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História Love Against Ideals - Coziness


Escrita por: UchihaAika

Notas do Autor


Oi gente :D
Atrasei alguns dias só, menos do que esperava, ainda bem. Não sei quando vou poder regularizar as postagens novamente, mas assim que for possível, escrevo um monte :3

GENTE, PARA TUDO.
Naruto The Last Movie vai ser NaruHina s2 <3 s2 <3
Notícia mais linda de todas! Eu sempre soube que Naruto ficaria com Hinata, porque NaruSaku não existe, é só viagem da cabeça de quem não sabe ler uma história direito. Mas eu não esperava que o filme fosse voltado a isso, então estou muito, muito, muito feliz <333
E o estilo da Hinata está maravilhoso *-*

Capítulo 51 - Coziness


 

Tsunade



 

Dezoito anos tinham se passado, tempo suficiente para as tecnologias serem melhoradas, além de, na ocasião, estar em um melhor momento de sua vida, onde tinha condições de pagar um navio melhor para seu transporte. As duas semanas dentro daquele navio tinham sido exaustivas, mas também proveitosas. Entretanto, enquanto via Sakura enjoada o tempo inteiro, não podia deixar de lembrar de si mesma em sua primeira viagem, passando mal o tempo inteiro… e com o pior resultado possível. Mas Sakura está protegida.

Akane, a águia de mãe de Sakura, andava sempre pairando sobre o navio, ou empoleirada sobre alguma parte dele, com os olhos vermelhos sempre atentos. Kakashi quase não dormia na ânsia de proteger sua rainha a qualquer custo, mesmo que fosse com sua vida. Provava todos os alimentos antes dela, e até mesmo bebidas. Sakura sentia-se extremamente desagradável com aquilo, Tsunade percebia, mas ela não falava nada pois sabia que em sua proteção estava incluída a proteção de sua criança.

E por fim, quando as duas longas semanas passaram, eles estavam atracando no porto de Konoha. Era estranho como as coisas estavam exatamente da maneira que Tsunade costumava lembrar. Os cais de madeira envelhecida para os barcos mais pobres, e as estradas de pedras coloridas para os mais ricos. Daquela vez, era ali que ela desceria, e com um sorriso no rosto.

Enquanto caminhavam sobre as pedras coloridas, Tsunade explicava o comércio para Sakura e Kakashi.

–  Todas as pessoas que vocês encontrarem trabalhando aqui, são operários. Os burgueses comandam, os operários trabalham. Os burgueses geralmente podem falar com os operários para dar ordens, e tudo mais.

Uma incrível sensação nostálgica a preenchia enquanto caminhava pelas ruelas de Konoha, repletas de crianças operárias vestindo suas roupas maltrapilhas e pedindo por comida. Sakura, em sua bondade, deu para eles muitas coisas que tinha trazido da viagem, como pães, frutas e biscoitos. A alegria em seus olhos pequenos com certeza fazia tão bem para ela quanto para Tsunade. A nostalgia era tão alta, que estava difícil controlar a vontade de chorar.

Ao chegarem no final da cidade, pegaram três burros de carga para seguirem na estrada até a casa principal, que não ficava tão distante da cidade. Sobre o burro, levavam provavelmente meia hora, e enxergavam as plantações e bosques ao redor. A estrada era de pedras amarelas muito bem colocadas.

–  Que lindo!  –  Exclamou Sakura, entre um suspiro, enquanto observava as plantações e os bosques. Embora trouxessem lembranças dolorosas para Tsunade, traziam também lembranças maravilhosas, que ela desejaria ter a todo o tempo.

A casa principal já aparecia em seu campo de visão. Ela era diferente de um castelo, não tinha tantas torres altas no interior, mas tinha grandes muralhas de proteção e torres de vigia em pontos estratégicos sobre colinas. Ao longe, não era possível enxergar a casa, apenas a muralha cinzenta. Tsunade sentiu seu coração vir à boca. Provavelmente seus avós e seu irmão não sabiam de sua chegada, portanto, agora temia não ser bem recebida.

