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História My Marvel Academia - 01x01 Meu nome é Peter, Peter Parker


Escrita por: NerdMaster

Notas do Autor


“É, esse aí sou eu. Foi essa uma das muitas experiências que me fizeram perceber uma triste realidade; nenhuma pessoa é criada de forma igual. Foi com quatro anos que eu vi que existem crianças com mais poder que as outras…”

Capítulo 1 - 01x01 Meu nome é Peter, Peter Parker


Fanfic / Fanfiction My Marvel Academia - 01x01 Meu nome é Peter, Peter Parker

Era uma típica tarde no Queens. O céu estava claro, o sol brilhava e o dia estava bastante agradável; tudo estava como deveria estar. Embora, uma coisa se destacava naquele meio. O parquinho da rua Ingram, que geralmente estava cheio de risadas brincalhonas e gritos excitados de crianças, estava estranhamente quieto. Silencioso, exceto por um leve ruído de soluço e choro.

Nele, um grupo de seis crianças na faixa dos quatro, cinco anos se encontrava. Porém, era possível dividir as crianças em dois grupos. Primeiro, havia o grupo dos que estavam no chão chorando baixinho. O que no caso incluía apenas um garoto, de pele clara agora com arranhões e sujeira grudada, de cabelos castanhos bagunçados, que se encontravam bem arrumados à pouco tempo atrás, muito bem vestido para uma criança, apenas roupas de marca, mas que agora estavam amassadas e sujas de terra e olhos azuis que agora se encontravam avermelhados e cheios de lágrimas. 

Acima dele, de pé em um semicírculo, as outras cinco crianças se encontravam, quatro meninos e uma menina. Todas rindo de maneira maldosa para o garoto no chão, como se achassem graça na situação do menino à seus pés. Dentre esse grupo, um dos garotos se destacava. Estava um passo à frente dos outros quatro, tinha uma pele rosada, cabelos loiros arrepiados, mas de uma maneira natural, possuía olhos cinzentos, e ao contrário do menino no chão, vestia um conjunto de roupas velhas que inclui uma camiseta, um shorts e tênis surrados. Algo que ele preferia vestir muito mais do que as roupas novas que sua mãe comprava e que o incomodavam.

Mas, mudando o foco levemente, uma outra figura se aproximava do parquinho naquele exato momento. Um menino de aproximadamente a mesma idade dos outros presentes em seu destino. O mesmo vestia um conjunto de camiseta vermelha, shorts pretos e calçados vermelhos, que estavam desbotando dado seu contínuo uso. Sua pele clara estava ruborizada, seus olhos cor de avelã eram realçados pelos óculos de lentes grossas e armação preta e seu cabelo castanho bagunçado estava sendo jogado para trás por conta do vento, tudo pelo fato do garoto estar correndo como nunca.

Se fosse um dia normal, ele já estaria no parquinho, já que não era tão longe de sua casa, e por causa disso não precisava ser levado de carro como as outras crianças, junto com o fato de que ele e sua família não tinham um carro. Mas hoje sua tia o havia chamado para ajudar com algumas compras do mercadinho próximo depois do almoço. Então ele havia saído de casa um pouco mais tarde do que o normal. 

Mas o principal motivo dele estar correndo, era que sua tia, durante a volta do mercado, havia comentado de um casal que havia se mudado para não muito longe dali e que eles tinham um filho da idade dele. E se nenhuma das outras crianças, seus amigos, havia aparecido em sua casa por conta de seu atraso, isso só significava que eles tinham outras coisas pra fazer; ou nesse caso, outra pessoa para atormentar.

Dito e feito, ao chegar ao parquinho, ele observa o grupo de crianças ao redor de um garoto no chão que ele nunca havia visto antes. Engolindo seco e respirando fundo depois de todo o caminho até ali, ele dá uma última corrida até mais próximo das outras crianças:

“Flash!!!” Ele grita, chamando a atenção do garoto que parecia ‘comandar’ aquele grupo de crianças. E o garoto loiro que estava à frente do grupo vira pra trás, reconhecendo a voz do menino que se aproximava

 

“Tá atrasado Escala-Paredes…” Ele diz como se fosse algo ruim, mas de um jeito maldoso e irônico “...pra sua sorte o Jason trouxe alguém pra te substituir.” O loiro diz se referindo ao garoto moreno de cabelo crespo ao seu lado e o menino o chão, respectivamente 

 

“Mas não fica triste, daqui a pouco é a sua vez!” O garoto Jason complementa, e os outros três; os dois meninos e a menina riem.

Engolindo mais um seco e apertando a barra de sua camiseta, o menino de óculos respira fundo. Ele havia bolado um plano para ajudar o outro menino, mas para isso ele precisaria fazer uma das piores coisas já criadas pela mente humana;

Mentir.

“Então Flash…” Ele fala sem conseguir encarar o loiro nos olhos “...eu estava com a minha tia voltando do mercado, e…” O menino tentava, mas aquilo era demais para ele, ele não iria conseguir.

 

“Fala logo o que você quer, Escala-Paredes!” Flash diz zangado “Tá na hora de você substituir seu parceiro aqui…” Ele diz isso fechando seu punho direito, no qual, logo depois, uma gosma negra começa a aparecer, como se surgisse do nada, e ela envolve a mão do menino completamente, criando em seu lugar uma mão com garras completamente negra, bem maior e mais assustador do que o braço do garoto, como uma forma de intimidação, que funcionava nesse caso.

“É, seu parceiro…” Um dos outros meninos, um garoto mais baixo, rechonchudo e com cabelos castanhos curtos “...por que ele também é um sem-individualidade!” O garoto fala, logo recebendo um tapa na nuca da menina do grupo; uma garota magra de cabelos negros presos em um rabo de cavalo

 

“Cala a boca Brian!” Ela diz depois do tapa enquanto o garoto esfregava a nuca.

Tendo aquela nova informação, uma chama de coragem estúpida acendeu dentro do menino de óculos, ele agora tinha todo o motivo do mundo para mentir, ajudaria alguém que era como ele, assim como um herói faria.

“Estávamos voltando do mercado, eu e a minha tia…” Ele recomeça, tentando fazer parecer que não havia se importado com o que havia sido dito “...e passamos pelo carro da sua mãe voltando.”

 

“Até parece, minha mãe foi numa reunião, só volta mais tarde.” Flash diz, mas ele não parece ter tanta confiança disso depois do que o outro menino havia dito, já que o mesmo não era de mentir

Aquilo era uma mentira, mas de acordo com seu tio;

“...a melhor mentira é aquela com uma ponta de verdade…” 

Algo que ele havia lhe dito depois que o menino havia falhado miseravelmente em enganar o homem. Ele havia dito que o olho roxo que ele tinha vinha de um vilão que tinha invadido sua classe, não que Flash havia batido nele. O mesmo então o ajudou a bolar uma desculpa melhor para que sua tia não ficasse tão preocupada; dizendo que o menino havia se distraído e batido a cara no escorregador, algo que já havia acontecido antes. Tendo em vista isso, a parte de ver o carro da mãe do Flash era verdade, eles haviam visto um carro igual ao dela, mas que não era o dela.

“Ela então parou pra falar com a gente…” Ele continua, se lembrando do rapaz dirigindo o carro idêntico ao da mãe do Flash pedindo por direções “...e falou que queria sair agora a noite e que precisava dar banho em você agora de tarde.” O menino diz lembrando do rapaz falando de um jantar que ele tinha de comparecer e falando como o banho que ele havia tomado havia se tornado obsoleto dada sua agitação. Todas peças verdadeiras para uma mentira mais elaborada e crível.

 

“Ha ha, filhinho da mamãe…” O menino moreno zoa Flash

 

“Cala boca Jason…” O mesmo responde nervoso, pensando no que aconteceria se sua mãe o viesse buscar atrasado e sujo; ela certamente o deixaria de castigo, sem assistir filmes depois das nove da noite por um mês inteiro… “Vamos embora.” Ele diz para os ‘amigos’ e começa a andar na direção do “Escala-Paredes”

 

“Mas só a sua mãe te pediu para ir então…” O último garoto, um menino pequeno e magro de cabelos castanhos levemente ondulados justifica, mas recebe um olhar ameaçador de Flash, logo se calando.

 

“Eu disse pra irmos embora Seymour!” Ele diz, estando agora em frente do menino recém chegado, que sorri amarelo, tentando se manter de pé e não desmaiar durante tudo aquilo. Mas isso logo vai por água abaixo, com um soco bem dado na boca de seu estômago pela mão aumentada de gosma de Flash. O menino cai no chão, sem ar, se dobrando em uma posição fecal. “Se você estiver mentindo, eu acabo com a sua raça amanhã na escola Escala-Paredes..”

Ele então vai embora, com os outros três meninos e a menina logo atrás, mal observando o segundo menino caído quando passavam, até que os mesmos estão longe o bastante para não conseguirem mais serem vistos. O menino de óculos então se levanta, bate a poeira da camiseta, ainda sentindo a dor no estômago e se encaminha até o outro garoto, que havia parado de chorar e estava agora sentado abraçando os joelhos.

“Oi…” Ele diz baixinho, não querendo assustar o novo menino. “Tá tudo bem?”

 

“Não muito…” O menino diz com a voz rouca. Mas logo enxuga o nariz e os olhos e se levanta meio trêmulo “E você?”

O menino dá de ombros. Não era como se estivesse bem, mas também não era como se aquela fosse a primeira vez que tinha levado um murro. Ele sobreviveria, com certeza.

