Zelena entrou cedo no hospital, logo depois de ver a esposa saindo após passar a noite inteira ao lado do sogro. A ruiva ainda estava extremamente magoada por conta da situação com Emma Swan, mas tentou não transparecer.
Ela deveria saber que nada passava batido por Henry Xavier Mills.
– O que está te incomodando, Elizabeth? – ele perguntou calmamente, usando o nome do meio da mulher de propósito ao vê-la respirar fundo. – E não me diga que não é nada, eu te conheço bem.
– Por que você sempre tem que saber de tudo? – ela questionou resmungando, mas Henry continuou a lhe encarar. – Não quero que a Swan passe a noite aqui.
– Ah. – ele suspirou. Sabia que a filha mais velha iria ver problema nisso. – E eu posso perguntar o por quê?
– Ela não é da família. Não confio nela. – disse – E ela não merece.
– Zelena... – ele começou paciente com um sorriso leve – Eu tenho meus motivos para acreditar que Emma Swan é a pessoa certa para a sua irmã, mesmo que você não consiga enxergar isso.
– Não consigo perdoá-la, papai. – confessou segurando na mão do senhor. – Nem se eu quisesse e eu, honestamente, não quero. Ela causou sofrimento demais em toda nossa família, não quero passar por aquilo de novo.
– Nós não estamos na posição de julgar os erros de outra pessoa, Zelena Elizabeth. – ele falou calmo, mas firme. Conhecia bem a filha para saber que ela conseguia ser muito teimosa e cabeça dura em relação à qualquer coisa. – Não somos ninguém para apedrejar sua irmã pelas escolhas dela e já está na hora de deixarmos o passado onde ele pertence. Emma já pagou mais do que o suficiente pelos pecados que cometeu e Regina já sofreu muito mais do que deveria. As duas merecem a felicidade e se elas encontraram essa felicidade juntas, que assim seja. Não devemos nos opor.
– Papai...
– Querida, eu sei o que sua irmã passou e por muito tempo eu também odiei a Emma por ter feito-a passar por tudo aquilo. – contou tristemente. – Eu, muito mais do que qualquer pessoa, vi o quanto ela sofreu com meus próprios olhos.
Flashback on
Regina sorriu leve e tranquila ao ver o rostinho rosado e minúsculo de sua pequena enquanto era amamentada. Malia era a coisa mais preciosa de sua vida até aquele momento e ela não poderia estar mais agradecida por tê-la em sua vida. Agora mais do que nunca.
– Prontas, meninas? – Henry perguntou com um sorriso feliz no rosto ao bater na porta. Ele era o avô mais babão que Regina havia conhecido. – A doutora acabou de assinar sua alta.
– Estamos sim. – ela respondeu ajeitando sua filha nos braços. – Onde está Daniel?
– Reunião de emergência. – falou dando de ombros e Regina suspirou. É claro. Henry pegou as malas de mão que haviam ali e os três, juntos, saíram do hospital direto para a casa da morena.
Henry notou que a filha estava triste, distante e não comunicativa. Ele não gostava de vê-la daquela maneira, mas não queria se intrometer. Ele também percebeu seus olhinhos inchados e vermelhos, mas novamente não quis se meter e ficou quieto.
Já na casa onde Regina morava com o marido e a sogra, a morena fez o máximo para ficar o menor tempo possível na mesa de jantar e logo pediu licença para se retirar e, junto com Malia, subiu para seu quarto.
– Ela tem estado tão triste nos últimos meses, Henry. – Maria confessou melancólica. Ela gostava tanto de Regina e odiava ver a menina tão apática e depressiva. – Daniel está sempre trabalhando, mas não acho que seja somente isso.
– Eu vou conversar com ela. – ele disse decidido e Maria sorriu agradecida. Esperava que ele pudesse ajudá-la de alguma maneira que ela não podia. – Com licença.
Henry subiu as escadas em busca da filha, mas não a encontrou em seu quarto. Olhou no quarto recém-decorado da neta, mas ela também não estava; olhou em todos os quartos de hóspedes e até mesmo no banheiro, mas não a encontrou. Ele estava quase descendo as escadas quando escutou um bebê resmungando e logo a voz de Regina lhe acalmando. Henry sorriu e se lembrou do único lugar que ele não havia olhado.
– Posso perguntar o que está fazenda na biblioteca? – ele perguntou sorrindo e recebeu um sorriso fraco de volta. – O que há, querida?
