1. Spirit Fanfics >
  2. Memórias - ABANDONADA >
  3. Ato I - Amnésia - 1 capítulo

História Memórias - ABANDONADA - Ato I - Amnésia - 1 capítulo


Escrita por: Bibelo

Notas do Autor


Fiquei muito feliz com os comentários e os favoritos que recebi. Agradeço de coração a todos vocês (= Estou colocando muita fé nessa fic e, espero que possa atingir as expectativas de todos né?!

Bom, vocês lembram quando eu disse que a fic seria dividida em Atos? Bom serão Três atos:

Ato I - Amnésia : que vai contar como ela tem de lidar com as pessoas e a vida moderna sem conhecimento de nada.
Ato II - Sentimentos: ela vai se apaixonar. Assim começa a sentir coisas a qual nunca sentira e assim começam as suas " brigas internas".
Ato III - Lembranças : Nesse ultimo ato ela recorda suas memórias, o que começa a agredir seu emocional e sua vivência com seus amigos.

Como eu disse é uma LONGfic mesmo. kkkk Espero que gostem de fics longas.


Boa leitura !

Capítulo 2 - Ato I - Amnésia - 1 capítulo


~ Ato I - Amnésia - 1º capítulo

 

"[...] A escuridão é muito difícil de enfrentar

E eu não mantenho

A força que eu preciso para me mover [...]"

-Ligths (Ellie Goulding)

 

Uma garota de cabelos róseos fitava as janelas da grande sala branca e mórbida. Pequenas gotas de água escorriam pelo vidro desta fazendo algumas trilhas desenhando formas sem nexo. A chuva estava bem fraca, batendo suavemente nos galhos da árvore a frente que chicoteavam a janela.

 

As orbes verdes estavam perdidas nas pequenas gotículas na janela, seus olhos sem brilho, pesados e cansados com sua pele pálida, magra e sem vida.

 

Sentada na cama branca e pequena, apertava os finos e alvos lençóis fechando os olhos gradualmente. Algumas batidas na janela a faz abri-los percebendo a chuva novamente tomando forças. Torceu o canto da boca num sorriso tímido e sem emoção.

 

A porta da sala é aberta passando por ela uma mulher de cabelos loiros presos em uma maria-chiquinha baixa. Possuía peitos fartos e aparência, casualmente, jovial. Aproximou-se da garota que não retirava seus olhos do vidro. Colocou uma das mãos sobre seu ombro, a qual não se mexeu, enquanto esta encarava o horizonte com o olhar perdido e doloroso. A loira suspirou pesadamente com os olhos inchados e vermelhos, havia passado a noite chorando pela notícia que recebera no dia anterior.

 

-Sakura, querida? - indagou a mulher tentando chamar a atenção da garota que, nem ao menos, virara seu rosto para encará-la. Não piscou uma vez sequer desde que a mesma entrara na sala. - Sei que esta atordoada mas, faremos de tudo para que se recupere. - afirmou confiantemente a loira apertando sua mão contra o ombro da menina. - Farei de tudo para que possa voltar a ter sua vida normal. - dito isso, ela sai da sala deixando a menina parada, do mesmo jeito, encarando ao longe.

 

A rosada vira a cabeça encarando, desinteressadamente, a porta por onde a mulher saiu a poucos minutos. Abriu a boca algumas vezes fechando-a logo em seguida. Apertou novamente o lençol voltando a encarar o horizonte.

 

-Tempos depois

 

Cerca de um ano havia se passado, a garota andava normalmente, falava, comia e se comunicava com os outros, mesmo que timidamente. Já soubera do que tinha lhe acontecido. A disseram ser um milagre sua sobrevivência do acidente mais do que fatal. Aparentemente foi a única a sobreviver da desgraça. Havia perguntado diversas vezes a mulher quais as pessoas que haviam morrido, ela sempre encarava o chão mudando de assunto.

 

Ela estava morando com essa mulher que, supostamente, era sua tia. Sentada no parapeito de seu quarto, localizado no segundo andar da casa, encarava o horizonte lembrando do que a mulher lhe dissera quando começou a compreender o significado das palavras proferidas.

 

"-Você estava no carro com outras quatro pessoas, minha querida. Pelo que parece o carro bateu contra um caminhão descendo um grande barranco. Você havia sido arremessada longe, assim não morreu carbonizada pelo fogo que os consumiu. Agradeço a Deus pelo feito mas, você perdeu muita coisa diante disso."

 

Ela torce a boca em um tímido sorriso sem emoção. Ela havia sim perdido muita coisa, dois anos de sua vida passados no hospital da cidade e, consequentemente, perdeu-os em escola. Passou um ano se recuperando do coma que afetou seu cérebro a fazendo esquecer de tudo, desde o andar até sua memórias. Não se lembrava de nada e, ainda hoje, não se lembra.