“Você estava falando a verdade? Sobre a mãe dele?” Ele pergunta, recebendo um balançar de cabeça negativo como resposta;

 

“Não…” O menino diz, se sentindo péssimo por ter mentido

 

“Mas ele disse que se você estivesse mentindo, ele iria te bater…” Ele diz de forma temerosa

 

“Ele ia me bater de qualquer jeito…” O menino diz com um sorriso fraco “Eu só dei um motivo pra ele agora.” Ele então balança a cabeça, abre o maior sorriso que consegue e se vira novamente para o garoto, estendendo a mão “Você novo por aqui né? Qual o seu nome?”

 

“Harry, Harry Osborn.” Ele diz pegando a mão do garoto e o cumprimentando. “E qual é o seu nome?”

 

“Meu nome é Peter, Peter Parker…”

 

“É, esse aí sou eu. Foi essa uma das muitas experiências que me fizeram perceber uma triste realidade; nenhuma pessoa é criada de forma igual. Foi com quatro anos que eu vi que existem crianças com mais poder que as outras…”

“Mas se você acha que isso me deixa pra baixo e me faz querer desistir…você está parcialmente certo. Todos nós temos vontade de desistir às vezes. Mas um herói de verdade não é alguém que nunca cai, mas é alguém que, não importa quantas vezes é atingido, consegue voltar a ficar de pé.”

O céu está tão claro quanto naquele fatídico dia no parquinho há dez anos atrás; a única diferença é que era de manhã. Um menino corre pelas calçadas da Sétima Avenida, ansioso para chegar ao seu destino; uma luta entre heróis e um vilão perto de uma ponte do metrô. Ele vestia uma camisa quadriculada por baixo de um suéter azul e uma jaqueta impermeável cinza por cima, além de calças jeans pretas e seus tênis gastos. O menino? Peter Parker; agora com quatorze anos, mas ele não tinha mudado muito. Ele tinha o mesmo cabelo castanho bagunçado e olhos amendoados. Embora ele fosse muito mais alto e um pouco mais magro agora, tendo atingido seu primeiro estirão e perdido o restante da gordura infantil que tinha. Um sorriso animado dominava seu rosto e sua mochila bege clara batia em suas costas em uma junção da corrida com os diversos cadernos que carregava lá dentro, embora ele não parecesse se importar.

“E é com esse pensamento que eu vivo, me faz querer ir cada vez mais longe!”

O menino então chega ao seu destino; uma passarela do metrô que não estava funcionando naquele momento. A razão? Um vilão causando caos e destruição, utilizando uma individualidade que aumentou seu tamanho; como no momento, ele tinha pelo menos seis metros de altura O mesmo tinha uma pele acinzentada e com uma aparência quase reptiliana, orelhas pontudas, verrugas e espinhos pelo corpo, garras e uivava como uma fera agitada, fazendo o chão ao seu redor tremer levemente.

“Uau! Esse cara é enorme! Isso vai ser interessante!” O menino diz, com emoção enchendo sua voz enquanto se aproximava.

“A maioria das fontes diz que a primeira ocorrência de uma capacidade sobre humana foi por volta da década de trinta, em Paris, França, com um menino que aos quatro anos de idade irradiava luz por sua pele, ele foi o primeiro caso registrado e documentado de um ‘individualidade’, mesmo que esse termo demorasse ainda mais de uma década para ser criado. Mas diversos historiadores e cientistas deduzem a existência de individualidades há muito mais tempo, mas sem nenhuma evidência concreta.

A questão é que foi durante a Segunda Guerra Mundial que vimos a criação do primeiro herói: Capitão América. E depois da guerra, com o ‘baby boom’ a partir de 1945, mais e mais relatos de pessoas com habilidades sobre humanas passaram a surgir. Por décadas cientistas tentaram chegar à uma origem das individualidades, mas sem sucesso.

Porém, coisas mais urgentes passaram a acontecer; o sobrenatural tornou-se o novo normal e a sociedade como um todo teve que se adequar às individualidades. Muito do avanço tecnológico foi freado e hoje o mundo tornou-se uma sociedade sobre-humana, com cerca de 80% da população possuindo alguma habilidade misteriosa. Mas claro, isso é apenas uma média; na geração que me encontro, a porcentagem é de aproximadamente 96%, e as estimativas dizem que já na próxima geração teremos 99,9% das crianças com individualidades

Hoje em dia, nossas ruas parecem cenas de antigas histórias em quadrinhos. E quando as cidades giravam em caos e confusão no pós guerra, uma nova profissão, inspirada nos atos heróicos de Steve Rogers, dominou nossa consciência coletiva.”

O monstruoso vilão, gritando e uivando, rapidamente se virou, sua perna batendo no lado de concreto da ponte, o que fez com que ela se quebrasse e um grande pedaço de concreto começasse a cair em direção da rua abaixo…

“Aquela era uma era de heróis!”

Correndo em direção aos escombros caindo, um homem musculoso vestindo um colete multicolorido, que incluía um macacão vermelho e amarelo, com um grande cinto de metal na cintura, um anel metálico na base do pescoço, anéis verdes nos ombros e uma máscara verde com uma viseira escura, pula na frente no perigo. Firmemente plantando seus pés no chão, ele gira seu corpo, pegando o gigantesco pedaço de escombros antes que ele esmague os civis próximos, usando sua super força para suportar seu peso e jogá-lo inofensivamente nas proximidades. Olhando para trás, ele deu um sorriso tranquilizador e um aceno para os civis. O herói em si não era exatamente super famoso, não fazia parte de nenhum grupo de heróis conhecido, mas sendo um herói mais em contato com o cotidiano dos civis, era reconhecido pela multidão. Embora, mesmo que não fosse por essas características, Peter ainda pudesse reconhecê-lo, sendo o herói fanboy que ele era, e sobre um herói de seu bairro mesmo assim; aquele era o Capitão Ultra!

 

"Oh legal! Muito bem, Capitão Ultra!” Comemora um pedestre surpreso e aliviado, parabenizando o herói.

 

“Não há necessidade de me agradecer cidadão aleatório!” O herói responde. “Esse é apenas o dever de um verdadeiro herói.”

Então, surpreendendo os pedestres e o herói, justamente quando eles achavam que a situação não poderia ficar mais interessante, eles veem um hidrante próximo explodir, e um fluxo controlado de água passa a correr na frente dos civis, criando uma espécie de parede de separação à ação em frente. Então, logo, um homem é literalmente formado pela água, dando um passo à frente e parecendo ser aquele que está controlando a água. Era um homem jovem e levemente musculoso, com cabelos loiros de comprimento médio que se conectam às costeletas nas laterais do rosto e olhos castanhos. Ele usava um macacão preto, com algumas peças de armadura preta integradas ao traje, como ombreiras e proteções nos joelhos, e três esferas azuis integradas perto do pescoço. Aquele era um novo herói na cidade, um ex-companheiro de um dos maiores heróis submarinos da costa oeste, que agora estava testando novas águas na costa leste.

 

“Todo mundo, por favor, fique para trás. Esta área é muito perigosa!” Ele diz de costas para as pessoas, concentrando-se na ação à sua frente, preparado para qualquer coisa. “Capitão Ultra, ajude-me a manter o perímetro, a S.H.I.E.L.D avisou que estamos recebendo apoio aéreo.”

 

“Sem problemas Hydro Man!” Capitão Ultra diz com uma voz enérgica para o outro herói.

 

"Uau! É aquele novo herói de água!” Diz outro pedestre reconhecendo o herói. “Vai lá Hydro-Man!”






 

“Esse cara deve estar bem desesperado para dar uma de Godzilla no meio da cidade…” comenta um empresário perto de Peter, como se fosse apenas mais uma manhã normal de sexta-feira, que na verdade era.

 

"Sabe o que aconteceu? É algum vilão conhecido?" Outro homem perto dele pergunta.

 

“Esse mostrengo!? Claro que não! Ele tá mais com cara daqueles monstros que moram nos esgotos que aquele jornal mixuruca adora falar sobre.” O homem responde indiferentemente.

Peter ficou na ponta dos pés atrás deles, tentando ter uma visão melhor da ação, apenas para bufar quando percebeu que não conseguia ver nada. O garoto então decidiu que era melhor mudar de estratégia, começando a se esgueirar pela multidão para chegar à frente.

Neste momento, mais heróis entram em cena, pois os pedestres conseguem ver uma nave espacial relativamente grande se aproximando. Tinha um formato mais oval, com um vidro circular na frente e duas peças laterais mais retangulares que funcionavam como motores. Sobre ela estava alguém, ou alguma coisa; uma figura humanóide vegetal estava em cima da nave e se segurava nela para não cair. O mesmo tinha mais de três metros de altura e era completamente feita do que parecia ser madeira, raízes, trepadeiras e casca. E com um olhar mais atento, dava para ver o piloto da espaçonave que agora circundava o vilão, como se estivesse colhendo informações, enquanto o vilão apenas olhava confuso. O piloto parecia um animal – provavelmente um guaxinim – mas usava um colete azul escuro e era quem comandava o veículo voador e fazia todas as análises. Este não era outro senão a dupla inseparável, Rocket e Groot. Animado com a visão dos recém-chegados, Peter acelera o passo.

"Ah, desculpe!...Com licença!... Passando!" Peter consegue chegar ao limite imposto pela barreira de água do Hydro Man. Rapidamente pegando uma amostra da água do herói, com um tubo de ensaio que ele tinha na mochila, para mais análises, e então olhando para cima para ver os dois heróis entrarem em ação. “Ooh, isso vai ser bom!” Diz o moreno animado, ajustando os óculos enquanto se fixava na cena, pegando seu caderno enquanto ligava o modo geek.

