And our time apart, like knives in my heart
How could anyone ask for more?
Harriet olhava para a neta com muita desconfiança. Regina não olhava nos olhos de ninguém há três dias. Ela evitava Zelena como se a ruiva fosse uma praga e ainda fugia de todos que perguntavam sobre Emma Swan. Então sim, Harriet estava desconfiada.
– Pode ir parando aí. – ela falou autoritária quando pegou Regina sozinha na cozinha pela manhã. A morena já estava em seu terninho preto pronta para ir trabalhar.
– O que houve, vovó? – perguntou já nervosa. Isso fez com que Harriet sorrisse.
– Você é quem vai me contar o que houve. – falou e Regina franziu o cenho.
– Vovó, estou atrasada para o trabalho e... – ela fez menção para sair da cozinha, mas a senhora se plantou na frente dela com uma cara nada boa e de braços cruzados. Ela não iria sair dali.
– Não minta. Você tem uma audiência às dez, e anda não passou das sete. – rebateu a mulher. Regina conhecia a velha e sabia que ela não iria desistir. – Sente. – ela sentou obediente. Quem convencia Harriet do contrário? – Agora me conte o por quê Emma Swan saiu correndo daqui que nem o diabo corre da cruz, com o rabinho entre as pernas na terça-feira?
– Não sei do que a senh...
– Já disse para não mentir. – alertou-a já perdendo a paciência com a neta – E você está agindo que nem uma adolescente culpada por ter batido o carro dos pais.
– Isso é...
– Eu te conheço, Regina Vivian Mills. – Harriet não pegaria leve com ela. Insistiria até a mulher falar. – De-sem-bu-cha.
– Vovó... – Harriet a encarou – Nos beijamos. Pronto, falei. Emma e eu nos beijamos.
– Eu sabia. – disse ela suspirando como se aquela informação não fosse nada e isso fez com que Regina a olhasse incrédula.
– Se já sabia porque me pressionou?
– Porque você precisava admitir em voz alta. – sorriu vitoriosa e se levantou para sair da cozinha – Tenha um ótimo dia no trabalho, querida.
Regina ficou observando-a a sair e se perguntando se ela iria presa por bater em uma senhora de idade ou nesse caso contaria como legítima defesa.
[...]
– Demorei, mas encontrei – Maria disse entrando na mansão Mills com um sorriso satisfeito. Ela havia passado os últimos quarenta minutos procurando a casa dos netos. – Como vai, Granny?
– Muito bem, Maria. Muito bem. – sorriu a governanta. Granny sempre gostou de Maria e achava que ela era uma ótima pessoa para se ter perto das duas crianças. – Dona Regina não está, está trabalhando. As crianças estão estudando no andar de cima e dona Cora levou o senhor Henry ao médico.
– Oh, e como ele está? – perguntou ela preocupada. Maria estava ciente da situação de Henry Mills e queria muito poder ajudá-lo de alguma forma, mas até ela sabia que naquele ponto, não havia nada a se fazer.
– Do mesmo jeito – suspirou levando a senhora até a cozinha. – Ele está à base de morfina, infelizmente. Há poucos momentos em que ele realmente esteja acordado e geralmente esses momentos são reservados para os tratamentos. Há dias que não falamos com ele.
– E as crianças?
– Henry não entende muito do que está acontecendo, mas Malia está sofrendo bastante – contou servindo uma xícara de café para a visitante – Dona Regina e a menina Zelena estão sofrendo ainda mais. Não consigo nem imaginar o que dona Cora está sentindo.
– Nem eu, Granny. Nem eu. – Maria balançou a cabeça negativamente tentando se colocar no lugar de Cora, mas não conseguia se imaginar amando Damien da mesma forma que ela amava Henry. Tudo o que Maria sentia pelo ex-marido era nojo.
As duas conversaram um pouco mais na cozinha e logo Malia desceu as escadas, desconfiada por ter ouvido a voz da avó materna, pois achava que ela ainda estava na Inglaterra. Lia, ao vê-la, abraçou a avó com força já que sempre sentia muita saudade da mulher. Havia sido criada ao lado dela e de repente ficou vários meses sem vê-la. Era dolorido demais.
Granny decidiu dar um pouco de privacidade para a avó e neta conversaram na cozinha e as duas ficaram ali, cada uma com um café em mãos, bem perto uma da outra. Aproveitando os minutinhos que teriam juntas sem interrupções.
