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História Meu Cupido é um Dragão - E Bakugou é um príncipe apaixonado


Escrita por: KatsukiProject e asttenix

Notas do Autor


hey! tudo bem?
boa leitura! ❤️

Capítulo 1 - E Bakugou é um príncipe apaixonado


Yūei vivenciava inúmeras tensões com os reinos vizinhos. Há décadas, o majestoso reino, a maior e mais poderosa nação daquele lado das montanhas geladas, sofria em razão da inveja e ganância dos demais governantes.

Tanto que até os próprios súditos de Yūei não poupavam esforços quando o assunto era discriminar os estrangeiros que ocupavam o território. As piores residências, os trabalhos mais desgastantes e as menores safras, tudo se destinava aos forasteiros, assim como às poucas criaturas mágicas que iam em busca do asilo e proteção que as muralhas ofereciam.

Com Kirishima não era diferente, ele sabia que não poderia ser considerado um cidadão daquele reino, estava mais para um pobre órfão acolhido em razão da própria violência empreendida pelos humanos ao seu povo. Apesar da aparência semelhante, com a mesma quantidade de membros e nada que justificasse o preconceito, o homem sabia que não era visto da mesma forma. Nunca seria, seu cabelo vermelho denunciou suas origens mágicas desde o primeiro encontro com os temidos seres perversos; os quais não manipulam elementos, mas sim corações odiosos.

Eijirou pertencia a uma tribo nômade. Tanto que se lembra vagamente dos majestosos dragões de fogo que protegiam a clareira onde seres iguais a si viviam e realizavam seus rituais.

Pertencia. Agora ele era apenas um mercenário que fazia coisas horríveis para conseguir se manter vivo. Seus poderes sumiram com a subjugação humana e, aos poucos, o cabelo adquiriu uma coloração escura e sem graça. 

Com o passar do tempo, foi se assemelhando aos humanos que tiraram tudo de si.

E... bem, era frustrante não poder fazer muito quanto a isso.

— Eu sei, pão não é bom para um dragão, mas o que posso fazer? Mal tem para mim — resmungou ao ouvir o agudo guincho da criatura de pequeno porte, que choramingava aos seus pés. Com um suspiro, retirou mais um pedaço da comida e o jogou no chão, em seguida, enfiou o que sobrou na própria boca, era seu café da manhã, afinal. — Mercenário... Acredita que disseram que eu ganharia muito dinheiro e viveria melhor se aceitasse a proposta de Sua Majestade? Bem, não mudou muita coisa. — Os grandes olhos carmesins do réptil seguiam cada um dos seus movimentos, atentos ao que poderia ser o próximo passo de seu mestre.

O escamoso animal queria, mais que tudo, poder acompanhar Eijirou aonde quer que ele fosse, seja nas missões odiadas ou até mesmo em um simples passeio no jardim do castelo; porém, Kirishima tratava de empurrar a porta atrás de si toda vez que deixava o quarto, certificando-se de sempre manter a estrutura devidamente trancada.

O dragão era um segredo que não deveria ser descoberto. Na verdade, o aparecimento do animal foi algo tão misterioso que nem o mercenário sabia como aquele ovo rochoso foi parar em sua posse, e muito menos o motivo pelo qual levou ele a se chocar e apresentar ao mundo um réptil que cuspia fogo, de superfície tão vermelha quanto poderia ser.

Depois que a refeição foi concluída, Eijirou calçou as botas e pegou sua espada velha. O ato fez com que a criatura choramingasse outra vez, certamente não queria ser deixada sozinha. 

Todavia, hoje seria um dia especial, o mais importante do ano e, portanto, Eijirou precisava trabalhar.

— Desculpa, pequeno, mas tenho que ir agora. Senão daqui a pouco o comandante da guarda vem perguntar o motivo de eu não ter aparecido para escutar as últimas ordens do dia, já posso até imaginar ele reclamando sobre minha irresponsabilidade em relação ao baile de maioridade do príncipe herdeiro. — Olhou para o filhote, que o escutava atentamente. — Queria eu ter um aniversário, sempre comemorávamos com grandes fogueiras e músicas animadas — suspirou, tocando os fios negros com tristeza.

Mesmo após tantos anos, ainda sentia falta do seu povo.

Com isso, saiu. Seus passos ecoavam pelo corredor revestido em pedra, impacientes para chegarem logo ao campo de treinamento, mesmo que hoje não pudesse esticar os músculos ou brandir espadas com algum soldado, ainda era bom estar ao ar livre, sem a preocupação de se manter trancado em seu pequeno quarto, às vezes tinha que se contentar com apenas a janela, que mal abria por conta do desgaste da estrutura.

