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História Match! Amor e Redenção. - Capítulo XVI


Escrita por: Lylynhaah

Capítulo 17 - Capítulo XVI



                           Antony


Apesar da Crystal não se lembrar muito bem do que aconteceu na noite passada, eu precisei conversar com ela sobre o ocorrido, e não foi uma conversa muito fácil. Ela mais chorava do que conversava sobre o assunto. Eu entendo que aquele garoto era alguém que ela gostava muito, e fico puto por ele ter se aproveitado dela daquela forma, mas pelo menos ela pôde ver com antecedência, o tipo de pessoa que ele é, antes que pudesse se envolver, e descobrir as coisas que ele costuma fazer pra conseguir ficar com as garotas que se interessa.

É horrível ver o estado que a minha princesinha está agora, mas eu não pude evitar isso. Eu precisava contar todos os detalhes do que houve quando ela estava desacordada, assim ela pode ficar mais atenta em uma próxima festa, e não confiará em mais ninguém da mesma forma. É a minha maneira de protegê-la, pois jamais quero que isso volte a acontecer. E eu gosto muito da minha liberdade, e não quero ter que passar os próximos anos atrás das grades, por matar um filho da puta desse. Sem falar nos damos psicológicos que isso causaria a ela.

Em meio aos meus devaneios, de quais as formas mais dolorosas de se livrar de verme desse, eu ouço a campanhia tocar. Quando atendo a porta, me deparo com a Izzy.

- A Crystal tá em casa? - ela pergunta sem me encarar.

- Olha só, Izzy, eu te disse pra se afastar da Crystal... - eu percebo que ela está estranha, seus olhos parecem distantes e marejados. Ela abraça o próprio corpo, e com as minhas palavras, engole seco. - Está tudo bem? - pergunto intrigado.

- Olha só, Sr Moretti, eu sinto muito, mas preciso falar com a Crystal!

Ela passa por mim, e segue pelo apartamento, indo em direção ao quarto da Crystal.

- Ei! Izzy!? - sigo atrás dela, mas ela é mais rápida do que eu. - A Crystal não está em condições de receber ninguém. - ela continua andando, e entra às pressas no quarto da Crystal. - Merda! - xingo baixo.




Cerca de uma hora e meia depois que a Izzy chegou, a Crystal sai do quarto e me encontra ainda na sala.

- Pai, eu tenho um compromisso com a mamãe hoje, então estou de saída.

- O quê? Como assim, Crystal? Você tem mesmo cabeça pra isso? - levanto do sofá, parando de frente a ela.

- Não estou nos meus melhores dias, mas se eu não for, minha mãe vai me encher de perguntas, e no momento, não estou querendo falar sobre esse assunto. - ela encara o molho de chaves na mão.

- Crystal, você acha mesmo uma boa ideia, esconder isso da sua mãe? - levo meu dedo ao seu queixo, levantando seu rosto para encarar seus olhos.

- Eu não vou esconder isso dela, pai. Só não quero mais falar sobre isso hoje. - ela me olha com olhos tristes. - E você sabe bem como mamãe é. Se achar que há algo errado, ela vem parar na sua porta, e não vai ser uma situação nada legal pra mim hoje.

- Entendo. - eu a abraço carinhosamente. - Mas você poderia apenas dizer que não está se sentindo bem, ou qualquer outra coisa.

- Eu consigo pai! E vai ser bom pra mim sair de casa um pouco. Ficar trancada no quarto, não ajuda em nada.

- Tudo bem. Se você quer fazer isso, não vou me opor.

- Obrigada, pai! - ela me abraça forte. - Te vejo mais tarde. - me dá um beijo na bochecha.

Mas quando se vira em direção a porta, me lembro de algo muito importante.

- Ei! E a Izzy? Ela vai ficar aqui enquanto você não está? - pergunto apreensivo. Não por temer qualquer coisa que ela possa se aventurar a tentar fazer, mas pelo "rancor" que acabei adquirindo depois da noite passada. E eu sei que seria péssimo um confronto com ela agora, posso ser muito ácido quando é preciso.