Conforme se aproximavam da casa principal, ela quase podia sentir como se estivesse voltando no tempo, à época em que ainda era uma jovem menina interessada apenas em aprender medicina, quando ainda acreditava que o pai a amava, mesmo que tivessem pouco contato. Quando pararam diante da porta levadiça, um dos guardas gritou, perguntando de quem se tratava.

–  Tsunade Senju e mais dois acompanhantes.

–  Tsunade Senju?!

–  Sim.

Demorou um tempo até que a porta fosse erguida para sua entrada, mas finalmente conseguiu entrar, e então a nostalgia veio com tanta força que lágrimas chegaram junto aos seus olhos. A casa continuava do mesmo jeito, com o telhado avermelhado e as paredes cinzentas, tão grande quanto ela se recordava. E quando olhou para o lado, teve sua surpresa.

–  Tsunade?  –  Ele disse, e estava tão lindo, tão imponente, que tudo o que ela pôde fazer foi chorar.

–  Nawaki!  –  Disse, e desceu de seu burro para correr até o irmão, que agora era um homem, o mais lindo que alguma vez ela já tinha visto.

Abraçou-o fortemente, e ele retribuiu na mesma intensidade.

–  Pensei que você nunca fosse voltar.  –  Disse ele.

Tsunade olhou em seus olhos finalmente, e depois para todo o seu rosto, observando duas expressões adultas. Ele parece muito com meu pai. Mas aquilo não era empecilho algum para o amor que tinha certeza que possuía pelo irmão mais novo.

–  Eu também pensei, por um tempo. Mas voltei.

Sorriu, e ele sorriu de volta. Estava um homem lindo, e somente naquele momento pareceu notar a presença de Sakura e Kakashi logo atrás dela.

–  E estes são…?

–  Estes são Sakura Haruno, a legítima rainha de Smaragdus, e Kakashi Hatake, capitão de sua guarda real.

Nawaki era agora um homem, com vinte e um anos, e era realmente bonito, assim como o pai dele um dia tinha sido. Como um cavalheiro, ele caminhou até Sakura e beijou sua mão.

–  É um prazer finalmente conhecê-la, vossa graça. Falam muito da última Haruno aqui por Konoha.

–  É bom saber disso.  –  Disse Sakura.

–  Mas é no mínimo estranho que, no meio de uma guerra, a rainha saia de sua terra…

–  É por isso que estamos aqui, Nawaki.  –  Tsunade interrompeu-o.  –  Onde está nosso avô? Gostaríamos muito de falar com ele.

–  Vovô estava nos aposentos dele, descansando, mas como ele é saudável e também inquieto, deve estar chegando aqui em poucos minutos devido à movimentação.

Tsunade sorriu a lembrar da agitação de seu avô. E é muito bom saber que ele ainda está saudável.

–  Leve-nos até ele, por favor.

Nawaki olhou para Sakura novamente, mesmo que tivesse sido Tsunade a dizer aquilo. Será que ele se interessou por ela? Nawaki… ele seria um bom marido para Sakura, e poderia até mesmo assumir sua criança. Mas ela certamente não gostaria da ideia.

–  Me acompanhem.

Enquanto Nawaki caminhava a sua frente, Tsunade o observava com extrema curiosidade. Perguntava-se que tipo de pessoa ele tinha se tornado, e o que pensava dela, principalmente se sabia o motivo que a tinha levado para longe dali. Será que ele se tornou alguém como meu pai? Ou alguém triste, por ter perdido a mãe, o pai muito cedo, e ter sido abandonado pela irmã? … Será que ele não me odeia?

Havia muitas perguntas que desejava fazer para ele, mas sabia que ainda não era o momento, e também sabia que talvez, quando o momento chegasse, não tivesse coragem de perguntar.

Ao entrar na grande casa, percebeu que tudo continuava exatamente da mesma maneira que da última vez em que tinha passado ali. Tsunade sentiu certo estranhamento, praticamente pôde enxergá-la sendo arrastada pelo pai para fora de casa sem agir de maneira contrária, pois ainda tinha os gélidos olhos mortos da cabeça de Dan em sua memória, frescos.