Fazia uma semana que não conseguia abri-la? Segundo suas contas, sim. O ruim é que também não conseguia fechá-la, ficava entreaberta, uma pequena fresta, mas, ainda assim, muito menor que o corpo de um dragão, então Kirishima não precisava se preocupar com possíveis fugas.

Até o fim da tarde, quando retornou para o quarto exausto, encontrou o cômodo completamente vazio. Foi, depois de muito chamar pelo nome de seu companheiro de dormitório, que Eijirou percebeu que o dragão não estava lá, tudo se encontrava exatamente igual a como deixou mais cedo, com a exceção de uma pequena marca de fuligem imposta contra a madeira da janela e o fato de que esta se encontrava ligeiramente aberta, o suficiente para indicar que o animal havia escapado.

— Não. Vamos, amiguinho, não brinca comigo dessa forma — pediu, desesperado. — Daqui a pouco é o baile, eu preciso manter o castelo seguro, não posso perder tempo procurando um dragão do tamanho de um gato. Eles vão me matar, melhor, a mim e ao Riot — repetia, pronunciando o nome do animal diversas vezes, em uma tentativa angustiada de o encontrar.

A busca no quarto deve ter durado um pouco mais que cinco minutos, já que, pouco tempo depois, Eijirou arriscou procurar na parte externa da construção. Todavia, além de uns caixotes, não viu mais nada.

Até que se deparou com a cena mais alarmante de sua vida, tanto que o coração errou uma batida instantaneamente. O príncipe Bakugou andava a passos apressados pela área de treinamento, gritava com seus cavaleiros pessoais, mas o pior não era isso, e sim o dragão que o seguia na mais completa furtividade. Aparentemente, ninguém ainda havia notado a criatura, do contrário, já teriam se desfeito dela, assim como costumavam fazer com os seres mágicos que ousavam se aproximar demais dos humanos.

Tudo o qual se ligava ao mítico era visto como um inimigo em potencial.

Aquele pensamento foi a deixa para Kirishima se encher de coragem ao tentar chegar mais perto para capturar o amigo escamoso, não poderia deixar que Riot tivesse um tratamento cruel, convivia com o animal há pouco tempo, mas sentia que ele funcionava como um elo que o ligava às suas origens.

Deu mais um passo, pronto para arriscar um movimento rápido e preciso.

— Onde você pensa que vai? Eu deixei bem claro que Sua Alteza usaria esse espaço, e aqui não é lugar para seres como você perambularem — disse, pausadamente, a face contorcida com a menção ao fato de que Eijirou não era humano. — Perdoe-me pela intromissão, Vossa Alteza, não se repetirá. — O homem corpulento curvou-se em direção ao Príncipe, já agarrando o braço de Kirishima para que este não tivesse a oportunidade de escapar.

Afinal, como o chefe da Guarda Real, ele sabia que Katsuki Bakugou tinha um certo interesse por raças mágicas, tanto que não perderia tempo antes de se desviar de suas funções apenas para poder observar com mais atenção o homem de pele bronzeada.

— Vamos.

— Mas... — tentou argumentar, porém a atitude só lhe rendeu um olhar irritado. — Tudo bem.

— Se quer tanto fazer algo, pode ajudar na cozinha ou nos estábulos. Não me importa onde você vai perder seu tempo, só se mantenha longe da família real — alertou, a ameaça disfarçada provocou um arrepio gelado que percorreu todo o corpo de Eijirou.

Concordou, silencioso.

Deixaria o dragão para outro momento. Só esperava que ele não se metesse em problemas ou, pior, conseguisse chamar a atenção do príncipe. Kirishima não sabia até que ponto seu segredo poderia ser considerado uma traição digna de humilhação pública, portanto, achava que era melhor nem descobrir.

As horas correram rapidamente, o mercenário sequer conseguiu fazer algo além de suas atribuições extras e alguns pouquíssimos minutos de descanso, assim, quando a noite começou a despontar, apenas vestiu seu melhor uniforme — o mesmo que era destinado aos cavaleiros do palácio — e aproveitou que o horripilante homem não estava mais em lugar nenhum para, finalmente, poder continuar as buscas.

Certamente o dragão não estaria com o príncipe, a esse horário, Bakugou já deveria estar resguardado no castelo, apenas se preparando para participar do baile. Também não estava na área destinada aos soldados, ele havia procurado em cada canto.