 

Não sabe quem ela é, se aquela mulher é mesmo sua tia e o porque de estar naquele carro onde tudo começou, ou melhor se arruinou. Sente-se diferente, não sabendo se o jeito que agia antigamente é o mesmo de agora. Poderia estar mais do que diferente e isso, para ela, era  complicado de se explicar.

 

No início passava com psicólogos já que, muitas vezes, acordava gritando ou chorando. Nessa época ainda não falava e nem compreendia as palavras, assim sempre estando em observação, principalmente pelos especialistas residentes do hospital.

 

Nesse começo, ela tinha de usar fraudas, aprender a caminhar novamente a falar e, principalmente, recuperar um pouco de sua memória que foi dilacerada. De todas, uma ficou pendente. Suas memórias se perderam no tempo, assim ela agia como um bebê que acabara de aprender algo de novo.

 

Duas batidas na porta de madeira a tiraram de seus pensamentos, a mesma desce do parapeito da janela indo até a porta abrindo-a. Dela entra a mulher de cabelos loiros e olhos chocolate com um meigo sorriso.

 

-Como está Sakura? - perguntou a mais velha fazendo a menina sorrir de canto.

 

-Estou bem tia Tsunade... - respondeu a rosada sentando-se na beirada de sua cama com uma pequena cocha magenta. A mulher senta-se em uma cadeira perto da garota cruzando as pernas.

 

-Sabe minha querida, estava conversando com seu psicólogo e ele me disse que você precisa voltar a se comunicar com outras pessoas. - falou a loira fazendo Sakura torcer a boca desgostosamente.

 

-Mas eu falo com vocês. - respondeu ela cruzando os braços sobre os seios medianos. A mais velha suspirou em sinal de reprovação.

 

-Pessoas além de nós. Você esta se trancando em casa, precisa mesmo conviver com pessoas de fora. - afirmou Tsunade fitando a menina minuciosamente. A garota encarou o chão com o olhar mais pêndulo.

 

-Mas... - suspirou ela antes de continuar - ...Não sei como me comunicar com as pessoas. Elas parecem me olhar estranho, como se houvesse algo em mim que as afastasse. Como se elas soubessem ler minha alma. - falou a menina apertando as mãos na barra da saia preta. O fato de não saber quem ela era a dilacerava, já que todos do bairro a conheciam e, mesmo sabendo de sua amnésia, lembravam-se da sua "eu" do passado.

 

-Sei que é difícil minha queria, por isso te colocarei na escola que organizo. Assim poderei sempre estar lá para te ajudar no que precisar. - disse a loira se levantando e sentando-se ao lado da garota. Acariciou seus cabelos róseos a fazendo deitar sua cabeça em seu colo. Ficou um pouco ali recebendo os carinhos de sua tia antes de cair no sono e ser deixada sozinha no quarto.

 

Passando um pouco da meia-noite, a menina acordou assustada. Havia tido um sonho estranho do qual não conseguia lembrar-se. Passou sua mão pela testa soada respirando fortemente.

 

-Escola? - resmungou em som inaudível enquanto ajeitava sua respiração. - Como será uma? - perguntou-se ela levantando-se da cama e caminhando até a janela de seu quarto se debruçando nela. A brisa gélida e mediana batia contra o rosto da rosada a fazendo fechar os olhos com o pequeno prazer que sentia. Mais do que nervosa, estava com medo. Medo da rejeição, medo das pessoas e medo do mundo que ela já teve e que não mais o teria.

 

Suspirou pesadamente enquanto apertava o peito repuxando a blusa branca. Seu corpo tremia, sua alma vibrava com a incerteza. Queria saber de tudo, o que houve naquele dia, quem estava no carro e o porque de seu coração doer quando se "lembrava" do acidente. Como se algo dentro de si soubesse o que ouve e, assim, chorava por ela.

 

O Coração pulsante a deixava inquieta, sentia-se com uma ferida aberta que sangrava sem parar com a dor de uma perda. Perda de quem? Era isso que se perguntava enquanto descia da janela ajoelhando-se na cama juntando as mãos próximas ao peito.

 

-Senhor, sei que não sou de orações mas, peço que olhe por mim e por minha tia. Que toda essa dor e angustia dentro de mim passe, e todos os problemas que causei a minha tia se resolvam. Por favor senhor, peço-lhe acolhimento. - Orou ela com os olhos fechados e um sorriso em seu rosto. - Amém!

 

Assim deitou-se novamente na cama ajeitando-se em baixo do cobertor fechando os olhos enquanto o sono lhe retornava. Nisso entregou-se ao mundo dos sonhos, entregou-se a seus pesadelos sórdidos. 


Notas Finais


Bom, espero que tenham gostado deste capítulo.
Agradeço a todos que leram e todos que comentaram!

Até o próximo...
Beijos da Babih <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...