 

"São Groot e Rocket, dos Guardiões da Galáxia, com o Space Pod de Benatar! Faz alguns meses que eles voltaram para a Terra. Mas a última vez que ouvi falar deles, eles estavam ajudando alguns heróis europeus em alguns países nórdicos. Cara, espero que eles tenham aprendido alguns movimentos novos enquanto estiveram lá!” O menino diz animado, mais para si mesmo do que para os outros, mas mesmo assim sendo ouvido.

 

“Heh, só de olhar para esse sorriso idiota e ouvir esse tom animado já revela tudo.” Um homem ao lado de Peter diz, rapidamente tirando a atenção do garoto da batalha. "Eu sei o que você é!" O homem continuou com um sorriso, se divertindo com a situação, mas de maneira amigável "Um fanboy!"

"Ah... mais ou menos, o termo é um pouco mais complexo do que isso…" Respondeu o garoto, um pouco envergonhado. Antes que o homem pudesse pressionar mais, porém, um grande estrondo ressoou pelo ar, trazendo-os de volta à luta diante deles.

 

“Vamos Groot! Vamos mostrar a esse cabeçudo gigante com quem ele está lidando!!!" O guaxinim disse ao companheiro, antes de começar a descarregar a munição da espaçonave no gigante enquanto se movia em torno do vilão, tentando encontrar um ponto fraco. O gigante se protegia dos tiros, mas quando ele percebeu que eles tinham pouco ou nenhum efeito sobre ele, ele tentou agarrar Groot ou a cápsula, mas Rocket foi mais rápido, manobrando habilmente para longe.

 

“Eu sou Groot!” O herói grita, olhando rapidamente para dentro da cápsula, de frente para seu parceiro.

 

"Sério!? Você quer discutir isso agora!?” O guaxinim perguntou impaciente enquanto verificava a quantidade de munição que lhe restava.

 

“Eu sou Groot!” Ele disse, ficando impaciente também.

 

"Tudo bem, tudo bem! Nós vamos fazer a admissão dele! Feliz agora!?" Rocket admite, tentando encerrar a discussão o mais rápido possível. Seu companheiro apenas sorri, logo antes de pular da cápsula, pousando na linha do metrô, a alguma distância do vilão.

 

"Aí, Guaxinim! Você não pode acelerar um pouco as coisas?" Capitão Ultra perguntou ainda mantendo o perímetro, mas querendo acabar com aquele cara rapidamente.

 

"NÃO ME CHAME DE GUAXINIM!!!" Rocket gritou com raiva, mas admite enquanto rapidamente começa a apertar alguns botões e conversar com seu parceiro. "Tudo bem amigão, hora de mostrar aquele novo movimento que praticamos com o Playboyzinho!"

 

Ele disse isso, e da cápsula espacial, uma grande caixa prateada com um cabo caiu, perto de Groot. O alienígena vegetal então se ajoelhou, agarrando o cabo com a mão direita e se levantando; em suas mãos, parecia uma espécie de martelo. O objeto então parece ativar-se, expandindo-se um pouco, mostrando alguns de seus mecanismos e começando a crepitar com eletricidade azul, com raios sendo criados a partir dele.

 

“EU SOU GROOT!!!” A árvore humanóide então começa a correr, indo em direção ao vilão cinza enquanto balança o martelo.

 

"Aí está! Deve ser o novo movimento especial deles!" Peter aponta em êxtase.

 

“Isso mesmo homem árvore, mostre a ele quem é que manda!” O homem ao lado de Peter diz aplaudindo, retribuindo a excitação contagiante do menino.

 

“TÔ CHEGANDOooOooOOooOOo!!!” Uma voz advinda do lado direito de todo aquele confronto avisa com sua presença. O mesmo se encontrava como sendo um homem, vestindo o que parecia ser uma roupa completa de couro vermelho e preta, com luvas com botões, botas, um cinto prateado e acompanhado de um capacete também prateado com lentes vermelhas, um respirador protuberante no aparelho e pequenas antenas. E com um fato levemente importante; tendo aproximadamente 20 metros de altura.

Até hoje o mistério continua de como tal herói conseguiu chegar “de fininho” até aquele confronto. Mas isso não é importante agora, o importante é que, em sua corrida, para se aproximar da confusão, ele havia conseguido a façanha de tropeçar nos próprios pés, o fazendo cambalear e começar a cair enquanto corria a distância que faltava até o conflito.

Felizmente, ou infelizmente aí vai de pessoa pra pessoa, ele havia conseguido, em meio à essa caída/corrida, pular logo antes de chegar à passarela, e consequentemente esbarrar nela, e nesse pulo, com a corrida que havia tido até então, ele é capaz de passar por cima da estrutura que sustentava a luta. Ainda mais, por um golpe de sorte, seu salto por cima da passarela foi feito de um jeito que o herói esbarra no vilão, com uma cotovelada bem dada na têmpora do adversário e juntamente a isso o derrubando para fora da passarela, atrapalhando todo o golpe planejado pela dupla de alienígenas que não pode fazer nada mais do que olhar em choque o que acabara de ocorrer. Mas não se preocupem, eles não eram os únicos que só olhavam em choque o que ocorria, já que os outros heróis e o público não estavam nada melhores.

As duas figuras gigantescas então caem do outro lado da passarela; o vilão por baixo e o, suposto, herói por cima de forma atrapalhada. O segundo, por outro lado, logo se recompõe, levantando e tirando a poeira de seu uniforme enquanto olhava o público que o observava atentamente. 

Com um pouco mais de proximidade, e pelo fato do homem ainda estar com 20 metros de altura, o uniforme é mais facilmente reconhecido de um dos heróis mais famosos da redondeza, é claro, quando era comparado com outros tais quais Capitão-Ultra ou o Hydro-Man, nesse caso, o Homem-Formiga. Mas ao contrário do que aqueles pedestres e jornalistas esperavam; a visada mais velha e experiente, com cabelos e barbas brancas de Hank Pym quando a parte da frente do capacete fosse recolhida, encontraram na verdade outro homem, mais jovem, com cabelos castanhos escuros curtos, um rosto com barba feita e um sorriso fácil.

“E aí pessoal!” Ele diz acenando para o público abaixo enquanto compacta o capacete e diminui de tamanho para uma altura padrão “Meu nome é Scott, Scott Lang, e eu sou o novo Homem-Formiga!”

O mesmo é então logo rodeado por jornalistas e repórteres presentes ali para noticiar o confronto, mas que agora estavam muito mais interessados em serem os primeiros a relatarem o novo, ou melhor, velho herói com nova cara das redondezas. Enquanto que os outros heróis digeriam essa informação de forma diferente.

“O velho Hank aposentou o couro, então vocês vão ter que lidar com minha beleza por enquanto.” Ele diz de forma divertida para o público

 

“Tá me dizendo que esse paspalho com roupa de motoqueiro tá ganhando todo o crédito!?" Rocket pergunta para se companheiro ao ter aterrissado a nave e enquanto guardava os equipamentos

 

“Eu sou Groot.” Seu companheiro diz ao ajudá-lo com os equipamentos, tentando animar seus espíritos

“Com o passar dos anos e o espalhar dos poderes pela população mundial, houve também um aumento gritante na criminalidade em todo o mundo. Enquanto o governo e a polícia se viam incapazes de manter a paz e a ordem enquanto modificavam todo o sistema político para incluir as individualidades, em meio a essa maré de caos, pessoas corajosas se erguiam do meio da população e realizavam atos heróicos para manterem as cidades seguras, combatendo vilões e protegendo as pessoas comuns. Mesmo que fazendo isso por fora da lei, no estilo ‘justiça pelas próprias mãos’.

Porém, com esses heróis tendo cada vez mais suporte do público, o governo se viu na necessidade de legalizar essas pessoas como mantenedores da paz. Foi assim que surgiu a S.H.I.E.L.D, um destacamento do governo dos Estados Unidos em parceria com a ONU que foi a primeira de muitas organizações com foco em heróis.

Com os anos, diferentes destacamentos governamentais de diferentes países passaram a cuidar de seus casos internos, ficando à SHIELD a responsabilidade pelos heróis e vilões dos Estados Unidos, com uma de suas principais sedes em Nova York, que com uma população tão cosmopolita que a taxa de diferentes individualidades é astronômico, assim como outras capitais globais.

Os heróis são então hoje uma mistura de agentes especiais com celebridades, dessa maneira podendo agir em um espectro de popularidade e resolução de casos. Sendo assim, aqueles com maior popularidades recebiam toda fama e glória, juntamente com aqueles com melhores estatísticas recebiam os trabalhos mais complexos e os melhores salários; ou seja, um bom herói conseguia tanto popularidade como resultados.”

“Hum, Hank Pym então passou o manto, faz sentido tendo em vista a sua idade. Ele provavelmente procurou alguém com uma individualidade parecida com a dele de  ‘Atom Shift’, mas será que elas funcionam com o mesmo princípio?” Peter, se mantendo no lugar enquanto todos os presentes se movem para mais perto do novo herói e dos heróis que chegaram na cena antes, sejam eles repórteres querendo entrevistas, fãs querendo autógrafos ou policiais e agentes da SHIELD querendo declarações. Enquanto que o garoto realizava um de seus hobbies favoritos; analisar heróis.

“Ele parece bem mais carismático e tranquilo que o Sr. Pym, então ele provavelmente vai conseguir ter mais sucesso caso mantenha a infraestrutura usada pelo antigo herói…” O menino segue balbuciando para si mesmo

“Ah, ser jovem e ter esse fascínio por heróis!” O velho senhor que havia falado com Peter durante o confronto dos heróis e vilão diz “Você provavelmente almeja ser um herói um dia também, não é mesmo!?”

