História Lessons Learned - You'll Never Be Alone

Just hold on to my love

And you'll never be alone

O sepultamento de Henry Mills foi a parte mais difícil de todas. Depois daquilo era definitivo, ninguém mais teria o prazer de ver o rosto dele, ali era o fim da linha para todos e a despedida foi difícil. Cora chegou a desmaiar e precisou ser tirada do local para ser medicada. Zelena junto com a filha e os sobrinhos só conseguiam soluçar de tanto chorar. Regina e Ruby estavam em silêncio, processando o acontecimento ainda.

Ambas estavam destruídas por dentro, mas não conseguiam demonstrar.

– Sua avó e eu estamos indo para a casa dos Swan’s com a Amélia, ok? – Granny falou à morena com bastante calma e Regina apenas concordou com a cabeça. Como se fosse automático. – Se precisar, ligue. Estaremos aqui.

– Querida. – Bárbara a chamou – Quer que a gente leve as crianças? Podemos ficar com eles essa noite se preferir.

– Não, Barbie. – respondeu a morena sem emoção alguma em sua voz. Ela estava parecendo um robô – Nós vamos ficar bem, não se preocupe.

– Não hesite em nos ligar, de verdade. – Granny reafirmou.

Amélia e Harriet andaram até Emma, que estava mais ao lado se despedindo das pessoas que conhecia.

– Emma, minha flor, preciso que me faça um favor. – Harriet pediu carinhosamente à mulher.

– Claro.

– Quero que leve minha neta e meus bisnetos para casa. – falou olhando em direção à Regina. – Regina não está em condições de dirigir. Ela não está bem, espero que eu possa confiar em você.

– Claro que pode, senhora Mills. Não se preocupe. – Emma olhou para a morena também, que estava se despedindo da irmã. – Vou cuidar dela e das crianças também.

As senhoras se retiraram e junto com Harriet e Amélia, entraram no carro de Frank e seguiram para a residência da família Swan. Ninguém ali estava querendo ficar sozinho, então cada um estava encontrando sua companhia.

Zelena e Ruby se retiraram logo depois, pois Robyn não estava aguentando mais de sono. A menina também estava extremamente calada e não queria conversar com ninguém. Ela tinha se apegado muito a Henry em tão pouco tempo.

– Regina? – Emma chamou-a tocando em seu ombro. – Vamos? Vou te levar pra casa.

– Você? – ela questionou um pouco surpresa.

– Sim, querida. – a loira respondeu carinhosamente com um sorriso – Vamos, eu levo você e as crianças.

Regina concordou e as crianças seguiram a mãe e a professora de piano até o carro da família. Emma conversou com Rose e pediu que August levasse seu carro embora para que o carro não ficasse ali e o cunhado concordou.

Já na casa da família Mills, a advogada colocou os dois filhos na cama. Malia teve que tomar remédio para dormir, a menina estava extremamente ansiosa e não conseguia pregar o olho. Henry não entendia muito bem o que estava acontecendo, então para ele foi mais fácil para ele pegar no sono. Regina ficou um tempo com os dois ainda.

– Eu conheço você. – Maria disse olhando fixamente para a loira.

As duas estavam no balcão da cozinha sozinhas, enquanto Regina deitava com as crianças.

– Me conhece?

– Sim, sim. – concordou. Maria era uma mulher intimidadora e Emma a achava muito misteriosa. – Regina falava muito sobre você quando a conheci. E até me surpreende muito a amizade que vocês duas tem agora.

– E porque, senhora Colter? – a questionou surpresa. Emma sabia que a mulher era ex-sogra de Regina e que a morena havia a conhecido quando se casou.

– Regina sofreu muito, sabe? – falou – Eu acompanhei esse sofrimento de perto. Vi tudo o que ela passou em todos os anos em que ela esteve casada com meu filho. – Emma concordou com a cabeça, não sabia o que falar. – Mas eu sei que você também sofreu muito por contas das suas próprias escolhas.

Não era preciso dizer que Emma estava chocada com tudo o que Maria parecia saber sobre ela. A loira jamais imaginou que Regina contaria tanta coisa sobre elas para sua sogra.

– Henry e eu conversávamos muito, querida. – explicou – Ele era um homem inteligente e sempre soube o que era melhor para as filhas. Não se fique pensando muito sobre o que aconteceu no passado, de valor ao que você tem no presente para que tenha um bom futuro.

Com isso, Maria se retirou e subiu para dormir. Ela não queria deixar a ex-nora sozinha com as crianças, mesmo sabendo que Emma não sairia dali.

Swan continuou sentada na bancada, esperando a morena descer, pois não arredaria os pés dali. Só se Regina pedisse. Ela queria dar apoio e mostrar à advogada que ela não iria a lugar algum.

Quando Regina desceu, ela já estava de pijamas, com a carinha inchada e já despida de maquiagem. Ela estava bem abatida, mas ainda encontrou forças dentro de si para abrir um sorriso para a loira.

– Achei que já tivesse ido. – murmurou.

– Jamais. – respondeu de volta – A não ser que você queira que eu vá.