Dito isso, rapidamente pensou na única possibilidade: os cofres. Não sabia o porquê de sua intuição apontar para aquele lugar, mas decidiu arriscar, uma parte dele sabia que o réptil adorava objetos brilhantes e valiosos, tanto que até já tinha surrupiado o único anel de prata que possuía. Além disso, especialmente hoje, ele tinha a possibilidade de ser tratado como um cidadão de Yūei, afinal, suas roupas conseguiriam enganar qualquer um que não soubesse de suas ligações mágicas.

Os soldados o deixaram passar. Sorte que Kaminari era um bom amigo e confiava em si, enquanto o outro desconhecido, que praticamente cochilava em pé, alheio ao resto do mundo, sequer notou quando ele passou pelas portas de metal. 

Naquele momento, Kirishima se sentiu confiante de que tudo daria certo,

— Riot? A brincadeira acabou, vamos lá! — cantarolou, assim como se estivesse conversando com uma criança. Bem, o animal era isso mesmo, um filhote travesso. — Riot? — repetiu.

Uma cauda avermelhada surgiu entre os colares de ouro, mas desapareceu pouco depois. Riqueza cobria o pequeno corpo avermelhado, Kirishima percebeu quando o ser mítico voltou para a superfície daqueles pequenos montes, carregava uma expressão inocente e uma pulseira cravejada em rubis enrolada no pescoço.

Aquela foi a deixa para que Eijirou tentasse pegá-lo. O que não deu muito certo, já que o dragão, sendo mais rápido, correu em direção à porta e por ela passou, como se não houvesse nada que pudesse impedi-lo.

Inclusive, também levou a pulseira.

Denki, no mesmo instante, apareceu na entrada.

— O que era aquilo? Um dragão? Eijirou! Você sabe que isso é ilegal, não sabe? Nem o príncipe pode ter um desses, e olha que eu vi o escândalo que a Sua Majestade fez quando ele declarou que estudaria criaturas mágicas, nunca vi uma mulher tão enraivecida — Kaminari suspirou, por mais que não parecesse, tinha uma relação de proximidade com Bakugou. — O que vai fazer agora? Esse corredor leva ao salão de baile e duvido que vão te deixar entrar — explicou, dedicando mais atenção à forma como Kirishima se portava, temeroso demais para conseguir raciocinar direito. — A menos que você se passe por um dos convidados — sussurrou.

— Como? — perguntou, em um fio de voz.

— Olha, eu não deveria estar fazendo isso, até porque nós dois teremos problemas se alguém descobrir. Pegue. — E estendeu uma máscara preta. — Jirō e eu nos encontraríamos mais tarde, na fonte, mas pode ficar com isso, não é como se precisássemos esconder nossos rostos quando não vai ter ninguém lá. Só espero que o uniforme do exército não vá trazer mais dificuldade, temos sorte deles serem bonitos, ao menos — concluiu.

Kirishima sorriu em agradecimento, grato pela ajuda de Kaminari. Não tardou em sair a passos apressados pelo corredor, a essa altura, não adiantava mais voltar ao seu posto, o qual havia sido designado mais cedo: a estufa.  Depois pensaria em uma justificativa, agora só teria que se preocupar em pegar o animal fugitivo, levar a joia de volta para o cofre e ficar o mais longe possível de algum membro da família real.

A última coisa se mostrou inviável.

Não tinha nem dez minutos que estava no baile — um milagre, inclusive, já que ninguém questionou sua presença ou torceu a face em incômodo — e já conseguiu chamar a atenção do Príncipe para si, não entendia como tinha acontecido, mas aqueles olhos vermelhos agora acompanhavam cada um de seus movimentos.

Enquanto isso, nenhum sinal da criatura mítica, como se não estivesse naquele lugar.

— Me daria a honra? — Quase teve uma pequena síncope quando escutou a voz rouca contra sua orelha. A identidade dele até poderia ser um mistério, mas não a de Bakugou, os cabelos loiros, assim como a postura elegante eram sua marca registrada. Eijirou olhou para a mão estendida em sua direção, depois para a face coberta de Katsuki. — O quê? Perdeu a voz?

Foi só aí que percebeu que mantinha a boca aberta, e não pronunciou nenhuma palavra.

— Desculpa? — O loiro piscou os olhos, porém não se afastou ou reclamou da recusa. Pelo contrário, parecia envergonhado, até. — Não é isso, Vossa Alteza! É que, bem... Isso é errado.

— Por quê?