O menino foi pego de surpresa pela pergunta, devido ao quão do nada ela foi, mas ele rapidamente se recupera quando os cantos de sua boca puxam para cima. O menino vira para o homem, dando-lhe um sorriso e um olhar confiante.

“Sim, mais que qualquer coisa!” O garoto responde determinado

"Muito legal, mas olha garoto eu não queria dizer nada, mas…” O velho senhor olha para seu relógio de pulso “Julgando pelo quão novo você parece ser, você por acaso não deveria estar na escola agora e…”

Quando o senhor olha, ele só consegue observar um ponto no horizonte gritando que estava atrasado, além de marcas no chão e fumaça saindo, pela velocidade que o garoto havia se mandado


 

Um pouco longe de toda essa bagunça matinal, em uma escura sala, uma petulante aranha escala as paredes, após ter fugido do último experimento ao se fingir de morta. Tendo sido descartada pelo estagiário, a mesma conseguiu sair do lixo e agora vagava pelos corredores daquele enorme lugar. Até que a mesma sente uma presença se aproximando. Assustada, a mesma escala a primeira coisa que viu, subindo até encontrar um local escuro, quentinho e bem escondido para ficar, o que no caso era o bolso de um casaco. Finalmente a presença então entra no aposento;

 

“Sim, sim, manda para ele sim... não... eu preciso assinar isso né? Ok, olha, eu tenho que resolver algumas coisas agora e depois do almoço a gente conversa, pode ser?...ah, não?... não mesmo? ...OL...O...SI...TA...LHAN... e opa, desliguei…” A presença em si era um homem que parecia falar sozinho, com sua voz tranquila que com certeza já havia sido a ruína de muitas mulheres. Ele então pega o casaco, coloca e sai da sala, sem perceber o pequeno experimento que ainda estava escondido.


 

“E é dessa maneira que uma pessoa com Parkinson, que é afetada por esse problema ao ter suas células cerebrais que produzem dopamina começarem a morrer…” O professor de ciências diz para sua turma de nono ano enquanto escreve as palavras chave na lousa “...poderia ser curada caso conseguíssemos passar a capacidade genética que um Danio reiro, ou Peixe-Zebra, tem de regenerar suas células, fazendo com que a própria pessoa se cure. E essa é a Genética Interespecífica.”

O professor, Dr. Curtis Connors, termina de escrever e ditar a aula e para por um segundo, tendo uma pequena crise existencial. O homem alto, branco, com cabelos loiros penteados para o lado, olhos verdes por trás de óculos redondos de aros marrons, vestindo um jaleco branco por cima da roupa, tendo a manga do braço direito arregaçada e para cima por falta de um braço do o cotovelo para baixo, observa o que escreveu; todas as suas pesquisas, praticamente a sua vida, tendo se tornado uma aula de biologia para o ensino fundamental.

“É, você só tem que ignorar as guelras que vão nascer no pescoço dela!” Um dos alunos comenta o que tira risadas da maioria dos alunos, e até do Dr. Connors

“Muito bem já que ninguém quer prestar mais atenção, podemos seguir em frente…” Ele diz para sua classe, observando os diferentes grupos de alunos, que faziam de tudo, menos prestar atenção à aula, bem, todos menos um garoto moreno que anotava tudo de maneira afinca. “...mas talvez seja melhor eu devolver os trabalhos da semana passada sobre o tema livre relacionado à genética, que tal? Tenho alguns comentários a fazer já que sei que todos têm capacidade de melhorar”

O professor diz, logo ouvindo os grunhidos dos alunos em aversão àquele trabalho. Mas enquanto se dirigia à sua pasta com os trabalhos comentados e corrigidos, o professor se depara com outra pilha de papéis que fora deixada em sua mesa no início daquela manhã.

“Bem, outra coisa que temos que fazer são esses testes de carreira.” Ele diz pegando a pilha de papéis. “Mas vamos admitir que todos aqui já sabem o que querem fazer; curso de heróis!” Ele diz jogando tal pilha de volta na mesa com maior impacto e de forma mais divertida.

Ele diz para a turma, que logo se anima e todos passam a mostrar seus mais diversos poderes, todos representando diferentes formas que uma individualidade poderia se manifestar em alguém. 

Alguns tinham partes do corpo extras ou alteradas, que lhe davam certas capacidades a depender da mudança. Como a jovem Lorina Dodson e suas orelhas de coelho que lhe davam audição aguçada, ou o garoto Richard Deacon com suas asas e seus olhos multifacetados, assim como os de uma mosca doméstica, lhe dando a capacidade de voar curtas distâncias e enxergar em diversas direções diferentes, além de ser ótimo em perceber movimento. Essas individualidades poderiam ser definidas como do tipo mutante.

Outros têm a capacidade de alterar seu corpo, o transformando em outro material ou substância; como os garotos Mark Raxton e Nick Dragotta, o primeiro tendo a capacidade de transformar seu corpo em uma substância parecida com ferro derretido ou magma, extremamente quente e útil em diversa situações, enquanto que o segundo alterava seus braços para uma forma “pixelada”, com cubos azuis energizados substituindo um braço normal, lhe dando uma força e resistência maior. Tais individualidades, como a própria definição já entrega, eram individualidades do tipo transformadora. 

Ou poderia acontecer também a capacidade de lançar alguma coisa pelo corpo, alterar coisas externas ou criar algo do “nada”, como a jovem Dagny Forrester com a capacidade dela de passar líquidos para a forma sólida e gasosa com um pouco de concentração e também o garoto Johnathon Ohnn, que literalmente criava literias “buracos negros”, em que ele cosneguia alcançar dentro, mas onde a mão saia no espaço era levemente aleatório, o tornando não muito efetivo. Os dois eram exemplos de quão diferentes podem ser as individualidades do tipo emissora.

(É claro que individualidades poderiam também ter uma sub-tipagem, como uma habilidade de se transformar em energia te desse a capacidade de lançar tal energia. A individualidade primária seria transformadora, mas com um subtipo emissor. Mas estamos colocando o carro na frente dos bois nesse momento.)

Um pouco mais para o fundo da classe, absorto quanto à toda a movimentação e farra que ocorria, um garoto em específico se sentia motivado, tanto quanto, senão mais que seus colegas para se tornar um herói, mas sem nenhum tipo de poder para demonstrar, ele, acostumado com a situação, apenas levanta o braço distraidamente enquanto estava focado em anotar as informações da aula em seu caderno.

“Muito bem, sei que estão animados, mas o uso de individualidades em sala de aula ainda é proibido!” O professor tenta acalmar a turma, falando por cima da algazarra e apontando para o aviso no mural que proibia tal prática. “Sosseguem o facho.”

“Perdedores…” Uma voz é ouvida em meio aos alunos enquanto o barulho vai diminuindo, o que faz com que todos ouçam e fiquem quietos de vez

“Existe algo que queira compartilhar com a turma Sr. Thompson?” O professor pergunta para o garoto em questão

“Seria um prazer!” O garoto, Eugene ‘Flash’ Thompson diz, enquanto se sentava de forma mais ereta em sua cadeira para se referir à turma. O garoto havia crescido bastante com o tempo, principalmente graças à academia que frequentava já a alguns bons meses. Mas a maior diferença de quando era mais novo era que seu cabelo arrepiado era agora preto, não mais loiro, e era algo que ninguém conseguia explicar; se o mesmo havia pintado como sinal de rebeldia como tantos na mesma faixa etária ou se era um efeito secundário de sua individualidade. De qualquer maneira, o garoto não se dava o trabalho de explicar. 

“Eu só queria dizer pra nenhum deles se esforçar demais para se tornar herói! Qual é, eu que sou o verdadeiro astro aqui, eles vão ter sorte de se tornarem parceiros de um herói classe D qualquer!!!” Ele diz de forma desafiadora.

“VOCÊ SE ACHA MELHOR QUE A GENTE FLASH!?!?” A reação é imediata, e mesmo com todos ali conhecendo o garoto e seu jeito de ser, muitos ainda tomados pela emoção começam uma algazarra

“Não só acho, mas tenho certeza! E é por isso que eu vou entrar na M.A!”

Se o professor estava com planos de fazer a classe se acalmar, aquilo não era mais necessário. Depois de falar, o simples anúncio de que Flash estaria tentando se matricular na Marvel Academy High havia deixado todos minimamente extasiados. E a cacofonia de vozes altas havia sido substituída por uma cacofonia de cochichos e sussurros.

"Ele vai tentar a escola internacional!?" Questionou um de seus colegas.

"Ela tem uma taxa de aceitação de 0,2%." Outro comentou.

"É impossível entrar!" Ainda outro comentou.

Enquanto Flash se deliciava com os colegas falando dele, um certo moreno míope começou a se encolher, como se soubesse o que iria acontecer a seguir. Era inevitável que o assunto do MA surgisse, mas se sua classe descobrisse - droga, se Flash descobrisse… Ele olha o relógio presente acima da lousa; não faltava muito tempo pro final da aula, era possível que o resto da aula passasse sem que o assunto chegasse nele. Certo?

Errado.

“Você certamente tem muito potencial Sr. Thompson.” O professor diz, de uma forma não impressionada, o que não correspondia com o que estava querendo dizer, o que os jovens de hoje chamariam de sarcasmo ou ironia “Mas é melhor que você preste atenção nos seus estudos nessa etapa final…” O homem diz procurando dois trabalhos específicos na pilha de papéis e os colocando embaixo do que havia do braço direito.

“Já que a M.A não tem bolsa de futebol.” 

