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História Lobo em pele de cordeiro - Você vai continuar fugindo?


Escrita por: dokken

Notas do Autor


Olá, olá!!!

Esse capítulo o Jimin está bem irritadinho com nossa querida Aria (e com razão né haha. Desculpa Aria, te entendo, mas pobrezinho do nosso mocinho).

Enfim, espero que gostem!

Capítulo 3 - Você vai continuar fugindo?


Olho pela décima vez para o relógio em cima da geladeira. Eu estava aflita e um pouco nervosa. Era sábado, dia da maldita festa da linda e incrível Paige Bolton. A vontade de comparecer era mínima, mas a todo momento eu pensava que se eu não fosse, Allie seria capaz de me arrastar pelos cabelos. E mesmo que eu desse a mesma desculpa dizendo que eu precisava estudar, a ruiva começaria um discurso longo dizendo que meu cérebro explodiria se eu não desse um tempo dos estudos. 

— Você tem algum compromisso? — Minha mãe pergunta enquanto olha os números na fita métrica, depois anota-os em uma caderneta. 

— Por que a pergunta? — Solto a fita quando ela dá um sinal e mudo de posição.

— Não sei quantas vezes você já olhou para o relógio. — Confere os números novamente daquele novo ângulo e volta a anotá-los.

Não menti quando disse que minha mãe estava fazendo algumas reformas na casa, só meio que inventei que ela tivesse pedido a minha ajuda. Grace era uma mulher forte e muito orgulhosa, pedir a minha ajuda seria a última coisa que ela faria. Por muitas vezes eu reclamei e discuti sobre isso, mas no fundo eu sabia que eu era igual.

— Allie me chamou para ir a uma festa, mas não sei se vou.

— E por que não? Pelo o que estou vendo, você parece até ansiosa. 

— Eu preciso estudar, as provas começam na semana que vem.

Ela mantém os olhos fixos no armário suspenso e franze o cenho. Pelas explicações da minha mãe, ela gostaria de repaginar a cozinha, por isso estávamos medindo o espaço onde ficava o armário, pois ele seria trocado por maior. O lugar tinha se tornado uma bagunça, mal nos dando espaço para transitar.

— Na verdade, querida, precisar não é bem o termo certo. Por causa da sua dedicação, suas notas sempre foram excelentes e um dia sem estudar não vai te tornar menos inteligente.

— Eu sei disso, mas...

— Eu já disse que tudo em excesso faz mal. — Me interrompe e eu suspiro. Ela tinha razão, como sempre. 

Olho mais uma vez para o relógio e vejo que eu teria pouco mais de uma hora para me arrumar. Pondero minhas opções, mas não chego em uma conclusão. Hoje eu estava desanimada até mesmo para encarar os livros, então se eu não fosse junto com Allie, provavelmente ficaria até tarde vendo alguma série.

— Se está atrasada, pode deixar que eu me viro aqui. — Minha mãe finalmente me olha e sorri.

— Você quer muito se livrar de mim, não é? — Pergunto fingindo estar triste e Grace ri, dando um leve tapa em meu ombro.

— Para de dizer besteiras, eu apenas quero que você se distraia um pouco. 

— Sei, eu já entendi qual é a de vocês. — Digo já me retirando da cozinha. — Quando eu for embora, vão soltar até fogos de artifícios.

— Às vezes você consegue ser pior do que sua irmã. — Ela balança a cabeça em forma de negação. — Como aguentei tanto drama por tanto tempo?

Não consigo evitar uma gargalhada, sendo acompanhada por ela. Era ótimo como tínhamos o mesmo humor para tudo. Depois de mandar um beijo no ar para minha mãe, viro-me e começo a subir as escadas o mais rápido que consigo, pois agora eu tinha apenas quarenta minutos para tomar banho e decidir qual roupa eu usaria.

 

 

Há trinta minutos eu ouvia Paige rir e contar de sua vida. Eu tentava ao máximo corresponder positivamente, mas a vontade de ir embora prevalecia. O fato de Paige Bolton ser extramamente agradável e muito simpática, tornava ainda mais difícil odiá-la. Não fazia sentido algum eu estar querendo odiá-la, porém minha mente tentava a todo custo me lembrar com quem ela estava semanas atrás. A cada vez que ela me olhava, eu sentia o nervosismo aumentar, pois não fora só Jimin que tinha me visto plantada na porta enquanto os dois demonstravam todo aquele entusiasmo um pelo outro, a loira também tinha me visto. Talvez ela nem tivesse me reconhecido, dado o fato de não ter tocado no assunto desde que cheguei ou ter me lançado olhares suspeitos, por isso agarro essa ideia como se fosse um mantra para não ficar ainda mais paranóica. 