– Nada de importante, papai. – a mulher respondeu dando de ombros, mas Henry a viu enxugando as lágrimas quando entrou no recinto. Malia estava em um bebê-conforto aos pés da poltrona onde Regina estava sentada e parecia estar dormindo pacificamente.
– Regina Vivian Mills. – ele falou – Eu criei você. Eu te vi nascer. Eu troquei suas fraldas e cuidei de cada febre. Acha mesmo que consegue mentir para mim?
– Não é...
– Conte-me. – Henry pediu arrastando outra poltrona para o lado da filha. Os olhos de Regina já estavam se enchendo de lágrimas novamente e assim que ele lhe questionou novamente, a morena desabou.
– Eu não amo ele. – confessou aos prantos. – Eu gosto dele como meu amigo, como um melhor amigo quase, mas eu não o amo, papai. Eu só consigo pensar nela, o tempo todo, meu coração bate acelerado cada vez que me lembro do sorriso dela, dos olhos verdes e de tudo. Eu não aguento mais, ela acabou comigo! Não aguento mais esconder esse sentimento de que ela deveria estar aqui comigo! Era para ser a nossa filha, a nossa casa e o nosso futuro! Daniel foi um acidente. Eu não quero essa vida, mas eu não consigo nem pensar em perdoá-la.
Regina soluçou mais, caindo no colo do pai, se deixando sentir aquilo tudo pela primeira vez em quatro anos. Eram sentimentos demais sendo guardados por tempo demais.
– Eu estou tão confusa. – soluçou mais um pouco e Henry a abraçou mais forte. – Meu coração diz para amá-la, minha cabeça me pede para esquecer. Eu não aguento, eu acordo todos os dias querendo sumir, papai, mas eu não posso porque eu tenho uma filha. Alguém que depende de mim, alguém que precisa de mim e... e... e... eu só não aguento.
Maria de repente apareceu ao lado deles e nenhum dos dois sabia o quanto ela tinha ouvido, mas a mulher apenas se ajoelhou ao lado de Regina e ela, com Henry, abraçaram a menina com muito carinho.
– Não importa qual caminho escolha – Henry disse acariciando os cabelos negros da filha – Nós iremos lhe apoiar.
Flashback off
– E ela escolheu o Daniel. – Zelena concluiu quando Henry terminou a história. Ele assentiu.
– Eu sabia que ela não seria feliz naquele casamento e me surpreende ter durado tantos anos, mas acho que os dois suportaram apenas por Malia e no final, acabaram trazendo Henry ao mundo. – ele sorriu triste. – Meu único consolo é saber que ela finalmente se livrou desse peso. Não queria que sua irmã jogasse a vida inteira fora naquele casamento.
– E agora acha que Emma é a solução? – a ruiva questionou um pouco ácida. – Emma não é confiável e Ruby e eu já discutimos sobre isso também. Entramos em um acordo que não falaríamos sobre o assunto para evitar futuros desentendimentos.
– Vocês estão certas, insistir em algo que ambas não estão de acordo só piora a situação. – falou – Mas, minha filha, quando chegar a hora, respeite a decisão de Regina e não maltrate Emma. Por mim.
Zelena o olhou de canto de olho, um pouco desconfiada e mesmo querendo concordar, não se pronunciou. Se manteve em silêncio.
[...]
Emma ajeitou a bolsa no ombro e trancou o carro. Ela olhou ao redor, se perguntando se havia algum lugar ali onde ela pudesse se esconder, estava morrendo de medo de encarar Henry Mills.
Ela entrou no hospital tremendo na base, mas manteve a cabeça erguida. Na recepção, a enfermeira pediu seus documentos, pediu que ela assinasse um formulário e também que deixasse o segurança revistar sua bolsa para garantir que ela não estivesse carregando nada que fizesse mal ao paciente.
Enquanto ela estava ali se preparando para entrar, viu Zelena já saindo para ir embora. As duas se encararam por alguns minutos pelo corredor. Emma decidiu lhe cumprimentar com um boa noite bem educado quando a ruiva passou por ela, mas não obteve resposta e a mulher só passou direto.
– Ser educado é de graça, mas aparentemente não para todos – Emma murmurou seguindo pelo corredor de onde a ruiva havia saído.
A loira passou por algumas portas abertas, viu pacientes com seus familiares, viu médicos reunidos em volta das camas e muitas outras coisas também. Ao chegar na porta de número 605, ela viu Henry tranquilo olhando em direção à janela enquanto comia a comida que lhe fora servida.