O professor diz, fazendo a maior parte da classe rir de Flash, mesmo que logo parando ao ver a cara de poucos amigos que o garoto os lançava. Todos sabiam que o garoto não era nenhum gênio, só com notas acima da média, e muitos mais sabiam que a maioria de suas notas azuis não vinha de seu próprio mérito ou esforço, geralmente vindo de um pequeno moreno da mesma turma. 

Dr Connors então, com os dois trabalhos que havia procurado em mãos, se dirige para a mesa de Flash, já que o garoto queria ser o centro das atenções, por que não ajudá-lo com isso? Ele habilmente pega um dos trabalhos, um com várias partes grifadas, comentários e uma nota bem mediana, o colocando sobre a mesa do garoto.

“Seu trabalho sobre genética, por exemplo, Sr. Thompson. Eu esperava bem mais de você quando trouxe à tona as tentativas de alterações genéticas de soldados na história do exército dos Estados Unidos depois do experimento ‘Arma 1: Capitão América’, a perspectiva de uma tentativa por cientistas ainda não conhecedores do termo de individualidades, teria sido uma leitura espetacular. Infelizmente seu texto ficou bastante raso, sem muito aprofundamento, apenas com citações diretas de fontes que não ajudaram muito na discussão geral e em toda questão ética e moral que circundava essas tentativas…”

Mesmo sem ser nenhuma crítica dura, na verdade sendo até um comentário bastante construtivo para o garoto, Flash não enxergava por esse ângulo, apenas vendo a derrota naquele momento, como se todos estivesse rindo dele por conta de seu fracasso, o que ninguém estava. E em sua cabeça, havia apenas um responsável por tudo aquilo, e ele era quem ria mais alto.

O moreno sentado mais para o fundo da classe, que se mantinha recolhido para parecer menor do que já era e dessa maneira parecer um alvo menor estava com os olhos grudados no relógio; um Flash nervoso significava um aumento vertiginoso na chance dele chegar em casa com um olho roxo, então seu objetivo era não ser notado até o fim da aula, e ele sairia correndo utilizando um de seus vários esconderijos até que Flash se acalme. É, esse plano daria certo, nada faria com que não desse…

“Mas, por outro lado, existe uma outra pessoa aqui nesta sala que demonstrou um nível espetacular de entendimento e empenho no assunto, dado o incrível trabalho que me entregou…”

Ah não…

“Essa pessoa me escreveu um excelente texto descrevendo as conexões entre as individualidades e a genética analisando seus diferentes tipos, com diversos exemplos, gráficos, imagens e um texto corrido digno de uma revista científica” Ele diz se aproximando ainda mais da mesa do moreno encolhido “Você deveria tê-lo como exemplo Sr. Thompson, já que ele também está planejando fazer a prova da M.A e ingressar no curso de heróis, não é mesmo, Sr. Parker?” O professor diz, depositando o trabalho nota 10 na mesa do moreno de óculos, que sorri envergonhado, logo guardando o trabalho embaixo de sua carteira.

E enquanto Dr. Connors voltava para sua mesa, a onda de cochichos e sussurros havia voltado, e tinha agora como tema principal a loucura que era Peter querer entrar em uma escola de heróis tal qual a M.A.

“Ele quer realmente tentar entrar lá? Dizem que a prova é basicamente impossível” Um colega cochicha

Ele estava no topo da turma, era quem teoricamente tinha mais chance

“Ele não tem individualidade, como vai entrar?”

Nada nas regras dizia algo sobre ter individualidade para adentrar

“Por que ele quer ir pra lá?”

Homem de Ferro havia estudado naquela escola, se ele queria virar o herói número 1, não havia outra escolha

“O que ele vai fazer lá sem uma individualidade?”

Isso era algo ainda sem resposta, é o que passa pela mente do garoto. 

Ele até gostava do Dr. Connors, mas ele não precisava ter exposto ele daquele jeito, o menino pensa ao observar todos os outros falando baixo, cruzando olhares para ele como se ele fosse alguém maluco. Mas seus olhos o levam a uma mesa mais adiante, em que um garoto de cabelos negros, que segurava seu trabalho corrigido, havia o rasgado ao meio e amassado as partes resultantes em suas mãos cobertas com uma gosma negra que formavam duas grande garras. Peter nem queria pensar em quem o garoto imaginava que aquele papel representava, que havia sido destruído com tanta ira, já que tinha certeza de quem era.

 

Por ainda não ser o horário do rush, ainda sendo o meio da manhã, as ruas se encontravam relativamente vazias, tendo em vista o que era considerado vazio na cidade de Nova York. Mas de qualquer maneira, um carro de luxo aproveitava a oportunidade para acelerar o quanto pudesse dentro da lei.

Enquanto o carro em si não passava de um borrão do lado de fora, dentro parecia até uma outra realidade, hermeticamente separado, o frio do ar condicionado, a leve música do rádio, o cheiro e os papéis de hambúrgueres jogados no banco do passageiro e sem nem sentir a velocidade do veículo. O motorista nem mesmo precisa encostar no volante, dada sua inteligência artificial, que logo para a música da rádio, mostrando um mapa das redondezas com alguns pontos brilhantes e com um aviso:

“Alerta da polícia para a SHIELD. Suspeito localizado, identificação: S359. Pedindo auxílio de heróis”

O, na teoria, motorista e dono daquele carro, logo limpa a boca, amassando o guardanapo de papel e o jogando para a pilha ao lado, e clica em um botão prateado no meio do console entre os dois bancos da frente. No mesmo instante, sem que o carro parasse nem mesmo diminuísse a velocidade, o interior do carro se altera. Como se fosse do nada, diversos mecanismos começam a surgir por cima do homem, o cobrindo da tecnologia de mais alto padrão, nas cores vermelho e dourado, enquanto que o banco começa a abaixar, e leva o homem em sua armadura para a parte de trás.

Com os mecanismos surgindo ao redor do sobretudo,a pequena aranha passa a se movimentar para evitar ser esmagada por alguma coisa.

E com uma propulsão forte o bastante, o homem em tal armadura dispara do carro, que continua andando, enquanto que ele, agora aum ponto no céu com um rastro de fumaça branca o acompanhando, dispara na direção do sinal recebido.

“Parado aí! Larga a moça e põe as mãos na cabeça!” O jovem policial diz levantando sua arma para o transgressor, logo ouvindo seu parceiro resmungando e fazendo o mesmo.

Na teoria eles deveriam esperar um herói ou pelo menos algum agente da SHIELD, ambos mais preparados para lidar com criminosos que possuem individualidades perigosas do que policiais uniformizados, mas aquela era uma emergência.

Mais ao fundo do beco, uma figura amedrontadora mudava seu foco de sua vítima para a dupla de policiais. Grandes garras vermelhas soltam a mulher que cai no chão e prontamente sai correndo, e um sorriso sinistro se volta para a dupla recém chegada.

“Ora, ora, ora. Parece até meu dia de sorte…” O homem ruivo diz para os policiais, não enxergando as armas apontadas em sua direção como uma verdadeira ameaça

“Agora põe as mãos na cabeça Cassidy!” O segundo policial diz

“Ah, mas aí toda a diversão acaba… Vocês realmente querem acabar com a diversão assim tão rápido?”

Cletus Cassidy,  fugitivo do sistema penal e serial killer perigoso. Mas perigoso de uma forma mais sorrateira, sua individualidade “Carnage” lhe dava informações sobre uma pessoa, caso ele consumisse sangue ou outras partes do corpo dessa mesma pessoa. Nada muito útil em uma luta no meio da Times Square contra heróis, mas uma ótima maneira de realizar seus crimes e sufocar a polícia. Esse Cletus não seria problema para dois policiais armados, caso encurralado, como era o caso…

“Eu certamente…não quero que a diversão acabe” Ele diz, tendo seu corpo inteiro coberto pela massa avermelhada que a pouco apenas cobria seus braços, ficando mais alto, com garras, e um rosto com grandes olhos brancos, uma bocarra cheia de dentes e uma grotesca língua. 

Tudo fazendo com que até a voz mudasse, indicando quem agora estava no comando. 

O verdadeiro problema daqueles policiais e o motivo deles terem emitido o alerta; o parasita alienígena e parceiro de Cletus…

“E então quem vai ser o primeiro?” A criatura pergunta, tendo suas mãos se transformando em lâminas de carne, de gosma, ou de seja lá do que fosse feito seu corpo. E tentáculos do mesmo material se projetando de suas costas e se colocando de forma ameaçadora na direção dos policiais.

Um deles, que por conta do terror e da ansiedade, não consegue se segurar e dispara um tiro.

A bala seria um acerto perfeito no peito da criatura, se a mesma não tivesse a capacidade de separar seu corpo, criando um buraco pelo meio de seu tronco que faz com que a bala não o atinja, mas passe ilesa e se enterre no muro atrás.

“Resposta errada…” Ele diz com um sorriso e se prepara para se lançar no policial, até que um terceiro agente da ordem e da justiça apareça.

“Olha só se não é meu chiclete mastigado favorito!” A voz humana mas roboticamente filtrada diz para o alienígena, mantendo uma palma em sua direção como um sinal 

“Ah, p#rra.” A criatura diz frustrada

“Você beija sua mãe com essa boca?” O homem na armadura pergunta “Ah, quer saber, melhor mesmo, nem amor de mãe é o bastante pra uma coisa feia como você…”

A criatura começa a dar uns passos para trás na esperança de conseguir fugir

“Nem pensa, o único jeito que vocês saem daqui é um de volta pra ‘Ravencroft’ e o outro pro ‘CEC’” O herói diz “Mas e aí, vai ser do jeito fácil? Ou do jeito difícil?”