O grande salão ainda tinha as mesmas tapeçarias nas paredes, as mesmas velhas esculturas que costumavam assustá-la quando ainda era uma criança. E no topo da escadaria, avistou seus avós. Eles tinham envelhecido, mas pouco, sua jovialidade era impressionante. Não conteve um sorriso ao enxergá-los, e tamanho foi seu alívio ao ter o sorriso retribuído.

Subiu as escadas com rapidez até alcançá-los, e jogou-se nos braços de Hashirama Senju como sempre costumava fazer na infância.

–  Vô!

–  Você ainda se parece bastante com a garotinha teimosa que eu costumava abrigar sob meu teto, Tsunade.  –  Disse ele. Hashirama certamente sabia que não havia qualquer possibilidade de Tsunade ainda ser a mesma, pois devia saber tudo o que tinha ocorrido a ela.

–  Mas somente parece, não é?  –  Falou Mito, com um sorriso que era tão comum em seu rosto. Após a morte de sua mãe, a avó era a única capaz de reconfortá-la apenas com um olhar. Tsunade então a abraçou com carinho, e teve o gesto retribuído em mesma intensidade.

–  Sim… mas senti sua falta, vó.

–  Eu também, querida. Pensei que nunca fosse voltar, então é tão bom tê-la de volta!

Parou e olhou para o rosto dos dois. Estavam envelhecidos. Os cabelos castanhos de Hashirama, assim como os intensos vermelhos de Mito, haviam sido substituídos por belos e brilhosos fios brancos, e seus rostos tinham muito mais rugas do que da última vez em que os tinha visto, mas ainda assim, pareciam possuir uma extrema juventude em suas vozes, em seus sorrisos, e em seus olhos.

–  Você sabe que é sempre muito bem recebida aqui, Tsunade, assim como todos que traga com você. Sabe que se eu pudesse ter feito algo, impediria seu pai. Mas quando ele colocava algo na cabeça, não havia o que o impedisse… errei muito com ele.

–  Não tente tomar responsabilidades, vô. E além disso, eu já perdoei meu pai. A única coisa que não me permitia voltar, eram lembranças… estou tentando fazer com que elas deixem de ser fantasmas.

Mito sorriu.

–  Gostaria que seu pai estivesse vivo para ouvir isso. Ele nunca se disse arrependido, mas também nunca foi o mesmo depois daquilo.

–  Acho que teremos muitos momentos para conversar sobre isso, não é? Afinal, foram anos!  –  Manifestou-se Hashirama.  –  Mas agora temos visitas a serem recebidas. Apresente-nos seus amigos, Tsunade!

Eu nunca devia duvidar que vocês nos receberiam dessa maneira, pensou, sorrindo. Qualquer outra pessoa perguntaria por que ela estava ali, com aquelas pessoas. Hashirama e Mito a apoiariam em todas as situações, como os avós que possuía antes do incidente e que, equivocadamente, pensava que poderiam ter mudado.

Sakura e Kakashi subiram as escadas até onde eles estavam, acompanhados por Nawaki.

–  Essa é Sakura Haruno, rainha de Smaragdus. E este, é Kakashi Hatake, capitão de sua guarda real.

Hashirama deu dois passos e segurou a mão de Sakura entre as suas.

–  Seu avô foi um grande amigo meu, nunca aprovei a maneira como foi morto. E seu pai, Kakashi Hatake, era um homem honrado, um dos maiores cavaleiros que esse mundo já conheceu.

–  Sinto-me honrado em ouvir isso do senhor.  –  Respondeu Kakashi.

–  Eu é que me sinto honrado de recebê-los aqui. Entretanto, não posso deixar de achar estranho… afinal, sei da guerra que anda acontecendo em Smaragdus, e você, Sakura, como uma das principais personagens, devia estar lá.

Sakura tentou conter um suspiro, e Tsunade a conhecia tão bem que podia enxergar com clareza o medo que ela sentia. Provavelmente não sabia que podia confiar nele.

–  É uma longa história, vô. Uma história que começa quando parti daqui, e tenho certeza que tanto o senhor quanto a vó adorarão escutar. Mas antes disso eu preciso ter certeza… vocês manteriam a nós três aqui, por um período relativamente longo?