Por muito tempo, Maria era tudo o que Malia tinha. Regina e Daniel estavam sempre trabalhando e os momentos que estavam em casa eram sempre para brigar e se desentender na frente dos filhos. Por isso a adolescente encontrou conforto na avó, que eram quem sempre fazia de tudo para unir a família.
– Sei que o vovô vai morrer – ela disse de repente e Maria tentou não se espantar com as palavras que saíram da boca da menina. – E não sei o que é pior: não saber de nada, ou saber e não poder fazer nada. – Maria abraçou a neta de lado, tentando passar o máximo de conforto que pudesse.
– Você tem razão, querida. E isso não é uma coisa fácil de se aceitar, muito menos de entender – falou a senhora ainda abraçada na menina. – Seu avô é uma pessoa maravilhosa e merece ter todo o apoio do mundo nestes últimos momentos, mas eu sei que será a primeira vez que você e seu irmão irão sentir a dor de perder alguém. Todos aqui já vivenciaram isso, menos vocês dois. E por isso quero que saiba, que tenha certeza, que vocês não estarão sozinhos nessa. Essa família será o alicerce um do outro. – Malia já estava chorando agarrada na avó, mas não se importava. Não tinha ninguém ali além delas. – Amamos você, Malia. Seu avô ama você demais.
– Nós nem convivíamos, vovó. Era sempre tão longe...
– Eu sei, querida. – Maria sorriu compreensiva – Sabe que seu avô ficou tão animado com a ideia de ter uma neta que ele passou praticamente toda a gravidez da sua mãe mandando coisas para ela e para você. Toda semana chegava alguma coisa diferente em casa e quando você nasceu, ele reservou o primeiro voo que encontrou para te conhecer. Nunca vi seu avô sorrir tanto como ele sorriu quando te viu pela primeira vez. Tão pequenininha nos braços do seu pai. Uma coisinha rosa e miúda, foi o que ele disse. Uma coisinha rosa e miúda que roubou o coração de toda a família.
Maria também falou com o neto após conversar com Malia, mas foi um pouco mais breve. Henry estava estudando, de acordo com ele mesmo e por isso a mulher se encurtou e logo foi ajudar Daniel com o apartamento, como ela havia prometido antes de viajar.
[...]
Emma não se considerava uma pessoa chorona. Muito longe disso. Seus pais e irmãos sempre disseram que ela era fria até demais e não tinha lágrimas no corpo para poder chorar. Mas cá estava ela: chorando feito um bebê, pois Belle estava voltando, mais uma vez, para a França.
– Pare de chorar ou não conseguirei embarcar, Emma Swan – falou a francesa abraçando a melhor amiga.
– Então vou chorar mais.
– Prometo que vou voltar – ela disse enxugando as lágrimas da mulher – Preciso voltar para o seu casamento, não é?
– O casamento foi cancelado, sua idiota – rebateu Emma com a voz embargada e isso fez com que a menina risse.
– Não disse que era com a Lily.
– Cale a boca – revirou os olhos. Ela sabia sobre quem Belle estava falando, só não queria conversar sobre. As coisas entre as duas estavam... diferentes. – Você não tem um avião para pegar?
– Tenho – Belle disse suspirando ao colocar uma das alças de sua bolsa no ombro – Mas eu quero que saiba que você tem algo muito valioso em suas mãos. E mesmo que saia apenas uma amizade disso, ainda sim é valioso e vale muito a pena.
– Não vou desperdiçar minha chance dessa vez, Belle. – falou convicta. Ela não pretendia fazer isso nunca. A francesa se sentiu satisfeita com a resposta e por isso abraçou a melhor amiga uma última vez antes de ir – E eu prometo que a próxima vez que nos encontrarmos, será em Paris.
Emma ficou no aeroporto até que o avião decolasse e, é claro, que ela chorou um pouco mais. Aproveitou e tomou um café por ali e logo depois estava indo para casa. Seu apartamento estava uma verdadeira bagunça, já que ela estava trabalhando praticamente o tempo inteiro e não tinha tempo para cuidar mais da limpeza. Talvez ela devesse contratar alguém para isso, seria mais fácil.
No caminho todo ela ficou pensativa. Pensando em várias coisas que estavam erradas em sua vida e em outras que não poderiam estar mais certas. E o beijo em Regina estava em algum lugar no meio disso. Ela não se arrependia, longe disso, sentia até que aquilo tinha sido a coisa mais certa que fez em dezoito anos, mas ao mesmo tempo, sabia que era um pouco cedo já que ambas haviam concordado que iriam esperar para ver que no que dava.