- Olha, pai, a Izzy está em um momento difícil, então acho que seja melhor ela ficar por aqui nesse momento.

- "Ela" está em um momento difícil? O que tá acontecendo? - pergunto confuso, por que até onde sei, o momento difícil, seria o "posto" da Crystal, não de quem passou a noite toda festejando com seus "ótimos" amigos.

- Pai...- Crystal se aproxima de mim, e pega em minhas mãos. - Eu tenho você, que me protege, e me conforta quando eu preciso, e é meu super-herói, já a Izzy, só pode contar com o meu apoio agora.

- Crystal, me diz o que está havendo.

- A gente conversa quando eu voltar, pai. Eu prometo. - ela me dá outro beijo no rosto. - Agora eu preciso mesmo ir. Mas eu não vou demorar. Só preciso me livrar da mamãe por ora. Ok?

- Tudo bem, Crystal, eu confio em você.

- Obrigada, pai!

Ela sai de casa, e me deixa lá sozinho na sala, me questionando sobre o que será que está acontecendo para a Crystal estar priorizando os sentimentos da Izzy, e não os próprios.

Será que ela acabou sendo vítima daquele desgraçado? Só de pensar nessa hipótese, meu sangue ferve. Independente de eu ter ficado bravo com a Izzy por determinados acontecimentos, isso é algo que me perturba muito. Ela, e nenhuma outra garota merece passar por nada desse tipo, não importando o tipo de comportamento que tenham.

Me pego andando de um lado para o outro na sala, já imaginando milhares de coisas perturbadoras. Por fim paro, abro as mãos, que já estavam com os punhos cerrados, respiro fundo, e decido ir pro quarto tomar um banho e descansar um pouco. Minha noite em claro não ajuda nem um pouco a manter minha sanidade psicológica.

- Ok, vou esperar a Crystal voltar, para saber o que realmente está acontecendo. Depois penso sobre isso.

E assim faço. Entro no quarto, tranco a porta, e vou direto para o banho, imaginado a sensação gostosa de deitar na cama quando sair do banheiro.

                           
                            

                       Megan


- Oi, Crystal!

- Oi, mãe! - ela fecha a porta atrás de si, e vem em minha direção na sala. - Já está pronta?

- Já sim, meu bem. Vamos passar pra pegar a Lucy, e nos encontramos com a Deborah no restaurante. - fecho minha bolsa, e coloco sobre o ombro, me aproximando dela e lhe dando um beijo no rosto. - Como foi a festa da Izzy?

- Foi...legal. - diz desanimada.

- Legal? - lhe encaro confusa. - Você estava tão animada para ir, e agora diz que foi "legal"? - questiono.

- Ah, acho que eu criei muita expectativa. Só isso. - diz evasiva.

- Ok...se você diz que foi só isso...tudo bem. - digo duvidosa. - Vamos lá, senão a Deborah ficará furiosa com nosso atraso.

- Certo! - diz simplista.


Nosso almoço ocorreu tudo bem, a Deborah estava mega feliz com os planos que tem para o próximo aniversário, e nos proibiu de cantar parabéns pra ela quando o bolo chegou na nossa mesa. Tudo parecia muito normal, se não fosse o comportamento retraído da Crystal.

Ela parecia muito aérea, e não estava interagindo com a gente como de costume. Eu já estava achando aquilo tudo muito estanho, ela sempre foi muito sociável com a gente. Apesar de termos uma boa diferença de idade, isso nunca foi um problema, Deborah, Lucy, e eu, sempre pudemos contar com a versatilidade dela, para poder conversar a vontade sobre qualquer assunto, e ela sempre pareceu se divertir com isso. Mas não hoje.

- Está tudo bem, filha? - pergunto baixinho próximo ao seu ouvido.
- Está sim, mãe. Acho que só estou cansada da festa de ontem. - ela sorri fraco. - Não tive uma boa noite de sono, se é que me entende. - ela recosta na cadeira.