Hashirama olhou para Mito, e depois para Nawaki, para por fim dirigir o olhar até Sakura, Kakashi, e Tsunade.

–  Minha querida, você sabe que essa casa é sua. Não precisa me pedir para ficar aqui com as pessoas que lhe são importantes, você deve simplesmente fazer se o quiser.

Tsunade sentiu, como nunca imaginou que sentiria tão cedo em Konoha, o coração aquecido, como se tivesse sido abraçado por todos aqueles que ela, estupidamente, tanto temia. Não hesitou em abraçar novamente seu avô, sentir o aconchego paterno que ele proporcionava, e que por muito tempo pensara que jamais fora sentir novamente.

–  Obrigada.

–  Não é motivo de agradecimento.

Sabia que não seria justo continuar ali sem deixar que seus avôs e seu irmão soubessem da história que os trouxera até ali.

–  Mas vocês devem saber o porquê de estarmos aqui. Acho que precisamos conversar em um local mais adequado.  –  Disse.

–  Primeiro, vocês vão descansar. Esse tempo todo dentro de um barco não deve ser nada fácil. Quando estiverem mais dispostos, conversamos.

Hashirama sorriu.

–  Nawaki, chame Kinana. Ela deve preparar aposentos para eles. Tsunade pode ficar no antigo quarto.  –  Falou Mito, mas o coração de Tsunade falhou uma batida.

Seu antigo quarto, o local onde tinha passado os últimos e desesperantes momentos em Konoha. O local onde os olhos verdes e sem vida de Dan permaneceram fitando-a enquanto era arrastada para longe por seu pai. Não posso…

–  Por favor, não.  –  Implorou, embora sua voz tivesse saído falha.  –  Não lá…

Mito pareceu assustada com sua reação, mas mesmo assim, passou a mão em seus cabelos.

–  O que não falta aqui são aposentos. Você pode ficar onde quiser, querida, a casa é sua.

Sentiu-se tão aliviada que mal soube o que dizer. Apenas abraçou a avó também, infinitamente agradecida por serem eles a recebê-la. Se não fosse por vocês e por Sakura, eu acho que eu nunca teria forças… jamais teria forças para conseguir isso sozinha.




 

Naruto



 

O dia estava quente, e incômodo. Como era seu dever, Naruto acompanhava Jiraiya em uma audiência, no salão principal do Castelo das Cerejeiras. Havia uma grande cadeira de ferro e madeira de cerejeira retorcida ao redor, decorado com esmeraldas na ponta dos braços, onde Jiraiya permanecia sentado. Naruto estava ao seu lado, em um banco menor feito apenas de madeira, e abaixo deles uma escadaria de mármore rosado estendia-se, oito degraus que os separavam dos demais ali presentes.

A audiência era de juramentos, e aquilo andava bastante frequente nos últimos dias. Naruto passava manhãs e tarde ali com Jiraiya, dando pequenos intervalos para refeições, mas sempre ansioso para ver Hinata novamente. Sorria apenas ao lembrar-se do quão doce eram seus lábios, e do quanto sentia-se renovado quando podia sentir a textura da pele dela.

–  Senhor Mão, nós temos problemas.  –  Quem falava era um camponês magricelo com a pele queimada pelo sol, vestindo trapos velhos e aparentemente passando fome.  –  Eu e minha família vivemos ao norte do território Haruno, que pertence aos Keirin. Como eles decidiram deixar os Uchihas para realizar o juramento a nossa rainha legítima, os Uchihas destruíram nossas terras! Incendiaram os campos, saquearam as casas e as plantações, estupraram nossas mulheres!

Aquele homem parecia desesperado, e Naruto sentiu-se, de certa forma, afetado por o que ele relatava ter acontecido em suas terras. Era algo terrível, entretanto, era o que costumavam ouvir sobre guerras, era a realidade crua que ele se sentia incapaz de engolir. Espero que nós não tenhamos que fazer isso em nenhum momento.

–  Malditos Uchihas.  –  Murmurou Jiraiya.  –  Senhor, temos um estoque de sementes e raízes para serem plantadas, daremos boa parte deles a vocês para que possam recuperar minimamente suas plantações. Temos algum estoque de grãos também, e isso é o máximo que poderemos oferecê-los no momento. Se houver homens capazes de lutar que desejem vingança, mande-os para nosso exército.