— Como assim? Não vê? Eu sou apenas... — Desviou o olhar, calando-se. Não era hora para isso. — Sua noiva certamente não gostará de vê-lo nos braços de outra pessoa — explicou, nem sabia se a princesa de Shiketsu era realmente a prometida do homem, no entanto, não fazia muita diferença o fato ser verdade ou não.

— Que noiva? Além disso, é só uma dança. — Algo na expressão de Bakugou denunciava seu desconforto. Parecia mais como se ele estivesse desesperado para se manter longe da mulher, olhava para trás com o objetivo de se certificar que ela não se aproximava e mantinha-se perigosamente próximo a Kirishima.

— Só uma? — perguntou, não sabia dançar, ao menos não como faziam nos bailes. Bakugou acenou, com a mão ainda estendida. —  Se é assim... — completou, receoso de que a melodia se estendesse por muito tempo, ainda tinha que encontrar o dragão, de preferência antes que ele resolvesse colocar fogo em algo.

O fato de Eijirou ter aceitado o convite fez o loiro se animar, tanto que ele sorriu levemente e pegou sua mão. Kirishima agradeceu a iluminação e a máscara, que escondiam uma boa parte do seu rosto e impedia que sua face corada ficasse à mostra. Talvez fosse pela emoção de estar nos braços de alguém tão importante ou, quem sabe, não houvesse explicação nenhuma.

Katsuki sorriu ainda mais, girando-os pelo salão iluminado. Certamente alguns convidados os observavam com curiosidade, outros, com inveja.

— Aliás, não sabia que tinha um dragão. Aquele bicho me assustou quando tentou roubar minhas abotoaduras — confessou, a voz baixa, para que somente Eijirou pudesse escutá-lo.

— Espera! Como sabe? — perguntou, desculpando-se em seguida, já que tinha pisado no pé do seu par mais uma vez. —  Você não vai me mandar para a prisão, vai? Perdão! Vossa Alteza... — corrigiu-se em um tom elevado. A música já tocava suas últimas notas, o que indicava o fim daquela dança, a única a qual ofereceu, ao menos em breve poderia voltar para sua cama e imaginar que aquele dia não passou de um sonho impossível.

— Se me permitir um encontro no jardim, não — respondeu, risonho. O príncipe não escondia que achava a situação engraçada. — Quem sabe eu também possa revelar onde seu amigo se escondeu. — Afastou-se do centro do salão com o outro homem em seu encalço.

Os olhares não os abandonaram. Inclusive, foi naquele momento que Camie, a princesa de Shiketsu, encontrou a oportunidade perfeita para recuperar seu adorável acompanhante, a mulher já caminhava em direção a ambos, os passos contidos em razão do vestido espalhafatoso, totalmente disposta a ter sua próxima dança com Bakugou.

Katsuki ficou mais desconfortável ainda, ele não verbalizou, mas era evidente o quanto não gostava da presença da estrangeira. Se não fosse pela rainha Mitsuki e seu péssimo hábito de controlar a vida do filho, já teria confessado com todas as letras o quando a achava ilógica e desagradável.

Sem muito tempo para formular uma resposta, Kirishima acenou positivamente, na mesma hora, teve seu pulso agarrado, o aperto permaneceu até que chegassem próximo à estufa. O local não estava tão esplendoroso como nos anos anteriores, todavia, permanecia mais lindo que qualquer outra coisa a qual se encontrasse dentro das muralhas.

Combinava com Bakugou. Uma delicadeza efêmera demais para ser apreciada, tal como um jardim de rosas espinhentas.

— Sabe, essa máscara não fica boa em você. — Katsuki apontou para o próprio nariz. Eijirou não entendeu o que o movimento significava, mas preferiu tirar o adereço, de qualquer forma, ele não era mais necessário. Bakugou fez o mesmo, deixando o rosto à mostra. — Está vendo? Bem melhor — concluiu, o que fez com que o Eijirou corasse em razão do elogio indireto.

Na verdade, só a presença do príncipe já o fazia se sentir apreciado. Não entendia por que falavam de forma depreciativa da personalidade do futuro governante de Yūei, pelo pouco que conhecia do homem, poderia confidenciar que ele não era bem o que descreviam.

Bakugou se mostrava um tanto complicado, mas, com certeza, não era um completo idiota com sede de destruição.

— Aliás, Vossa Alteza, como me reconheceu? — perguntou, era óbvio que as vestes de soldado o entregavam; porém, sua aparência era simples, comparada a dos demais: cabelo escuro, pele bronzeada e músculos aparentes; fruto do treinamento pesado.

