beira da praia com as mães era grande, mas não tão grande quanto a de Regina – É linda.
– Sim, querida, essa é a casa da sua tia Regina – Zelena respondeu acariciando os cabelos loirinhos da filha.
– Regina vai ter um treco – Ruby comentou rindo – Vou até filmar a reação dela.
– Deixe a mulher em paz, coitada já tá velha demais pra isso – a ruiva não perdia uma oportunidade de falar Ela mal da irmã mais nova, adorava implicar com ela de todas as maneiras.
– Mas mamãe, a senhora não é mais velha que a tia Regina? – Robyn questionou confusa fazendo a mãe morena rir.
– Tombada pela própria filha. Isso mesmo, Robyn, esmurra ela!
As três ficaram em silêncio quando ouviram barulhos de salto se aproximando e tanto Ruby quanto Zelena se posicionaram atrás da filha, apenas aguardando que Regina entrasse na sala e as visse.
– Granny disse que... – ela começou falando distraída e ao olhar para cima, travou. Seus olhos se arregalaram e a morena não sabia o que fazer, estava em choque.
– Surpresa! – Zelena disse abrindo os braços e indo na direção da irmã.
Regina não pensou duas vezes antes de se jogar nos braços da ruiva, sentia tanta falta de ter a irmã mais velha por perto. As vezes, tudo o que ela queria era um abraço bem forte de Zelena, mas ela estava em outro continente, então não era realmente possível. As duas se abraçaram forte, deixando as lágrimas caírem livremente para que pudessem matar pelo menos 1% da saudade que sentiam.
– Eu não acredito que está aqui! – Regina comentou com a voz embargada – Oh, Z, que saudade.
– Senti tanta sua falta, maninha – a ruiva disse beijando a testa da irmã mais nova.
A advogada se soltou de Zelena e logo foi envolvida pelos braços compridos da cunhada, de quem também sentia muita falta, pois Ruby era praticamente sua irmã.
– Ruby, meu Deus! Que saudade de você.
– Nem me fale, cunhada, não podemos mais ficar tanto tempo assim sem nos vermos – a morena comentou afrouxando os braços em volta da mulher – Nós queremos te apresentar uma pessoa – ela disse se afastando e Zelena se aproximou segurando a mão da garotinha – Essa é Robyn, sua sobrinha.
A menina estava com as bochechas extremamente vermelhas e mal conseguiu formar uma palavra para cumprimentar a tia de tão nervosa que estava. Não queria decepcionar as novas mães, tinha medo de que elas quisessem devolvê-la, como muitas outras famílias fizeram.
– Oi, Robyn, muito prazer – Regina esticou a mão na direção da garota e esperou ansiosamente que ela retribuísse, o que não demorou a acontecer – Você é uma garota muito linda. Tenho sorte de ter uma sobrinha tão linda assim.
– Obrigada – ela agradeceu timidamente.
– Pode me chamar de tia Gina, a partir de hoje, você é minha sobrinha favorita.
[...]
A semana não demorou a passar para a família Mills, muito pelo contrário, na concepção deles, passou rápido até demais. Nenhum membro daquela família estava preparado para comparecer à festa de aniversário de 45 anos de casados de Bárbara e Frank Swan. Seria impossível pedir para qualquer um deles que relaxassem e fossem até a festa normalmente como qualquer outro convidado.
Regina estava à beira de um colapso e Ruby não estava muito diferente. Ver Emma Swan sempre era algo muito difícil e mesmo que Regina tivesse passado um tempo maior com ela, ficar cara a cara com sua ex-noiva na frente da família Swan inteira era um tremendo desafio.
Zelena e Regina entraram em um consenso, nenhuma delas levaria os filhos, pois caso acontecesse algo e se iniciasse uma discussão, elas não queriam as crianças por perto para presenciar isso. Seria traumatizante demais e Malia também não estava pronta para ver ex-professora, então Regina não a faria passar por isso.
O pavor da morena não era mais encontrar Emma Swan e sim, toda sua família. Bárbara Swan, a quem ela uma vez considerou uma segunda mãe, não era muito próxima de Frank quanto era de Barbie, mas ainda sim considerava muito o sogro. Até mesmo os primos e tios da loira amavam a advogada, sempre paparicaram ela de todas as maneiras possíveis. A festa inteira seria uma grandíssima tortura, mas Zelena e Ruby não a deixaram desistir, era disso que as duas famílias precisavam para finalmente seguir em frente.
Flashback on
A faixa enorme na entrada da casa era o que mais chamava a atenção dos vizinhos.
“Feliz Aniversário , Emma”
Regina entrou na casa com um sorriso no rosto e um presente em mãos, afinal, não é todo dia que sua noiva completa vinte e dois anos, não é mesmo?
A casa estava cheia de gente, mas isso era óbvio que estaria, já que a família Swan era absurdamente grande e todos sempre se reuniam em datas comemorativas. Bárbara estava na cozinha terminando de preparar o bolo, como sempre, e não perdeu tempo em dar um enorme abraço da nora.