–  O senhor já faz muito, senhor mão. Obrigado, obrigado…

O camponês permaneceu agradecendo, e por um momento Naruto temeu. Jiraiya era muito bondoso, jamais deixaria que aquelas pessoas ficassem desamparadas, mas precisariam repor o estoque que doariam com urgência, antes da chegada da seca no verão. Se não fizermos isso, a situação pode ficar complicada…

Após o camponês, outros senhores de grandes famílias daquela região vieram prestar seus juramentos, pondo suas espadas aos pés de Jiraiya. Ele os agradecia, e sempre esperava pelo próximo. Ao final da tarde, a audiência finalmente tinha acabado por completo, e Jiraiya convocou uma reunião com os principais comandantes Uzumaki, Yamanaka e Sabaku.

–  Para que essa reunião repentina?  –  Questionou.

–  Quase todos os vassalos dos Harunos já prestaram seus juramentos, exceto um.

Antes que Jiraiya desse mais explicações, Gaara entrou em sua sala, e Inoichi Yamanaka logo depois. Nagato não tardou a chegar, e então Jiraiya começou a falar:

–  Convoquei-os porque hoje atingimos a marca de todos os juramentos já esperados. Dos antigos vassalos dos Harunos, todos estão ao nosso lado agora, exceto a Casa Akiumi, do Castelo das Irmãs. Não chegou até mim qualquer notícia de que eles tenham deixado o lado Uchiha. Alguém ouviu algo a respeito?

–  Não, senhor.  –  Disse Inoichi.

–  Tudo o que ouvi a respeito, é que eles não tinham saído do lado Uchiha, e sequer tinham planos de sair.  –  Nagato avisou.

Jiraiya suspirou fortemente, e passou a mão pelo rosto.

–  Não podemos permitir isso, eles nos devem lealdade, somos os donos das terras deles. Os Harunos conquistaram isso aqui, eles apenas ganharam um pedaço para tomarem conta… precisamos fazer com que eles se lembrem disso.  –  Naruto manifestou-se. Era uma guerra, e deviam lutar. Precisavam do domínio de toda aquela terra para que assim, finalmente pudessem partir até Terra de Reis e conquistar seu objetivo principal, quando Sakura voltasse com seu herdeiro nos braços.

–  Naruto está certo.  –  Falou Gaara.  –  Não podemos aceitar que eles desafiem dessa maneira o sangue ao qual suas terras pertencem. Eles não precisam jurar lealdade se não quiserem, mas não ficarão com o castelo, nem com as terras ao redor.

–  Sim!  –  Concordaram os demais.

–  Então, preparem seus exércitos. Não devemos partir com todos, existe a grande possibilidade de os Uchihas estarem esperando por isso. Naruto, prepare-se, como líderes devemos estar nessa batalha. Lorde Gaara ficará responsável pela guarnição aqui enquanto estivermos fora, juntamente com Lorde Inoichi. Nagato, prepare seu exército e os de seus vassalos. Eu convocarei a companhia de mercenários.

Naruto sorriu de canto, afinal, era inevitável a empolgação quando se preparava para uma batalha. Ainda mais quando vamos novamente rumo a uma vitória.

Gaara e Inoichi trocaram um olhar demorado. Naruto tinha esquecido da costumeira tensão entre norte e sul, mas naquele momento, percebia que ela estava cada vez menor perto do que já tinha sido um dia.

–  Vamos organizar a guarnição, Lorde Yamanaka.  –  Chamou Gaara.

–  Sim.

Os dois partiram lado a lado, como se a rivalidade não mais existisse.

–  Partiremos ao nascer do sol, Nagato. Organize seu exército.  –  Ordenou Jiraiya.

–  Sim senhor.

E então, Naruto e Jiraiya ficaram sozinhos novamente. Mas ao pensar sobre partir cedo, Naruto lembrou-se que deixaria Hinata sozinha, e seu coração não ficou mais tão alegre por ir até a batalha.

