“ O poder corrompe, mas a falta de poder corrompe absolutamente.”
Para algumas pessoas o poder significa satisfação com si mesmo mas, ao meu ver, tudo em excesso é ruim. Falhar é algo que um líder nunca deve pensar em fazer... no momento eu me sentia falhando por completo. Colocar um inimigo no seu território é começar uma guerra aos poucos. Esperei todos se apresentarem antes de entrar.
Girei a maçaneta e adentrei a sala, — recebendo olhares surpresos — todos rapidamente prestaram reverência, o ato acontecia praticamente todas as horas. Lancei um olhar severo para a novata, ela permanecia parada, diferente dos outros. Não a culpava por isso, se adaptar num local diferente é algo difícil mas não facilitaria as coisas para ela. Meu objetivo era testá-la ao máximo.
— Harry Edward Styles, o seu mestre — me apresentei. Meus companheiros me fitaram assustados.
Niall me repreendeu com o olhar, ele sempre era o mais hospitaleiro e gentil com as visitas. Stella possuía cabelos longos e castanhos, pele bronzeada e seu olhar expressava suas emoções, uma garota comum, como eu pensava.
— Sou Stella Cross — forçou um sorriso. Ela teria que aprender muito por aqui.
Ignorei-a e caminhei até Lucinda, que estava ao seu lado. O silêncio reinava no grande cômodo.
— Luci — sussurrei — Quero que fique com a novata. Vou dispensar a garota das aulas por hoje.
— Suas ordens serão cumpridas — Luci jurou — Senhor, Justin pediu para avisar que chegará de madrugada.
Revirei os olhos impulsivamente. Justin, meu primo, tinha um imã para problemas no colégio. Era o típico homem que iludia garotinhas e tinha brincadeiras impertinentes.
— Vou descansar um pouco — falei. Subi o primeiro degrau das escadas — Deveriam fazer o mesmo.
✟
Acordei atormentado com os mesmos pesadelos de sempre. Desde a morte dos meus pais não conseguia dormir tranquilamente. Lembrar-me do fato trágico me fazia odiar ainda mais os Hunters. O que mais me doía era como Emily, — minha irmã gêmea — sentia-se culpada com tudo o que aconteceu. Ela negava se aceitar como sangue puro, tentava viver normalmente em Londres. Faria dois meses que não nos víamos.
A distância foi algo aconselhado pelo diretor Cross. Só um poderia liderar, e ela abriu mão de tudo relacionado à nossa família. Atualmente, eu liderava nosso clã e passaria a liderança para meus filhos no futuro.
Flashback
— Há uma forma de evitar o confronto entre os dois? — disse Felicity, minha mãe.
Ouvíamos tudo atrás da porta. Emily arregalava os grandes olhos claros a cada revelação. Certamente nossos pais sabiam que estávamos ouvindo tudo.
— Sim — um homem se pronunciou — Se vocês dois se entregarem para o Conselho a maldição dos gêmeos acaba. O sangue de vocês será usado em um ritual.
— Os vampiros do Conselho não possuem coragem suficiente para matar sangue puros — Robert, meu pai, observou.
O homem desconhecido soltou uma gargalhada medonha.
— Por isso o trabalho será realizado por nós, os Hunters — rebateu de forma ríspida.
Desde que nascemos a maldição nos acompanhava. Tudo isso porque era praticamente impossível nascer sangue puros gêmeos. Quando isso ocorria, os dois irmãos duelavam até a morte pelo trono, só um poderia assumir o reinado. Quando completássemos dez anos a maldição se iniciaria.
— Nós aceitamos — nossos pais falaram em uníssono.
— Como eu pensava — o desconhecido falou — Amanhã, na noite de lua cheia. Buscaremos vocês, não tentem fugir.
O barulho da porta de entrada abrindo indicava que ele havia ido embora. Emy chorava sentada no chão. Meus olhos estavam marejados. Passos foram em direção a cozinha, onde nós estávamos escondidos. A porta abriu-se e mamãe nos observava com lágrimas nos olhos.