– Emma! – ele exclamou ao vê-la parada na porta – Entre. Sente-se também.
– Obrigado, senhor Mills. – ela agradeceu tímida e respirou fundo ao se sentar. Estava muito nervosa.
– Já jantou? – Henry estava alegre, sorridente e com um brilho nos olhos e Emma o admirou pela força que tinha. Se fosse ela no lugar dele, tinha certeza que não seria tão bem humorada assim.
– Já sim. – respondeu e depois de alguns segundos ela conseguiu relaxar na poltrona o suficiente para retirar seu casaco e colocar sua bolsa no chão. – Como o senhor está se sentindo?
– Estou bem. Os medicamentos funcionam muito bem e eu quase não sinto dores. – disse ele concentrado em sua comida – E você, querida, como está?
– Muito bem.
Emma estava se sentindo como uma criança que estava prestes a levar uma bronca enorme dos pais. Henry a olhou e enxergou um bichinho acuado, tremendo e medroso.
– Não precisa ficar com medo, sabe disso não é? – ele questionou a observando. – Como está as aulas da minha neta?
– Ela é uma aluna excepcional. – Emma contou com admiração em sua voz. Ela amava muito Malia. – E tem muito talento também.
– Puxou a mãe, certamente. – Henry falou rindo. Ele não tinha muita coisa contra ao pai dos netos, mas sabia que ele nunca fez sua menina feliz e isso já era o suficiente para não o aprovar. – E quanto ao meu neto?
– Henry é um verdadeiro príncipe. Ele é um cavalheiro e muito educado. Nunca conheci uma criança feito ele. – disse sorrindo – Com certeza faz jus ao nome que carrega.
Senhor Henry riu alto, claramente lisonjeado pelo elogio da loira e disse após parar de rir:
– Eu tenho certeza que sim – concordou – Mas me diga: você encontrou Zelena saindo daqui?
– Ah, sim, ela passou por mim. – contou. Ela não iria dedurar a ruiva, por isso não mencionou que Zelena havia sido mal educada ao não responder seu boa noite. – Ela não parecia muito bem.
– Minha filha está inconformada, Emma. – Henry queria muito que as filhas não ficassem brigadas uma com a outra, afinal, ele sempre considerou Emma como sua filha assim como Ruby.
– Inconformada é uma palavra bonita para ódio. – ela riu. – Eu sei que a Zee me odeia.
Henry riu.
– Jamais, querida. Zelena tem medo pela irmã – disse como se fosse uma verdade absoluta. E era. – E pela esposa.
– Por Ruby? – Swan questionou confusa. Por que ela teria medo por Ruby?
– Regina não foi a única que sofreu com o término de vocês. – Henry respirou fundo. – Ruby passou muito tempo se culpando pelo que aconteceu entre vocês.
– Mas ela não teve culpa de nada.
– Veja bem, Ruby era sua melhor amiga e ela achava que poderia ter impedido se tivesse sido uma amiga melhor. – Emma balançou a cabeça negativamente. – Por isso Zelena teme pelas duas.
– Eu sinto muito por ter causado tanto sofrimento para a sua família. Não consigo expressar em palavras o arrependimento que sinto.
– Isto ficou no passado. E eu sei que você fará Regina feliz apesar de tudo o que aconteceu há alguns anos. – ele a assegurou apertando sua mão na dela. Emma se sentiu um pouco melhor, não muito, mas um pouco. – Até porque se você não fizer minha feliz, eu volto do pós-vida para te assombrar pelo resto da eternidade.
Os dois riram e Emma assentiu. Ela jamais pensaria em não fazer a morena feliz, depois de tudo, aquilo era o que ela mais queria.
– Mas eu sei que você ainda está nervosa e eu não te trouxe aqui para isso – Henry disse de maneira séria e Emma se ajeitou na poltrona para se concentrar no que ele iria dizer. – Eu te trouxe aqui para lhe pedir algo.
– Estou ouvindo.
– Eu vou precisar de alguém para tomar conta da minha família após eu partir.
Emma o olhou completamente chocada. De tudo o que pensou que ele poderia falar, aquilo não chegava nem perto.
– Henr...