— Vocês moram aqui perto? — Paige pergunta sem tirar o sorriso de dentes muito brancos do rosto. Ela não tinha nenhum defeito? 

— Mais ou menos, moramos na Benefit Village. — Allie responde e pede mais um drink.

— Que sorte! É um lugar bem bacana, cheguei a olhar alguns apartamentos por lá, mas decidi continuar morando com meus pais, ainda não estou preparada para morar sozinha. — Paige ri e é acompanhada por Allie e eu tento dar um sorriso. 

— Não quis dividir o apartamento com nenhuma amiga? Pode ser cansativo às vezes, mas no fim vale a pena. — Pergunto tentando ser agradável, afinal de contas, Paige não tinha culpa de nada.  

— Não nego que já pensei sobre isso, mas mesmo a ideia de morar com outras pessoas, me deixa um pouco apavorada. Não me orgulho disso, mas tenho muito medo de tudo dar errado e eu ter que voltar para a casa dos meus pais, eu me culparia por anos, sou muito sistemática. — A loira suspira e depois sorri sem graça. 

— Eu posso entender, sair da casa dos pais é um grande passo e não vem com manual de instrução, a gente passa por poucas e boas. — Allie diz e eu a encaro confusa não entendendo sua última colocação.

— Vocês moram juntas, né? Deve ser empolgante. — Paige pergunta com bastante interesse.

— Bem, se você chama de empolgante morar com uma futura publicitária que vive enfiada com a cara nos livros e dois dançarinos amadores, então sim, do contrário, pode ser um pouco entediante às vezes. — Allie diz brincalhona e Paige ri abertamente. — Além de Allie e eu, tem o Jimin também...

— Que cursa dança junto com Allie, conhece? Ele faz parte do nosso grupo. — Sem perceber, digo interrompendo Allie. 

Presto bem atenção  nas feições da loira ao meu lado, mas continua inalterada, nem um rubor, nem um sorriso sacana, nada. Semicerro os olhos com tal reação ou falta dela. Ela não queria transparecer que não só como o conhecia, mas que já era muito íntima. 

— Ah, claro, nos topamos algumas vezes. 

Não consigo evitar um sorriso amargo e um pensamento irritante. Se toparam na cama, só se for, minha mente debocha e eu quase bufo. 

Precisava sair dali o quanto antes, então digo que vou ao banheiro. Quando me levanto consigo ter uma visão clara da porta de entrada, justo na hora em que três homens entram ao local. Meu coração quase para ao encarar o moreno, pois seus olhos estão focados diretamente em mim e eu não consigo identificar o que ele está pensando. Minhas pernas vacilam quando ele sorri, me medindo dos pés à cabeça. Saio em disparada para o banheiro, como se eu estivesse fugindo de algo e eu realmente estava. Por Deus, o que foi aquele olhar? Aquele sorriso? A minha noite seria um inferno e eu já começava a sentir os efeitos. 

Ao entrar no banheiro, vou direto até a pia e abro a torneira para jogar um pouco de água na nuca e tentar me preparar para o que estava para acontecer. Eu e jimin, frente a frente depois de duas semanas sem nenhuma palavra dita. Todos os lugares que ele estava, eu tentava um meio de fugir sem ficar muito aparente. Eu parecia uma criança, mas quando eu percebia, minhas pernas já me levavam para longe dele e de toda a sua aura angelical e destrutiva para mim. Jimin não fez questão de me procurar para conversar sobre a situação, mas por que ele o faria? Nós não tínhamos nada, ele não era obrigado a se explicar. Mas, mesmo eu sabendo disso, no fundo eu gostaria muito que ele viesse conversar comigo, nem que fosse para fazer piadinhas, como ele sempre fazia com os outros. A verdade era que ele nunca tomava atitude, se você não fosse até ele, nada se resolveria. Às vezes eu encarava isso como respeito, outras vezes como orgulho. 

Respiro fundo e tento me recompor dando o meu melhor sorriso. Eu repito inúmeras vezes para mim mesma que não adiantaria nada eu agir daquela forma. Mesmo que eu não quisesse, eu não tinha escolha, pois ninguém sabia o que estava acontecendo e ter que explicar meu comportamento perante ao moreno estava fora de cogitação.