–  Eu vou ficar um tempo com Hinata… não tinha pensado sobre isso, mas não vai ser fácil ficar longe dela.

Ela estava muito melhor de sua doença, quase completamente curada. Quando Naruto chegava das audiências, encontrava seu radiante sorriso, e seus braços abertos para aconchegá-lo. Nunca pensei que seria desse jeito, que me sentiria tão bem com ela.

Jiraiya riu.

–  É engraçado te ver nessa fase.

–  E você é um chato, Jiraiya.  –  Respondeu, rindo também. Já estava acostumado com as reações idiotas dele toda a vez que falava algo sobre Hinata.  –  Agora vou lá…

Naruto estava partindo, quando Jiraiya segurou seu antebraço. Ele tinha um sorriso enorme no rosto, que era tão comum nele, mas que naquele instante em particular, pareceu estranho a Naruto.

–  Estou orgulhoso de você, e finalmente vejo que está preparado. Naruto… Se acontecer qualquer coisa nessa batalha… Você ficará no meu lugar.

Havia uma sensação estranha próxima ao seu estômago, e não era agradável. Naruto perdeu a vontade de sorrir, repentinamente, e demorou a perceber que estava completamente paralisado com aquelas palavras. Somente então forçou um sorriso, que aos poucos, foi ganhando força para se tornar genuíno.

–  Por que está falando esse tipo de estupidez? É óbvio que nada vai acontecer! Vamos todos voltar para esperar Sakura e o bebê, então pare com isso, você está me deixando assustado.

Jiraiya deu uma gargalhada.

–  Assustado, hein?! Pensei que não se assustasse com nada, Naruto!

É um alívio te ver rir, e não falar bobagens.

–  Agora anda, Hinata está esperando por você.

–  Eu já queria ir há muito tempo, você que ficou me segurando!

Rindo, Naruto deixou a sala de Jiraiya. Mas do lado de fora, não conseguiu mais rir. Lembrou-se do que ele tinha falado, e percebeu que aquele fantasma o acompanharia até o final da batalha. Você nunca realmente sabe a hora certa de dizer as coisas, Jiraiya…




 

Hinata



 

Os dias estavam tão melhores que, por vezes, imaginava que estava sonhando. Mas sempre acabava tendo a certeza de que não era um sonho, pois ainda eram sofridos. Ainda acontecia uma guerra do lado de fora, e sua família ainda estava cativa. Seu mundo particular com Naruto era um paraíso de minutos, que logo acabava quando ele ia arcar com seus compromissos e ela, então, ficava sozinha com seus pensamentos.

Mei Terumi nunca mais tinha aparecido, e ela não sabia o motivo. Em alguns momentos desejava que ela voltasse, para que tivesse com quem conversar, mas Mei parecia não ouvir seus apelos silenciosos, ou apenas não queria voltar.

Ouviu o barulho da porta se abrindo, e um sorriso veio ao seu rosto, automático de quando sabia que ele estava chegando.

–  Hinata!  –  Ele chamou, e ela correu até seus braços. Adorava abraçá-lo, e adorava a sensação de estar entre seus braços, sentia-se aconchegada e amada como nunca tinha se sentido em sua vida.

–  Como passou o dia?  –  Perguntou ele.

–  Bem, e você?

–  Na medida do possível, bem.  –  Ele respondeu. Ergueu seu queixo para poder beijá-la nos lábios novamente, e aquele era seu momento preferido. Sentia-se uma com Naruto, como se nada pudesse tirá-lo de perto dela. E eu não quero que saia daqui nunca.

Agora, ela compreendia melhor por que enxergava Naruto desde a infância. Ele era como uma parte inseparável dela, algo que trazia um sentido diferenciado para sua vida, uma nova força para seguir em frente, que antes ela nunca tinha sentido.

Sem sair dos braços de Naruto, olhou em seus olhos, e percebeu o que ele queria dizer com na medida do possível. Não estava tudo bem. Havia algo de estranho nele, como se estivesse inquieto.

–  Aconteceu algo?  –  Questionou.

–  Na verdade, sim. Terei que passar um tempo longe de você… nós vamos até o Castelo das Irmãs, para tomá-lo.