— Não chorem — pediu. Meu pai apareceu exibindo um sorriso fraco.
Emily saiu correndo em direção às escadas, Felicity foi consolá-la. Robert expressava tristeza no seu semblante.
— Harry — colocou a mão sobre meu ombro — Tenho uma missão para você.
— Suas ordens serão cumpridas — jurei, sentindo-me atordoado.
— Fuja com Emily amanhã de manhã — mandou — Vá até a Academia Cross e peça para Jeremy cuidar da sua irmã. Diga a ele que foi Robert quem mandou.
Apesar de ir contra tudo o que ele falava, eu seguiria suas regras. É obrigatório um vampiro seguir as ordens do seu senhor. Um dia também iria de ter meus súditos.
— Sim mestre — murmurei.
— Você pedirá a ajuda de Jeremy para obter seus direitos — continuou — Agora você é o líder, não deixe ninguém te dizer ao contrário. Eu te amo, meu filho.
...
Apesar de Robert ser um homem que não demonstrava seus sentimentos facilmente, ele cometeu a maior prova de amor se sacrificando por seus filhos.
Todos os outros vampiros achavam que ser um sangue puro era ganhar poder facilmente. O que ninguém sabia era o quão desgastante era ser um. Ser amado e idolatrado por pessoas falsas não preenchia o vazio no meu coração. Batidas na porta me despertaram dos meus pensamentos.
— Harry — a voz de Niall ecoou — Está quase na hora das aulas. Você não irá hoje?
— Vou — respondi — Me dê dez minutos e estarei pronto.
✟
— Harry — Jade me aborrecia. Ela entrou nos meus aposentos para perguntar algo irrelevante depois que chegamos do colégio — O que está havendo? Seu mau humor é perceptível.
Estava sentado na minha poltrona lendo um livro qualquer. Ela trajava apenas uma camiseta masculina que ia até a metade de suas coxas. Desde que transamos e bebi seu sangue, — há dois anos atrás — a garota me lançava fortes investidas. Jade era a mais atraente da Night Class, eu não poderia negar, a desejava como qualquer outro homem com a mente sã.
— Já respondi suas perguntas — fechei os olhos afastando pensamentos sexuais. Já fazia duas semanas que não transava, sentia-me pegando fogo por dentro — Já pode ir para seu quarto, senhorita Manson.
Ela mordeu os lábios frustrada. Abri os olhos e analisei seus seios médios, cobertos apenas por um tecido fino. Meu auto controle estava indo para o ralo. Precisava foder e seria hoje, depois pensaria nas consequências.
— Sente-se aqui — Joguei o livro no chão e bati as mãos nas minhas pernas. Jade sentou-se no meu colo, de frente para mim — Te ensinarei a não ser uma garota má.
Apertei sua cintura e puxei-a para mais perto. Nossas bocas se encaixaram de modo selvagem. Movia minha língua de forma veloz. Ela tentava me acompanhar. Senhorita Manson era quente como o inferno. Nossas intimidades se chocavam com os movimentos de Jade.
— Fechem a porta da próxima vez — uma voz masculina nos interrompeu. Jade saiu rapidamente do meu colo e levantou-se — Foi incrível o show de vocês, poderia ficar assistindo por horas.
Justin acendeu a luz. Tinha um sorriso debochado nos lábios. Com certeza ele contaria à todos sobre o ocorrido.
— Desgraçado — gritei furioso. Jade estava com o rosto totalmente corado.
— Boa noite para vocês também — debochou — Podem continuar com a diversão, apenas vim avisar que cheguei. Fechem a porta desta vez.
Justin saiu do quarto e sumiu na escuridão do corredor. Os problemas só estavam começando. Minha vontade no momento era de espancar meu primo até a morte.
— Com licença — Jade sussurrou e saiu do cômodo.
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