– Me escute, por favor. – ele a interrompeu – Você é a mais próxima que temos que terá um emocional melhor para lidar com a situação, querida. – Henry estava certo e Emma sabia disso. Ele segurou em suas duas mãos e a olhou diretamente nos olhos. – Escute atentamente, Emma Swan, pois não terei outra chance para repetir. – ela assentiu – Malia irá precisar de alguém que ela possa se espelhar, além da minha filha. Ela precisa crescer e ser uma mulher de sucesso, uma mulher feliz e completa que não dependa de ninguém. Você irá ensinar isso à ela.
Emma não conseguia fazer nada além de acenar com a cabeça, então Henry continuou:
– Henry Daniel irá precisar de alguém para o ajudar com as táticas de xadrez e eu sei que você joga tão bem quanto eu. – ele apontou para ela. – Ele irá precisar de alguém que também o escute sobre seus sonhos por mais absurdos e distantes que eles sejam. Meu neto ainda é uma criança e ele dificilmente irá entender o que aconteceu.
– Ele é inteligente e tem um ótimo coração, mas não se preocupe. Estarei aqui para os dois.
Henry suspirou. Ele precisava tirar tudo aquilo do peito para que finalmente tivesse paz interior.
– Zelena e Ruby irão precisar de um ombro amigo, alguém que possa ouvi-las sobre suas vontades e desejos, sonhos e decepções. Alguém como você. – Swan suspirou engolindo o nó em sua garganta. – Minha filha vai resistir, eu tenho certeza, mas insista por favor. Ela vai precisar.
– Se ela me matar, eu vou achar o senhor no céu para acertarmos as contas – Emma apontou e Henry riu concordando.
– Robyn é uma menina inteligente e talentosa e ela vai precisar de você para incentivá-la a jogar o futebol que ela tanto ama. – Emma concordou. Ela não conhecia Robyn ainda, mas Ruby falava muito da filha. – As mães dela acham que ela deve seguir com a rede de restaurantes, mas Robyn não nasceu para isso. Ela terá um futuro brilhante.
– Pode contar comigo. Ela será a melhor do time.
– Disso eu sei, querida, disso eu sei. – Henry sorriu. Estava contente que Emma iria seguir seus pedidos e sabia que a loira seria fiel à sua palavra. – Agora, minha esposa. – ele suspirou ao se lembrar da mulher que tanto amava. – Cora vai precisar de você para incentivá-la a amar novamente porque eu não quero que ela passe o resto da vida de luto por mim. Ela tem uma capacidade tão grande de amar e, não importa onde eu esteja, irei desejar que ela encha o coração de amor. Não importa para quem seja ou quando seja. Ela terá todo meu apoio.
Emma estava cada vez mais admirando o homem que Henry Mills era. Nunca em sua vida havia conhecido alguém como ele e duvidava muito que um dia iria.
– E por último: Regina. – o coração de Emma parou de bater por alguns segundos e ela engoliu em seco, esperando a bomba explodir. – Regina irá precisar de alguém que a ame incondicionalmente, que a apoie em seus sonhos da mesma maneira que eu sempre apoiei. Alguém que a ajude a tomar decisões importantes e que seja sua confidente. Esse alguém é você, Emma Swan. Nenhuma outra pessoa nesse mundo será capaz de fazer esse papel, tem que ser você.
Swan estava em prantos. Não imaginava que Henry depositaria nela toda essa confiança. Ela, de todas as pessoas, estava encarregada de cuidar de toda a família Mills e Emma não sabia como responder a isso.
– E eu tenho algo mais para pedir para você. – ele confessou sorrindo culpado. Sua família estaria em boas mãos.
[...]
A manhã chegou rapidamente e logo Emma se viu se despedindo de Henry Mills e indo embora. De volta na recepção, ela encontrou Cora assinando os mesmos papéis que havia assinado na noite anterior. As duas apenas se cumprimentaram com acenos de mãos e Swan se apressou para ir embora.
Cora observou a mulher saindo a passos rápidos e suspirou, queria muito saber o que os dois haviam conversado e só esperava que Henry não tivesse dito nada demais. Ela entrou no quarto do marido e o viu deitadinho com cara de sono ainda e sorriu.
– Vai contar o que tanto queria conversar com Emma Swan que precisou de uma noite inteira? – ela perguntou com um sorriso de lado e o marido negou com a cabeça.
– Conversei tudo o que eu precisava, minha rainha. – ele respondeu tranquilo e esticou a mão para que Cora se aproximasse. Os dois entrelaçaram os dedos e a mulher se sentou na poltrona onde Emma havia se sentado na noite anterior. – Estou me sentindo mais leve depois dessa conversa.