– Pare de pensar nisso – se repreendeu batendo a mão na testa ao estacionar em seu prédio. A loira estava em conflito com seus sentimentos, pois não queria apressar algo que nenhuma delas estava pronta. Mas também sentia que tudo se resolveria, de alguma forma, de algum jeito, tudo ficaria bem. Isso era tranquilizador.
Ao entrar no apartamento, se surpreendeu ao ver Lilith ali. Ela estava sentada no chão, no meio da sala com algumas caixas em volta dela e alguns objetos em mãos. Porta-retratos.
– Lily!
– Oh, oi, Emma. – cumprimentou tranquilamente e sorrindo para a loira. – Me desculpe, precisava pegar o resto das minhas coisas que estavam aqui e você não atendia o telefone. Usei a minha chave.
– Não se preocupe. – Emma fechou a porta já tirando o casaco – Fui levar a Belle no aeroporto e acabei deixando o celular no carro.
– Tudo bem – deu de ombros – Estou quase terminando.
– Não precisa se apressar. – disse a loira. Ela não estava incomodada com a presença da ex-noiva e o clima entre elas estava ótimo. Sem mágoas em nenhuma das partes.
– Então... como estão as coisas por aqui? – perguntou a morena.
– Estão bem, eu acho – respondeu um pouco entediada – Só um pouco cansada do trabalho mesmo e você?
– Estou bem também. – sorriu de uma maneira diferente e isso fez com que Emma semicerrasse os olhos em sua direção – Eu acho que conheci alguém.
– Você acha? – ela questionou irônica com um sorriso de lado e suas suspeitas foram confirmadas quando Lilith começou a corar. – Quem é?
– Ela é uma barista que trabalha na lanchonete na frente da empresa – explicou – Ela começou lá essa semana e... nos esbarramos um dia. Ela me convidou para um café no primeiro dia dela e estamos almoçando todos os dias juntas. E é isso.
– Ahhh, Lily! – Emma se abaixou ao lado da morena e a abraçou – Estou feliz por você. Juro que estou. Tudo o que eu quero é te ver feliz assim, com esse sorrisinho bobo e apaixonado. Espero que ela te faça muito feliz porque você merece demais.
– Obrigada, Em. – Lily estava com os olhos cheios de lágrimas – Eu achei que não iria sentir algo por alguém tão cedo assim, mas me surpreendi. E ela é uma pessoa incrível.
– Espero que eu possa conhecê-la. – disse.
– Você vai, não se preocupe.
Lily foi embora pouco tempo depois disso e Emma se sentou no sofá com um sorriso alegre no rosto. Seu coração estava entupido de felicidade por Lilith e pelas duas terem fechado aquele ciclo de uma maneira extremamente amigável. Ela nunca quis fazer a mulher sofrer e as duas sabiam que a decisão de interromper o noivado havia sido a correta. Sua psicóloga havia dito-a a mesma coisa.
[...]
A semana novamente foi muito corrida para Emma, até mesmo nas aulas de piano de Malia ela ficava o horário combinado e corria para casa terminar o que tinha para fazer da escola de música. Estava tudo um caos, mas ainda sim ela conseguiu arrumar tempo para almoçar com seus pais na sexta-feira.
– Achei que não viria, querida – Bárbara disse ao ver a filha entrando na casa quase meia hora atrasada.
– Desculpa, mãe. O trânsito estava impossível. – ela respondeu se sentando na mesa. – Onde está o papai?
– Seu pai já almoçou – falou – Ele estava com pressa e não pode te esperar. Disse que sentia muito.
– Não se preocupe. – deu de ombros. Conhecia bem o pai que tinha. – Como vocês estão?
– Estamos bem – Barbie queria tocar no assunto da psicóloga com Emma, mas não sabia se podia, tudo com a filha deveria ser pensado duas vezes antes de ser dito e ela não queria começar uma discussão quando elas estavam com um clima tão bom – Seu pai está visitando Henry. Ele decidiu ajudar Cora de vez em quando.
– Que bom, isso é bom para os dois – a professora disse – Eles foram amigos durante tanto tempo, é bom que passem um pouco do tempo juntos.
– Foi o que eu disse a ele. Seu pai é teimoso, mas acabou concordando em ir vê-lo uma vez ou outra.
O almoço ali seguiu tranquilo para a surpresa de Emma, já que ela conhecia dona Bárbara Swan por ser uma mulher extremamente enxerida que gostava de saber de tudo sobre a vida dos filhos, mas surpreendentemente ela se absteve de qualquer pergunta sensível. E por isso ela agradeceu.