Quando saio do banheiro, Paige e Allie não estão mais no bar, olho ao redor e vejo as duas sentadas na parte mais escura e reservada do ambiente, junto com Namjoon, Hoseok e Jimin. Sem muito o que fazer, me encaminho até eles. 

— Olha só ela, toda gótica sensual. — Hoseok diz me fitando de cima a baixo. Eu sorrio sem graça, olhando para meu vestido preto curto.

— Meu estilo arrasador, sabe como é. — Digo sorrindo ladino tentando ao máximo não transparecer meu nervosismo.

Me acomodo ao lado de Namjoon, na ponta da mesa, bem em frente ao moreno terrivelmente e odiosamente lindo que eu, agora, gostaria muito de beijar. Sinto seus olhos me analisando firmemente e quando o encaro, ele está sorrindo, da mesma forma estranha de quando chegou e me encarou. O que ele tinha?

— Beleza, o que vamos pedir? Eu estou morrendo de fome. — Namjoon pergunta enquanto me abraça de lado, em uma forma de dizer oi. 

— E quando você não está? — Hoseok pergunta. — Vamos esperar os outros amigos da Paige chegarem. Nós reservamos a parte de cima, bebida e comida à vontade, meus queridos, exceto se quiserem algo mais especial do bar, aí fica por conta de vocês. 

— Como vocês conseguiram convencer a senhora Ayumi? Ela só deixa o salão reservado para os amigos jogarem bingo. — Allie pergunta.

— Para o rei aqui, nada é impossível. Bastou um pouco de charme e ela já estava convencida. — Hoseok responde e todos riem.

— Você não perde tempo mesmo, até as senhoras estão sendo vítimas. — Jimin fala e todos riem ainda mais.

Ouvir a voz dele depois de tanto tempo me dá calafrios. Ele estava usando uma jaqueta jeans escura, uma camiseta branca por baixo e, acredito que uma calça jeans também escura. Ele estava lindo, pronto para matar e eu já estava preparando meu enterro. 

— Que cara é essa, Aria? Está tudo bem? — Paige pergunta me olhando com um sorriso. Sempre tão sorridente.

— Preocupações com as provas, suponho. Seu corpo está aqui, mas sua mente está em casa pensando nas matérias. — Jimin responde sorrindo. Franzo o cenho com sua resposta. Por que tinha tanta certeza disso? 

Jimin apoia o braço atrás de Paige, no encosto do estofado, ainda me encarando com um sorrisinho que já estava me deixando um pouco desconfortável e irritada. Olho para outra direção na hora. 

— Mania besta, não consigo evitar. — Respondo confirmando a fala do moreno e sorrio sem graça. 

— Você parece ser muito inteligente, não deveria se preocupar. — Paige diz ainda sorrindo.

— Ela é perfeccionista, nasceu assim, não tem conserto. Mas não podemos reclamar, é um milagre ela estar aqui conosco, principalmente porque as provas já estão para começar. — Nam me aperta e eu dou um leve soco em seu ombro.

Depois de mais alguns minutos de conversa, percebemos algumas pessoas adentrarem no bar. O rosto de Paige se ilumina e ela faz sinal para que eles se aproximassem.  Pela quantidade de pessoas, não seria uma festa pequena e isso só me faz desanimar ainda mais devido, sendo bem irônica, a minha alta capacidade de socializar. 

Digo para ninguém específico que estava indo ao bar pegar uma bebida e Hoseok aproveita para me acompanhar. Ao chegar no balcão, pedimos nossas bebidas e sentamos nas banquetas. Bato minhas unhas na superfície do balcão, focando minha visão no barman preparando meu drink, quando escuto a voz de Hobi soar bem próximo:

— Você não está se divertindo, não é? — Eu o encaro e dou um mínimo sorriso.

— Não muito, estou me sentindo um pouco fora da caixa, não sou próxima da Paige e muito menos dos amigos dela, me sinto como uma intrusa. 

— Te garanto que todos eles são muito legais, vai ser fácil se misturar. 

— Isso pra vocês, eu sou péssima no quesito socialização. — Rio e volto minha atenção para o barman. — Na verdade, estou pensando em tomar esse drink e ir embora.

— Sério, Aria? Você está aqui há, o que, uma hora? 

— Mais ou menos isso. — Sorrio para ele e ele balança a cabeça. — Hoje eu realmente não estou no clima, sei lá.

Hoseok não diz mais nada. Esperava que ele fosse insistir, mas dado a minha expressão de estar em um velório, acredito que ele entendia. Se fosse Allie, já estaria choramingando nos meus ouvidos.