– Achei que não chegaria nunca – ela disse em um tom de repreensão, mas o sorriso em seu rosto a entregava – Emma já está lá nos fundos com os primos. Controle ela porque ela já está na quarta cerveja.
– Pode deixar, Barbie.
A morena seguiu até o jardim dos fundos onde a maioria do pessoal estava, as crianças corriam por toda parte enquanto os mais velhos bebiam e conversavam.
– Regina, querida! Você está belíssima – a tia de Emma, Abigail Swan, a parou no meio do jardim para abraça-la – Mamãe, venha aqui. Veja como ela está linda.
Evelyn Swan, a avó paterna de Emma se aproximou rapidamente assim como a filha havia pedido e parou de frente com Regina.
– Meu Deus, minha menina, você está parecendo uma princesa! – a senhora exclamou com um sorriso.
– Imagina, dona Evelyn, a senhora é quem está belíssima. E você também, Abigail, este vestido está maravilhoso em você – apontou para o vestido verde da mulher – Agora, alguma de vocês viu a Emma?
– Ali perto da churrasqueira com as gêmeas – Abigail mostrou e a menina agradeceu.
Madelyn e Madison Swan, as gêmeas filhas de Abigail e primas de Emma. Elas elas eram três anos mais nova que a loira, mas adoravam seguir a prima em tudo o que ela fazia. Por isso as duas estavam estudando bastante para entrarem para a faculdade de música.
– Oi, meninas – cumprimentou as duas, que imediatamente a abraçaram com carinho.
– Acabei de perguntar para Emma sobre você – Madelyn informou. Os olhos verdes eram características da família Swan assim como os cabelos loiros e Regina gostava de brincar que todos eles eram iguais.
– Eu falei pra elas que você estava ocupada com um trabalho da faculdade – a loira explicou abraçando a namorada pela cintura e depositando um beijo em sua bochecha – Imagino que meu presente esteja lá dentro com a minha mãe, não é?
– Certamente e vai ficar separado dos outros – a morena disse com um sorrisinho cínico.
Na hora do parabéns, Emma deu um pequeno discurso sobre sua vida e agradeceu algumas pessoas, principalmente Regina por ter aceitado seu pedido de casamento e que a amava mais que qualquer coisa em sua vida. No mesmo momento, Bárbara se levantou e pediu para que pudesse dizer algumas palavras.
– Bom, como todos aqui sabem, eu estou extremamente orgulhosa de Emma estar se casando com uma garota tão incrível quanto Regina – ela disse piscando para a morena – Eu sei que tenho muita sorte em tê-la em minha vida, pois Regina é uma menina muito especial para mim e tem um coração gigantesco. E é por justamente estar orgulhosa de você, minha filha, que o seu presente de aniversário será a lua de mel de vocês em Santorini, na Grécia.
Flashback Off
A noite estava mais do que perfeita, o céu estava limpo e as estrelas brilhando como nunca. Até mesmo a lua estava maior do que o normal, mas nada disso serviu para acalmar os nervos de Emma, que não parava de pensar sobre a festa dos pais No dia seguinte. Sim, no dia seguinte e ela nem sequer viu o tempo passando. Infelizmente, não poderia ficar horas na cama pensando no que poderia dar errado, pois estava sentada frente à frente com Lilith Page, sua namorada, em um restaurante caríssimo no centro de Las Vegas, comemorando o aniversário de 3 anos de namoro das duas. Emma deveria estar feliz por mais um ano juntas, mas tudo o que ela conseguia pensar era em Regina e em como as duas haviam conversado normalmente na escola de música.
– O que acha de pedirmos a sobremesa? – Lily sugeriu e Emma concordou com a cabeça. A loira estava até estranhando o comportamento da namorada, que não havia feito nenhum comentário sequer sobre ela estar distraída a noite inteira. Lily parecia extremamente nervosa e isso era preocupante.
O garçom trouxe a sobremesa que a garota havia pedido e que Emma nem sabia o que que era, já que não estava prestando atenção quando a namorada fez o pedido, mas pegou a colher e começou a comer do mesmo jeito. Era mousse de chocolate, seu preferido.
Não demorou muito, nem sequer estava na terceira colherada, quando sentiu algo duro dentro do mousse e não era chocolate. Ela percebeu que Lily a observava atentamente, roendo as unhas e logo ela entendeu o por que. Dentro do recipiente, havia um saquinho de plástico e dentro dele, estava um anel de diamante brilhando feito as estrelas.
Corrigindo: havia um anel de noivado e Emma estava o segurando de boca aberta sem saber o que dizer.
– Então... Você aceita se casar comigo?
Emma olhou para Lily, olhou para o anel e um filme inteiro passou por sua cabeça, infelizmente, o final não era bonito.
– Sim... eu aceito.
I should've known better
Now it hurts much more
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