“Vai ser do meu jeito!” O vilão diz, logo com o simbionte se desconectando de seu hospedeiro e pulando em um bueiro próximo, deixando seu companheiro para trás.

O herói tenta disparar alguma coisa, mas não é rápido o bastante e o alienígena consegue fugir pelo sistema de esgotos.

“Sexta-Feira, rastreia!” Ele diz para a inteligência artificial de sua armadura, que logo identifica os traços do simbionte “Vocês ficam com o Ed Sheeran da cracolândia que eu vou atrás da goma de mascar alienígena!” 

O herói diz e dispara pelos ares, ainda rastreando o vilão gosmento pelo esgoto.

 

Com o último sinal do dia, as palavras finais de explicação da aula pelo professor se desmancham no ar, com todos os alunos da sala de aula guardando seus materiais com o objetivo de saírem dali o mais rápido possível, principalmente por ser sexta feira, tão próximos da liberdade do fim de semana.

 

O garoto Peter tenta ser rápido, havia conseguido escapar de Flash nos primeiro intervalos depois do fiasco da aula de ciências pela manhã, mas nada confirmava que sairia ileso agora. Mas infelizmente, ele esbarra em seu estojo que começa a cair, e quando tenta pegar ele enquanto colocava seus cadernos na mochila, apenas resulta em uma bagunça no chão perto de sua mesa.

 

Ele rapidamente abaixa e começa a pegar tudo e jogar de qualquer maneira na mochila, até que, quando se estica para pegar seu caderno de anotações, um pé pisa exatamente em cima do caderno…

 

…o pé do Flash.

 

“Com pressa Escala-Paredes?” ELe pergunta enquanto vê Peter se levantar

 

“Ei Flash…” Ele diz, logo percebendo que o professor já havia saído da sala, os outros alunos também já se retiravam e os dois capangas de Flash, Seymour e Jason, já o flanqueavam por trás “Na verdade sim, preciso passar em uns três lugares diferentes pra comprar umas coisas pros meus tios então se não for problema…”

 

O menino tenta pegar seu caderno, mas Flash apenas o arrasta para trás com seu pé.

 

“Ah, é problema sim, aquele seu showzinho na aula do professor Connors…” Flash diz parecendo cada vez mais nervoso

 

“Queridinho do professor…” Seymour diz de forma irônica

 

“Olha, me desculpa, tá? Mas eu não tive nada haver com aquilo…” Peter tenta racionalizar com Flash, como se isso já o tivesse ajudado alguma vez

 

“Ah é? E com isso?” Flash diz pegando o caderno do chão “Quem foi o stalkeado de hoje?”

 

“Uuuuu, foi alguma heroína?” Jason pergunta aparentemente interessado

 

“Não é stalkear…” O garoto diz envergonhado “Eu só gosto de individualidades, vocês sabem disso…”

 

“Pra eu conseguir me tornar um herói melhor!” Seymour diz como se imitasse a voz de Peter em uma frequência mais alta de forma maldosa

 

“E até quando isso vai durar Parker?” Flash pergunta, cobrindo seu braço com a gosma negra, criando uma mão com garras, amassando o caderno facilmente e o jogando para trás “Essa tua ideia idiota de ser um herói sem individualidade? Até parece que você não entende, você é um sem-individualidade, ou seja, inútil.”

 

Peter dá uns passos para trás enquanto Flash dava passos para frente, se aproximando ainda mais, até que o garoto menor bata as costas na parede.

 

“Como uma pequena aranha, escalando, mas nunca chegando lá…” Flash diz sério “Mas se você tem um desejo tão grande de se matar durante a prova de entrada da M.A, você pode acelerar as coisa, indo pro terraço da escola que você usa tanto para se esconder, ir pra beirada e…”

 

“FLASH!!!” Uma voz monstruosa é ouvida da parte da frente da sala

 

Os quatro alunos se viram para ver o que parecia ser um verdadeiro monstro. Uma figura alta, com a pele coberta de escamas verdes, dentes e garras afiadas e uma cauda reptiliana. Porém, a mesma criatura vestia o mesmo jaleco de laboratório do professor Connors, indicando sua identidade, o que não ajuda na percepção de Jason e Seymour, que saem da sala em disparada com a visão da criatura.

 

“O sinal já bateu, hora de vocês irem para casa! “ A criatura diz com uma voz mais grossa e áspera “Não vamos querer outro incidente não é mesmo?”

 

“Não senhor…” Flash diz nem um pouco abalado, mas começa a andar para fora da sala, mas sem antes parar atrás de Peter e sussurrar “Não queremos outro incidente com o Harry não é mesmo?” E ele sai

 

A criatura/Dr. Connors cambaleia até a mesa do professor, segurando a cabeça como se estivesse com a maior dor de cabeça do mundo. Vasculhando as gavetas ele logo encontra uma caixa, que dentro continha algum tipo de aparelho, parecendo ser um tubo de gás com uma máscara na frente. Rapidamente o pegando, cobrindo seu nariz e boca com a máscara e apertando um botão na parte superior, liberando uma fumaça azul que o mesmo começa a inalar. Logo ele passa a diminuir de tamanho, se sentando na cadeira ainda respirando aquela fumaça, a cauda some, as escamas desaparecem e até mesmo seu braço direito, antes presente em sua forma monstruosa, cai e começa a se dissipar no ar. Logo mais, apenas um Dr. Connors suando e respirando fundo sobre a cadeira do professor restava.

 

“Me desculpe por isso Peter…” O professor de desculpa, ele nunca queria que nenhum aluno o visse daquela maneira, mas ficava aliviado por ter sido Parker, alguém que já conhecia sua situação

 

“Não tem problema Dr. Connors..” Peter diz se aproximando do homem “Fico feliz que o aparelho tem funcionado bem”

 

“Tem sido ótimo, a quantidade de seringas que eu não quebrei valem todo o esforço que tivemos para montar isso” O professor diz soando orgulhoso

 

O menino sorri timidamente, coçando sua nuca “Fico feliz em ouvir isso professor. Bem, nos vemos semana que vem…”

 

“Antes que você vá Peter…” O Dr. Connors prontamente para o menino “Sei que tem sido difícil, depois da saída do Harry, mas quero que saiba que eu estou aqui, qualquer professor está aqui para te ajudar, mas não podemos fazer nada sem que você peça antes…”

 

“Sei disso, obrigado Dr. Connors, mas eu estou bem.”

 

“Peter…” Vendo que ele, mais uma vez, não conseguiria alcançar o menino, parte para a segunda coisa que queria falar “Se você se interessar, tenho uma aluna particular começando um estágio como jovem aprendiz na Oscorp, e eu ficaria honrado em te recomendar para alguns contatos que eu ainda tenho…”

 

Peter para por um momento, digerindo a informação. Oscorp, a maior empresa de fabricação de produtos médicos e biotecnológicos para individualidades do mundo. Com as pesquisas mais avançadas em genética e melhoramento, seria uma oportunidade dos sonhos para muitos, mas Peter via o que o professor tentava lhe dizer, mesmo que involuntariamente…

 

“Obrigado Dr. Connors, vou pensar sobre o assunto” O garoto diz se afastando “Tenha um bom fim de semana…”

 

…estava dizendo que Peter não conseguira entrar na M.A






 

Saindo pelo portão principal da escola, Peter pega em seu celular a lista de coisas que precisava passar para comprar antes de ir para casa. E enquanto pesquisava as melhores lojas, com os melhores preços, para tais necessidades, colocando os endereços no StarkMaps e assim criando a melhor rota, os acontecimentos do dia voltam à tona em sua mente. A batalha que havia presenciado de manhã, a situação na aula do professor Connors, as ameaças de Flash, as palavras do próprio professor Connors, até mesmo toda a situação com o Harry voltam como um turbilhão em sua mente. 

Ele tenta focar no que precisava fazer, antes que aqueles pensamentos tomassem conta, mas ele não é forte o bastante, as lágrimas enchem seus olhos e as lembranças de um tempo mais simples inundam sua mente…

















 

“Eu sou o Homem de Ferro.”

 

Aquelas palavras causam um alvoroço nos repórteres que se levantam para fazerem mais perguntas frente aquela situação.

Mas o pequeno Peter estava mais preocupado com seus blocos de montar do que o que passava na televisão. Era jovem demais, e o canal não havia sido posto para ele, seu tio Ben que estava assistindo quando ele e os pais haviam chego. E o menino brincava despreocupadamente enquanto os adultos conversavam sobre algo em outro cômodo.

De qualquer maneira, aquele foi um momento crucial na história dos heróis. Antes apenas agentes da SHIELD, no caso dos EUA, ou pertencentes a organizações próprias, cuidavam da justiça como herói legalizados, aquele era o momento da popularização dos heróis, de status de vigilantes para celebridades. Mas o mundo ainda veria o famoso Homem de Ferro cada vez mais.

 

Dois anos se passaram, os quatro anos era a época mais excitante da vida de alguém, que era o ano em que a maioria conseguia sua individualidade, e não era diferente para o menino Peter, que agora morava com seus tios, aquele era um ano especial. Ao já ter presenciado todo o seu círculo de amigos conseguir uma individualidade, mal podia esperar pela sua.

No dia 10 de agosto, seu aniversário, ele não havia ganho seus poderes ainda, infelizmente, mas a mãe de um de seus amigos, (a Sra. Thompson), havia presenteado ele e os tios com ingressos para a StarkEXPO no fim do ano, já que a mesma não conseguiria participar por conta de algumas coisas que precisava fazer. Tal evento tomou conta da cabeça do menino, animado pela maior feira tecnológica do país, e muito animado por ter a possibilidade de conhecer um herói famoso como o Homem de Ferro.