– Não. – Regina foi rápida em dizer. – Eu me sinto melhor em saber que você está aqui. – as duas suspiraram – Quer um chocolate quente?

– Só se for com canela.

– Não faria de outra forma. – a morena riu e foi preparar o chocolate – Eu não consigo dormir de qualquer forma.

Assim que Regina preparou os dois chocolates, elas seguiram para a varanda dos fundos da casa. Seria uma ótima noite para observar as estrelas. As duas cadeiras de descanso tinham cobertas, mas a morena teve uma ideia melhor. Ela esperou Emma se sentar e se ajeitar, para sentar na mesma cadeira que ela.

– Não tem outra cadeira disponível? – Emma questionou rindo, mas a mulher se fez de desentendida.

– Você vai me contar o que você e meu pai conversaram?

Emma estava esperando essa pergunta, só não sabia que viria tão cedo.

– Não. – disse. – Ele me pediu que não contasse.

Milagrosamente, a morena aceitou aquela resposta. Se Henry havia pedido segredo, ela não insistiria e respeitaria os desejos de seu pai.

– Não se preocupe também. – Swan falou suavemente dando uma batidinha na ponta do nariz da morena – Ele só queria que vocês ficassem bem.

– Eu sei. – suspirou – E obrigada por ter tocado comigo. Foi um momento muito especial para mim e eu sei que nunca irei esquecer daquilo.

– Tudo por você, Regina.

As duas continuaram ali deitadas juntas, em silêncio, e tomando suas bebidas. Regina estava arrasada, isso era fato, mas surpreendentemente ela estava se sentindo em paz. Sabia que , onde quer que seu pai estivesse, ele estava feliz por ela. Disso ela tinha certeza absoluta.

Emma não podia acreditar que estava ali daquele jeito, com Regina tão relaxada em seus braços. A situação não era a ideal, nem de longe, mas ela não conseguia deixar de ficar feliz por ter chegado em um ponto como esse. Ainda faltava muito, isso era certeza, mas elas estavam chegando lá. Um passo de cada vez.

– Ei, princesa. – chamou-a baixinho. – Toma um relaxante muscular e vai dormir. Você precisa.

– Acho que tem razão. – concordou. – Você vai ficar?

– Com certeza. – Swan beijou o topo de sua cabeça e a ajudou a se levantar. – Só vou tomar mais um café e já vou deitar com você, ok?

– Ok.

Regina e Emma voltaram para dentro de mãos dadas, apoiadas uma na outra. Como um verdadeiro casal. Isso aqueceu o coraçãozinho de ambas, enchendo-os de amor e felicidade. A morena pegou o remédio e após tomá-lo, subiu as escadas e foi se deitar.

Emma [00:37]: Ei, tá acordada?

Belle [00:37]: Com certeza, querida. Como está?

Emma [00:38]: Cansada. Estou na casa da Regina e vou passar a noite aqui com ela e com as crianças.

Belle [00:38]: Espero que eles fiquem bem. Sei o quanto eram apegados ao avô. Como a Regina está?

Emma [00:38]: Está bem na medida do possível. Ela ficou quieta uma boa parte do dia, mas hoje de noite ela falou um pouco.

Emma [00:39]: A ex-sogra dela também está aqui para dar um apoio. E Regina acabou de tomar um remédio pra relaxar e dormir.

As duas ficaram trocando mensagens durante mais algum tempo, pois Emma estava sem sono e não queria deitar ainda. Belle ficou todo o tempo dando atenção à melhor amiga, sabendo que era difícil para ela também. Emma tinha um carinho muito grande por Henry Mills e o admirava bastante.

Após uns vinte minutos de conversa com Belle, Emma ouviu a campainha tocar. Era um pouco estranho já que estava bem tarde. Ela se levantou e foi até a porta. Antes de abrir, olhou pelo vidro da janela ao lá e se surpreendeu ao ver Daniel Colter do outro lado segurando uma bolsa vermelha em mãos.

– Daniel?

– Ah, Emma, olá. – ele a cumprimentou um pouco sem graça. – Vim trazer essa bolsa de roupas. É da Malia. – a loira pegou a bolsa e deu um passo para o lado.

– Quer um café? Acabei de fazer um.

– Por favor. – Daniel aceitou e seguiu a mulher até a cozinha. Ele estranhou um pouco o fato dela estar ali e se sentir tão em casa assim, mas não era seu lugar de fala então preferiu ficar quieto sobre o assunto. – Vim saber como as crianças estão. E como a Regina está também.

– Os três estão dormindo. – respondeu servindo-lhe o café. – Malia teve que tomar remédio para dormir e Regina também. Mas Henry pegou no sono fácil. Sua mãe também está lá em cima dormindo.

– É, ela me disse que dormiria aqui. – disse e os dois se calaram. O silêncio era um pouco constrangedor, mas os dois permaneceram ali, evitando contato visual. – Estou feliz por você estar aqui. Regina precisa do seu apoio. – falou ele de repente, quebrando o silêncio e assustando a loira. – Ela está feliz com você e é tudo o que eu sempre quis para ela: felicidade.