Olho para o pequeno grupo ao fundo e suspiro. Quando cheguei eu pensava que não iria ser tão difícil encarar a situação, mas observando agora, eu me sentia completamente desanimada. Às vezes esse sentimento me aborrecia, pois nunca permiti me intimidar por nada e ninguém, principalmente quando se tratava de algum cara. Sempre foi muito fácil, eu me envolvia até certo ponto e depois dava adeus sem remorço algum. Mas aí do nada aparece Park Jimin, me desestabilizando fisicamente e emocionalmente sem ao menos saber, fazendo eu agir como uma garotinha indefesa que nunca viu um homem antes. Eu me sentia bem patética. 

Meus pensamentos são tirados de mim quando finalmente o barman deposita minha bebida em cima do balcão. Eu bebo um pouco do conteúdo azul da taça e permaneço em silêncio. Encaro Hoseok com sua querida cerveja e ele sorri abertamente. Não estava afim de beber, mas hoje meu corpo ansiava ficar um pouco anestesiado.

— Se não estiver se sentindo bem, não tem problema você ir, Ari. — Hobi sorri sincero. — Eles vão entender.

— Eu sei. — Olho para o grupo de amigos e suspiro. — Mas o que a Paige vai pensar de mim? Eu nem trouxe um presente.

Meus pensamentos ficaram tão focados nas provas, que nem passou pela minha cabeça comprar um presente para a loira. Não que eu fizesse muita questão, mas agora me sentia um pouco mal.

— A Paige não vai ligar, ela não é assim. — Me tranquiliza. — Você veio como?

— Allie me trouxe. — Respiro fundo lembrando da ruiva. — Ela vai ficar me enchendo para eu ficar.

— Pode apostar que vai. — Ele ri pelo o nariz. — Não precisa falar com ninguém, eu aviso que você teve um imprevisto urgente e que teve que ir embora mais cedo.

— Você faria isso por mim? — Eu o abraço e sinto sua risada. 

— Você vai ficar me devendo uma. 

— Nada disso, desconto da sua conta enorme comigo, não pense que eu esqueci. 

Hobi sorri sacana para mim e eu dou um leve empurrão em seu ombro. O silêncio volta e eu me distraio com minha bebida. 

— Quer que eu peça para alguém te levar? — A voz doce de Hoseok vêm aos meus ouvidos e eu o encaro. — Eu até me ofereceria, mas prometi a Paige que iria ajudá-la com as coisas da festa, até porque a festa foi minha ideia. — Ele olha para o grupo de amigos e depois volta a me encarar. — E levando em conta que eu pedi ao Nam para me ajudar também, então acho que Jimin poderá ser seu motorista hoje.

Arregalo os olhos. Tudo o que eu menos precisava era ficar sozinha com Jimin e ainda por cima dentro de um carro. Nem pensar!

— Não precisa, sério, eu vou pedir um uber. — Balanço as mãos e faço uma careta. — Não quero estragar a noite dele.

— Para de bobagem, você sabe que ele não iria se incomodar, estamos falando do Jimin, Ari. — Ele sorri e meu desespero aumenta. — Espere aqui, vou chamá-lo.

Não tenho tempo de negar, pois ele já está voltando para o grupo barulhento no canto em que estávamos. Continuo imóvel enquanto vejo Hoseok chamar pelo moreno. Da onde eu estou não consigo ouvir o que eles falam, mas sei que Hobi está explicando a situação, pois Jimin me procura e quando me encontra, me fita muito sério. Ele concorda e dá um sorriso tosco para Hoseok seguido de um soco leve em sua barriga. Quando vejo ele pegando as chaves da mão do loiro e logo em seguida vindo em minha direção, meu coração dispara e minha mente fica em branco por alguns segundos. Sem pensar, abro a carteira e jogo no balcão alguns trocados para pagar a bebida que pedi, logo em seguida ando o mais depressa possível até o final do bar. Escuto meu nome ser chamado, mas ignoro. 

Assim que saio, a brisa noturna me recebe e eu abraço os meus braços que estão desprovidos de qualquer pedaço de pano. Pego o meu celular para checar as horas e concluo que não tinha ficado nem uma hora direito com eles. No momento eu só gostaria de caminhar para poder esvaziar a mente e parar de pensar o quão idiota eu era por, mais uma vez, fugir que nem uma garotinha assustada. Assim que dou mais passos apressados para longe do bar, sinto meu braço ser puxado com muita força.

— Você está surda? — Jimin pergunta e eu percebo que está com raiva.