Mas o evento foi tudo menos o esperado.

Com um ataque de drones feito por um vilão novo, auto denominado “Chicote Negro”, como objetivo de se vingar do magnata Tony Stark, ele havia lançado o ataque em meio à StrakEXPO. Na confusão de pessoas fugindo, Peter havia se separado de seus tios, respirando fundo e tentando não chorar por trás da máscara de brinquedo do Homem de Ferro que havia ganhado de aniversário.

Mas infelizmente, um dos robôs o parecia ter confundido com o próprio herói, ajustando a mira de seu canhão para o menino, que para e por reflexo levanta um braço, como se de alguma maneira, a luz presa em seu pulso fosse fazer alguma coisa. Felizmente, um barulho atrás do mesmo, seguido de uma rajada de energia no robô em sua frente haviam feito o mesmo cair para trás destruído e desativado. Com um susto, o pequeno Peter tem apenas tempo de olhar para trás e ver o próprio Homem de Ferro com sua nova armadura com o triângulo no peito depois de o ter salvo.

“Gostei de ver.” O herói diz antes de levantar voo e continuar com a ação

Não demora muito para que os tios de Peter o encontrassem e os três saírem de lá em segurança

A notícia do ataque foi a única coisa falada pela semana seguinte, mas a única coisa que Peter conseguia pensar…

…era como o Homem de Ferro era incrível!

Foi naquele dia, que Peter descobriu que o herói era muito mais que apenas um herói, que colocava vilões atrás das grades. Depois do ocorrido Peter pesquisou muito sobre o Homem de Ferro, sobre como ele era um gênio, dono da maior empresa de tecnologia do mundo, como ele era um grande “filantropo”, a palavra que havia aprendido naquelas pesquisas, doando muito para instituições de pesquisa e outras caridades, mas a questão é que ele era uma equipe de heróis em um homem só. Ele não tinha armadura apenas para combate, ela era capaz de feitos de resgate emergenciais, ele era apto em coordenar tecnologias e até outros heróis em situações de risco, era um inventor de itens de suporte para diversos heróis e era alguém como uma personalidade magnética que todo mundo parecia querer estar próximo.

Ele era exatamente o tipo de herói que Peter queria ser, mais que um herói, um símbolo. E o primeiro passo parecia ser a escola de heróis Marvel Academy High, a M.A, em que Tony Stark havia supostamente concluído tanto o curso de suporte como também o curso de heróis, ao mesmo tempo. Então Peter conseguiria sua individualidade, ingressaria na M.A e se tornaria um grande herói, um grande símbolo.












 

Um boneco articulado do Homem de Ferro cai no chão, tendo sido largado pelo garoto que o possuia, dado seu choque pela notícia recebida.

Desculpas

Família

Culpa

Genética

Probabilidade

Sem individualidade

As palavras apenas flutuam pela mente do menino, ele não compreende muito o jargão clínico que o pediatra discute com seus tios. Apenas de forma catatônica existindo naquele espaço, sem nem perceber seu brinquedo que havia caído no chão.

No fim das contas, não existe um meio concreto de dizer que alguém não tem uma individualidade, já que a própria origem desses poderes continua desconhecida, apesar de diversas teorias. Então, sem nenhuma evidência de alguma capacidade sobre humana, nem as mais básicas e difíceis de notar como mudar a cor dos seus olhos ou produzir caspa que é rica em vitamina D, o menino Peter seria classificado como alguém sem individualidade, até que algo no futuro provasse o contrário.

 

Horas mais tarde, com os Parkers de volta à sua residência, May vai se ocupar com as tarefas da casa, não querendo mais pensar em toda a angústia que foi aquela tarde, enquanto que o menino Peter vai para o escritório de seu tio, ligando o computador sem a ajuda de ninguém, colocando em qualquer vídeo do Homem de Ferro, em uma mistura de animação e melancolia, por ver seu herói favorito em ação (mesmo que fosse em um vídeo que já havia assistido repetidas vezes), mas também com o sentimento de que nunca conseguiria ser ele ali, salvando e inspirando pessoas.

Logo mais o tio do menino entra na sala. “Ei campeão…” Ele diz fraco, retirando o menino da cadeira, sentando nela e colocando o sobrinho em seu colo, que não faz nada para evitar aquilo, apenas encostando no peito do tio depois de já estar devidamente posicionado.

“Tio Ben, como é que é ser alguém sem-individualidade?” Peter pergunta, ao saber que o tio também não tinha nenhum poder, o que era a única coisa que o mantinha minimamente firme; o fato que uma das suas pessoas favoritas de todo mundo ser como ele

 

“Quer saber Peter, eu acho que todos nós temos individualidades!” O tio do garoto diz de forma decidida

 

“Na verdade não, a TV falou que…” O menino começa a falar

 

“Não estou falando dos poderes de heróis ou dessas capacidades sobre-humanas, estou falando das coisas que são realmente individuais”

 

“Como assim?”

 

“Na minha época, por exemplo, a quantidade de pessoas com poderes era bem menor” O tio começa a explicar “Mas isso não significava que as pessoas não tivessem capacidades próprias individuais; tinham aqueles que desenhavam bem, que tocavam um instrumento, que sabiam como consertar um motor, cada um com sua individualidade”

 

“Uau, e qual seria a sua tio Ben?”

 

“Bem, dizem que eu sou um bom marido e um bom tio, mas eu não acreditaria muito nessas histórias se fosse você…” Ele diz divertido para o menino, que ri pela primeira vez depois da consulta “Eu também sei consertar coisas, sou um bom paramédico, um okay motorista de ambulância (infelizmente vou ter que dizer que a tia Cass é melhor nisso) e tenho uma mão pesada, especialmente no gancho com a direita”

 

“Mas, e eu?” O menino diz voltando a ficar cabisbaixo

 

“Você tem isso aqui…” o tio pega o caderno de desenhos do garoto “Sua paixão por individualidades é a sua própria Peter, a atenção ao detalhe, o querer aprender o máximo possível, seu entusiasmo, isso te faz diferente Peter, te faz especial…”

O menino apenas para, pegando seu caderno em mãos e folheando as páginas, vendo os diversos desenhos das mais variadas pessoas e suas individualidades, sejam colegas de escola ou estranhos (os quais ele pediu permissão para desenhar, com a tia May falou). O menino fica cada vez mais animado com a ideia de aquilo ser sua individualidade

“Mas sempre lembre-se Peter…” O mais velho parecia prestes a dizer alguma coisa, mas parece mudar de ideia sobre o que falar “Eu vou estar sempre aqui pra te ajudar, não importa a situação. Combinado?”

 

“Combinado tio Ben…”









 

E era por isso que ele tinha de se manter firme. Tio Ben também não tinha uma individualidade (pelo menos para os padrões sociais), mas ele fazia a diferença onde podia. E se Peter seguisse aperfeiçoando sua própria “individualidade” ele também poderia se tornar alguém que ajuda outros, que inspira outros, um herói. Assim como o Homem-de-Ferro. E é pensando no herói que ele segue seu caminho por baixo de uma pequena ponte que era o início de sua rota para seus afazeres.

Mas, no meio da travessia, o garoto começa a ouvir barulhos estranhos vindos do bueiro próximo, e por alguns instantes ele fica indeciso de dar um passo para trás para sair de perto, ou um passo para frente para investigar.

Mas essa indecisão não dura muito, quando uma gosma vermelha literalmente salta da abertura para o esgoto em direção ao menino. Peter não consegue desviar, e cai no chão com o impacto. E antes mesmo que ele pudesse se desesperar com, o que é que fosse aquela coisa, a tal gosma passa a ser aparentemente absorvida por ele mesmo, passando por suas roupas e desaparecendo por baixo de sua pele.  É uma sensação horrível, como se algo gelado e viscoso se transformasse em milhares de pequenas injeções por toda a área de seu tronco, injetando aquela gosma dentro dele.

Ele então ouve uma voz que parecia vir de dentro da sua cabeça

“Essa não é o Beco…” A voz áspera diz dentro de sua cabeça “...mas dá pro gasto”

 

“Q-q-q-quem, o-o-o-que…” Peter tenta entender alguma coisa, mas aparentemente o universo não estava muito afim de deixar ele processar qualquer uma das coisas que haviam acontecido no último minuto

 

“Sem tempo pra isso garoto, o que eu preciso agora é que você seja um bom menino e não grite nem faça xixi na sua calça , estamos entendidos?”

Peter apenas acena com a cabeça, logo pensando se a criatura/alienígena/gosma sabia que ele havia mexido a cabeça. Mas, sem tempo de considerar tal possibilidade, ele sente seu próprio corpo se movendo por vontade própria; se levantando e começando a andar, devagar mas de forma esquisita ainda, como se ele próprio estivesse aprendendo a andar novamente, para fora do pequeno túnel. Mas antes que eles pudessem sequer sair, outra voz é ouvida do lado oposto.

“Muito bem geleca, pode ir saindo com os braços, ou apêndices, pra cima… eu sinceramente não faço ideia de como seu corpo funciona…”

Peter só podia estar sonhando, ou tendo um pesadelo tendo em vista sua situação. Mas ele podia jurar que aquela voz era do…

“Fala pra ele que ele pegou o cara errado, ou eu arranco seus órgãos internos…”

Peter concorda com a cabeça, torcendo para que o herói entendesse o movimento como um momento de agir.