– Daniel, me desculpe perguntar, mas... – Swan estava morrendo de curiosidade. – Eu achei que vocês haviam se casado apenas por conta da gravidez.

O rapaz soltou uma risadinha antes de responder.

– Eu conheci a Regina quatro anos antes de nós casarmos. – explicou surpreendendo a loira – Eu a conheci assim que ela chegou na Inglaterra e nós nos demos bem. Foi instantâneo. Eu sabia que ela estava sofrendo, sofrendo demais e descontava isso na bebida. Ela não se abria comigo, mesmo eu sendo o único e primeiro amigo que ela fez. Tudo o que ela queria era festar e beber sem parar. – Daniel balançou a cabeça negativamente, ele se lembrava de como foi complicado no começo – Ela se afundava e dormia com varias pessoas diferentes. Sempre homens, nunca mulheres. Ela dizia que não conseguia ficar com mulheres mais. Houveram algumas, poucas, mas sempre que acontecia ela entrava em uma depressão profunda depois.

Emma sentou seus olhos se encherem de lágrimas com isso. Ela sabia que a vida da morena não tinha sido fácil depois do término, mas ela nunca havia ouvido detalhes e isso a chocou demais.

Ele respirou fundo e serviu um pouco mais de café antes de continuar.

– Regina tinha dias bons e dias ruins. – falou se sentindo novamente. – Nos dias bons, ela festejava, beijava, bebia e transava todos os dias da semana. Fazia o que queria e quando queria. Nos dias ruins, ela se trancava em casa, não comia, não dormia e nem tomava banho. O melhor amigo dela nesses dias era o Jack Daniel’s. Fiz tudo o que pude por ela e acabei me apaixonando. Foi inevitável. – confessou. – Mas eu sabia que nada poderia acontecer entre nós, ela sempre deixou muito claro que não queria nenhum tipo de relacionamento. Nunca mais ficaria noiva de ninguém. – Nesse momento Emma abaixou a cabeça. – Uma noite fomos para uma festa juntos, como sempre fazíamos e eu acabei ficando bêbado. Eu nunca fui de beber e era fraco pra bebida. Acabamos dormindo juntos e foi uma bagunça. Regina acordou no outro dia desesperada dizendo que aquilo nunca poderia ter acontecido e que jamais poderia se repetir. Eu aceitei, né? O que poderia dizer?

Swan estava absorvendo cada palavra do que ele lhe contava, totalmente boca aberta por Daniel estar se abrindo daquela maneira.

– Foi esquisito no começo, confesso, mas não demorou para voltarmos a ser amigos como antes. Foi como se nunca tivesse acontecido nada. – Colter bocejou e coçou os olhos – Quase quatro semanas depois recebi uma ligação dela às sete da manhã e desconfiei. Regina nunca acordava naquele horário. Ela estava chorando desesperada e me pedindo perdão sem parar. Foi quando ela descobriu que estava grávida. – contou – Eu nunca quis ser pai e sabia que ela também não queria ter um filho para criar, mas eu fiquei feliz por ter um naquele momento. Fizemos todos os exames necessários e descobrimos que ela estava realmente carregando um bebê. Regina sugeriu um exame de DNA, mas nós dois sabíamos que o filho era meu, então falei que não precisava.

– E vocês nunca fizeram? – Ele negou com a cabeça.

– Decidimos contar à minha mãe primeiro, mas não demorou muito para o meu pai ficar sabendo da história. – Disse com pesar. – Ele ordenou que nos casássemos ou ele iria tomar o bebê dela sem pensar duas vezes. Tentei ir contra ele, mas de nada adiantou. De acordo com meu pai, ele não queria ter um neto bastardo. Nunca irei me esquecer o dia do nosso casamento. – falou olhando Emma nos olhos. – Ela me encarou e sorriu, disse que estava feliz por não ter ficado noiva. Eu a amei desde o primeiro dia, mas sempre soube que o coração dela não me pertencia.

Os dois se calaram, deixando-se absorver aquelas palavras tão cheias de significados.

– Bom, eu preciso ir. Ainda preciso dar uma passada em alguns lugares antes de ir para casa.

Emma o levou até a porta, como era o esperado dela e os dois se despediram com um abraço.

– Obrigado por ter me contado tudo aquilo. – disse sinceramente – Por ter confiado em mim.

– Eu que agradeço por cuidar de Regina e dos meus filhos também.

A loira voltou para dento da casa e resolveu subir para dormir. Ela iria ficar no quarto de hóspedes sobrando, mas deu de cara com Regina no corredor com uma carinha inchada de quem estava dormindo e com os cabelos bagunçados. Fofa.

– Eu ouvi vozes. – murmurou coçando os olhos.

– Daniel deu uma passada para deixar umas roupas da Lia, mas acabou de ir embora. – explicou dando de ombros. – E agora eu vim dormir.

– Você... hum... você pode dormir comigo essa noite?

Emma sorriu e concordou. As duas seguiram para o quarto principal e se deitaram juntas. Swan sendo, obviamente, a concha maior.

Hold on

We can make it through the fire

And my love

I’m forever by your side