Eu fico em silêncio apenas o encarando. Percebo pela sua respiração acelerada que ele teve que correr para me alcançar e que sua expressão não era uma das melhores. Na mesma intensidade  que me puxou, larga meu braço, o que faz eu dar um passo para trás em reflexo. Ele deposita suas mãos na cintura, soltando um suspiro, sem deixar de me encarar uma única vez. Eu posso sentir meu coração batendo forte em meu peito, e minhas mãos começando a tremer. Era surreal como ele conseguia me afetar com apenas um olhar.

— Você vai continuar fugindo?

— Fugindo? Do que você-

— Para com essa merda — ele rosna. — Essa infantilidade toda só por causa de sábado? 

Em oito meses, eu nunca tinha o visto desse jeito. Era perceptível o quanto ele estava bravo comigo e eu poderia dar parabéns para mim mesma por ter conseguido isso, se a situação toda não fosse tão trágica. Jimin raramente se aborrecia, mas quando acontecia, ele ficava assustador.

— Eu fiquei com vergonha. 

— E só por isso resolveu me evitar de vez? Não sabia que você era tão puritana ao ponto de ficar afetada ao ver duas pessoas transando. — Ele diz com tom irônico, mas continua sério. — Ou talvez por ser tão certinha, sentiu repulsa?

— O quê? Não é nada disso! — Falo um pouco mais alto. — E eu não te evito, eu só ando ocupada com a faculdade e eu não sou a melhor pessoa do mundo para fazer amizades.

Tento me justificar, mas pela sua expressão não tinha colado muito bem. Eu, certinha e puritana? Até parece. Se ele ao menos soubesse os tipos de pensamentos que eu tinha com ele, esses seriam os últimos adjetivos que ele me chamaria. 

— Em oito meses, Aria? Sério? — Ele ri e eu fico sem graça. — Nós moramos na droga do mesmo apartamento e você mal conversa comigo.

— Você também não conversa!

— E o que adiantaria? Não gosto de respostas monossilábicas, Aria. 

Eu não sabia o que dizer, não poderia confessar que eu não o deixava se aproximar por simplesmente gostar dele e que esse sentimento me causava pavor. Ele riria da minha cara, com toda certeza, porque uma mulher tendo uma atitude como essa era estupidamente ridículo. Mas infelizmente era assim que eu conseguia lidar com esse tipo de situação, para poder tentar me defender de qualquer sentimento que poderia vir a me destruir e me perturbar, assim como foi com John.

Jimin suspira e fecha os olhos, depois que os abre e me encara, consigo perceber a expressão de cansaço. 

— Eu vou te levar embora e não me importo se você não vai com a minha cara. — Ele se encaminha ao outro lado da rua e para em frente a um sedã preto que não demoro a reconhecer ser de Hoseok. — Entra!

Continuo no mesmo lugar, ponderando se seria uma boa ideia eu negar e sair andando. Não sabia o que ele poderia fazer, mas dada a sua expressão irritada, suponho que ele facilmente me alcançaria e me arrastaria até o carro.

— Aria, eu estou falando sério, entra no carro! — Sua voz não está mais raivosa, mas ainda está autoritária. 

Atravesso a rua e entro no carro. Jimin não diz nada, apenas liga o veículo e sai em alta velocidade. O silêncio é ensurdecedor. Seu rosto está sério e provavelmente não faria esforço algum para falar nada naquele momento e, acredito eu, nem nos próximos dias, meses ou anos. 

 

No começo eu realmente percebia que ele tentava se aproximar, afinal morávamos no mesmo apartamento, era o que pessoas normais fariam. Mas depois de eu tanto o afastar, ele parou de tentar. Pensei que ficaria feliz com isso, mas só fez eu me sentir ainda mais estúpida. Mal sabia ele que tudo o que eu mais queria era ele do meu lado, porém dizer isso poderia trazer muitas consequências, fazendo minha mente reforçar que eu poderia me machucar de novo e, depois de tanto tempo tentando juntar os pedacinhos do meu coração partido e reorganizar meus pensamentos, voltar para a estaca zero era a última coisa que eu queria.

 


Notas Finais


É, minha querida Allie, sua batata começou a assar! haha

Nos próximos capítulos vocês vão conhecer mais o Jimin e como ele vai lidar com as reações da Aria.

Adianto que ele não tem muita paciência e vai acabar utilizando um método bem suspeito para fazer a pobre Aria falar o que tá pegando.

Enfim, pessoal, espero que estejam gostando, quero saber a opinião de vocês, por isso não deixem de comentar.

Se cuidem e nos vemos na próxima quarta! Beijos <3


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