– Algo que eu precise me preocupar? – ela arqueou a sobrancelha fazendo o marido rir.
– De maneira alguma, querida. – ele disse tentando a tranquilizar – Só queria colocar algumas coisas para fora e Emma era quem precisava me ouvir.
Cora se contentou com a resposta e se ajeitou na poltrona para ler suas revistas e livros como ela sempre fazia. Henry também gostava de acompanhá-la na leitura, mas dessa vez ele ficou satisfeito em apenas observá-la com um olhar apaixonado.
O almoço chegou e os dois comeram juntos, conversando amenidades e rindo juntos. Henry amava demais ter a companhia da esposa e em seu peito surgiu uma vontade imensa de abraçá-la e não soltar mais.
– Cora. – ele a chamou e a mulher levantou a cabeça, o olhando tão apaixonada quanto ele – Eu amo você.
– Oh, Henry querido, eu também amo você. – respondeu ela abrindo um sorriso largo com os olhos marejados. – Te amo muito, vida minha.
Henry suspirou, contente e feliz, e fechou os olhos com um sorriso no rosto. Em poucos segundos Cora percebeu o que estava acontecendo: o barulho da máquina avisando que o coração de Henry Xavier Mills havia parado.
[...]
Emma nunca havia pisado em um lugar tão triste como aquele. A antiga casa da família Mills havia sido o local escolhido para ser o velório de Henry, pois nem Regina e nem Zelena queriam ter aquela lembrança em suas casas. Cora foi quem decidiu o lugar e por isso estavam todos ali.
Harriet estava sendo consolada por Amélia e Robyn, que choravam junto com a senhora na mesa da cozinha; Zelena e Ruby, completamente vestidas em preto, estavam encolhidas juntas no sofá e abraçadas olhando para um ponto fixo na parede. A ruiva nem sequer registrava as pessoas indo até lá prestar suas condolências.
Malia e Henry estavam, estranhamente, ao lado de Frank e Bárbara. Grudados nos dois de um jeito que surpreenderia a todos se houvesse alguém prestando atenção neste detalhe. Daniel e Maria estavam ali ao lado conversando com a família Swan, sofrendo menos que o resto da família, mas ainda sim sentindo muito a morte de alguém tão amado.
Emma olhou ao redor e, na sala de estar onde estava o caixão, ela viu Cora parada ao lado do marido com um olhar perdido e o rosto completamente vermelho. Ela não saía dali há horas e não havia ninguém que conseguisse convence-la do contrário.
Um pouco mais atrás de Cora Mills, estava Regina e Emma decidiu que aquele era o momento para que ela acatasse um dos pedidos de Henry.
Ela se aproximou a passos lentos e calculados da morena e recebeu um abraço apertado e molhado de lágrimas assim que chegou perto o suficiente. Swan envolveu seus braços na cintura fina em sua frente e permitiu que ela ficasse ali pelo tempo que quisesse e precisasse.
– Eu sinto muito, Regina. – murmurou no ouvido da outra, que apenas assentiu – Seu pai me fez um pedido ontem.
Regina a olhou curiosa e a loira sussurrou em seu ouvido as palavras que ele havia usado no dia anterior.
– Ele pediu isso? – ela questionou um pouco confusa e Emma afirmou. – Eu vou buscar.
A advogada retornou pouco tempo depois com um violino em mãos e o entregou à loira, que amava muito aquele instrumento. As duas seguiram até o piano que havia ali na sala e todos os convidados se juntaram, curiosos, para saber o que elas iriam fazer.
Cora olhou surpresa para a filha ao vê-la se sentar na frente do piano. Regina dedilhou alguns segundos, se acostumando com as notas e sorriu fraco para Emma, que começou a tocar o violino.
Logo todos ouviram a voz de Regina Mills cantando:
– When ths rain is blowing in your face and the whole world is on your case, I could offer you a warm embrace. – Zelena abraçou a mãe, enxugando as lagrimas – To make you feel my love.
Regina continuou, dessa vez com Emma lhe acompanhando:
– When the evening shadows and the stars appear and there is no one there to dry your tears – Malia nunca havia ouvido as duas cantarem juntas, mas com certeza era a coisa mais linda que ela já havia visto em toda sua vida. – I could hold you for a million years to make you feel my love.
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