- Ah, imagino que não. Essas festas de adolescentes duram até tarde, e nosso sono fica mesmo desregulado.

- Exatamente. - concorda convicta.

- Você poderia ter ficado em casa, e descansado um pouco mais.

- Eu não podia deixar de vir no almoço de aniversário da tia Debby. Isso seria rude da minha parte.

- Ela falaria disso até o próximo ano. - sorrio largo, e ela me acompanha.

- Do que as duas estão rindo aí, podemos saber? - Deborah questiona brincalhona.

- Nada! Juro que não estávamos falando de você. - entro na brincadeira.



O resto do nosso tempo, a Crystal pareceu se entrosar mais, e nós pudemos aproveitar um pouco mais da nossa tarde, às quatro juntas.

Acho que ela só devia estar cansada, e nada que um pouco de incentivo não pudesse deixá-la mais solta.

Deborah ficou de deixar a Lucy em casa, e Crystal e eu íamos para casa, ou pelo menos eu achei que íamos. No caminho, ela me pediu para deixá-la na casa do Antony.

- Achei que você ficaria em casa hoje, meu bem.

- É, eu ia sim mãe, mas preciso deixar minhas coisas organizadas na casa do papai. Amanhã depois da escola, eu vou. - ela diz observando a rua pela janela do carro.

- Bom, amanhã você pode ficar com seu pai, eu tenho uma viagem à trabalho, e só volto em dois dias. - dou seta para a direta, e logo à frente paro o carro próximo a guia.

- Ah sim, a sua viagem. Eu tinha esquecido. Sinto muito, mãe. - ela me olha com olhos inexpressivos.

- Crystal...- desligo o carro, tiro o cinto e me viro pra ela. - O que está acontecendo? E não me diga que não é nada, por quê eu sei que há algo errado.

Mas ela não me responde de imediato, mas seus olhos ficam carregados de lágrimas, e aquilo corta meu coração.

- Foi...só um garoto mãe. - as lágrimas escorrem por seu rosto. - Eu gostava muito dele, e ele não foi...um cara legal.

- Ah, Crystal...- suspiro pesarosamente. - meu amor...- retiro seu cinto e a puxo para um abraço desajeitado, mas extremamente necessário. - Os garotos podem ser muito babaca às vezes. - com seu rosto em meu peito, eu afago seus cabelos. - E pode ser mais doloroso quando temos tanto sentimento por eles.

- Mãe...- suas palavras se tornam incompreensíveis pelo choro avassalador que a invade.

Eu, melhor do que ninguém, sei a sensação de ter o coração partido desa forma. E saber que a minha Crystal está passando por isso, deixa o meu igualmente quebrado.

- Você tem certeza que não ir lá pra casa? A gente pode pedir pizza, ou comida chinesa, tomar sorvete, ou comer brigadeiro de colher, assistir a um filme, uma animação, ou uma série... você que decide.

- Tudo bem, mãe - ela se afasta, secando as lágrimas do rosto. - Eu preciso mesmo ficar aqui hoje. Sem falar que prefiro ficar sozinha por enquanto. - ela se recompõe, e sorri tímida. - Obrigada por esse abraço mãe, eu precisava muito.

- Ah querida, sempre que precisar de mim, estarei aqui pra você. Não importa a hora. Ok? - passo minha mão por seu rosto, deixando um leve carinho.

- Ok! - ela me abraça mais uma vez. - Eu te amo, mãe! 

- Eu também te amo, meu amor! - deixo um beijo em sua bochecha.

Ela abre a porta do carro, e sai fechando logo em seguida, e entra no edifício.

Eu queria poder ficar com ela nesse momento, mas também tenho que respeitar as decisões dela, se ela quer passar um tempo pensando sobre o assunto, eu só posso esperar até ela se sentir bem para conversar abertamente sobre isso.

Volto a ligar o carro, e vou pra casa, afim de descansar para a viagem de amanhã cedo. 





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