“Sem joguinhos ‘Saliva de Vampiro’, eu consigo detectar sua frequência. Agora sai do garoto antes que a coisa fique feia…”

E naquele momento, o pobre garoto sente um tipo de movimentação daquele vilão dentro de si. O que antes estava espalhado parecia se aglomerar em seu tronco, perto de suas costas e ser liberado, como se estivesse crescendo asas ou algo pior.

“Nem adianta vir com seus truquezinhos…” A cabeça com olhos brancos e dentes afiados, que havia saído das costas do garoto como uma tartaruga tirando a cabeça de dentro do casco, diz para o herói “...sei que não tem coragem de atacar uma criança.”

“Você tem razão…” O herói diz, abaixando o seu braço, antes esticando, ameaçando o vilão com seu propulsor na palma, mas logo outros compartimentos se abrem levemente ao longo dos ombros da armadura “Sexta-Feria, som na caixa!”

E antes que Peter pudesse virar para ver o que acontecia, seu corpo inteiro vibrou, literalmente, por dentro. Seus órgãos e seus ossos pareceram chacoalhar por milésimos de segundo, antes do mesmo perder a consciência e cair no chão.

Poderia ter se passado horas ou apenas míseros segundos, parecendo ser mais a segunda opção. Mas quando Peter recupera sua consciência e abre os olhos, ele vê o herói número um de pé, ao seu lado, parecendo analisar alguns dados dentro de seu capacete.

“Sinais normais e aparentemente nenhum resquício de simbionte…” Ele logo percebe que o menino havia acordado “Bom dia bela adormecida! Dormiu bem?”

“ O que…”

“Brincadeiras à parte, desculpa pela rajada sônica, é a frequência ideal contra a espécie dele e que ao mesmo tempo é mais rápida e causa menos dano no hospedeiro” Ele diz apontando para o que parecia ser uma cápsula com uma gosma vermelha bem irritada dentro no canto da parede

“Mas você até que reagiu bem…” O herói diz “...a maioria depois de receber uma rajada dessa, quase que imediatamente…”

Antes do herói terminar de falar, Peter segura a boca quando sente seu almoço voltando pela garganta, vai até um canto e despeja o sanduíche de atum que a tia May havia preparado para ele no chão, ou pelo menos o que havia sobrado dele.

“Ficam enjoadas.” O herói termina “Mas como um pedido de desculpas pelo incômodo, eu tomei a liberdade de inserir no seu celular um código que te dá 100% de desconto no seu próximo produto ‘Stark’, por conta da casa”

“Obrigado…” Peter diz limpando a boca na manga da camisa

Até que ele para

A situação toda volta pra ele

O vilão

A tentativa de sequestro

O resgate

E que agora ele estava conversando com um herói

Não, risca isso

Não UM herói

O herói

Ele estava falando como o Homem-de-Ferro

E todo o semblante descolado de Peter (que ele pensava ter até aquele momento) vai por água abaixo

E o semblante Fanboy toma conta

“Você é o Tony Stark! O Homem-de-Ferro!!!” Peter diz o óbvio, mas como uma animação sem igual

“Não tinha me reconhecido até agora? O que foi? É o corte de cabelo diferente?” O herói joga as palavras e brinca com uma naturalidade única

“Não! Sim! Quer dizer…” Peter olha de um lado pro outro, tentando encontrar um assunto, e logo o achando no chão jogado com as páginas abertas “O senhor poderia assinar…” Ele continuaria o pedido

Até que ele vê a assinatura do herói já em meio às páginas vazias

“Tinha tomado a liberdade se não for problema. Não tinha caneta então foi com o laser mesmo”

“Obrigado, muito obrigado…” Peyer diz sem conseguir tirar os olhos da assinatura

“Não esquenta não garoto…” O herói passa por ele, batendo em seu ombro carinhosamente, enquanto ia coletar o vilão na cápsula e logo a prende magneticamente na cintura “Mas agora eu tenho que ir, cumprir uma promessa que eu fiz pra esse delinquente aqui” Ele diz se referindo ao vilão

“Você já vai?” Pergunta Peter

“Infelizmente sim garoto, o dever de um herói não para nunca ou algo do tipo…”

“Espera só um pouco, eu…AI!” Peter se assusta com uma dor em sua nuca, instintivamente batendo com a mão na região, sentindo que impactou algo,  indo se virar para ver o que era, mas logo vendo o herói se preparando para zarpar e voltando sua atenção

“Não posso garoto, muito a fazer, então se me der licença…” 

O herói diz, sem perder muito tempo entre o preparo e a decolagem, ele logo se encontra zarpando os céus com um rastro de fumaça branca atrás.

 

Ainda no chão, uma pequena aranha dobrava suas pernas como um reflexo involuntário que acontecia antes de seu último suspiro. Sem realmente entender o que acontecia ao seu redor, sem saber as mudanças que causaria naquele mundo, ao ter picado aquele singelo e desinteressante menino.






 

Não passa muito tempo até que Tony percebe algumas mudanças nos dados de voo da armadura, incomuns para aquele momento.

“Sexta-Feira, relatório de voo, por que estamos indo mais devagar e gastando mais energia?”

“Isso é por causa do adicional de peso e a baixa resistência do mesmo.”

“Do que que você tá falando…” Tony começa a perguntar, pensado se tratar do simbionte na cápsula de contenção, mas sabia que não era possível, ela pesava quase nada e tinha uma boa resistência para o voo, a não ser que ela caísse daquela altura no chão. Mas ele logo percebe o verdadeiro motivo de tudo aquilo.

“AAAAAAAAAAAAAAAHHHHH” O garoto Peter grita desesperado ao estar agarrado na perda da armadura do herói

“Garoto você pirou de vez!? O que você tava pensando em segurar em mim antes da decolagem?”

“VOU DIZER QUE EU NÃO ESTAVA PENSANDO MUITO NÃO!!!” O garoto grita desesperado, com os cabelos agitados pelo vento “PODEMOS POR FAVOR POUSAR!?!?”

“Esse era o próximo passo…” Tony diz, logo escaneando a área, encontrando o terraço do prédio mais próximo “Segura aí!”

“Não precisa falar duas vezes!” O menino diz, ainda aterrorizado, mas com tempo para um pouco de humor

Enquanto logo mudam a trajetória, indo em direção à um terraço de um prédio residencial próximo, Tony percebe um leve desconforto térmico e um aperto em seu peito. Logo observamos a energia da armadura diminuindo rapidamente.

“Droga..” Ele resmunga para si mesmo


 

Sem muita demora, a dupla de herói e menino prestes a desmaiar aterrissaram em um terraço de um prédio próximo. Com Peter logo correndo uma pequena distância, pegando espaço da borda do prédio tendo em vista o trauma da experiência

“Eu vi a minha vida passar diante dos meus olhos…” Ele diz, mais para si mesmo do que para o herói que parecia se preparar para ir embora

“Muito bem garoto, foi bem legal, você ganhou o autógrafo, o desconto, a carona, mas agora deu. Fui!” O herói diz se encaminhando em direção à borda do prédio, provavelmente para partir em voo novamente.

“Espera! Você não pode ir embora ainda!”

“Posso e vou. Foi mal garoto, mas sou uma pessoa muito ocupada, você provavelmente sabe.”

“Mas…”

 

“É, seu parceiro...por que ele também é um sem-individualidade!”

Uma verdade, estampada em sua cara, que o acompanhava desde pequeno

 

“Ele não tem individualidade, como vai entrar?”

“O que ele vai fazer lá sem uma individualidade?”

Algo que o impedia de alcançar seus sonhos

 

“Essa tua ideia idiota de ser um herói sem individualidade? Até parece que você não entende, você é um sem-individualidade, ou seja, inútil.”

Ninguém acreditava que ele conseguiria

 

“...mas Peter via o que o professor tentava lhe dizer, mesmo que involuntariamente…

…estava dizendo que Peter não conseguira entrar na M.A”

Nem mesmo as pessoas que diziam gostar dele…

Seria inútil perguntar

Ele já tinha a resposta

Estava só se enganando

Deveria ficar feliz de já ter essa resposta

Que nunca conseguiria

Que deveria procurar outro sonho

Por que sem uma individualidade

Não era possível…













 

“Você tem isso aqui…” o tio pega o caderno de desenhos do garoto “Sua paixão por individualidades é a sua própria Peter, a atenção ao detalhe, o querer aprender o máximo possível, seu entusiasmo, isso te faz diferente Peter, te faz especial…”

Mas alguém confiava nele

Sabia seu valor

Sabia seu esforço

Sabia sua vontade

E por isso ele tentaria

Tentaria até o fim

“Eu não tenho poderes!” O garoto diz, saindo desse turbilhão de ideias que inundaram sua mente e o impedia de fazer a pergunta que mais queria fazer “Não tenho uma individualidade. Mas eu tenho isso!”

Ele mostra seu caderno para o herói, não importando se o herói via o que estava escrito e desenhado dentro dele ou não

“Eu sei muito sobre individualidades, sei reconhecer padrões, planejar estratégias, entendo de diversas áreas que podem ajudar muitas pessoas, como um herói, um herói incrível, o número um! Como você…” Ele diz essa parte com o coração batendo acelerado e a  adrenalina começando a abaixar “Mas é possível, alguém como eu, sem um poder, sem uma individualidade, se tornar um herói?”

Era aquilo. Tudo que ele nunca pode dizer em voz alta para ninguém, estava dizendo para seu ídolo e de tantos outros. Por que era ele, que teria a resposta, o herói mais aclamado, que já havia visto de um tudo, que teria como dizer se aquele sonho era possível…

“Mas…você tem uma individualidade.” O herói responde


Notas Finais


Comentem críticas, sugestões e ideias, obrigado e até a próxima;

Ass; NerdMaster


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