Emma também estranhou o fato de sua avó não estar por ali, mas de acordo com Bárbara, ela estava passeando pela cidade ao lado de sua melhor amiga dona Harriet Mills. E por isso ela agradeceu também. Amélia não se manteria quieta igual sua mãe.
A surpresa maior veio depois do almoço, quando Killian apareceu. O clima entre os dois era extremamente pesado e Emma se sentia muito mal com isso. Ela sentia falta do irmão, da amizade e cumplicidade que os dois tinham.
– Com licença. – Bárbara disse ao ver os dois se encarando. Não queria ficar no meio deles e não iria separar briga nenhuma caso começasse, tudo o que ela queria era que eles se entendessem, mas isso não aconteceria se ela ficasse no meio.
– Como vai, Emma? – ele perguntou um pouco sem graça e bem sério. Nada como o Killian que Emma conhecia.
– Bem e você?
– Bem... – falou. Killian se aproximou da irmã em alguns passos e respirou fundo antes de continuar – Eu queria me desculpar pelo que fiz e disse para você.
– Killy...
– Me deixe falar – a interrompeu – Foi muito errado da minha parte ter estragado a sua surpresa daquele jeito. Não deveria ter revelado algo tão íntimo seu sem saber se você estava pronta ou não. Eu sinto muito, Em.
– E eu sinto muito pela forma que reagi – ela respondeu puxando-o para um abraço forte. – Mas você estava certo sobre o que disse sobre mim. Não da maneira em que disse, mas ainda sim foi a verdade que eu não estava pronta e nem queria enxergar.
– Sinto muito pelo seu noivado – ele falou realmente sentido por aquilo. Ele gostava de Lily, mas sabia que sua irmã não era apaixonada por ela. Ele soube desde o momento em que viu a morena pela primeira vez. – Mas eu sei que era a coisa certa a se fazer. Se aquele casamento acontecesse, nenhuma de vocês seriam feliz e você sabe. – Emma concordou com a cabeça – Seu coração está em outro lugar, maninha.
– Você tem razão, Killian – os dois se apertaram ainda mais – Obrigada por ser esse irmão incrível que você é.
– Só quero te ver feliz no seu relacionamento com a Regina. Vocês duas merecem.
– Não há relacionamento entre eu e Regina – rebateu a loira se afastando um pouco – Pelo menos não ainda, mas estou me esforçando ao máximo para que isso aconteça. Não só por ela, mas por todos que estão à nossa volta.
– Estou orgulhoso da pessoa que está se tornando, Emma. Estou mesmo.
Eles se abraçaram mais uma vez e Emma prometeu a si mesma que jamais ficaria brigada com seu irmão novamente. Com nenhum deles. Killian e Rose eram tudo em sua vida e ela queria tê-los ali para sempre da mesma forma que eles a teriam para sempre em suas vidas. Os três sempre foram inseparáveis e sabiam tudo sobre a vida um do outro e ela se orgulhava disso. Não iria perder novamente.
[...]
Regina fechou a porta da frente e se encostou na madeira com os olhos fechados. Estava extremamente cansada do longo dia no trabalho e só queria ir para cama dormir. Precisava de uma boa e longa noite de sono, mas isso era impossível já que ela não tinha isso há muitos anos.
Na cozinha, sua família já estava jantando. Ela havia comido na rua, entre uma audiência e outra e por isso não estava com fome. Regina beijou a testa dos filhos e repetiu o processo com Granny, Harriet e sua mãe, que estava sorrindo para os netos, mas seus olhos entregavam a tristeza e o cansaço emocional que estava sentindo. A morena sabia que não podia ajudar seu pai de nenhuma maneira, mas queria que Cora permitisse ser ajudada.
Algumas horas depois, já em seu quarto e após o banho, Regina decidiu demorar um pouco mais em sua rotina noturna. Passou um creme hidratante no corpo, fez uma limpeza de pele e até tirou os esmaltes vermelhos nas unhas. Que já estavam ali há algum tempo. Depois ela passaria outro, demoraria demais para secar e ela queria muito dormir.
– Deus, que dia longo – murmurou ao deitar-se na cama, porém, seu descanso não durou mais do que vinte minutos. Ela ouviu o grito de Cora vindo do outro lado do corredor chamando seu nome e isso fez com que ela levantasse correndo da cama para ir direto para o quarto de seus pais. – Mamãe!