— Eu não reconheci a princípio. Só desconfiei, primeiro um dragão se escondendo atrás das pilastras com uma pulseira em volta do pescoço, depois um soldado entrando, quando a Bruxa com certeza faria um escândalo somente em pensar na possibilidade de alguém invadir dessa forma o baile que ela demorou tanto tempo para planejar.  — Um arrepio percorreu o corpo de Kirishima com a menção à monarca. — Tinha que ser você, quem mais seria louco a ponto de arriscar a vida tanto assim? — O príncipe riu, ainda que a frase fosse levemente verdadeira.

Eijirou estaria com problemas se Mitsuki tivesse percebido a movimentação estranha que aconteceu no baile. Mentalmente, ele desejava ter a sorte de que Bakugou — além de Denki — fosse o único que soubesse do seu segredo. 

— A lua está bem brilhante hoje, não acha? — desconversou, não sabia como, contudo, precisava encontrar uma forma de anunciar que era melhor voltarem, principalmente levando em consideração que Katsuki não deveria desaparecer dos olhares dos nobres por tanto tempo. Boatos, embora não surgissem do nada, às vezes exageram demais em seu conteúdo. — Como Vossa Alteza disse, Riot ainda está próximo às pilastras, qualquer um pode encontrá-lo. — Tentou se distanciar, mas Bakugou não perdeu tempo e envolveu seu pulso, detendo seus passos.

— Pode me chamar apenas de Katsuki, ao menos quando estivermos a sós. — Kirishima acenou, duvidoso, a sobrancelha erguida. Onde no mundo eles teriam a chance de se verem novamente? Era óbvio que o príncipe nutria um certo interesse por si, afinal, não passaria tanto tempo na presença de um desconhecido, que só via esporadicamente e a distância, se não houvesse algo ainda não revelado. — Ei, não precisa me olhar dessa forma, juro que é somente porque nunca tive a oportunidade de estar tão próximo de um ser de sangue mágico, não é minha culpa se apenas tua presença me instiga. — Desceu o toque e tomou a mão de Eijirou entre as suas, o aperto foi quase imperceptível, todavia, foi suficiente para que o mercenário se aproximasse mais, seus pés agiram sem permissão naquele momento.

Bakugou aproveitou a proximidade para se arriscar e chegar ainda mais perto. Como ele pronunciaria que há muito tempo se sentia atraído pelo homem que sempre se atrapalhava no treinamento? Não que Kirishima fosse ruim com espadas, ele só agia como se odiasse empunhar uma. Focou os olhos nos idênticos aos seus, o vermelho encontrou outro de tom semelhante e tudo pareceu mais certo.

Aquele baile havia surgido como uma grande oportunidade, estudar dragões a ponto de saber que eles se sentiam atraídos por joias de cores fortes foi o melhor conhecimento que poderia ter adquirido na ala proibida da biblioteca. O mercenário provavelmente desaprovaria seus atos imprudentes — isso se um dia os compartilhasse em voz alta —, mas não tinha importância, afinal, o que foi um grande problema para Eijirou, para ele, se apresentou como o momento perfeito para finalmente poder se aproximar sem que nenhum idiota os interrompesse.

Ainda demitiria o chefe da Guarda Real, que sempre se colocava em sua frente quando tentava chamar a atenção do outro homem, nem que para isso precisasse esperar pela sua coroação, a qual ocorreria na primavera do ano seguinte.

Findou com a distância que conservavam quando percebeu que o homem não se incomodava com os corpos quase juntos. Bakugou não sabia muito bem o que fazer, mas colou os lábios nos de Kirishima, sentindo a indecisão que emanava dele, porém que logo foi substituída na ocasião em que o mercenário ousou tocar sua nuca e aprofundou o contato.

Não saberia dizer se era em razão dos poderes adormecidos de Kirishima e do seu núcleo mágico naturalmente quente, contudo, o calor que ele transmitia o fazia querer suspirar a cada vez que se separavam em busca de ar. Era confortável, assim como pensou que fosse.

Sentiu uma mordida em seu tornozelo.

Bem, quase confortável. 

Certamente se lembraria de manter-se longe de Riot nos próximos dias — a espécie mágica era muito ciumenta em relação ao seu mestre. Entretanto, faria isso depois de agradecê-lo, já que o animal de escamas avermelhadas, mesmo sem saber, foi o cupido mais eficiente que poderia utilizar em seus planos apaixonados.


Notas Finais


agradecimentos especiais a @Daroon pela capa produzida (ficou linda!) e também a @Mitoyia pela betagem, eu amei ❤️
obrigada também ao @KatsukiProject pela oportunidade e por sempre disponibilizar temas incríveis.


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