Hinata perdeu a vontade de sorrir repentinamente.

–  Com tomá-lo, refere-se a batalhas?

–  Sim… guerra envolve batalhas.

Hinata apertou os braços ao redor do corpo de Naruto, e encostou sua cabeça no peito dele. A primeira coisa que veio até sua cabeça, que acabou com qualquer sorriso, foi a lembrança de Naruto chorando, desesperado, em suas visões. Não queria que ele sofresse, e se pudesse evitar aquele momento, evitaria. Não tinha certeza de que a batalha representava aquele sofrimento a ele, mas sua visão tinha vindo até a memória de maneira tão repentina, que não podia ficar tranquila, estava apenas muito assustada.

–  Não vá.  –  Pediu.  –  Por favor Naruto, não vá.

Sentiu a mão dele acariciando seus cabelos.

–  É por pouco tempo, Hinata. Logo estaremos de volta.

Ela se afastou levemente do corpo dele para olhar mais uma vez em seus olhos azuis profundos.

–  Não tenho um bom pressentimento. Por favor… fique.

–  Hinata…  –  Ele tomou o rosto dela entre as mãos.  –  Eu não posso ficar, meu lugar é nas batalhas enquanto a guerra durar.

Ela não conseguiu segurar as lágrimas.

–  Somente sofrimento virá. Não vê?  –  Disse, entre um soluço. Ele beijou sua testa, depois seu nariz, e por fim seus lábios, para depois secar suas lágrimas.

–  É preciso sofrer para alcançar a paz, e é isso que buscamos. Estarei de volta em poucos dias, Hinata, o Castelo das Irmãs fica próximo daqui. Não se preocupe, você não ficará sozinha.

–  Você ainda não entendeu que não é comigo que me preocupo? É com você!

Não quero que sofra… não quero que fique longe.

–  Você não precisa se preocupar comigo, Hinata. É o meu dever, esqueceu? Em sete dias, no máximo, estarei de volta, e ficarei com você como sempre fiquei nesses últimos dias.  –  Ele a abraçou novamente, e beijou o topo de sua cabeça.  –  Não pense que está sendo fácil para mim a ideia de ficar longe… se não fosse tão arriscado, te levaria comigo.

Aquilo clareou seu dia, embora não por completo. Foi sua vez de segurar o rosto dele entre suas mãos.

–  Leve-me. Por favor, Naruto.

Queria estar por perto em todos os casos, para confortar o mínimo que fosse qualquer sofrimento que o acometesse.

–  Não.  –  Disse ele, com um sorriso incrédulo em seu rosto.  –  Hinata, é muito arriscado, jamais levaria você para o campo de batalha.

–  Você não precisa me levar para o campo, só precisa me levar para o acampamento. Eu só não quero estar longe quando você precisar.

Ele sorriu.

–  Se é assim, você não pode estar longe em momento nenhum.

Hinata sentiu seu corpo inteiro aquecido com aquelas palavras. Nunca pensei que gestos e palavras tão simples me fariam sentir assim.

–  Então me leve.

Ele pôs uma mecha de seu cabelo atrás da orelha, e beijou novamente seus lábios.

–  Tudo bem. Mas você não vai sair da minha tenda no acampamento de maneira nenhuma, apenas se for comigo. Certo?

Aliviada, Hinata balançou a cabeça.

–   Certo. Tudo o que quero, é estar perto.

Eu não queria ter esse sentimento de que você vai precisar que eu esteja lá, mas o tenho.

 


Notas Finais


Pessoal, momento recomendação. Não sei se vocês lembram do blog que eu tinha feito sobre fanfics... bem, ele não deu muito certo. Mas a rede social onde mais perco meu tempo é o facebook, e a @YamazakiYoshie teve a ideia de fazer uma página com os mesmos propósitos de dicas de português, fanfics, estruturas etc, e além disso, um espaço para interagirmos sobre nossas fanfics, sobre fanfics que queiramos recomendar, e sobre os mangás que gostamos. Ainda não postamos nada, mas já vou mandar o link e recomendo que curtam, pois essa semana inciaremos as atividades o/
https://www.facebook.com/palavraspelochao1?ref=hl


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