Dentro do quarto dos dois, Regina precisou se controlar. Sua mãe estava completamente histérica tentando chamar Henry, que estava imóvel em cima da cama. Ela não pensou duas vezes e correu para ver se havia um pulso. E havia.
Regina pegou o telefone ao lado da cama e ligou para a emergência. Estava tremendo da cabeça aos pés e isso dificultou um pouco no processo de fazer a ligação, mas conseguiu e a atendende lhe disse que a ambulância já estava a caminho.
A próxima ligação que Regina fez foi para a irmã para que Zelena fosse até sua casa ficar com as crianças, mas a ruiva jamais ficaria em casa esperando notícias de seus pais, então ela fez com que Ruby e Robyn fossem para a mansão ficar com Henry e Malia para que ela fosse para o hospital.
No hospital, Henry foi levado diretamente para a UTI com o médico dizendo que ele precisava ficar em observação pois estava em estado grave. Pela cara do doutor, a família Mills sabia que nã havia muita coisa a ser feita. Elas precisavam apenas orar para que tudo desse certo.
Os minutos pareciam horas. Regina sentia que ela estava ali há dias naquela sala de espera aguardando notícias de seu pai, mas haviam passado pouco mais de duas horas. O médico ainda não havia aparecido. Zelena estava deitada em uma das cadeiras, com a cabeça no colo da mãe e os pés no colo da irmã, feito uma criança no final de uma festa de casamento.
– Senhoritas? – a enfermeira as chamou e isso fez com que a ruiva despertasse na hora. – O doutor está as chamando. O senhor Henry foi transferido para um quarto.
Zelena, Regina e Cora seguiram a enfermeira pelo corredor até um dos quartos onde estavam três médicos, o cardiologista e o oncologista de Henry e também o doutor que estava de plantão quando eles chegaram de ambulância.
– Ele precisará ficar em observação por alguns dias – o médico de plantão disse quando os outros dois se despediram da família – E uma de vocês poderá ficar para passar a noite.
– Eu fico – Regina disse antes mesmo que as duas pudessem abrir a boca e ela não levaria não como resposta – Vocês descansam hoje e depois trocamos. Eu fico.
– Mas eu volto ainda hoje pra te trazer algumas roupas – Zelena rebateu e a morena concordou – Amanhã de noite nós trocamos.
– Se precisar de algo, ligue, querida. – Cora disse abraçando a filha mais nova – Cuide bem do seu pai.
– Pode deixar, mamãe.
No quarto junto com Henry só havia uma poltrona disponível e foi onde ela se sentou. Não era desconfortável, mas não era como se ela fosse conseguir pregar o olho naquela noite. Henry ainda estava sedado, então tudo o que ela pode fazer foi segurar sua mão em silêncio, rezando para que, de alguma forma ele melhorasse.
[...]
A noite passou sem que Regina sequer notasse, já que na maior parte do tempo ela estava perdida em pensamentos. Henry não acordou em momento algum, passou o tempo todo sedado e com enfermeiras vindo olhá-lo a cada uma hora para ver se estava tudo bem.
Regina almoçou na cafeteria durante o dia e logo voltou para ficar com seu pai. Queria aproveitar o tempo sozinha com ele o máximo que pudesse, mesmo que fosse em silêncio, ela sabia que ele ainda estava ali.
A noite chegou e com ela o horário que ela deveria sair para que outra pessoa pudesse entrar, mas Zelena havia ligado que chegaria uma hora mais tarde e Regina não poderia ficar ali esperando pois a ruiva não iria de carro e ela não teria como voltar. Ruby estava com as três crianças, Cora estava dormindo sedada em casa e até mesmo Daniel estava ocupado para levá-la para casa. Ela estava sem sua carteira para pagar um táxi e não tinha como nem pedir um uber.
– Eu pago um para você, Re. – Zelena disse no telefone.
– Não precisa, Z, eu dou um jeito, mas obrigada. – após isso elas desligaram.
Só havia uma pessoa que poderia estar disponível e ela não pensou duas vezes em ligar.
– Emma? – falou quando a loira atendeu o telefone. – Se não estiver ocupada, você poderia vir me buscar no hospital?
– Não estou ocupada, Gina. Estou indo. – era mentira. Ela estava terminando de planejar as aulas da semana e corrigindo alguns trabalhos que precisavam ser finalizados o mais rápido possível, mas Regina não precisava saber disso – Aguenta aí que eu já chego.
'Cause trying not to love you
Only makes me love you more
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